3.29.2015

Do cuspo.

Mete-me algum nojo. Há pessoas que quando nos beijam na cara, deixam bocadinhos de cuspo, que reservam nos cantinhos da boca, nas nossas bochechas. Tenho de, discretamente, limpar a cara com a manga da minha camisola.
Há pessoas que quando falam connosco fazem cair uma chuva de perdigotos e não há muito que possamos fazer a não ser, discretamente, distanciarmo-nos.
Há pessoas (homens) que cospem para o chão e por sorte não nos acertam nos sapatos. Já tive de dizer alto e bom som "que nojo!" e "que porcaria!" e até já fiquei tão mal disposta que me ia vomitando.
Há homens brejeiros que gritam do alto dos seus andaimes: "fazia-te um pijaminha de cuspo" e naquela hora desejo que se engasguem com saliva.

Nunca tive uma relação muito boa com o cuspo dos outros. Até ser mãe. Acho que quando somos mães a nossa relação com os corpos, com os excrementos, com os cheiros e com o cuspo se altera. Até me imagino a fazer aquela coisa nada higiénica de molhar a ponta de um dedo com cuspo dela para limpar qualquer coisa na cara dela. Estão a imaginar?


Esta converseta toda é no fundo para justificar esta fotografia, que queria muito mostrar-vos. Nesta imagem a Isabel está a fazer a bolinha de cuspo mais fofa da história e a meter-se comigo, vê-se bem pelo sorriso no olhar. Que coisa mais linda esta minha filha e que pequenina aqui (tinha 4 meses e ainda sabíamos o paradeiro da Camila - a boneca ao lado).

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