1.25.2016

Quando comecei a perder a sanidade (ou a ganhá-la)

Apesar de ser a outra Joana que está grávida (a Joana Paixão Brás), estou eu a falar sobre isto, não se confundam. 

Com a gravidez da Joana, tenho tido inputs para me lembrar mais da minha gravidez (sinto que, desde que a Irene nasceu, que ainda não tinha tido tempo para isso). Uma das coisas que me lembro, além de ter sido, desde o início, extremamente idealista (queria que o Frederico me visse a tomar o Folifer porque era algo que devíamos fazer em família - sim, eu sei haha) é dos sonhos. Lembro-me dos sonhos esquisitos. 

Todos temos o nosso processo de integração de uma decisão importante na nossa vida. Sinto que decidi querer ser mãe com o coração mas que o meu cérebro precisou dos 9 meses para se preparar (e o meu corpo também, sim, apesar de não se ter preparado grande espingarda que dilatar não foi coisa para ele, filho da mãe).

Andei super feliz a tentar engravidar. Fazíamos amor todos os dias (wrong! - dicas para engravidar como gente grande aqui) e eu andava já com um brilho especial por saber que estava a cozinhá-las (não era sebo, não). Sempre que sabia que não estava grávida - porque passava todos os dias a convencer-me que já estava enjoada, inchada e que até já sentia pontapés - ficava triste, triste como se algo me dissesse que não merecia. 

Quando soube que sim, já estava, chorei de felicidade. Já estava. No dia seguinte, não. Entrei logo em pânico: o que fui fazer à minha vida? Não há volta a dar! Será que pensei bem nisto? Será que mereço ser mãe? Será que consigo fazer com que o meu bebé seja tão feliz quanto merece? E agora? 

Aos poucos a paranóia e a ansiedade foi dando lugar a uma calma de quem está naturalmente preparada para desempenhar esse papel. Mas! Mas, não sem antes, ter uns milhares de sonhos esquisitos. 

Sonhei com tudo aquilo que possa ser minimamente associado ao nascimento de uma criança: flores a desabrochar, amamentação, tudo. Bebés. Imensos bebés em todos os meus sonhos. Era o meu cérebro a aperceber-se do que aí vinha. Esses sonhos continuaram depois, todas as noites. Ela já nascida e o meu cérebro a trabalhar: tu tens uma bebé, agora és mãe. 

Acabou o processo. Já cá está tudo dentro. Sou mãe. Enquanto que dantes parecia que ela passava demasiado tempo acordada (parecia que não tinha tempo para mim), agora sinto que dorme muito. A nossa vida já está adaptada, já não custa, já não estou a fazer luto nenhum pela vida anterior e a actual. Já está. 



Tanto sonho, tanto sonho que tive. Agora voltei a ter alguns porque inscrevi a Irene no colégio e é uma nova fase de mentalização. 

Sou eu? Vocês também sonham muito? 

8 comentários:

  1. Eu sonho imenso e o mais caricato é que são quase sempre sonhos surrealistas e bizarros.
    Aproveito para sonhar acordada e praticar a lei da atração.
    Sobre ser mãe sonhava mesmo muito mas a realidade em nada se parece com aquilo que sonhei. É, de certa forma, melhor! Não chorei quando soube que estava grávida, nem quando a minha filha nasceu. Mas chorei de felicidade e surpresa (chora-se de surpresa?!) quando ela deu a primeira gargalhada. Agora sim, sou mãe, completamente mãe, e com cada vez mais vontade de ser mãe novamente e de conhecer a minha próxima filha. :)

    ResponderEliminar
  2. Joana, como me identifico com o teu texto! Eu própria não diria melhor. A única diferença entre nós está no processo de "engravidamento": eu fiz amor todos os dias (o meu marido achava que era por aí que lá íamos) e a verdade é que, de ambas as gravidezes foi trigo limpo, farinha Amparo! Pumba, gravidíssima! Claro que nem tive tempo nenhum para me habituar à ideia, muito menos tempo de me arrepender e dizer "Epá, podíamos esperar mais um bocadinho e tentar pró ano!". Por isso começaram os sonhos estranhos, com unicórnicos que dão puns de purpurina, etc.
    Agora vem aí o próximo o miúdo que já cá anda a espalhar charme (e migalhas) não me deixa tempo para sonhar com unicórnios...

    ResponderEliminar
  3. Eu deixei a pilula e a fazer as contas à vida do género, daqui a três meses devo engravidar e tal. Que quê... foi logo no mês seguinte. Resultado?? Ataques de ansiedade!!! Ai jasus e agooooraaaaaaaa?? Coitado do meu marido, o que ele sofreu comigo. Teve bastante paciência. Surgem cada dúvida que agora até me desfaço a rir. Será que vou acordar com o bebé a chorar? (aiiii se vaaais!!), será que vou ser boa mãe? Será que vou saber se tem fome? etc etc. Por isso é que dizem que o primeiro filho é de cristal e o segundo de borracha :)))

    ResponderEliminar
  4. Também sonho muito. As vezes acordo mais cansada, do que quando fui dormir, de tanto sonhar. até podia ser uma coisa boa se fossem bons de sonhos. Mas a verdade é que sonho sempre com mortes. A minha ou de alguém próximo ou até mesmo de pessoas que nunca vi. Se não sonho com mortes sonho com monstros . WtF ??? Não intendo a minha cabeça.

    ResponderEliminar
  5. Eu sonhava com cavalos nas duas gravidezes. Também sonhava com um dos meus avós (está vivo).

    ResponderEliminar
  6. Eu sonhava com cavalos nas duas gravidezes. Também sonhava com um dos meus avós (está vivo).

    ResponderEliminar
  7. Muitos sonhos! Inclusive com bebés meninos 4 ou 5 dias seguidos, antes de saber que estava grávida, mas já estava. E de um menino! E durante a gravidez tive sonhos que não lembravam a ninguém, tanta criatividade... E depois do nascimento também, as poucas horas de sono eram passadas a sonhar com mil e uma coisas. Gostei da tua teoria, é o cérebro a adaptar-se, agora já está! E é tão verdade esse luto...

    ResponderEliminar
  8. Ana Sofia1:06 da tarde

    eu sonhava muito com formigas.... nao sei porque!! sentia que as formigas andavam na minha cama e que me percorriam o corpo todo sem que me pudesse mexer....

    ResponderEliminar