2.18.2019

Quero a minha mãe!

Opá, eu sou das que não gosta de pedir ajuda, que gosta de se imaginar toda independente e toda survivor mode. Quer dizer, não sei se gosto, se é aquilo a que me habituei. Seja como for, há coisas que mesmo com 30 e tal anos (quase 33, que horror) devia ser a nossa mãe a tratar. Não estamos preparadas emocionalmente para isto.

Tive que ir tirar o siso. Demorei só 6 anos até ir tirar. Porquê? Porque não tinha ninguém que me obrigasse. Então, claro que fui protelando. E posso dizer que, se nunca parece um bom dia para tirar o siso, agora aos 32, tendo de tomar conta de uma filha de 4 anos e com duas reuniões importantíssimas amanhã (vêm aí novidades por aquiiii), não é o melhor timing. 

Na semana a seguir começo a gravar o programa que vou ter com uma pessoaaaa (que ainda não vou relevar) para o canal Maluco Beleza do Unas (viram-no no Lip Sync?) e, por isso, não me posso dar ao luxo de parecer um esquilito inflamado, vá.

Isto também me fez reflectir sobre outra coisa que aconteceu ontem à noite. A Irene estava a falar do quanto ela costuma acordar irritadiça e que é por culpa dela. E eu tive que lhe explicar que é por não dormir o suficiente. Que pela maior parte dos miúdos da sala dela não precisarem de sesta que já não há essa rotina. E ela disse que, então, era por ela não querer dormir a sesta que acordava irritada. 

Expliquei-lhe que sou eu quem manda. Que independentemente do que ela querer, quem decide se ela faz a sesta ou não sou eu e que, por isso, além de ser expectável que acorde irritada quando dorme pouco, de certeza que não é da sua responsabilidade. 

Senti o alívio dela. 

Ela que aproveite em quanto tem quem mande nela, não é?

Já agora, ficam aqui com a maneira mais parva que arranjei de segurar o gelo para vos escrever este post. 



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2.17.2019

Ter mais filhos: sim ou não?

Eis a questão. Ter mais filhos: sim ou não? Aqui as Joanas tomaram, para já, decisões diferentes, que saltam à vista. A Gama tem uma filha, a Irene e a Brás tem duas, a Luísa e a Isabel, mas até gostava de ir ao terceiro (não para já). O que as levou a escolher ter um ou dois filhos? E será que ficam por aqui?
Elas, que sou eu e a outra que aqui não há quem escreva por nós (ainda eheh), explicam neste vídeo:


E vocês são #team1filho ou #teammaisfilhos ?
Aventurar-se-iam por mais do que um filho ou estão cansadas? Ou são outras as razões? 
Queremos saber! 

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2.14.2019

Depois do divórcio, ela quer juntar a família... o que fariam?

Como algumas de vocês poderão saber... o pai da Irene e eu divorciamo-nos. As coisas correram da forma mais tranquila possível e ambos ficamos muito mais felizes com esta decisão. Sendo que aqui não é "ambos os dois", mas "ambos os três". 

Podem ler aqui tudo o que já escrevi sobre o divórcio no blog. 

No outro dia, dois anos depois (acho que sim), a Irene perguntou ao pai quando a veio buscar cá a casa por que não punha o carro na garagem e voltou-se a explicar. 

E cada vez mais quer ver a família junta e propõe isso mesmo. Hoje, quando a deixei de manhã, implorou para que a fosse buscar e que os avós também e que fossemos todos jantar. 

Damo-nos todos muito bem. Neste caso, a "família" eram os avós maternos, eu e quem está comigo e também o pai. 



Porém, o pai acha que devemos só estar em conjunto (com ele incluído) nos momentos especiais, para não transmitir a mensagem "errada". Claro que sabendo que o pai não está confortável com a situação (por não achar adequado), não vou insistir e não se fala disso, mas... na minha opinião, não concordo. 

Acho que ela sabe que o pai e a mãe não estão juntos, que não são namorados (é o que lhe dizemos "o pai e a mãe são muito amigos, mas não são namorados") e o irmos jantar ou almoçar juntos, sendo que até eu irei acompanhada, ela perceberá o lugar de cada um e que todos juntos funcionamos como uma família. 

Mas claro que é delicado e há que respeitar. São formas diferentes de ver e de fazer as coisas. 

Nunca pensei que, divorciando-me um dia (que nem nunca pensei ser mãe, nem casar) que seria destes ex-casais que não se importaria de aparecer em conjunto nestas situações. Sempre achei que era confuso e desnecessário. Não sinto isso agora. Acho que estou em paz e quero que a Irene sinta que tudo se junta em torno dela, naturalmente. 

Conhecem situações semelhantes? Como fazem vocês? 




2.11.2019

Namorar sem os filhos.

É possível namorar com os filhos por perto? Claro que é. Há quem nem queira outra coisa. Quem sinta que a família tem de ser sempre família e andar sempre junta. E que se pode namorar quando eles já dormem ou até enquanto estão acordados e que isso é suficiente.

Há quem gostasse de ter momentos a sós mas não possa. Quem não tenha com quem deixar os filhos e não tenha uma rede de apoio.

Mas acredito também que talvez haja quem não quer porque já não o sabe fazer. Porque tem medo. Já não sabe como se confrontar com uma intimidade sem interrupções ou até de lidar com o silêncio. Já perdeu o rasto do que era, do que eram, antes de terem filhos. "Há 10 anos que não vou ao cinema com o X", ouvi. E pus-me a pensar que, naquele caso, não seria por falta de opções nem por falta de disponibilidade da família, nem falta de dinheiro. Do que seria então? Acho que quando nos desabituamos de fazer algo, passamos a deixar de lhe sentir a falta.

Para mim, namorar é preciso. Mesmo que sem viajar, mesmo que sem sair do país ou até de casa. Claro que andamos, nos primeiros tempos, completamente às apalpadelas e às vezes nos esquecemos do resto. Claro que há outras prioridades. Mas, em pequenas coisas, é importante não deixar esmorecer a paixão. Ou não a deixar apagada durante muito tempo.

Para mim, (continuar a) viajar sem filhos sempre foi uma coisa que eu quis fazer, caso pudesse. Eu sou das que adora viajar com elas (apesar de ainda não nos termos aventurado para fora da Europa: ficámos por Dublin, Barcelona, Londres, Paris) e não entendo bem o argumento do "são tão pequeninos que não se vão lembrar de nada". Discordo com todas as minhas forças. Acho que eles absorvem a nossa felicidade, os cheiros, os sons e as diferenças. Fica lá sempre qualquer coisa.

Mas também gostei muito quando fomos os dois a Praga (apesar de depois, ter encontrado a Isabel doente e ter demorado uns três anos até conseguir ir para fora sem filhas de novo). Ou de quando fomos os dois a Madrid, já tinha a Luísa quase dois anos. Foram 3 dias que nos souberam divinalmente. Desta vez fomos até São Tomé. Ainda esta semana escreverei um post sobre estas férias que nos mudaram para sempre. E saí dali a pensar na próxima, desta vez com elas. Não sei quando será, que já estamos a esgotar as fichas para 2019. Por mim era já em março. Viciozinho bom! Não tenho com roupas nem sapatos nem perfumes nem malas nem cigarros... tenho com o mundo.

E havemos de fazer mais viagens sem filhos. Uma por ano, se pudermos. Namorar é preciso. Aqui ou em qualquer outro lugar. Naqueles minutos em que os pés se cruzam. Apesar de ele gostar de dormir com os pés de fora e eu, mesmo de meias, tenho-os sempre gelados. Apesar de ele gostar mais de filmes de super heróis e de ficção científica e eu de romances históricos. Apesar de eu ser mais de sonhos e ele de coisas palpáveis. Naquilo que é importante cruzamo-nos e caminhamos de mãos dadas. Prometi-lhe, estava ainda grávida da Isabel e ele dormia, que não me iria esquecer de nós os dois. Somos o início de tudo. Até ao fim.



O pior de ter dois filhos são as BRIGAS!

Antes da Luísa nascer, eu achava que o difícil iria ser dar atenção às duas. Tinha até receio de não amar tanto o segundo filho como o primeiro (como assim amar alguém como amava a Isabel? Parecia-me impossível, de tão arrebatador que era aquele amor). Ou então o pior de tudo seriam as doenças que andariam a passar entre elas, tipo batata quente. Ou as noites. Mas não.

Chego à conclusão que o que me desgasta mais de tudo é gerir a relação entre irmãos. Com idades próximas, a disputa pela atenção e pelos mesmos objectos e jogos é mais que muita. As vontades nem sempre coincidem. E quando eu achava que a Isabel já estava bem longe de morder, eis que aprende esse truque com a mais nova.

Nem sempre o "não se morde", "não se bate", "as mãos não são para bater" resultam. Às vezes temos mesmo de as separar. Às vezes zangamo-nos. Ou temos de mostrar que não ficamos felizes com a forma como resolvem as situações. Tentamos dar exemplos. Explicar que se só há um copo vermelho e ambas querem esse copo, temos de decidir quem fica com o copo nesse dia e no outro será a outra a ficar com ele. Ou a partilharem. A brincarem juntas. Ou a saber esperar.
Não é fácil.


Coisas que percebi que vão resultando. Querem saber?

Cortar com tudo o que é TV, tablet e telemóveis durante a semana
Na semana antes de ir com o David de férias, fi-lo e achei-as muito menos conflituosas, mais amigas e mais calmas. Confesso que o tablet ou a TV com desenhos animados ou com as músicas da Disney que elas adoram) me dão muito jeito para quando estou a dar banho à mais velha (para que a outra não se arme em Picasso a pintar-me as paredes todas, já aconteceu...), mas arranjei outras alternativas. Pode ser mais desgastante nesses momentos, mas compensa. Fomos mais felizes. Vamos repetir já hoje: ponho as músicas que elas gostam no Spotify e pronto.

Criar momentos de "filho único"
Ainda ontem o David foi com a Isabel ao estádio da Luz e a Luísa ficou em casa comigo. Foi bom para todos! A Isabel estava radiante e a Luísa dormiu a sesta no meu colo, na sala. Ambas tiveram atenção especial e tenho a certeza de que lhes soube pela vida. Somos uma família os quatro, mas cada um de nós tem ritmos e gostos diferentes. Se alimentarmos as relações entre cada parelha, pode ser bom, mais calmo e pode dar espaço para todos criarem cumplicidades.

Não fazer comparações e alimentar despiques entre elas
É das coisas mais difíceis de se conseguir. Parece que já nos está na ponta da língua um "a tua irmã já está pronta", "a Luísa já acabou de comer, anda lá". Ou um "o primeiro a chegar é não sei o quê". Até parece dar jeito na altura, mas só alimenta a rivalidade entre elas. Noto que quando reforço a empatia entre ambas e a entreajuda funciona muito melhor: "Isabel, como já te calçaste, podes ajudar a tua irmã?"; "Luísa, vamos ajudar a mana a comer o que falta? Para quem é a próxima garfada?"

Respirar fundo e não perder a calma
Ui. Bem sei que custa. Mas se elas nos vêem agressivas e chateadas constantemente é muito provável que o reproduzam. Alimentar o clima de tensão em casa não ajuda em nada. Uma comunicação positiva, com regras firmes, mas sem violência, chantagens e castigos (mas assente em consequências que façam sentido para cada acção), ajuda e muito. Ajuda a que tenhamos todos uma relação baseada na confiança e na cooperação e que elas sejam as primeiras a sentirem à-vontade para expressar as suas frustrações e necessidades e a serem empáticas uma com a outra. Não há nada que me deixe o coração mais cheio do que ver a forma como brincam com os bonecos delas e as expressões que usam com eles (e até uma com a outra): uma réplica do que usamos. É algo a melhorar, todos os dias.

Querem deixar algumas dicas?

2.10.2019

Como é ser freelancer?

2019 começou de forma diferente para as vossas duas autoras  preferidas deste blog (são as únicas). Ambas são agora freelancers ou lá o que é. Da experiência que temos tido, muitas das pessoas que nos seguem têm curiosidade em saber não só como é que é, mas também o que temos andado a fazer. Este vídeo pode ajudar.
Claro que nem toda a gente de todas as áreas poderá ou quererá dar este passo e se calhar também estamos naquela fase inicial da paixão em que o coração bate descompassado e em que quase não vemos os contras. Nem tudo serão rosas.
Mas cá vai. Esperamos que gostem!



Quais os próximos temas que gostavam de ver explorados? Os vossos desejos são ordens. Trabalhamos para vocês. 


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2.06.2019

Quando começam a querer escrever?

A Isabel começou há uns dois meses a ter curiosidade pelas letras e pelas palavras e pelos números. Sabia escrever o nome mas quis começar a escrever os nossos, os da Luísa e palavras ao acaso. É incrível como, de repente, já sabe desenhar quase todas as letras. Não puxámos especialmente por ela, mas sempre respondemos aos seus pedidos, nunca desvalorizámos. É uma brincadeira e um orgulho para eles. Para nós também, claro. Não deixam de estar a mostrar curiosidade e não deixam de nos mostrar que estão a crescer... tanto. Eu fui para a primária a saber o abecedário também mas porque aprendi com a Rua Sésamo. (🐥 foi o mais parecido com o Poupas que eu encontrei). Isso não fez de mim melhor aluna nem especial, mas também não me lembro de me sentir desajustada ou entediada, por isso, não me preocupa mesmo nada. Não acho caso para nós vangloriamos mas também não acho que se deva desincentivar (talvez consultasse algum especialista se visse frustração ou alguma obsessão e desinteresse por outras coisas, o que não é o caso, nem de perto). Contem-me os vossos casos! 



2.05.2019

Ai, agora tem é que fazer muito amor para o bebé sair.

É um bom conselho, mas mais para nós, ao que parece. Claro que duas pessoas, dois homens, não são uma amostra suficiente para retirar uma conclusão, mas tive oportunidade de conversar com eles sobre isto e... disseram que a vontade de fazerem amor por essa altura diminui. 

Esperemos que não seja com medo do bebé ficar com a cabeça amolgada (há de certeza homens, mesmo que irracionalmente, pensem assim)... Neste caso era mais por se sentirem "usados". Imaginam isto?

Sendo o sexo uma prescrição com um fim, "ajuda o bebé a nascer", parece que retirará parte do efeito sensual da coisa - o que até dá para compreender. São vistos como uma espécie de ventosa para por o miúdo cá para fora em que o pénis deles - para variar - não é o centro das atenções (calma, Capaz, ahah). 

Não que não seja legítimo. Afinal de contas quem é não se sentiu só um pedaço de donut com uma pessoa à volta quando tentou engravidar? Tirando aquela malta que foi "tiro e melro"? Usar aquelas aplicaçõesn no telemóvel para ver quando é que provavelmente se estaria fértil para coiso e ver o sexo como um meio para atingir um fim e, neste caso, criar uma vida? 

A determinada altura, aí, o sexo também já não se torna muito romântico. Para quem tinha a sorte de já sentir amor em casal antes (ahah). 

Esquecemo-nos que apesar de, por vezes, muitos serem mais rústicos na sua forma de expressar emoções, atrás daquele ar do "não entendo por que é que isto de trocar o pijama é importante" está um "gostaria que, quando fizessemos amor, fosse porque queres e não porque precisas". 

Foi amoroso ouvir.  

Estragaram tudo quando disseram que metade de pica também descia porque, nessa fase, estamos gordalhufas e, por isso, parece que estão a fazer amor com outra pessoa que não foi a que escolheram. Mas vá, depois de 5 minutos a serem vulneráveis, tinham de pontuar com um pedacinho de cretinice. 

Também é compreensível se não formos muito sensíveis relativamente ao assunto. Em 9 meses nós mudamos muito o nosso corpo e, especialmente para quem terá uma relação longa com a parceira, poderá ser esquisito. De outra perspectiva poderá acrescentar alguma variedade, mas até - com esforço e a semicerrar os olhos - dá para perceber. 



No fundo, no fundo, os homens também têm sentimentos. Temos é de saber ler nas entrelinhas. :)

Joana Gama Freire

2.02.2019

Ai... isto das visitas à maternidade pode ser tão chato...


Claro que depende das mães e... dos familiares e amigos. Como é que podemos pensar em tudo isto antes de termos sido mães? Como não ter que aprender com "o primeiro" para não repetir no segundo? Ó minhas amigas, é para isso mesmo que fizemos este vídeo maroto. Para não terem que levar com o cheiro a Marlboro daquele parente que parece patrocinado pela tabaqueira ou para não terem que se sentir mal por negarem que uma tia vossa afastada pegue no miúdo ao colo enquanto ele está a dormir. 

Só queremos facilitar-vos a vida. 





Subscrevam o nosso canal, amigas. Pode ser que o próximo vídeo seja sobre como fazer dinheiro a dormir, enquanto uma cópia de nós vive a nossa vida. Pensem nisso, se não seria um sucesso. Não querem perder um conteúdozinho como esses, pois não? Nãaaao, claro. Subscrevam :) 

Entretanto, alguma coisa da qual nos tenhamos esquecido? E de que grupo fazem vocês parte? Do grupo do "venham, malta, que sempre não me sujam a casa depois" ou... "vá, o bebé, se tudo correr bem, ainda estará cá daqui a um mês ou dois, tenham calma"? 

Joana Gama Freire

1.30.2019

Esqueceste-te de mim, mãe?

É por volta desta altura que parecem surgir os medos mais concretos. Noto que ela tem mais medo do escuro e das aranhas e coisas do género. Quando era mais nova, dizia que tinha medo mas não se comportava como se estivesse mesmo a imaginar que as coisas "más acontecessem".

Na primeira escola onde ela andou - estava eu toda desorientada - aconselhava-se aos pais que saíssem sem que eles reparassem. Que não era preciso dar um beijinho. 

Sentia que era errado. Experimentei duas ou três vezes como a educadora tinha dito, mas não havia outra maneira. Passei a despedir-me sempre. Até porque na escola nova ("nova", este já é o terceiro ano), a educadora dos primeiros anos aconselhava a fazê-lo, mesmo que eles chorassem com a despedida, para confiarem que os pais não "desaparecem". Disse-me também para usarmos as frases "a mãe volta sempre". 

Despeço-me sempre da Irene. Nunca é completamente fácil como já vi com outros miúdos, mas não tem de ser tudo igual para todos. Hoje, como está constipada, fui deixá-la a casa do pai. Já tinha tentado despedir-me dela no elevador para depois com a agitação não estar a pedir que ela se focasse em mim novamente. 

O pai da Irene e eu falamos um pouco até sobre os cuidados a ter com ela por estar constipada e abri a porta do elevador para sair. A Irene estava a ver televisão e perguntou ao pai por mim. Voltaram a abrir a porta e ela veio ter comigo, abraçou-me e disse:

"Então, mãe? Esqueceste-te de mim?". 

"Não filha, a mãe nunca se esquece de ti, nunca".

Nunca é demais certificarmo-nos que nos despedimos, mas aquele abraço precisava de acontecer. 

A Irene a saltar no trampolim numa aula com o Chama a Sofia.

1.29.2019

Ela dormiu pela primeira vez fora de casa!

Nem acredito que aconteceu! Que liberdade! Que maravilha! 

A Irene até ontem (4 anos e meio) nunca tinha dormido fora de casa (da mãe ou do pai). Claro que, entretanto, ultrapassamos imensos desafios como dormir em casa do pai ainda amamentada pela mãe, dormir uma semana sem a mãe, só com o pai. As coisas não têm estado estanques. Têm evoluído.

Por estar a fazer o Maluco Beleza com o Rui Unas tenho estado fora de casa à noite quando há programa e porque é sempre bom ter onde deixar a Irene, nem que seja também quando começar com as actuações de stand-up, tenho de ter aqui algumas alternativas... 

Ela também tem de perceber que há muitas pessoas que podem tomar conta dela e que a amam. Aos poucos estamos a fazê-lo. E correu tão bem! Pelo menos, tanto quanto saiba. Claro que teve o máximo de conforto e atenção mas saber se gostou, só quando lhe disser que tem de ir novamente, hehe. 

Nunca antes tinha posto esta hipótese por causa da amamentação e também pela maneira como a Irene reage a mudanças (talvez também por ser a minha). 

Estou muito feliz por ter corrido bem. É mais um passo para a liberdade. Às vezes, quando estamos a passar por fases mais difíceis, mais sufocantes com eles, temos alguma dificuldade em ver que é temporário. Lembro-me de fases da amamentação em que só me apetecia desaparecer. Ou a fase dos dentes, ou a fase...

Mas, já dizia o meu ex-director: "é tudo uma fase". 

É mesmo. 

E ainda bem, por um lado. 

Por outro... está a ficar toda crescida e independente, ahah. Está a ser rápido ;). 


1.28.2019

Não têm actividades extracurriculares!

Nenhuma das minhas filhas tem actividades extracurriculares. Nunca teve. [Ainda]. Tive fases em que pensei que era um disparate sobrecarregá-los mais com calendários e horários, que precisavam era de ter tempo para não fazerem nada e para estarem com os pais. Que uma hora no parque ou na floresta com a mãe ou até a fazer o jantar, juntas, era mais útil para ambos do que uma hora num outro qualquer sítio. Também pode ter sido a preguiça a falar. A falta de horário ou de disponibilidade. Ou tudo junto. Mas agora... agora que tenho horários mais flexíveis, se calhar devia. A Luísa adoraria ter ballet (já me fez duas birras enormes por não poder fazer ainda na escola) ou alguma coisa a ver com ginástica, música, expressão corporal. A Isabel mostrou tanta resiliência a andar de patins no gelo (e já me pediu mais vezes) que talvez pudesse experimentar a patinagem artística. Ambas deviam andar na natação e sempre protelei. 

Está na hora? Há hora para começar? (A natação sim, claro, por todos os motivos e mais alguns). 

Eu acho que comecei com dois ou três anos na música, no conservatório em Santarém, e depois fui tendo de tudo: natação, danças de salão, ginástica, basquetebol, música (guitarra, solfejo e canto coral) ténis, até cardiokickboxing fiz, já na adolescência. Andei nos jovens cantores de Lisboa e nos Onda Choc. Fazia parte dos meus dias. O meu irmão tinha outras tantas. Os meus pais andaram um bocado "escravos" dos filhos (lembro-me de irmos ver jogos do meu irmão e aos domingos havia ensaios em Lisboa das minhas cantorias). Tem de ser? Dará para dosear melhor? Ou faz parte?

Contem-me. O que fazem os vossos? Se é que fazem...

Boquinha com restos de papa de aveia mas expressão mais querida <3


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1.27.2019

Tudo o que sei sobre convulsões febris.

A primeira vez que a Irene teve uma convulsão febril foi um susto enorme. Mesmo sabendo que é algo que é genético, não estava nem aí para que isso acontecesse. Para responder aos vossos e-mails e também porque gostaria de ter ouvido alguém a falar sobre isto com quem me identificasse, a Joana e eu fizemos um vídeo sobre isso mesmo.

Por acaso, uma semana depois de gravarmos o vídeo, a Irene voltou a ter uma convulsão. Parece aquilo que costuma acontecer quando nos gabamos que os nossos filhos estão a dormir... só para voltarmos a ter noção de que tudo é uma fase.

Ainda não passaram, mas acho que a nossa maneira de lidarmos com isso vai variando. Isto é: vai deixando de ser tão dramática, apesar do coração sentir as mesmas coisas, a mesma urgência.

Espero que gostem, que vos ajude a sentir que têm algum controlo pela situação. Ou a vocês ou à vossa amiga que têm um filho que têm convulsões febris.



Querem acrescentar alguma coisa? Alguma coisa com que não tenham concordado?

Se quiserem ler outros posts aqui no blog sobre convulsões febris e como tenho lidado com a Irene, carreguem aqui.

1.26.2019

É um alívio, não é?

Já repararam que, por mais que sintamos que estamos a fracassar quando eles “não nos respeitam”, “nos desafiam” e até dizem que não gostam de nós (já me aconteceu...),  a verdade é que quando eles brincam uns com os outros ou até com bonecos, usam as nossas expressões, distribuem o nosso amor e são extremamente meigos e até empáticos? Fica lá qualquer coisa! Fica lá muito do bom que lhes damos!

É inevitável irmo-nos questionando se estamos a fazer as coisas certas, se têm de nós o suficiente ou até se os “nãos” que lhes dizemos serão suficientes ou demasiados. Se somos bons pais. Se eles, quando nos parecem virados do avesso ou até mesmo ingratos (quando sentimos que demos tudo o que tínhamos e não fomos reconhecidos), serão bons filhos ou se vão ser boas pessoas. 

Mas depois, nesses momentos, em que lhes vemos o olhar brilhante, o sorriso, a voz querida, quando nos desarmam, quando o nosso coração explode de amor, percebemos que esse amor está a chegar lá. Que eles serão o que tiverem de ser mas que levarão algo de bom com eles. E que, em parte, contribuímos para isso. Que alívio.


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1.21.2019

Ela estava obcecada com isto, mas conseguimos que parasse.

Uma das coisas que mais me lembro que me disseram sobre isto de ser mãe (ou pai) é "tudo são fases". Tem sido. Temos que nos lembrar que tudo passa (em princípio). 

A Irene tem tido várias fases que me têm preocupado. Porque é o que faço: preocupar-me, ahah. 

Houve uma altura em que teve para aí uns 6 meses a dizer que era um rapaz e a corrigir-me os pronomes e tudo (que irritante e imaginem o meu stress - embora estivesse a preparar-me psicologicamente para todas as possibilidades). Mais tarde, falando com especialistas sobre o assunto, apercebi-me que fazia todo o sentido dada a idade que ela tinha e o cenário que ela vive (não haver figura masculina cá em casa, etc). 

Como estava, de certa forma, a dificultar a socialização dela na escola, tive de lhe dizer para parar com a brincadeira durante uns tempos e ver o que acontecia. Passou. Continuou a brincar que é um rapaz (qual é o problema, não é?), tal como brinca que é uma sereia, um tupperware ou um panado. 

Agora, desde há um ano, a "mania" (não é manha, atenção, eu presto muita atenção a estes comportamentos e o que eles quererão dizer que a criança não sabe compreender e verbalizar - daí também se arrastem tanto tempo) é dizer que está invisível quando apareço na escola para a ir buscar, quando o pai vem buscá-la cá a casa, quando eu vou buscá-la a casa do pai, quando chegam os avós para cuidar dela ou quando vamos a casa dos avós para os visitar. 

O problema não é a brincadeira em si. Ela finge-se invisível e fica muito muito nervosa com isso. Quando a descobrimos fica ainda mais desconfortável. Tem de ser ela a decidir quando aparece, pregando-nos um susto - o que poderia demorar até meia hora. E, pelo meio, a falar na mesma, a fazer pedidos, mas enervada. 

Percebi que era ansiedade. E, mais "engraçado" ainda, percebi que também sinto o mesmo. Nos dias em que estou à espera que ela chegue, mesmo sem motivo real aparente, fico com o coração acelerado. É quando algo vai mudar no cenário e não temos controlo sobre isso. Para os mais psicanalíticos, acho que tem a ver com o parto de cada uma (que foi semelhante), mas não me vou alongar muito para 80% das leitoras não me sugerirem já um internamento - que não me dá jeito que tenho uns trabalhos esta semana. 

Quando, no outro dia (depois de meses nisto), a fui buscar à escola e - também por ser final do dia e não ter feito sesta) não conseguiu gerir minimamente a situação, tornando-se num choro imparável, senti que já chegava (arrependo-me de não ter achado isso mais cedo, mas cada uma faz o que melhor que vê e que pode, não é?). 

Em Cabeça, aldeia do Natal há um mês (ou menos).

Em casa expliquei-lhe que a brincadeira estava proibida. Que não era divertida para ninguém. Expliquei-lhe o que ela sentia (vergonha, nervos) e que há outras maneiras de lidar com a situação. Nomeadamente verbalizar que tem vergonha e que as pessoas assim perceberiam melhor o que ela sente. 

Ainda experimentou fazer mais duas vezes (afinal de contas era um hábito), mas já está a conseguir ganhar outras ferramentas e já está a conseguir lidar com o assunto. Sinceramente parece-me muito aliviada e corre tudo de forma muito mais calma para todos. Especialmente para ela que ficava angustiada e já não fica. 

Isto tudo para dizer que proibir é crucial. A forma claro que difere do momento, dos pais e da criança. Mas proibir às vezes poderá ser a solução - aparentemente tem funcionado e deixado a Irene mais leve pela responsabilidade das coisas passar para os crescidos.


Tudo com conta peso e medida e estamos a descobrir o nosso :)


1.17.2019

Já consigo falar do parto da Luísa

Falar sobre isto ainda me deixa assim... mas já consigo contar. Acho que já está tudo resolvido. Acho que já não há trauma. Não deixa de ser uma das experiências mais fortes e mais duras da minha vida.
As grávidas NÃO PODEM VER ESTE VÍDEO, ok? Pronto, estamos conversadinhas.

Caso tenham passado por algo assim, partilhem connosco.



De que outros temas gostariam que falássemos no Youtube e partilhássemos por aqui?
BEIJOS!

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1.16.2019

Quem era eu há 10 anos?

Sinceramente não sei.

Andei aqui a fazer umas viagens pelas minhas pastas de fotografias para tentar lá chegar mas nem tenho bem a certeza do que fiz em em 2009, muito menos de quem era. Tinha 22 anos, fiz os 23 nesse ano. Tinha tirado Ciências da Comunicação, na NOVA, tinha estagiado na TVI, em informação, tinha ido para Londres uns meses, aperfeiçoar o Inglês e tirar um curso de TV e trabalhar num restaurante chinês, tinha regressado para ter o primeiro trabalho na área (onde recebia 500€ a recibos verdes e trabalhava de uma forma desumana - despedi-me logo após um mês e arranjei trabalho dois dias depois -), pus-me numa pós-graduação em apresentação de TV na Autónoma enquanto trabalhava na Duvideo, uma produtora onde fiz vários programas, como jornalista, locutora, alguns vídeos institucionais... e onde conheci o David. Foi nesse ano que conheci o David. Mentira, foi nesse ano que começámos a namorar, conhecemo-nos no anterior. 

Não sei bem quem era. Não vale dizer "a mesma", que isso não é verdade. Tinha muitos sonhos e tudo me parecia possível. Neles incluía casar, ter filhos, três ou quatro, trabalhar em televisão, viajar muito. O David nunca tinha andado de avião e nós resolvemos logo ali o assunto: Londres num mês, Florença, Veneza e Milão noutro. Tarifa pela primeira vez (a minha, que ele ia desde pequenino). Tínhamos a vida toda pela frente. Nesse ano o David começou a trabalhar na SIC, além da Duvideo. Eu comecei a fazer locuções e ficámos mais desafogados. Comprámos uma máquina fotográfica das boas. Íamos ao cinema muitas vezes, muitas, mesmo muitas. Ele levou-me ao Festival Marés Vivas, no Porto: foi esta a nossa primeira "escapadinha". Aldeias do Xisto depois. Ahhhhhh tão bom recordar. Esta liberdade toda, este futuro todo.

Dez anos depois, estamos mais velhos, mais cansados. Temos os pés mais assentes na terra. Dificilmente conseguiremos comprar uma casa um dia. Dificilmente conseguiremos dar a volta ao mundo. Temos mais presente o "agora". Já nos morreram pessoas queridas, já apanhámos sustos e a vida já nos mostrou que a família está em primeiro lugar. Temos uma família e passou a ser ela a nossa prioridade. Somos 4. Eu já percebi que nada é definitivo, que vamos sempre a tempo de mudar. Ainda sonho com viagens, mas já não tenho uma sede que me deixe angustiada. Já sei que a felicidade se constrói e dá trabalho. Tenho a escoliose mais acentuada, mais marcas no corpo, mais flacidez. 

Há algumas coisas que nunca mudam: continuo a ser despistada, a perder chaves de casa e carteiras e cartões. A protelar algumas coisas. A não adorar exercício físico (ou pelo menos os recomeços). A adorar ver filmes (e séries). A não gostar de falar ao telefone. A adorar chocolate e gelado e doces, comida no geral. A ter muito prazer em escrever. A sentir-me uma miúda.

Não sei quem inventou este desafio dos 10 anos, mas gostei!

Venham mais dez. Com saudinha da boa e amor no coração.


Em Tarifa, com o vestido que o David me tinha oferecido nos anos

Opa... 


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1.15.2019

De uma vez por todas: não há colo a mais!!!

Este vai com exclamações até dizer chega: a sério que em 2019 (!!!) eu ainda leio comentários nas redes sociais, extremamente sábios, a aconselhar maior ponderação na hora de dar colo, não vá o bebé ficar mimado, viciado ou manhoso?!! Viram? Mais exclamações.

Vamos lá por partes.

- São... BEBÉS! Se não estivéssemos à espera de lhes dar colo, de os cheirar todos e de os querer engolir com beijos, teríamos adoptado um já com uns 18 anos. Ou comprado um tapete.

- Muito certo que agora nos vão cair aqui muitas histórias de bebés que não suportavam colo e que só queriam estar, no mínimo, a 12 km de distância dos pais e que a primeira palavra que aprenderam foi "larga-me", mas o mais comum é um bebé precisar do conforto do colo, uma vez que vem num estado de "prematuridade" chamada exterogestação. Há todo um trimestre cá fora de adaptação e essa adaptação não deverá ser à bruta: "chora para aí que é para não fazeres causa-efeito choro-colo que eu não nasci ontem, seu espertinho."

- O expectável é que um bebé precise de se sentir confortável, precise de colo, de embalo, da temperatura do nosso corpo e do nosso cheiro, do bater do coração. Afinal de contas esteve 9 meses todo enroladinho, embalado e quentinho e sai cá para fora, sente demasiado espaço à volta, sente frio, fome, tem cocó, cheiros estranhos, barulhos diferentes e adivinhem onde é que eles se sentem melhor, regra geral? Isso, ao colo.

Também a mim me disseram isso. Quando eu ia acudir ao choro da Isabel, tinha ela semanas, e me diziam para "deixar chorar" - porque ela não podia aprender que sempre que chorava eu estaria lá, que os bebés têm manhas -, eu ainda não tinha lido nada sobre o assunto, mas o meu instinto sempre me disse que essas teorias não fariam sentido. Primeiro porque eu a amava mais do que tudo no mundo e não conseguia estar confortável sabendo que ela não o estava; depois porque não percebia que ensinamento era esse que lhe iria passar: "a mãe não vai estar sempre que chores, faz-te mulher". Queria mesmo passar-lhe a ideia contrária, queria dar-lhe segurança: "sempre que chorares, a mãe vai fazer das tripas coração para minimizar isso. Conta comigo". E quem diz mãe, diz pai, que o David também nunca caiu nessa teoria. Claro que, se eu precisasse de tomar banho e ela estivesse ali na espreguiçadeira e tivesse de chorar um minuto, eu, a certa altura, já conseguia tirar o champô do cabelo, cantava e fazia palhaçadas, mas não saia a correr, como se o mundo fosse acabar. Ela esperava um minuto. Nas viagens de carro, igual. Mas, se eu pudesse, se eu tivesse bracinhos, saltava logo para o meu colo. 

Não acho que tenha uma filha mal-habituada, manhosa, e coisas que tais. Vejo-a uma criança querida, feliz, independente q.b. com as exigências próprias da idade. Desafiante. Curiosa. 

E se com a primeira filha dei colo o mais que pude, com a segunda filha não saiu dele, já que fiquei em casa um ano e meio com ela.* Não acredito que o amor estrague. O amor dá segurança, dá confiança, cria cumplicidade. O amor gera amor. 

Regras? Sempre.
Mas colo é amor. Não há regras para ele. Há regras para além dele.

Fotografia: Susana Cabaço
* muito babywearing: essencial.

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1.14.2019

"Se é para terem uma vida estúpida, mais vale não os terem"

A propósito do cansaço dos pais e das divisões domésticas (post aqui), recebemos um comentário que me fez pensar (apesar de o querer rebater): obrigada por isso. 

Neste momento, o David está numa fase em que precisa de trabalhar mais horas (sem que isso tenha a ver com o facto de eu agora trabalhar como freelancer e não ter um ordenado fixo, só para que conste), tenho de ser eu a estar. A ser mais mãe. Com todo o lado maravilhoso que isso tem (adoro ter agora mais tempo para elas, estar com elas, conversar, abraçá-las e amá-las), também recai sobre mim gerir mais. Gerir as refeições, as compras, as guerras entre elas, as birras e até algumas decisões, que às vezes têm de ser imediatas e em que nem o whatsapp nos safa. E isto cansa, às vezes. Na minha visão hipotética das coisas o preferível seria "ambos fazem tudo" - cuidar da casa, cuidar dos filhos. Mas nem sempre isso é o melhor para a família no seu todo, ou nem sempre isso é possível: há fases e nem todos os trabalhos são iguais e têm a mesma flexibilidade, exigências, horários, turnos, etc. Não tem de ser tudo medido a régua e esquadro e as cedências também deviam fazer parte do "contrato".

O comentário:

"Todas as tarefas e despesas devem ser logo divididas como se o casal estivesse separado. Quer esteja ...ou não. A criança deve ter dois progenitores que são os dois cuidadores e adultos de referência para a criança. 
Não precisam, nem devem cuidar deles em conjunto. Devem é fazer as atividades de lazer juntos. É suposto tirarem muito prazer disso. Ora, tal não vai acontecer se estão ambos exaustos.
Ou pior ...se há uma/a claramente muito mais sobrecarregado.
Por exemplo, as mães que amamentam não deviam fazer mais nada se não cuidar de si e fazer só as tarefas leves e gratificantes com os seus filhos. O que amamentam e os outros, se os têm. 
2 Uma empregada doméstica é fundamental. 
As tarefas domesticas basicas não podem ser asseguradas a 100% por um pai e uma mãe sob pena de destruirem a sua relação como casal e pior...destruirem a sua relação com os filhos. 
Se é para arranjarem uma vida estúpida e de má qualidade para as crianças e para as mães/ pais, mais vale não os terem".

Concordo com parte da premissa, acho importante e preferencial que a criança tenha os dois cuidadores de referência a educá-la e também em momentos de lazer; não vejo que este modelo funcione com todas as famílias, há vários tipos de famílias, vários tipos de trabalhos e acho redutor que sintamos que toda a gente se deverá moldar a esta forma de pensar, que já parte do ponto de vista "privilegiado". Há uma coisa chamada "desemprego" que afecta muitas famílias em Portugal. A maior parte das pessoas, dos casais, não têm dinheiro para ter uma empregada doméstica. Só com esse critério podem ter filhos? Não. As crianças também ficam a saber, desta forma, que os pais (ou a mãe ou o pai) sabem fazer tudo, são autónomos, e que na vida há lazer e descanso mas também há responsabilidades e deveres. Que organizar, cozinhar e gerir uma casa pode ser gratificante. "Bullshit" pensam vocês. Sim, sim. Eu adorava ter alguém que todos os dias estivesse lá em casa a limpar, arrumar e a fazer as refeições, mas, nem nos tempos em que eu e o David talvez tivéssemos conseguido, antes de sermos pais, isso aconteceu. Claro que se eu tivesse alguém que me assegurasse o trabalho "de sapa", para que eu pudesse só dar banho, jantar, brincar e contar histórias, seria menos cansativo; mas também gosto que as minhas filhas saibam - a sério que sim - que podemos transformar momentos de responsabilidade em momentos felizes e de entreajuda. Ponho-as a limpar, a ajudar, a aspirar, a separar a roupa escura da clara, a cozinhar comigo (ainda hoje de manhã fizemos waffles juntas)... e consigo transformar obrigações em brincadeiras e em momentos em família! Às vezes até cantamos e dançamos pelo meio. Gosto e até acho que lhes estou a dar ferramentas importantes.

Posto isto, já aprendi que não há fórmulas únicas e taxativas e que não devemos definir o que os outros devem fazer com os nossos olhos. E muito menos sou pessoa para dizer "então não os tenham". Cada um faz o que consegue e pode, cada família luta para ser melhor e, na minha opinião, não temos de estar à espera de ter uma empregada em casa ou nem sequer um contrato de trabalho das 9h às 5h para decidirmos ter um filho.

E sim, podemos queixarmo-nos e desabafar depois, quando estivermos cansados.




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1.13.2019

Joana Gama prova do seu veneno.

Ahh.. Achavam vocês que tínhamos uma engraçadinha aqui no blog que em registo de monólogo mandava umas larachas mas depois não recebia nada de volta? Não. Nem pensar. Como é óbvio que a Joana Gama teve de ser posta a teste numa mistura de roast com entrevista. 

Sabem o que é roast? Está sublinhado porque têm lá a explicação. Entrevista sabem o que é, de certeza. 

A Joana Paixão Brás foi ao Roast do Toy e toda inspirada pela onda do cenário quis averiguar se a Joana Gama também tem sentido de humor quando a piada é sobre ela. Óbvio que a Joana PB não acha que as mamas da Joana sejam horríveis (que nos tenhamos apercebido, ainda não as terá visto), mas foi tocando em vários pontos (não das mamas), para ver se a sua amiga e colega tem a boa disposição que aparenta ter... 

O que acharam vocês? Temos pessoa que levou na desportiva ou um piquinho a azedume no fim?