12.20.2015

A minha filha já saiu do armário.

Trocadilho puxadinho? Sim. São sempre.




Saudades de haver calor e deles não andarem enchouriçados.

Estive a fazer uma selecção de fotografias para dar à minha mãe (da Irene) e aproveitei também para ver se faço um álbum de fotografias para a Irene, para ela poder mexer e sujar à vontade e rever os melhores momentos da vida dela (ideia da minha amiga Eugénia).

12.19.2015

Só pode ser menina...

Agarrando numa daquelas frases maravilhosas que se ouvem na gravidez "a menina rouba a beleza à mãe", só posso estar grávida de uma menina.

A minha pele nem com um peeling à Lili Caneças ia ao lugar. Sinto-me uma mistura mal parida de Lua Cheia, com crateras, com o vulcão Etna, em erupção. Eu sou uma borbulha. 

Nem a maquilhagem da SIC faz milagres. A primeira coisa que digo aos caracterizadores, quando lá chego, é um "boa sorte!". 

Pronto, começam os queixumes próprios das grávidas. Qual será o próximo? :)


(E não, nem pensem que ia aqui chapar uma foto da minha fronha. Não vos quero mal-dispostas).

Sugestão de presente para os miúdos TOP

Sim, usei a palavra top. Um bocado beta? :)




 Quadro de Rotinas Deedoo


A Isabel ainda é pequenina, mas tenho a certeza de que isto fará o maior sucesso junto dos vossos filhos mais velhinhos. Adorei a ideia! 

Supostamente até o quadro é em íman, para se poder colar ao frigorífico. O meu, como é daquelas modernices já encastradas, não funciona para o caso, por isso terei de arranjar um quadro e pregá-lo a uma parede. É ou não é uma excelente ideia?

E vídeos, querem?

Fomos convidadas pela The Coolunista para sermos entrevistadas para a NiT. Dicas para conciliar o blogue com o trabalho. Infelizmente, a Joana Paixão Brás não conseguiu conciliar as coisas no trabalho (ahah) e lá fui eu. 
Apesar de ter sido na quinta-feira, estava tão eufórica (muito contente por estar a ter tempo de antena - tenho de admitir que gosto, pronto - e porque não tinha dormido nada na noite anterior) que acho que ficaram com a impressão de que padecia a sério de qualquer coisa. 

Vamos ver depois qual foi o resultado... 

Entretanto, lembrei-me de vos perguntar umas coisas: 

1) Gostariam que fizéssemos vídeos? Sobre o quê?

2) Têm blogues vossos? Publiquem aqui em comentário ou até no próprio Facebook que gostamos de saber mais sobre vocês e assim andamos todas as ler as coisas umas das outras. 



 A Coolunista e eu. Vejam que dei o meu melhor para parecer que tenho estilo e arrojei na camisa. Por pouco não saí em Sete Rios no Metro e depois não me deixavam voltar para casa. 

Conversa com a minha barriga

Olho para ti com desconfiança.

Desconfiança porque continuo a achar impossível seres a casa de uma pessoa. Não que não caiba aí alguém com 8 centímetros, mas continuo a achar que és um daqueles milagres inexplicáveis. És pequenina, não és mais do que um cozido à portuguesa num almoço de domingo. O que sinto também a percorrer-te é facilmente confundido com gases. A primeira vez que soube que seria mais do que isso, soube-o porque o coração mo disse.

Há coisas que só se sentem com o coração. Ainda não te vejo com olhos de ver. Mas sei que és mais do que uma barriga enfartada de broas e batata doce e por isso forço-me a ver-te. E ainda não estás lá para os outros. Ainda não sou mãe para a senhora de cabelo grisalho que está ao meu lado no supermercado. Nem para a colega do segundo piso, no elevador. Ainda não és tema de conversa. Ainda não me vêem com aqueles olhos curiosos nem me sorriem, cúmplices, enquanto passeio na rua. Ainda não és a lamparina de amigos e desconhecidos. Ninguém me pergunta para quando és, nem quer saber se és menino ou menina.

És só a minha barriguinha. Estás só no meu coração. Em menos de nada vais esticar, esticar, como o meu amor por ti. Em menos de nada, estarás nos corações de todos, até da velhota no supermercado. Porque há poucas coisas mais enternecedoras e mágicas que uma barriga de grávida.

Ninguém deixa acabar as fraldas, pois não?!

Ter uma miúda nua em cima do trocador e por a mão no cestinho das fraldas e... Nada. 

Ok, armário da miúda. Zero.

Uhmmm, casa de banho. Fraldas, só da piscina.

Mala da Isabel. Só toalhitas.

Mala de fim-de-semana (sempre feita). Uma fralda!!! Uma fralda!!!

Já me estava a preparar para lhe pôr uma fralda de pano com um alfinete de ama, mas não foi preciso. Desta vez. Rezei para que não fizesse xixi por fora nessa noite e de manhã iria com ela a boiar em xixi comprar fraldas.

Isto não é muito normal, pois não? Ou também já vos aconteceu?


12.18.2015

Pus a cebola!

Já ouviram falar da história da cebola? De que, se cortarem uma cebola aos pedaços e a puserem no quarto deles que ajuda a que libertem a expectoração? 

Sim, pesquisei no Google por "cebola".
Acho que nunca fiz uma pesquisa tão imbecil. 


Ontem cheguei a esse desespero. A Irene está cheia de tosse... e piora imenso durante a noite. Durante o dia nem se ouve a respiração dela, mas à noite tem estado super aflita. Não sei se é de se enervar por estar mais entupida, se realmente fica com problemas em respirar. De qualquer das formas, fui mais veemente em mostrar a minha preocupação à pediatra e ela disse que sim, mais vale ser observada para, pelo menos, tirar a dúvida se tem falta de ar ou não.

Ainda para mais estou traumatizada com a pneumonia que a Isabelinha da Joana Paixão Brás apanhou no ano passado, precisamente nesta altura. Parecia tosse normal e, quando foram ver, já era caso para estar internada. Adoro a pediatra da Irene, mas sinto que tenho de ter sempre uma mini pulga atrás da orelha até porque eu posso não estar a "ver bem" as coisas e depois posso estar a comunicar-lhe mal ao telefone. 

A "minha" pediatra, perante o cenário que lhe descrevia (e depois da Irene ter sido vista nas urgências no sábado passado) disse que só tomaria "atitude" se ela se mantivesse febril. E que seria antibiótico. Não tem febre. Não tem febre, mas coração de mãe não aguenta ouvir aquela tosse toda durante a noite e a voz abafada a chamar por ela. Aflita. Tenho que poder fazer alguma coisa.

Sim, a cabeceira já está levantada. Sim tentei não ter os aquecedores tão quentes para não secar o ar. Sim, tenho-lhe posto soro. Tenho-lhe dado banho mais demorado e fechado a porta por causa dos vapores. Sim, dou-lhe muita maminha... mas e mais? 

Na primeira noite até se fartou de vomitar expectoração (ao menos assim ainda conseguia descansar mais umas horinhas de seguida por estar "limpa" a seguir) o que nos deixou de coração nas mãos. É o nosso primeiro filho, ainda não conseguimos relativizar estas situações. Parecem-nos sempre cenários dantescos. 

Bem, ontem lá foi a cebola, lembrada pela minha amiga Renata. Cortei-a em mil pedaços para ser ainda mais forte e pus lá no quarto. 


Se resultou? Por acaso acho que sim! Acho que moderou bastante a tosse. Viva à cebola.

Se, sempre que ela me chamava, parecia que estava a entrar numa panela de refogado? Sim. Se não planeava lavar o cabelo hoje e teve de ser para não cheirar a cantina da escola primária? Sim.

Estive a investigar e isto da cebola não funciona para todo o tipo de tosse. Só para aquela que não for infecciosa e, portanto, não acompanhada de febre. Fica a dica! 

Ah! E a sugestão! Não cortem em milhares de pedaços. Exagerei e por isso é que hoje, de manhã, quando acordamos o meu estômago pensava que era hora de almoçar graças ao cheiro. 

Já tinham experimentado isto da cebola? Não vos apetece cheirar a metropolitano? Compreendo.

Tenho dormido de calças de ganga

Metam uma grávida, que anda cheia de trabalho, ao fim de quase duas semanas sem folgar, e que esteve doente, a adormecer uma bebé. 

Resultado: já não sai do quarto dela. Vestida. Sem jantar. Sem lavar os dentes. 

Mais alguém "morre para a vida" a adormecer os filhos?

12.17.2015

Tecido... não-tecido?

Ui. O que isto me faz comichão na cabeça. Isto de chamarem compressas de tecido não tecido. Parece-me parvo e preguiçoso. 

Vamos inventar um nome novo? Não. 

Dizemos que é uma coisa que não é bem. 

Em vez de dizer bifes de vaca, dizer bifes de peru não peru. 

São compressas? São. De tecido? Sim, mas não. 

Fica compressas. 

Mas e o resto?

De... sei lá... de...

Não tecido?

Tá bem.  Até amanhã. Também já tinha que ir que depois com a hora de ponta fica mais complicado ir para Bucelas.

Quando um avô passa um dia inteiro com a neta.

"Ensinaste-me a cuidar de ti, instruíste-me com os teus sorrisos, chamaste-me à razão com os teus choros, agradeceste-me com o encosto da tua cabeça no meu colo, convidaste-me a voltar com o teu olhar.

Fui príncipe, actor de cinema, estrela pop (aqui devo-te um imensurável pedido de desculpas), produzi sons inimagináveis, fui dançarino de brake dance (aqui, modéstia à parte, sou do melhor que a robótica já conseguiu produzir) pertenci ao teu gang, cuidei da bicharada, do panda e do pinguim, fui artista plástico (mais um pedido de desculpa aqui te deixo), fui cozinheiro, contador de histórias, segui-te por todo o lado, adormeci-te, velei o teu sono.

Agradeço-te miúda, perpetuas-me as memórias."


Avô Fernando, 14 de dezembro de 2015



Sim, o meu pai é um lamechas, como eu. A minha filha é uma sortuda por ter os melhores avós do mundo. Obrigada, avós.



Adoro surpresas!

Adoro surpresas! Adoro, adoro, adoro!

Já reparei que, FINALMENTE, este tipo de conceito está a chegar a Portugal e sob várias formas e adoro! Adoro saber que vou receber uma caixa com coisas que vou gostar e não saber o que vou receber.

Quis muito experimentar a BubuBox, adoro o trabalho que fizeram com a marca e já não sei como chegaram a mim, mas estava muito curiosa!

As fotografias não são tão fofinhas como as da Joana Paixão Brás porque, no trabalho, não consigo ter uma colcha branca e lençóis às bolinhas e não sei quê, mas dei o meu melhor.

Já conheciam a BubuBox? Este post não é publicitário! Por acaso até fui eu que fui falar com eles a dizer que adorava o conceito e a dar parabéns pelo sucesso. Sou essa pessoa ;)




Cada caixinha é enviada de acordo com a idade da criança e este livro é mesmo ideal.

Adoro o boneco, até porque ando com alguma alergia aos brinquedos de plástico e com luzes e isto vai mais com uma das teorias que ando a estudar, a Waldorf.

Aqui está tudo o que veio na caixa, até um miminho só para mãe. Sim, não vou dar chá Detox à Irene. Ainda. ;)


Tive que me armar em parva, não consegui fazer cara de miúda do preço certo a sério. E isto é a varanda do meu trabalho, antenas e isso. 

Achei que assim era o que resultava melhor!

Coisas que uma grávida tem de ouvir em 5 minutos

Ilustração da grávida mais funny do momento, a nossa Sara-a-Dias

12.16.2015

Coisas estranhas que acabei por ADORAR na gravidez

- Ter aspecto de quem engoliu uma arca frigorífica: 

Além de me ficar bem porque me dava um ar fofinho e de diminuir o tamanho de todos os membros do corpo por comparação, gostei mesmo de me ver assim, com uma barriga enorme. 

- Tomar magnésio em saquetas: 

A sério que me sabia bem e acordava cheia de pica para o tomar, já o ferro...

- Tocar-me imenso: 

Ahah! A sério? Não. Estava a falar de fazer festinhas na minha própria barriga. Nem era o facto de ter lá um bebé, sabia-me bem porque a pele estava tão esticada que parecia que arranjava mais espaço. 

- Dormir com a salsicha: 

A sério??? O que se passa com vocês hoje? Houve uma determinada altura que tive imensas dores de costas e tal e comecei a dormir com aquelas almofadas de amamentação gigantes entre as pernas para ver se aliviava o tamanho da barriga e confesso que me agarrava a ela como se o Frederico se tivesse deitado à mesma hora que eu. 

- Não ter de encolher a barriga para as fotografias: 

QUE BOOOM!! Livre dessa preocupação! Estou barriguda e pronto!

- Passar a por cremes depois do banho: 

Nunca tinha tido tanto cuidado comigo e, durante a gravidez, cheia de medo das estrias, comecei a usar creme na barriga e nas maminhas. Aqueles minutinhos depois do banho sabiam a um spa pessoal. Tive de mudar de creme porque o primeiro (amêndoas doces - sim, esse) dava-me vómitos e usei o da Mustela, cor de rosa na altura (agora é vermelho, acho eu!). 

- Fazer aquafitness às 8h da manhã: 

Sempre gostei de desporto ("ai é? Então, por que é que não fazes?") e, durante a gravidez inscrevi-me em aulas parecidas com hidroginástica, só com velhotas, mas foi muito divertido, mesmo às 8h da manhã. Fez-me bem. 





Grávidas, aproveitem tudo! Tudo! Tudo! 

A roupa de Natal da Isabel!

O modelito já cá canta. Sim, este ano vai ter um vestido com padrão xadrez, tradicional, que eu ando a sonhar há anos com isto. :) O vestido foi feito por uma costureira nossa amiga muito prendada que me pediu para lhe enviar modelos e sugestões e optámos por manga comprida, folhareco no peito e um enorme laço atrás (depois do Natal mostro-vos como ficou).

Os sapatinhos são mesmo o que eu queria, já lhos experimentei e ficou mesmo, mesmo fofa! Agora só faltam meias a condizer (collants ou pelo joelho, ainda não decidi, mas provavelmente collants, para ficar mais confortável) e o laçarote para o cabelo, claro, já me conhecem!

Agora, claro que com menos de dois anos isto é tudo um bocadinho fogo de vista, mas vocês entendem-me, não entendem? É completamente irresistível! E se no ano passado o nosso natal foi passado com ela nua, de fralda, e toda cheia de tubos e soro (uma semana no hospital internada com pneumonia, em que os nossos corações estiveram mais apertados do que nunca), este ano adorava ter tudo a que temos direito: saúde, família, abraços, gargalhadas, comidinha da boa, lareira e uma miúda gira de vestido e sapatinhos de princesa!






(também adorei estes sapatos de sapatos de verniz, fica para o ano! :)

12.15.2015

O melhor do fim-de-semana.

Estou farta de falar da doença da Irene. Já chega! 

Antes dela ficar doente (prometo que não falo mais da doença neste post hehe) fomos ao meu sítio preferido agora para ir ao sábado. Já tínhamos ido no sábado anterior e tivemos mesmo que repetir. Além de ser super Kid Friendly (já adicionei a tag restaurantes onde ir com os filhos e tudo, vejam mais aqui). 

O que é que este sítio tem de bom? Primeiro: uma babysitter. Excelente. Uma rapariga muito querida (e muito gira, vão ter que dizer "então????" ao vosso marido) e com muito jeitinho que fica a tomar conta dos mais piquenos (ahah odeio quem diz piquenos, mas não resisti).

Além disso, é um brunch que tem das minhas coisas preferidas (óptimas para a dieta que ando a fazer - not!). Em vez de ser imensa comida à fartazana, tem mais coisinhas boas para comer. Não fotografei nada de jeito com o telemóvel, mas vou sacar ali umas fotografias à net e já venho!




Tirei as fotografias da Zoomato.

Percebem o que quero dizer? Estou a suspirar de só olhar para isto. Parece pornografia. E, bem, para mim é. Tem imenso impacto a nível físico na minha pessoa. Sei que dispensam pormenores. E tudo muito querido, com plaquinhas escritas à mão, lindas...

O Frederico preferia que houvesse mais colestrol envolvido, mas isto é brunch para mulher. Brunch para quando somos nós a escolher o sítio.

Tem lugar para estacionar, tem uma vista maravilhosa (peçam lugares em frente à janela), têm dois turnos e, por isso, podem ir na hora que mais vos der jeito por causa dos bebés e há  imensa boa onda por todo o pessoal. O mais provável é que encontrem amigos vossos lá que o sítio parece estar "na berra". Eu encontro sempre gente e não sou a pessoa mais social do mundo.

É 20 euros por pessoa, mas podemos enfardar o que quisermos... faz-me feliz só ver a mesa. Ver tudo tão bonito, tudo!

Já disse o que é e onde? É o brunch do restaurante do Museu do Oriente. Durante a semana não sei que nunca lá fui, mas adivinho que seja maravilhoso na mesma.

Estávamos muita lindas, não estávamos?



Até tirámos uma fotografia de casal e o Frederico não é muito dessas coisas ;)
E, se passarem pelo meu instagram ainda vêem a Irene a embuchar massa como se a vida dela dependesse disso, ou vejam aqui! ;) Vale a pena, garanto. 

Recomendo e marquem já hoje para o fim-de-semana. A sério. 

Ela já não chora!

Há muitas coisas que nos passam a doer quando somos mães. Faz sentido, até porque dantes não tínhamos filhos e, portanto, tínhamos menos calcanhares de Aquiles... Um dos clássicos de dores na barriga (como se fossem autênticos murros no estômago) é quando os deixamos para vir trabalhar. Da primeira vez que voltei a trabalhar (tinha ela 5 meses), as saídas não me custaram muito porque ela não reparava que estava a sair. Custava-me estar ausente porque ela não estava habituada ao biberão, etc, e chamava pela maminha quando eu não estava. Depois pedi a tal licença de vencimento, fiquei em casa um ano e voltei a trabalhar há um mês ou dois (já não sei). Custou-me MUITO, HORRORES, sair de manhã. Ela chorava, ajoelhava-se, agarrava-se à minha perna, dizia "mãe, nãoooo, mãaaae, nãoooo". A minha sorte é que, como ela fica em casa com o pai, passado 5 minutos sei como ela está (e que lhe passou) e que não ficou a chorar para todo o sempre (como a maior parte das mães deve sentir por não poder saber). Aos poucos fomos arranjando estratégias para a envolver na minha saída de casa, inventando lenga-lengas, por exemplo.

- a mãe vai...a

- lhari (trabalhar)

- para ganhar...

- nheirinho... (dinheirinho)

- para depois ir às...?

- compas! (compras!)

Ou, esta do pai, é descrever todo o meu trajecto até casa:

- A mãe sai do trabalho, vai para o com...

- boio.

- O comboio faz...

- Tu! Tu!

- Depois vem a correr... (imita o som de corrida) toca no elevador...

- Tês!

- No número três...

Assim adiante...aos poucos acho que fomos conseguindo desdramatizar a minha ausência para mim e para ela (além dela gostar cada vez mais de ficar com o pai).

Agora quando me vê a preparar-me, já me diz que vou trabalhar para ganhar dinheirinho e não tem vontade de chorar. Pede para lhe por baton (ponho-lhe aquele do cieiro da Mustela) e diz-me adeus com a mãozinha e vai até à porta.

Saio feliz. Feliz porque sei que ela está bem, que não precisa de mim, que sabe que volto. Era a minha maior vontade, ela saber que a mãe volta. Sempre.

A Irene tem 21 meses.

O que muda do primeiro para o segundo filho?

Já sei que deixamos de esterilizar tudo e mais alguma coisa (por acaso nunca fui muito maníaca) e que passamos a varrer para debaixo do tapete, mas há muito mais para além disso.

Tinha como referência uma amiga que, depois do segundo filho, me disse que tudo tinha mudado. Que não ia ter mais nenhum, a loja estava fechada. Que era muito duro. Nunca tinha pensado que pudesse ser assim. 

Depois, falei com outra pessoa que me disse que estava a ser maravilhoso. Que não estava a dourar a pílula. Na segunda semana rumou, com os dois filhos, ao Algarve para acompanhar o marido que foi em trabalho, com uma leveza e um à-vontade que não sentiu na primeira filha. Que não faz nada sem a mais velha e não esconde nada da filha. Que está muito menos complicada em tudo. Que está muito feliz. 

Desta vez vou ficar caladinha, até porque ainda não sei o que muda. Quero que sejam vocês - se tiverem vontade de o fazer, óbvio - a contarem-me as vossas experiências. O que mudou nas vossas vidas? Na vossa organização? Na vossa cabeça? No vosso coração? Quero saber tudinho! :)




#15semanas 

12.14.2015

Sou eu que sou muito nervosa?

Como vos contei neste post, tive de ir com a Irene às urgências. E... não gostei. Passámos pelo processo da triagem, até aí tudo bem, mas depois conhecemos uma médica que não me agradou.

Sei que é um bocadinho cliché as mães, com filhos doentes, descarregarem nos médicos por tudo e por nada, mas sinto que até fui bastante compreensiva e calma. 

Chegámos lá, preocupados com as convulsões febris da miúda e ela decidiu imediatamente observá-la. Queria ver-lhe os ouvidos e, portanto, ela tinha de estar deitada de lado e imóvel. Sugeri imediatamente pô-la à mama. Nem iria reparar que lhe estava a enfiar uma coisa no ouvido.

A médica fez comentários desnecessários sobre a amamentação prolongada (a Irene tem 22 meses) que me deixaram algo furiosa (não por mos dizer a mim - porque estou informada - mas por poder dizê-los a mães mais vulneráveis e menos informadas), mas não disse nada até aqui. Depois disso disse para a despir por completo e deitá-la de lado e prendê-la para ela ver os ouvidos. A Irene odiou estar presa, odiei prendê-la e, com os nervos, acabou por vomitar.

"Ah, são secreções. Ela vomita muito facilmente, é?". 

"Não. Nunca vomitou na vida". 

Silêncio.

Não a pus imediatamente à mama por ter vomitado. Tentámos acalmá-la e foi novamente observada aos berros. Eu sei que os bebés choram e gritam mas quando é "desnecessariamente" e é a minha filha (claro) faz-me alguma confusão. 

No final de a observar falou sobre o que poderia ser a doença que ela tinha e pareceu bastante competente. Porém, esqueceu-se de qual era a nossa principal preocupação: a questão da ausência/convulsão febril. 

Sinto que a observação da miúda poderia ser muito mais pacífica, que não teria sequer vomitado se houvesse um pouco mais de tacto. 

Pareceu-me uma pediatra sem jeito para crianças. Ou para os pais, talvez. 





Sou eu que sou muito nervosa e as observações são sempre assim?

Com a pediatra dela isto nunca aconteceu... (mas também não era uma da manhã...).

O maior susto até agora.

Foi mesmo verdade. Sei que é o segundo post de hoje em que vos falamos de doenças e afins, mas é segunda-feira, o dia está cocó (apanhei uma chuvada tão estúpida hoje de manhã só porque não me apetecia revirar a mala toda à procura do chapéu de chuva do Ikea) e a Irene está cheia de febre. 

No sábado às 19h horas eu, durante 4 minutos, apanhei um dos maiores sustos da minha vida: o cérebro da Irene entrou em stand-by.

Ela estava a brincar com um puzzle (daqueles que fazem o chão almofadado), caiu para trás e bateu com a cabeça. Pareceu-me uma queda normal. Peguei-lhe imediatamente ao colo (ela chorava muito) e demos abraços em família. Parou de chorar imediatamente. Ficámos contentes porque o "abraço de família" tinha poderes mágicos, mas olhei bem para ela e não "estava cá". Não estava cá e senti as perninhas a tremer e o braço direito também. Estava sentada no meu colo, continuava sentada, mas fugiu.

Entrei calmamente em pânico. Aquele pânico que só nós, mães, conhecemos. Em que temos a cabeça parada, o coração para de bater, mas estamos super aptas para resolver a situação ou, pelo menos, para tentar. 

"Irene, queres caricas?" Nada.

"Irene, vamos fazer ó-ó.". Nada e fechei-nos mesmo no quarto.

"Irene, vamos ver os minions? Onde está o Noddy? Irene, o pai? Irene, o nariz da mãe? Neca onde está o rabo?". Nada. Nada. Nada. Nada.

Por dentro só pensava: "isto, realmente, estava a ser demasiado bom para mim, a miúda é a coisa mais deliciosa do mundo... tinha de haver merda, eu sabia que o mundo não me deixaria ser tão feliz". Já estava a imaginar mil e uma maneiras horríveis de continuar a viver sabendo que a Irene tinha deixado de ser ela... Isto enquanto tentava perceber o que se passava.

Pu-la no chão. Em pé. Começou a andar e a chorar. 

Ok. Passou.

Comecei a chorar. Estávamos as duas a chorar.

Ok. Tinha de retomar a actividade. Vamos ver o que se passa com ela:

Medi-lhe a febre. Tinha 39.2. Do nada. Estava a brincar e aos saltos e a gargalhar imenso e, de repente, 39.2. Só de relembrar que ela tinha caído. Até à febre estava a pensar que ela tinha... ido embora, sei lá.

Tratámos dela. Mensagem para a pediatra. BUR, muita mama e foi dormir à hora do costume até. 

Quando me fui deitar, mais calma, pus-me a pesquisar na net isto da ausência e da subida da febre. Lembrei-me que já nos tinha acontecido uma vez mas, como tinha sido a meio da noite, desvalorizei com os argumentos do Frederico de "deve ser do sono". Grr. Não era.

Encontrei um link qualquer (que agora não me aparece...) que dizia que é um tipo de convulsão febril, esta ausência. Lembrei-me que também tive convulsões dessas quando era pequena (das que parecem ataques de epilepsia) e enviei imediatamente uma mensagem à pediatra. 

Tínhamos de ir às urgências.

Fomos. Odiei ter que a acordar, mas até estava bem disposta. 

Depois conto-vos o meu episódio com a médica que ainda estou enervada com isso e não me apetece e sempre escrevo mais um post. ;)

Estava tudo bem com ela. Sem sinal de nada, mas também não mostrava infecção nos ouvidos nem em nada, então a médica achou que ela podia estar com uma infecção urinária daquelas dos rins e queria fazer exames. Eu não quis. Era o primeiro dia de febre, achei que ainda tínhamos tempo para os sintomas de outra coisa se manifestarem. 

Hoje já está ranhosa. 

Que susto. Que horror. 

Vi-a sem estar cá. :(

É muita bom ficar doente quando estamos grávidas, não é? #not

Ui! Que saudadinhas! Febre, dores de garganta e de cabeça e só poder praticamante tomar umas mezinhas deslavadas, com limão, e rebuçados de gengibre e não sei quê? Tão bom!



Ao menos tenho companheira de viagem (e que alinha nos meus teatrinhos - o que nos divertimos a fazer estas fotos patetas!!! hehehe). Atentem também na conjugação da roupa que ela escolheu. E na minha calvície ali nas entradas. Já está? Pronto, voltando ao meu queixume.

Estivemos as duas de molho. Ela já estava com tosse e deve ter-me passado uma virose qualquer. O soro, que lhe ponho de manhã e à noite, já não estava a ser suficiente. 

Fui à médica, que, quando me tocou, me alertou para o facto de eu dever estar com febre naquele momento (e estava, o termómetro não enganou). Garganta inflamada. E ranho, tanto que parece que vai até à testa e chega mesmo a tocar no hipotálamo, sabem a sensação? 

Receitou, entre o pouco possível, Neo-Sinefrina, para Adulto e Criança. Sou um bocado chata com medicamentos para ela (apesar de vocês terem dado um bom feedback no post dos roncos do Frederico, da Joana Gama), evito ao máximo, mas tive de me render à evidência. E foi um alívio também para mim. As comportas para o rio de ranho que se estava para aqui a armazenar abriram-se (vou parar de ser tão gráfica, prometo) e é menos uma chatice. A Isabel também já está habituada a levar com mangueiradas de soro, por isso não se queixou. Bastaram 2 gotas em cada narina e notei logo a respiração dela mais limpa. Repeti a dose à noite.

A ver se a saga dos guardanapos e do ranho que ela limpa nos vestidos de princesa acaba. Acho que está perto do fim!


* post escrito em parceria com a agência de comunicação