5.08.2017

Antes de sermos Mães somos Mulheres e quem diz o contrário está a mentir.

Era tema para horas de discussão, mas acompanhem a minha reflexão e depois decidam por vocês.

*fotografia Ties para a campanha da Zilian

Acredito que para as mulheres que, antes de serem mães, não iam ao cabeleireiro, não frequentavam um ginásio, não sentiam necessidade de ter tempo só para elas de qualidade e fora de casa, não eram fãs de jantar fora ou de uma ida ao cinema, não tinham grande vida social e não tinham assim grandes interesses fora do trabalho ou da relação, não é no pós-parto que vão sentir essas necessidades. 
Para quem gostava de programas e se cuidava, o pós-parto pode ser um grande filho da mãe. Enquanto andamos ali inebriadas com o cheiro do bebé, com aquele quentinho, aquele colo que lhes damos mas eles também nos dão, com aquelas descobertas - e aquele sono e cansaço - tudo o que não nos apetece é ter Mundo. Aquele é o nosso Mundo. É tudo demasiado intenso para querermos colocar mais coisas na equação e está bom assim. Mas, depois que passa esse furacão (cada mãe terá os seus timings e as suas necessidades, claro), começa a apetecer-nos espairecer. Para umas, será um jantar a dois, um encontro de amigas, uma ida ao teatro, uma hora por semana num ginásio, ou duas ou três. Para outras serão umas férias num sítio bem longe. Para outras, meia hora numa banheira é suficiente para se evadirem e relaxarem e voltarem à carga. 

É certo que passamos a fazer mil programas onde os podemos e queremos incluir, mudamos muita coisa, recusamos muitos convites, mas também sabe bem, de vez em quando, não andar com as malas e as fraldas atrás.

No pós-parto da Isabel, achei por bem ir uma vez comprar roupa à Primark e à Zara tinha ela umas 3 semanas e correu tudo bem. Sempre a olhar para o telemóvel, chamada ao David, tudo controlado. Mas depois achei boa ideia ir a um concerto, teria ela mês e meio. Justin Timberlake. E umas mamas completamente a rebentar pelas costuras, um desconforto gigante, idas à casa de banho para tirar o excesso e aliviar e enfim - não aproveitei grande coisa, não. Além disso estava quase sem bateria e em stress. Percebi que não era hora para grandes aventuras. Depois, ao fim de 9 meses, achei boa ideia irmos passar um fim-de-semana fora. Primeiro dia, perfeito. Segundo, a falarmos muito nela. Terceiro já desejosos de vir embora (parecia que estávamos a adivinhar que estava a ficar doente). Apesar de agora não me parecer uma excelente ideia, lembro-me de na altura precisar de espairecer e nada fazia prever que ela ficasse assim. Adeus culpa, não preciso de ti agora para nada. 
Lembro-me também de ter começado a trabalhar demasiado cedo (aos 3 meses) mas de, depois de muito choro durante vários dias (e quase mastites, por não conseguir extrair leite em reportagem), lá me conformei. Até me sabia bem estar com adultos, ter outros interesses e recordo-me de não invejar a parte das sestas da Irene (a Joana estava em casa com ela) e nem me imaginava em casa com a Isabel tanto tempo. Depois os meses foram passando e fui percebendo que estava tudo a ir depressa demais e que estava a perder muita coisa do crescimento da minha filha e que não ia querer perder da segunda.

Como sabem, dei uma volta de 180 graus. Estou em casa e estou a gostar muito de estar perto da minha filha estes quase 12 meses. É um privilégio. MAS, já senti necessidade de fazer coisas PARA MIM. De ter TEMPO para mim. Sem ter de estar preocupada com fome/sono/brincar. Sem ter de estar alerta. Acho saudável até termos vontade de descansar a cabeça, de trocar o chip, de nos mimarmos. Se tivesse mais ajuda, já o teria começado a fazer há três ou quatro meses. 

Foi agora, aos 11, que se proporcionou: Luísa entregue a uma pessoa de confiança, cá em casa, duas horas à 2a e duas horas à 5a para eu poder ir ao GINÁSIO. Comecei há uma semana e estou a adorar. Precisava mesmo disto. Tenho noção de que nem toda a gente poderá dar-se a esse luxo (para elas farei vídeos e darei dicas para treinarem um bocadinho em casa, fica prometido), mas, caso possam, força nisso. 

Pude dar este passo, estou feliz, feliz, feliz, a adorar o ginásio, os instrutores, o banho pós-treino (que sensação maravilhosa), o chegar a casa e tê-la bem, sorridente e a vir para o meu colo, toda feliz. 

Era isto que me faltava para ser FELIZ e eu não sabia. Ter um escape, limpar a cabeça e ter objectivos que não só os de fazer a minha filha feliz (apesar desses objectivos me darem também a mim muita felicidade). Antes de ser Mãe, era Mulher. E é bom voltar, aos poucos, a ter outros objectivos: neste caso, ser mais saudável e, claro, ter um bumbum mais firme. :) #operacaocoracaofortebumbumfirme

Estou no Scape, em Santarém, e quero aproveitar essa hora para treinar e para o combíbio! Se mais alguém alinhar ou por lá andar, é dizer, para darmos dois dedos de conversa entre agachamentos. :)







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5 comentários:

  1. Obrigada por este texto Joana. é tão bom e importante saber que há por aí mais mães que adoram os seus filhos mas que sentem que precisam de tempo para elas.... porque além de mães somos mulheres, precisamos de uns mimos de vez em quando... é tão bom para o ego e para a mente. Além disso se não estivermos bem psicologicamente isso reflecte-se no nosso comportamento com os filhos (- paciência).

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  2. Viva! Li com atenção o que escreve e em grande parte concordo, mas... não consigo concordar com o primeiro parágrafo.
    Antes de ser mãe, não ía ao cabeleireiro, também nunca fui de ir ao ginásio, e ter tempo de qualidade fora de casa ou dentro de casa era irrelevante (dependia de mim e apenas de mim)!!
    Após o nascimento dos gémeos e da filha com pouco tempo de intervalo, posso garantir-lhe que se tornou muito mais importante ter esse "tipo de tempo"!!!
    Acredito eu que ter filhos muda realmente tudo, inclusivé as nossas necessidades enquanto mulheres :-)

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  3. Adorei, é mesmo isto. Quem diz o contrário não estará de certa forma a anular-se? Não é bom que haja tempo para tudo? Uma coisa é não se ter disponibilidade nem ajuda, mas em tendo, em conseguindo, acho muito estranho quem opta por não o fazer. Uma vez por outra, sabe tão bem!

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  4. Concordo em pleno. Mães mas acima de tudo mulheres. Ter tempo para nós melhora o nosso estado emocional e amor pelos filhos mantém inalterável. Se eu me sentir bem comigo própria certamente vou ser melhor mãe. Quando estou com os meus filhos estou em pleno, de alma e coração! No meu blog falo tenho um post qye reforça a importancia de ser mãe e mulher! Intitula-se sou mãe e também cuido de mim. Convido a uma visita www.purpurinasepodefada.com

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