Olhem, fiquei espantada comigo própria. Até diria chocada. Aliás, vou dizer: chocada!
Nunca me considerei uma pessoa muito ciumenta, sou apenas muito rígida nalgumas das minhas opiniões - demoro mais tempo a ouvir e a considerar mas, quando mudo de opinião, não tenho vergonha de dizer.
Neste assunto, porém, ainda não consigo ser muito flexível: quando toda a gente sabe que existem regras e decidem não as cumprir, não podemos agir como se tal fosse normal.
Vou ser mais directa: ciúmes, ex-namoradas, etc.
Quando uma ex-namorada entra em contacto com o ex-respectivo, sendo que este está numa nova relação e não existe nenhum motivo para manter contacto, é porque está a pedir estrilhinho. Se não estiver, pelo menos estará a fazê-lo sabendo que corre esse risco. Não me venham dizer que há mulheres que falam com ex-namorados (fora situações excepcionais em que são todos amigos, etc) e que não têm ideia de que tal possa vir a causar alguma coisa. É sempre uma escolha. E quando escolhem estar-se a borrifar, fico cheia de calores. Não é pelos ciúmes, é porque sinto falta de respeito. Acho que não devíamos ser porcalhotas umas para as outras e devíamos facilitar a vida de todos. Ninguém gosta que as ex se metam ao barulho, para quê fazer aos outros... blá, blá.
Acreditem que não tem (tenho mesmo quase a certeza que não) que ver com insegurança. É só porque sinto que há má vontade e desconsideração. Não por mim em concreto porque, em princípio, não serei conhecida da fêmea anterior, mas pelo meu género, por nós próprias.
Não vivo naquele mundo perfeito em que todos devamos e possamos ser amigos uns dos outros.
Aliás, não imagino motivo algum pelo qual deva manter na minha vida uma pessoa com a qual a única ligação que tenho a priori é saber mais coisas que eu sobre a pessoa de quem gosto.
Não deu? Siga. Todos.
É esta a minha perspectiva, mas tal só é possível se toda a gente ficar muito bem resolvida e conversada e tal depende muito da maturidade de cada um.
Posto isto, sempre que vinha à baila alguma coisa que pudesse não ter que ver comigo tipo:
A - Já viemos almoçar aqui.
B - Nope.
A - Não te lembras?
B - Não foi comigo.
C - Vimos este filme e gostaste muito.
D - Nope.
C - Vimos, vimos, no El Corte Inglés.
D - Nunca fui ao El Corte Inglés na vida.
Nestes casos, eu não conseguia ficar calada e ia até à ultima das consequências para saber quem onde porquê e quanto (ahah brincadeira).
Agora já me estou a borrifar. Quatro anos depois ou lá o que é, nem é pela maturidade da relação, creio ser pela minha.
No entanto, não estava à espera desta.
Fomos ao hipermercado no outro dia e, quando estava a escolher o meu champô, ele disse: "compra este, adoro o cheiro, é dos melhores e cheira mesmo quando o cabelo está seco, é o meu preferido.".
Eu pensei: "olha que fofo, ele a escolher o meu champô, vou levar este para ele ficar contente".
E fomos para as fraldas. De repente saiu-me "eish, nem te perguntei quem usava o champô!". E a verdade era essa. Já não importa. Quero lá saber qual das outras usava que champô, o meu marido gosta daquele cheiro, não me importo de usar. Passa a ser o champô da esposa. F*ck you b*tches - sim, aquela maturidade de que falei haha.
Estou orgulhosa de mim. Não que tenha feito algum esforço neste sentido, mas chegar a este patamar é mesmo sinónimo de quem está bem com a vida. Eu estou e até uso o champô dela, seja ela qual for ou quem for.
Agora... não escrevi a marca do champô não vá a moça ler isto e ficar contente.
Estamos bem, mas não estamos parvas ;)