Não estou já nesta onda negativa, mas quero aproveitar a minha experiência para também resumir um bocadinho o que se passa, se calhar, com todas nós.
A Irene esteve doente recentemente - ainda está a melhorar - e estive o tempo todo a pensar na quantidade de coisas que me enerva ou que me deixa triste. Claro que, pondo já de parte a questão de os ver doentes e de nos sentirmos impotentes.
- O Brufen lhe arder na língua
Ou a miúda tem a lingua geográfica como eu ou então passa-se alguma coisa com o brufen porque até já experimentei misturá-lo n um puré de fruta e ela dá sempre conta. Há algo no Brufen que lhe pica a lingua.
- Ser super intrusivo pôr supositórios
Não acredito como é que a alternativa ao xarope é dizer "vá, tem que ser" e por-mos-lhe algo no rabo e termos que apertar as nádegas. Nunca me sinto confortável com esta situação. Claro que me salva a vida quando ela acabou de ter uma convulsão, mas nem aí gosto muito. Tenho más recordações e o acto em si é terrível, parece-me.
- A treta dos paninhos tépidos
O terror de ter que lhes por os paninhos nas axilas ou na testa para baixar a febre. Não consigo. Imagino-me com aquela temperatura toda a obrigarem-me a mergulhar numa piscina. Não faz sentido. Baixo a temperatura do corpo artificialmente, mas o corpo continua a precisar da febre alta, ajuda em quê? Mais depressa a ponho no banhinho em água morninha e vai esfriando...
- Ter que acordar para dar antibiótico
Aqui não há grandes hipóteses, é assim que funcionam. Tem que se dar os antibióticos a horas, mas caramba. Os miúdos já estão doentes, estão a descansar e além de termos que os acordar... ainda é para despejar um líquido cheio de coisas pela guela abaixo...
- Não conseguirem respirar
Dormi com ela desta vez, na minha cama, com ela doente. Ouvi-los sem conseguirem respirar e sem podermos fazer grande coisa, a não ser levantar a cabeceira, acordar para assoar, por umas gotinhas. Que nervos.
- Ela não conseguir mamar
Na altura em que tenho ainda mais vontade de a ter contra mim, de lhe dar miminho (à nossa maneira - claro que há outras) ela não consegue respirar. Por isso dá duas mamadelas, fica irritada e desiste.
- Não comer
Eu quando tenho febre também perco o apetite, mas não os ver a comer é aflitivo. Não obrigo, ponho-me no lugar dela. Porém, além de a ver tão cansadinha e doente, vê-la emagrecer aos meus olhos ou pegar-lhe no pulso e já não sentir tanta xixa, deixa-me... de rastos também.
- Ter que ficar em casa
Adorava haver uma hipótese das crianças com febre poderem andar num sítio qualquer e poderem brincar com outros meninos sem se contagiarem uns aos outros. Como se a vida continuasse com a hipótese de ser igual, mas mais calma. Sem prejudicar os outros bebés, claro. Nunca poria a Irene com febre ao pé de outras crianças.
- Ter que lidar com a merd* dos bitaites
Já não chega termos o coração nas mãos, estarmos sempre alerta, estarmos a dar o nosso melhor em tudo e ainda temos de defender as nossas posturas perante terceiros. O papel de quem nos ama ou apoia, nestas alturas deve ser para nos sossegar e apoiar e não para discutir seja o que for. Eu, mãe de criança com convulsões febris, não dou antipiréticos sempre que passa dos 37º. Dou sempre que a vir muito desconfortável porque febre não é doença, é sintoma e a febre é a maneira como o corpot enta resolver o problema. E mesmo com o efeito de antipiréticos há convulsões, não impedem minimamente que tal aconteça. Simplesmente prolongamos a doença neles e anulamos a reacção natural e positiva do corpo. Porque "a mãe é que sabe" mas também pode estar enganada, nestas alturas passa-se a informação e sai-se de cena e não se incomoda mais.
- Ter que fazer relatórios a toda a gente
Percebo perfeitamente que toda a gente queira saber como estão os netos, bisnetos, filhos, sobrinhos, primos... mas aqui pelo meio existe uma mãe que está preocupadíssima, a fazer malabarismo para conseguir brincar, cozinhar, tratar, mimar uma criança (no meu caso que, quando a Irene está comigo, sou só eu ainda pior). Se puderem falar uns com os outros sempre é mais fácil ou, então, ter paciência, calma e compreender.
- As limpezas ao nariz e a negociação dos medicamentos
Estes procedimentos super desconfortáveis não tornam as coisas melhores, sniff.
Pronto. Apeteceu queixar-me. Já me sinto melhor. Mais alguma queixa?
e
É horrível e nunca me hei-de habituar. Para baixar a febre tb não uso paninhos - lembra-me aqueles filmes q retratam alguém a morrer na Idade Média! Nem banhos de água fria. Simplesmente pôr só um bodie ou camisolinha e mts líquidos. Supositório eu costumo untar com óleo de amêndoas doces e zuca lá pra dentro. Tem de ser pq é o método mais rapidamente absorvido pelo organismo. Relatórios para a família? Tenham paciência. É uma questão de saber priorizar. As melhoras para a Irene e calma para o coração de mãe. O pior já passou. Um beijinho
ResponderEliminarAntibióticos ou outros medicamentos em xarope, durante a noite, dou sempre com a seringa. Ela nunca acorda :) beijinhos e as melhoras da princesa. Cristina
ResponderEliminarTemos o mesmo problema cá em casa com o Brufen. Até estou a pensar dar-lhe outro xarope de ibuprofeno (acho que há um com sabor a morango) a ver se ajuda. Sobre os supositórios, idem aspas, mas houve quem me sugerisse colocar vaselina na pontinha que ajuda muito. Não precisei ainda de experimentar. Já experimentaste?
ResponderEliminarAcontecia aqui em casa o mesmo com Brufen. Mudei para o Nurofen e resultou.
ResponderEliminarOlá Joana! Não costumo comentar, mas hoje sinto que tenho que partilhar consigo... como a compreendo! No ano passado, a minha filha esteve doente, sem diagnóstico, uma "virose"... sem febre, mas também sem comer... 2 semanas quase sem comer... emagrecia a olhos vistos... sem forças para brincar... chorei todos os dias... levei-a a um oncologista pediátrico... e numa tarde, pediu-me batatas! Recomeçou ( ou melhor, recomeçamos) a comer... um dor inexplicável! Para um pai/mãe, a doença de um filho/a é sempre caso de vida ou morte, há sempre em nós uma ameaça de perda... beijinhos e que a Irene fique melhor!
ResponderEliminarDe lhe o iburon em vez do brufen. A minha filha também não suporta o brufen. O iburon faz o ifeito igual ao brufen e o sabor é muito melhor.
ResponderEliminarTambém concordo que o supositório é super intrusivo. Mas há coisas que nos trocam as voltas. Tive um segundo bebé que desde que nasceu não faz cocó sozinho. E não tenho outro remédio a não ser estimular o rabinho todos os dias... Não estava preparada para tal, mas com muita força isto há-de passar. Melhoras para a Irene.
ResponderEliminarTruque da Maternidade Júlio Dinis/CMINPorto: Um frasquinho de glicerin liquida comprada na farmácia, uma seringa pequenina, colocar um pouquinho de glicerina na seringa introduzir o glicerina e é só esperar que faça cocó....passa dos uns segundos começa a puxar...e como disse a enfermeira que me ensinou, a glicerina é inócua e não há agressões no rabinho com cotonetes, termómetros e outras coisa que tais e que segundo ela nao devem ser usados.
EliminarEu desisti de dar o ben-u-rom em supositório. Ela não deixava e eu sentia-me mal por ter que forçar (isto a partir dos 2, doi e meio de anos). Comecei a dar o beu-u-rom em xarope. Nunca mais tive chatices. :)
ResponderEliminarSolidária com essa história dos relatórios! Os que telefonam e "cobram" porque não ligamos, porque não atendemos... e estão tão preocupados. Odeio cobranças. È que vai directo para a lista negra,
ResponderEliminarEu quando tive luz verde do médico para trocar o brufen em supositório pelo xarope também mudei. Aquilo era uma guerra e eu também odiava ter de força-la!
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