3.18.2015

Casting para Pediatra

Está aberto o casting. Durante este mês não vou a um, mas a três pediatras diferentes com a Isabel.

1. Vou dar uma nova oportunidade à pediatra da Isabel. É como um coming back, para ter uma última oportunidade de mostrar aquilo que vale (isto depois de, com a bebé internada com pneumonia, em dezembro, ter enviado uma SMS a desejar APENAS as melhoras).

2. Vamos a uma consulta no público, com a pediatra que a acompanhou durante e após a pneumonia.

3. Vamos a uma consulta numa nova pediatra que me aconselharam, que está no privado e no público.


Claro que se a minha filha tivesse médico de família, ficava mais descansadinha e não andava nestas andanças, mas como não lhe atribuem médico no centro de saúde, sinto-me mais aliviada assim, tendo um acompanhamento próximo.

Gosto da pediatra da minha filha, palavra que gosto, mas naquela hora de maior aperto, em que estava a ver a Isabel sem conseguir mamar, a respirar mal, com tubos nas mãos e naquele quarto de hospital, precisei de mais do que um "as melhoras". Precisei de mais qualquer coisa, de uma mensagem no dia seguinte ou na semana seguinte ou no mês seguinte a perguntar se estava tudo bem, se precisávamos de alguma coisa, a perguntar como tinha corrido, a interessar-se verdadeiramente. Não queria que nos tivesse ido visitar ao hospital com um bolo rei no dia de Natal, mas gostava de me ter sentido mais apoiada.


De resto, sempre me respondeu às SMS e sempre me senti segura nas consultas com ela. É pró-amamentação, nunca se preocupou com a descida suave dos percentis e não me mandou dar leite de fórmula quando ela não engordou "o esperado". Sempre a achei atenta, a vigiar tudo, com tempo para nós e para as minhas dúvidas e até me chegou a receber para acompanhar o peso da bebé, sem cobrar consulta. Concordo com ela em quase tudo e parece-me gostar daquilo que faz e ser uma pessoa bastante informada.


Agora, será que esperamos dos pediatras o mesmo que esperamos de um namorado? Que seja o primeiro a ligar? Que não demore muito a responder? Que nos ame tanto como nós o amamamos a ele?

Será que a pediatra da minha filha teria mesmo de ter dito mais alguma coisa? Teria de ter enviado mensagens ou ligado? Ou esperou que eu a procurasse, caso fosse preciso, como faço sempre? Será que sou demasiado exigente?

Até podia dar-se o caso de já não me poder ver à frente, mas acho que só recorro a ela quando acho realmente importante. Fui contar, 14 SMS em 12 meses. Nunca lhe liguei.

Serei assim tão chata? Será que ela estava só a dar um tempo? A verdade é que para mim aquilo foi como se o meu namorado se tivesse desinteressado de mim, logo na altura em que mais precisava dele. Abalou ali qualquer coisa na nossa relação de confiança, talvez por me sentir tão fragilizada naquela altura.

Agora, há distância de 3 meses e com a Isabel super saudável, esta sensação de abandono já amenizou um pouco e estou disposta a dar-lhe uma nova oportunidade. Mas, primeiro, vou fazer um casting para perceber se não posso ter um novo amor à primeira vista.

20 comentários:

  1. Olá,
    Se fosse comigo essa pediatra não tinha outra oportunidade! Teria alguma pena mas seria assim.
    A pediatra da minha Inês ( que tem 21 meses) até pode não responder logo na hora, mas responde sempre e pergunta pela evolução Inês.
    No ano passado até nos enviou um sms muito engraçado a desejar Feliz Natal!
    Espero que seja bem sucedida:)
    Bjs
    LC

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  2. Mudei de pediatra da minha filha exactamente por isso, não dava número de telemóvel, só o de casa, e nas únicas duas vezes que precisei dele, não consegui falar com ele. A que tenho agora é espectacular, atende-me sempre, embora eu só ligo mesmo quando já estou desesperada, o certo é que em 8 anos nunca tive que ir a uma urgência, pese embora que os meus filhos são bastante saudáveis,. Se a tua filha estava com uma pneumonia ela devia no minimo ligar para saber como ela estava, é para isso que pagamos, é no acompanhamento que têm que se diferenciar do público.

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  3. Pois eu vejo as coisas neste prisma: o pedi ou a pedi também tem vida/familia e outros pacientes, não estamos a falar de familia alargada ou coisa assim, é um profissional de saúde que está lá quando precisamos da opinião dele se a atenção dele perante os pacientes for mais «além» é bónus. Enquanto fizerem o trabalho deles que é diagnosticar algum problema nas consultas pelas quais pagamos acho que não são obrigados a dar mais que isso.

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    1. Obviamente que não são obrigados, como disse é um bónus, mas se podermos ter essa facilidade, acredite que em alguns casos é um bónus que vale bem a diferença. E estou bem ciente que os pediatras também têm vida familiar , era incapaz de ligar a meio da noite como fazem algumas pessoas, mas se estamos dentro do horário de expediente, e podemos evitar uma ida às urgências, porque não?

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    2. Eu percebo o ponto de vista de ser no expediente e nem me passaria pela cabeça fazer isso de telefonar de noite por exemplo, mas como percebeu é bónus se os pedi forem assim de proximidade com os utentes, é de louvar mesmo, mas acho que não é por o mesmo/a não ter perguntado pela evolução de algo que foi tratado por outro médico que «mate» logo a confiança no mesmo. Daí a blogger dizer que lhe vai dar uma 2ª oportunidade... Mas isto sou eu a falar que sou mãe de 2 meninos (um de 3 anos e outro de 5 meses - apenas levei ao pedi uma vez o mais velho)

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  4. Eu tenho uma pediatra espetacular, super ''sem problemas'', descomplicada, mas preocupada. A minha filha tem 2 anos e 6 meses, e pesa 11 quilos, percentil 20, mas a pediatra diz que olha-se para ela, está bem encarada, é muito activa, nao tem problemas de saúde, e que é toda proporcional. Confio nela a 100%, pode nao atender o telefone na hora, mas liga assim que pode, mesmo que tenha o telefone desligado quando recebe a mensagem a notificar a tentativa de contacto ela liga de imediato. Aconselho vivamente. Somos várias pessoas familiares e amigas com a mesma pediatra e todos adoramos... Quando ela se reformar, não sei o que vou fazer! :) Se quiser o nome e o local de trabalho posso facultar de bom grado. :) Boa Sorte!!!

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  5. Eu sinceramente compreendo o desespero de uma pessoa que espera algo da outra e essa não diz nada , no seu caso a pediatra da sua filha que lhe desejou apenas as melhoras qdo o que a Joana queria mesmo era alguém que se importasse e mostrasse esse sentimento... Estava no seu direito, mas a questão é que era uma pediatra privada, se não fosse muito possivelmente nem havieriam sms a trocar ... Por isso acho que temos que ver os dois laodos.

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  6. Se a pediatra sempre respondeu às expectativas e nunca decepcionou no acompanhamento da Isabel, se concorda com ela e confia nela, acho que deve mesmo analisar se vale a pena mudar de pediatra. Afinal ela conhece a Isabel desde que nasceu, e outro que venha estará em desvantagem nesse ponto.
    O facto de era não ter estado mais presente pode significar que não quis estar a incomodar num momento difícil e por saber que afinal estava bem entregue.
    A quantidade de pacientes que ela deve ter, se tivesse essa "atenção" com todos, não fazia mais nada, sei lá...
    Mas como A MÃE É QUE SABE, a mudança de pediatra, ou não, é uma decisão da mãe (e do pai) :-)

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  7. Se nunca a desiludiu, até essa altura, deve dar uma nova oportunidade, ela (a pediatra) poderia também estar numa situação difícil, na altura e essa ter sido a atenção (ainda que deficiente na perspectiva da empatia que necessitava nesse momento) de que dispunha para dispensar, eles (os médicos) têm vida própria e problemas como todos!
    Compreendo aquilo que sentiu, mas se foi um caso isolado e até esse incidente sempre tinha cumprido as suas/vossas expectativas e apesar de tudo, não tendo enviado o apoio ideal, desejou as melhoras da bebé, deve ter direito a redimir-se e a uma nova hipótese.
    :)
    Beijinhos

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  8. A pediatra conhece a Joana e a Isabel desde que esta nasceu. Só porque apenas desejou as melhoras e não disse mais nada, n vejo motivo para mudar. A Joana estava num momento difícil e queria mais apoio, mas se calhar se tivesse ligado pra médica, ela teria falado consigo. A médica tem família, mais pacientes, altura do Natal. Em tanto para pensar, não se pode lembrar de tudo e de todos. Até pode ter pensado em ligar, mas no momento não deu, foi adiando e acabou por se esquecer. Acho que merece uma segunda oportunidade. Se fosse num centro de saúde do público, nem as melhoras teriam desejado. :)
    Bjs

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    1. Desculpe mas não é por ser no centro de saúde que os médicos se preocupam menos e deixam de desejar as melhoras... Podem não fornecer o seu contacto pessoal mas não deixam de contactar os doentes para saberiam a evolução sempre que se justifique....

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    2. *saberem

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    3. Não digo que todos os centro de saúde são iguais, mas neste caso, onde vou com a minha filha, nunca ligaram, e já passei por algumas urgências. E até aconteceu, ligarem um mês antes para adiarem a consulta dos 18m dela pra dali a 3 meses. Ou seja, consulta dos 18 passou pros 20 meses.

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  9. Bom, aqui fica a minha opinião:
    Os pediatras têm centenas de doentes, o que significa que se tratarem os miudos quando alguma coisa não está bem e acertarem no diagnóstico e tratamento a maioria das vezes, e ainda forem atenciosos para com os pais, serão com certeza muito bons pediatras e dignos de confiança.
    Se estiverem contactáveis com telemóvel pessoal para quando houver algum problema, são, além disso, boas pessoas - portanto, a combinação ideal para escolhermos para tratar as nossas sementes!
    Um pediatra que tem tempo e disposição para, além de ver bem os doentes, me responder quando lhe pergunto alguma coisa, e ainda enviar-me mensagens para saber o outcome sem que eu o volte a contactar, deixa-me um pouco preocupada e fico com um top de 5 opções: 1 - tem poucos doentes (e poderá haver alguma razão para isso que eu não me tenha apercebido), 2 - não tem vida pessoal (o que também é preocupante), 3 - está a precisar muito de dinheiro e receia que eu o troque, 4- apaixonou-se por mim, 5 - é um anjo caído do céu com a capacidade de se desdobrar em mil e fazer isso com todos os seus doentes...
    Portanto, sendo a opção nro 5 a mais raramente encontrada nesta vida, embora perceba a ansiedade e necessidade de apoio que a Joana fala e que muitas de nós já sentimos, não vejo nada de errado em simplesmente desejar as melhoras e não voltar a incomodar/pressionar até que eu volte a dizer alguma coisa. É a pediatra dos miúdos - deve estar lá para prevenir, tratar, esclarecer duvidas médicas que tenhamos...muito mais do que isso nem é a sua obrigação, nem me parece saudável e tranquilizador.
    Por isso, se a pediatra até então não tinha dado sinal de ser má médica ou antipática que nem porta, acho que fazes muito bem em dar uma segunda oportunidade! A Sra provavelmente acompanha e trata milhentos putos afincadamente, ficando com pouco tempo para "atenções" que não tenham de facto impacto sobre a saúde e bem-estar das crianças (que é o caso aqui, já que a Isabel já estava a ser acompanhada por colegas dela num local com as condições ideais para isso). Ás vezes o perfeito é inimigo do bom, e trocar o certo pelo incerto também pode ser precipitado =)!

    Mas, como a Mãe é que sabe, termino dizendo que o mais importante é que a mãe consiga manter a mesma confiança genuína no pediatra, e deve decidir com base nisso!
    Beijinhos e boa sorte nos castings (se aparecer o tal anjo da opção nro 5 avisa!)! =)

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  10. Parece-me boa ideia dar uma segunda hipótese. Eu mudei de pediatra do JM aos 3 meses dele, já andava com farfalheira há uns dias e a coisa não passava. Mandei SMS, liguei varias vezes, só na 5 tentativa (liguei sempre espaçadamente) é que atendeu e nem pediu desculpas por não ter respondido antes. Eu ia ao privado mas ela fazia também Santa Maria, então disse-me para ir ter com ela no dia seguinte às urgências e para lhe ligar. Nessa noite mandei email à actual pediatra do JM e ela no dia seguinte antes das 9h já me tinha respondido. Já falhou comigo por eu mandar mails em vez de ligar! E atende sempre o tlm mesmo que esteja em consulta. Não tenho razão de queixa e ela é super descontraída, como eu gosto. Só não me pareceu valorizar tanto a amamentação. Mas pronto...

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    1. * ralhou, e não falhou!

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    2. "Atende sempre o telemóvel mesmo que esteja em consulta".
      Bem, se fosse eu a estar nessa consulta não ia achar muita piada ao facto de a pediatra estar a atender outros pacientes na hora em que, supostamente, deveria estar a atender o meu filho, com a devida atenção, hora essa que estaria a ser paga por mim. :/
      Lá está... é tudo uma questão de perspectiva!

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  11. "À distância de três meses" :)

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  12. Boa noite! Sou pediatra e não posso deixar de comentar este post. Sigo dezenas de crianças com preocupação e atenção e comunico com os pais sempre por SMS e e-mail. Todos os dias algum pai tem uma dúvida, o filho doente ou alguma pergunta para fazer. Há dias em que tenho mais de 10 mensagens para responder. E respondo porque é esse o meu papel, embora mais nenhuma outra especialidade faça isto. Se tiver uma queixa gástrica foi a uma consulta de Gastro. Se tiver uma lesão na pele marco uma consulta de Dermatologia. Não mando um SMS. Mas tudo bem... Deixei de atender telefonemas quando percebi o que isso interferia na minha vida privada e como se tornava intrusivo. Trabalho num hospital público 40 h por semana no mínimo e num consultório particular 2x por seman. Tenho marido, 2 filhos pequenos, compras para fazer, casa para limpar, amigos e família, como toda a gente. E portanto trato os meus doentes e os seus pais como aquilo que são. Meus pacientes. Nunca amigos pessoais. Eles certamente os terão, como eu tenho os meus. Cada um com o seu papel. Senão certamente vou falhar... E mais, se eu fosse sua pediatra e lesse este post era eu que não queria mais ser sua médica. Porque alguma coisa correu mal aqui...

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  13. É por estas e por outras que se houve muita gente na faculdade de medicina que diz "pediatria nem pensar, não há pachorra para os pais". Entendam, ela é uma profissional não é amiga pessoal da Joana nem da familia, é pediatra da Isabel. Enquanto profissional não disponibilizo o meu contacto pessoal, e se fosse pediatra apenas disponibilizaria o do consultório. Sinceramente, acho que o facto de ter desejado as melhoras já foi um grande gesto de atenção e preocupação.

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