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12.13.2015

Está aberta a época! Hehehe



Que mãe de segunda viagem não tem uma foto da praxe destas? :) Estou doidinha para alinhar neste clichet!!! Hehe

12.11.2015

Como descobri que estava grávida?

Fui à farmácia e comprei um teste de gravidez. Duas amigas pressionaram, se o período estava em falta, podia estar grávida e era melhor saber o quanto antes. Duvidei muito. "Não me sinto grávida", "não devo estar", "era demasiado rápido", "isto é um gasto parvo de dinheiro", "estou atrasada e estou toda desregulada". 

Pow-pow! Grávida, 3+. Fiquei de boca aberta. Feliz, mas incrédula. O David estava na sala. O percurso da casa de banho até à sala pareceram-me quilómetros. Quis fazer bluf, mas ele disse-me logo que já tinha percebido. Não, não tivemos a reacção "esperada". Não saltámos os dois, abraçados. Não nos rimos às gargalhadas. Ficámos só de boca aberta, com uns "e agora?" e uns "já está?" e uns "caraças, fico logo!" (já com a Isabel foi tiro e queda e também só descobri às 6 semanas e uns dias, numa consulta de rotina e sem desconfiar minimamente). Ficámos preocupados, não vou negar. Não tivemos uma reacção romântica e digna de filme. Era e é um(a) filho(a) muito desejado(a), mas nem tivemos tempo de nos habituar à ideia de que estávamos a tentar. Começámos a tentar e pronto. Sem contas, sem estratégias. Ainda bem, claro, nem quero pensar na ansiedade e na frustração de quem está anos e anos a tentar ter um momento especial destes. Mas foi num misto de nervosismo e apreensão ("é mesmo real", "vem mesmo aí", "ai meu Deus") que vivemos as primeiras horas e até os primeiros dias. Demorei algum tempo a assimilar que estava grávida. 

Agora já tivemos tempo suficiente para estarmos só felizes com a ideia. Eu feliz e cansada, vá (hehe). E olho para trás e até acho piada àquele momento em que descobrimos que íamos ser pais pela segunda vez e relembro a expressão do David, com um sorriso nervoso e sobrancelhas levantadas, com imensa ternura. 

12.09.2015

A pergunta da praxe: Menino ou menina?

Já me perguntaram isto algumas vezes e a minha resposta parece politicamente correcta, mas garanto que é do coração. Quero menina e quero menino. Só um dos dois, calma! 

Tanto me imagino com mais uma Isabel (adoro, adoro ser mãe de uma menina!) como me imagino mãe de um rapaz (mesmo com o risco de levar com xixi na cara). Acho piada à ideia de um casal? Sim, acho (é a minha experiência e adoro ter um irmão mais novo). Mas também acho maravilhosa a ideia de ter duas filhas, cúmplices, que dormem de mãos dadas e dizem disparates em segredo, dando risadinhas nervosas, na adolescência.
Adoro ser mãe, ponto.

E não me venham com teorias de que isto são estratégias para não ficar triste, nem com o "é normal querer ter um casal" ou é uma "necessidade biológica", como li num comentário algures. Tenho uma amiga que sempre quis ter duas raparigas e eu não tenho preferência. Lá se foram as teorias todas por água abaixo. Hehe
O mais engraçado nisto tudo é que, na primeira gravidez, apesar de ter o feeling de que era um rapaz, sonhava ter uma rapariga - acho que por ter sido a única menina numa família de rapazes, primos e irmão - e o David sonhava com um rapaz e agora é o próprio David a dizer que gostava de ter mais uma menina, por estar a adorar a experiência de ser pai da Isabel. Tenho a certeza de que se for um menino, ele também vai delirar!

Por isso: venha o rapaz! Ou venha a rapariga! (com saúde, saúdinha da boa, é o cliché com mais razão do mundo!).



Ah! E pelas últimas da ecografia e da minha médica: se tivessem uma arma apontada para dar um palpite diriam que era MENINA! :)

12.07.2015

Fumam? Fumaram durante a gravidez?

Há uns tempos recebemos uma mensagem de uma leitora que queria muito que falássemos sobre o impacto do tabaco na gravidez. Ando, desde aí, a tentar fugir ao assunto, mas acho que não sei bem explicar porquê. Talvez por saber que se for muito franca que vou incomodar algumas mães. 

Eu deixei de fumar assim que sabia que estava grávida (contei a minha relação com o tabaco aqui). Tive sorte porque senti tanta, mas tanta culpa que foi facílimo para mim deixar de fumar. Tentei fumar um para comemorar e odiei, odiei-me. 

Tinha lido que fumar prejudicava a circulação de oxigénio para o bebé e quase que não podia ter lido pior (ainda no outro dia vi isto - imagens de fetos cujas mães fumam).




Já antes de saber que estava grávida e fumava já me sentia horrivelmente por haver essa possibilidade, mas não conseguia deixar. E se não tiver? Não fumo este cigarrinho?

Quando tudo se materializou, teve de ser. Ganhei força. Ganhei força pensando "depois fumo", assim que parir ponho 3 maços na boca para verem o que é bonito.

Não fumar no carro a caminho de casa, não fumar durante discussões, depois do almoço, a meio da emissão... Custou muito mas não custou tanto. Afinal, estava a ser muito forte. 

Sempre pus um peso enorme em mim nisto das primeiras decisões que tomo em relação ao, na altura, meu bebé. A primeira decisão que tomo vai ser tirar-lhe parte do oxigénio? Por o tabaco em frente dele? Fazer-lhe mal?

Fumava 1 maço e meio há muitos anos e deixei de fumar. Primeiro porque estava grávida, depois porque estava a amamentar e agora porque continuo. Tenho saudades? Tenho. Depois virá um segundo filho. Se fumar entretanto ao menos já sei que depois conseguirei tomar a decisão mais certa. 

Circula por aí que deixar de fumar pode prejudicar igualmente os bebés pela ansiedade que a mãe vive por estar a deixar de fumar...

Estava pronta para me refugiar nesse argumento. 

Se estiverem a planear uma gravidez e se forem fumadoras, podem, antes de avançar com tudo, talvez deixar de fumar antes? Assim nem a ansiedade nem o tabaco vos vai prejudicar. 

Encarei a gravidez como o início de uma dieta. Se fizer porcaria no início da dieta, o resto não correrá melhor.

Desculpem mães que fumaram durante a gravidez. Desculpem mães que fumam enquanto amamentam ou que não amamentam, mas custa-me perceber. Conseguem ajudar-me? 

E, a sério, eu adorava fumar.


A diferença ideal de idades entre irmãos

Não existe! Já mo disseram várias vezes e eu acredito. Há quem tenha tido experiências fantásticas com um ano de diferença, com dois, com quatro e outros com oito ou com onze. No nosso caso, a Isabel vai ser mais velha dois anos e dois meses. 

Apesar de ter calhado na margem inferior que tínhamos pensado (assim que pensámos em começar a "tentar", foi logo na mouche, tenho de vos contar melhor isto noutro post), gostávamos que tivesse entre dois a três anos de diferença da(o) irmã(ão). Alguns amigos já disseram que somos loucos e que ainda nem dormimos decentemente, mas achamos que agora é a altura. Preferimos passar a fase mais desafiadora e difícil agora (porque acreditamos que, com a prática e o tempo, as dificuldades vão sendo menores ou a nossa prática faz com que as dificuldades pareçam menores).

Já nos apercebemos que a Isabel ainda não tem bem noção do que aí vem, ainda é muito pequenina, mas tenho a certeza de que vai adorar quando o bebé nascer. Ou mesmo que só tenha noção de tudo um pouco mais tarde. Eu tenho dois anos e meio de diferença do meu e crescemos muito próximos e eu sempre fui uma mana muito babada, adorava fazê-lo rir e era muito carinhosa para com ele. A minha primeira memória é a ter ido visitar a minha mãe ao hospital (não me lembro do meu irmão, sorry! hehe). O(a) mano(a) também vai gostar de ter uma irmã mais velha querida, meiga e rebelde q.b, para a vida.

Se tenho alguns receios? Tenho, claro. Mas até sou optimista e acho que vamos dar conta do recado. Acho que vamos adorar o desafio e estar à altura para dar toda a atenção à Isabel, para tentar compensá-la, e que vamos ter um coração suficientemente grande para albergar dois amores enormes. Não vou deixar de ir ao parque passear com ela por ter um bebé. Irei com ambos, numa ginástica para a qual vou ter flexibilidade. Vamos conseguir!

O bebé que aí vem vai ser muito amado (já o é - e foi incrível a emoção com que o senti mexer-se a primeira vez, tal como senti com a Isabel!) e sinto que vou ser a melhor mãe que ele poderá ter. Sinto que fui talhada para isto, o meu maior sonho era ser mãe e acho - modéstia à parte - que me ando a sair bem com a Isabel. Por isso, não há nada que não vá resultar com um segundo. Mesmo deixando cair uma ou duas bolas no malabarismo, de vez em quando, fazendo alusão ao post da Joana Gama. Sou mais adepta do errar, melhorando. Ou do melhorar, errando. Aperfeiçoando-me mais, sendo mais. Tendo um coração ainda maior, a bater por dois. Acho que todas as dificuldades sairão compensadas, nos momentos de partilha, de afecto, de união. Acho que até eu serei melhor mãe depois desta nova aventura. Assim o espero.

12.04.2015

A obstetra disse-me que devia ser um menino. Será?

Mas disse isso na primeira consulta, com 8 semanas, tipo vidente! Hehe

Perguntou-me a minha idade e fez umas contas. "Deve ser menino." Eu ri-me e perguntei-lhe se tinha visto isso na ecografia, se essa previsão era científica, ela riu-se e disse que não. Rimo-nos. Temos esse grau de confiança para poder disparatar um bocado. 

Depois, disse que na próxima consulta já deveria dar para ver, caso fosse um menino. Não temos tanta pressa em descobrir, como da primeira gravidez. Desta vez até me arriscaria a não querer saber o sexo e a descobri-lo no dia D, mas já sei que não me aguento até lá (conheço quem o tenha feito das duas gravidezes e acho a ideia o máximo!!!).

O que será? Também têm palpites pouco científicos, como com o teste do queixo? Ou o das mãos? Ou o mapa inca (inventei este agora, mas às tantas... hehe). Ou o formato da barriga?


12.03.2015

Quando é que eu tenho o próximo?

A Joana Paixão Brás está grávida. 

Isso resultou em três coisas na minha vida pessoal: 

- Estar muito feliz por ela (tal como escrevi aqui)

- Acharem que tinha sido eu a engravidar (as mais desatentas, inclusivé um primo meu, que tristeza)

- Perguntarem-me quando é que vou ter o próximo.


Aliás, até li algures de mais que uma pessoa que até pensavam que era eu a primeira a ter o segundo. Porquê? Fico curiosa! 

Tenho muitas saudades de estar grávida, a sério que sim. A primeira gravidez vive-se com uma magia, com um esplendor, com uma áurea linda de esperança, sonho, desejo, quentinho. É como se fosse Natal durante 9 meses seguidos (mas acompanhados de algumas dores ou incómodos ou... bem, depende das mulheres). 

Já olho para os bebés com um ar guloso outra vez. Houve aí uma altura que olhava para eles e sentia pena dos pais, por estarem a passar pelas mesmas dificuldades que eu e agora só penso: "ohhhhhhnnnnn e depois ficam pessoazinhas". 

Quero muito ser mãe outra vez. Quero viver a maternidade com um andamento mais calmo, com menos solavancos, menos nervos. Quero aproveitar a fase "tubérculo" como o Frederico lhe costumava chamar, por não fazer mais nada além de chorar e dormir. Quero, em vez de passá-lo para o quarto na 2ª noite, dormir algumas noites com ele. Quero que a Irene tenha um amigo em casa e que formem uma tropa para me azucrinar. 

Quero voltar a usar as roupinhas que a Irene só usou uma vez. Quero cheirar aquele cocó só de leite materno. Quero introduzir as sopas, quero andar com ele o dia inteiro ao colo por agora, na segunda vez, já saber que não lhe faz mal, antes pelo contrário.

Quero muito. Até porque sinto que não aproveitei muito a fase de recém nascido da Irene e porque tenho dois irmãos e sei o quão bom isso é. 

Porém, sinto que não é o momento. Sinto que, só com a Irene, ainda não me consegui equilibrar, arranjar ritmo, descobrir na plenitude (ou talvez sentir-me confortável qb) neste novo papel que desempenho que é o de ser mãe e que, para "piorar" é cumulativo com todos os outros... 

Da mesma maneira que senti que precisava de ganhar alguma maturidade para ser mãe, agora sinto que preciso de ganhar algum andamento de mãe para acrescentar mais um. É como se estivesse a aprender a fazer malabarismo, estou agora com duas bolas na mão, ainda toda enrascada e não vou agravar a situação atirando-me uma terceira. Não quero que tudo caia. Não tenho pressa. Vontade sim, mas pressa não. 

Não quero ficar dividida ou sem forças para ir passar ao jardim com a Irene porque o novo bebé precisa muito de mim. Neste momento, idealmente, só terei o próximo quando sentir que a Irene tirará mais proveito disso. Tenho uma diferença de 10 anos do meu primeiro irmão e adoro a nossa ligação. Não esperarei tanto até ter o segundo filho, mas não vejo a proximidade de idades uma obrigação. 

Quero que não lhe falte nada. Dentro daquilo que eu acho que é o tudo. 

Quando já estiver muita boa neste malabarismo, vou fazê-lo, vou atirar mais uma bola e andar toda desequilibrada outra vez, mas com um sorriso a triplicar nos lábios.

Cada mãe, sua vontade. Esta é a minha. 


Então e nomes para o(a) bebé?

Quando engravidei da Isabel, passada uma semana estavam escolhidos os nomes. Ou praticamente. Se fosse rapariga, Isabel, um nome clássico, antigo, pouco comum em criança e que me soa a amor, a família. Um nome que me remete para a minha mãe e para a minha avó paterna, que morreu quando eu tinha 12 anos e de quem tenho muitas, muitas saudades. Melhor ainda, é o nome da mãe do David e era o nome da avó do David, que morreu pouco tempo depois de nos termos conhecido e que, com muita pena minha, não pude conhecer. Fazer esta homenagem a estas mulheres das nossas vidas fez todo o sentido. 

Para rapaz andámos ali mais indecisos, a saltitar entre Pedro e Simão. Eram dos poucos em que concordávamos (apesar de eu gostar de muitos mais, o David era o esquisitinho cá do sítio). 


Agora estamos completamente perdidos na escolha dos nomes. Se for rapariga, tendemos para nomes como Luísa e Teresa (dos quais também adoramos os diminutivos) e achamos que combinam bem com Isabel. Carolina também não está fora de questão. Eu gosto muito de Maria, mas o David não aprecia. Adoro Maria do Carmo e Maria Francisca (ou só Carmo ou só Francisca, mas o David não alinha). Nunca tinha pensado nisto a sério, mas soam-me bem Júlia, Amélia e Graça (há uns anos, nunca fariam parte das minhas escolhas). Acho piada a Caetana. Gosto de Alice, mas já é o nome da sobrinha. Andei anos a chamar às minhas bonecas Matilde e Constança, que acabei por me cansar um bocado (apesar de achar nomes muito bonitos). O David gosta de Inês também e eu não torço o nariz, até era giro ter uma Isabel e uma Inês, mas ainda não me enche completamente as medidas.


Para rapaz, gostamos os dois de Duarte (apesar de ser o nome do filho de uma grande amiga, temos quase a certeza de que ela não se iria importar, pois não, Ana?). Adoro Frederico e o David também gosta, mas temo não primar pela originalidade (nome do meu irmão e de um primo mais novo). O pai gosta de nomes pequenos e fortes, como João e Pedro e eu também, mas não os sinto (ainda) como meus filhos. Hehe
De resto, as minhas outras preferências não o conquistam: nem Sebastião, nem Rodrigo, nem Bernardo.


E vocês, querem confundir-me ainda mais? :) Escusam de dar palpites como Enermérito ou Flabiolina, que não somos arrojados a esse ponto, ok?


12.02.2015

A Joana Paixão Brás está grávida!

E vai ser uma menina!!

É o que eu acho, caramba (mas ainda não se sabe). A Joana Paixão Brás não tem ar de mãe de rapaz. Não tem. E se tiver um rapaz, aposto que vai usar na mesma os fofos todos da Isabelinha!!

Tenho vindo a acompanhar de perto o modo de funcionamento da cabeça da Joana. Ela, antes de engravidar (disse-me, porque aí eu ainda não a conhecia) queria ter 8 filhos. Depois fez-se mais esperta e mudou o número e foi mudando...  Não sei em quantos parou, não sei quantos quer ter, mas lembro-me do dia em que ela me contou que "Olha, a partir de agora, que seja o que Deus quiser". 

E eu fiquei.... (que porcaria não podermos usar aquele emoticon do susto no blog)... Ah, afinal está aqui: 

Como é que é possível! A Joana é suuuper ocupada! Claro que todas nós somos, eu sei, mas ela tem uma vida que não se rege pelos mesmos horários todos os dias... Em que nunca sabe quando é que lhe vai cair uma tarefa que a faça nem ver a Isabel nesse dia. Que coragem! Que amor!

Vocês iam-se passar se fossem amigas pessoais dela, é uma frustração... andou um mês em negação de que pudesse estar grávida... Não fazia o teste por nada. "Esquecia-se", fazia a vidinha dela sem "querer saber"...

Parecia que eu estava mais interessada nisso que ela! Que nervos! Ela a grávida e eu toda hormonal!

Um dia lá fez o teste (do que ouvi dizer foi outra amiga nossa que lhe carcomeu a cabeça toda para ela se despachar) e mandou-me uma fotografia com a novidade. 

Eram umas 11 da noite, já estava deitada e... tive de ir para a sala para gritar um bocadinho. Fiquei histérica! Agora que somos mães, sabemos viver mais do que ninguém a felicidade de alguém de quem nós gostamos estar grávida. Foi como se fosse eu, mas sem ser (ufa!). 

A Isabelinha vai ter uma mana, a Irene também vai ter mais uma amiguinha para sempre, a Joana vai andar com o coração aos pulos e... Vão ser ainda mais felizes!!! E mais cansados!

Quando a Irene me der noites descansadas ainda estão vocês a penar, Joana e David! Muahah.


Migax foreverx!



Surpresa! A Isabel é a irmã mais velha!

Sim!!! É isso mesmo! Temos uma notícia deliciosa para vos dar! A família Brás da Silva vai aumentar! A Isabel vai ter um maninho ou uma maninha!  A nossa bebé vai ser a irmã mais velha! Andávamos aqui louquinhos para vos contar, mas resolvemos esperar pelo fim do primeiro trimestre, como manda a lei. :)








"Papa Bambi" :)





"Papa pão"






Camisola Personalizada (ficou lindaaaa!)  - Bordado a Cores
Facebook: Bordado a Cores



Estamos os três muito felizes. Vá, a Isabel também está, mas deve ser do pão que lhe dei no momento das fotos.
Ela não sabe, mas sei eu que ela vai receber o melhor presente de sempre! 


Sei que vocês também vão ficar muito, muito felizes por nós. É para mim um motivo de orgulho enorme poder partilhar isto com quem, carinhosamente, nos segue há um ano, nos transmite boas energias e nos faz ter razões para continuar a alimentar este filhote, que é o a mãe é que sabe.

Começa agora uma nova fase das nossas vidas! Preparados para levar com azias, enjoos, pés de elefante e rolhões mucosos? :)



11.07.2015

Parceiras de gravidez?

Adoro estas coincidências!

Na primeira gravidez, quando fomos contar à cunhada que estávamos grávidos, houve um momento de mal-entendidos. "Mas a mãe já vos contou?" "Oi?" "Estás grávida, Raquel? Eu também!" Estávamos praticamente com as mesmas semanas. A Isabel e a Alice nasceram com um dia de diferença.

Desta vez, quando fui contar a uma amiga do coração, afinal estávamos as duas, com as mesmas semanas: oito. Estávamos num sítio público, rodeadas de amigos e conhecidos, e tivemos de conter um bocado o excitamento e a surpresa, mas acho que quem estivesse mais atento conseguiria topar a alegria e o comprometimento nas nossas caras. 

Adoro viver estas experiências com pessoas que me são tão próximas. Adoro ter uma amiga a quem enviar Whatsap ou mensagens cúmplices. Tirar fotos de barrigas discretas e, depois, de barrigões, juntas. Adoro!

Também tiveram parceiras de gravidez? ;) 

Grávidas de 14 semanas - mais coisa menos coisa - que vão parir em finais de maio, inícios de junho, que se assumam!



Reacção da Isabel quando soube que ia ter um mano.

Estávamos na casa de banho e tinha acabado de lhe secar o cabelo: "- Isabel, a mãe tem um bebé na barriga."

Foi a correr para o quarto. Pensei: "olha, para ela é igual ao litro". 

Voltou. Apareceu com o nenuco. Vi que me queria puxar a camisola para cima. Baixei-me. Levantou a camisola, meteu lá o bebé e baixou a camisola.

Hahaha. Foi isto. <3


11.03.2015

Há um teste horrível que as grávidas têm de fazer!

Quer dizer, até há dois. Lembrei-me agora daquele teste da glicose que em que é mais difícil aguentar o vómito do que depois de um casamento bem regado. Tem de se engolir a pior mistela de sempre. Laranja ou limão? Limão, pensei eu, para não ser tão enjoativo. Hã hã. A sério que não encontraram ainda outra alternativa àquele teste? Acho que as grávidas só aguentam aquela nojeira cá dentro com medo de terem de repetir o teste.

Vamos a outro teste que me deixa lindas recordações (not).
No final da gravidez, temos de enfiar - enfiam-nos - um cotonete no pipi. E no rabiosque. 

"Uauuuu, grande coisa se depois vai passar o equivalente a um camião TIR de cotonetes pelo mesmo sítio no parto."

Não, mas a sério. Raios para o Estreptococus B. Aquela porcaria do teste é supostamente indolor, mas magoaram-me para caraças. Só para terem uma ideia, custou-me mais o teste do cotonete do que todos os toques na altura do parto. Não sei se apanhei uma enfermeira a dar para o brutamontes se o que foi, mas até chorei. Fiquei com aquela zona dorida durante não sei quantas horas.

Mais alguém com esta experiência? Ou foi tudo pacífico e eu tive azar (espero bem que sim)?

Para saberem mais sobre a necessidade deste teste: aqui.

10.30.2015

Aula de Preparação para o Parto à la Mãe é que sabe (#02)

AULA NÚMERO DOIS

A primeira foi sobre o corte no pipi ou episiotomia, neste link.

Vamos agora falar de uma rolha que sai disparada no final da gravidez e não é a do champanhe. Vão a tempo de sair do blogue, vou dar-vos tempo. Vá, 3, 2, 1.

Estamos a falar do rolhão mucoso. Não, não vou deixar aqui uma imagem sugestiva, que podem estar a jantar. Ora o rolhão mucoso, gelatinoso ou mais líquido (depende de mulher para mulher), branco ou raiado é um muco que impede a entrada de bactérias.

Quando ele sai, o parto pode estar para breve (horas, um ou dois dias), mas também há casos em que chega a semanas. Há algumas mulheres que não se apercebem sequer da saída do rolhão mucoso porque durante a gravidez há muito corrimento e o aspecto poderá ser parecido.

Ainda aí estão ou são enojadinhas? É a vida, tal como ela é. :)


Comemorei com a saída do meu, mas depois tive de esperar uns dias... Toma para aprenderes a não celebrar antes da festa!

E vocês, como foi? Dispenso saber o aspecto, OKAY?! :)

10.18.2015

Como ficarem ainda piores da cabeça no pós parto.

Simples. 



1 - Aceitar as visitas de toda a gente e ser incapaz de dizer que não às pessoas. 

É agora. É agora que temos de começar. Está tudo louco? Vêm cheios de micróbios besuntar a criança que ainda tem restos do útero da mamã em cima? Pior! A mãe passou por uma experiência que exigiu muito dela tanto fisicamente como psicologicamente e, sim, o que se precisa é mesmo de uma conversinha para saber a "última" lá do trabalho.

2 - Preocupar-se demasiado com tudo e querer ser perfeccionista. 

Não. Toda a gente tem prioridades por um motivo: é impossível ser perfeito. Temos mesmo de escolher o que é mais importante para nós e onde vamos pôr o nosso "dinheiro". Importa mais descansarmos ou termos uma cozinha limpa que se vai sujar outra vez dali a menos de um dia?

3- Ter horas para as mamadas do bebé.

Não há pior. Não se amamenta com horas. O bebé precisa da mãe e a mãe dá mama. Mama é colo. É mimo. Lembro-me de olhar para o relógio, contar três horas e reger-me por aí. Era terrível, não podia fazer a minha vida. Claro que, no início, segundo os pediatras, temos de os acordar de três em três horas até ganharem o "peso normal" e acordá-los até pode ajudar a prevenir a morte-súbita nos primeiros dois meses ou lá o que é. O ideal é não ter horas para a mama. É estar disponível para eles sem fazer considerações lógicas  como "não pode ter já fome!". Pode não ser fome. Pode ser sede. Pode ser mimo. Se há uma maneira de os ajudar, para quê tentar negar?

4 - Ficarmos demasiado agarradas ao "antes" de ter o bebé.

Estarmos sempre a queixarmo-nos (principalmente a nós mesmas) de que a noite foi terrível. De que já não dormimos 3 horas seguidas há mais de 2 meses (sem contar com o final da gravidez). Convém aceitarmos que as coisas funcionam como funcionam porque eles precisam de nós, em vez de estarmos constantemente insatisfeitas com a nova realidade. É assim. E já toda a gente nos tinha avisado.



5 - Querermos ter a casa limpa.

Claro. Muita bem. Queremos ser as super-mulheres, não é? A mãe que tem o recém-nascido, que limpa, que não dorme, que o marido chega a casa e ainda lhe damos uma traulitada. Não. Priorizar, sff. É sinal de inteligência e, mesmo com a casa suja, todos ficam a ganhar com uma mãe melhor da cabeça. 

6 - Não querermos pedir ajuda.

Qual é o mal de admitir que não conseguimos fazer tudo? Por que é que tantas pensamos assim? Que já estamos a falhar no nosso dever de "mulheres" e de mães se pedirmos ajuda? 

7 - Não aceitarmos ajuda.

O mesmo da de cima só que com pessoas próximas. Se não deixamos que a nossa mãe, sogra, irmã... nos ajude... o que pretendemos com isto? Lamentarmo-nos de nos sentirmos sozinhas por escolha? Esquisito, não é?

8 - Não dormirmos quando eles dormem.

Temos imensa vontade de ter tempo para nós, mas não chegamos a aproveitar por estarmos tão casadas. Sempre que eles acordam e escolhemos não dormir, chegamos à mesma conclusão: "devia ter ido dormir logo, que estúpida". Tentemos aprender com os "erros". Descansarmos é importantíssimo para todos. Para nós, bebé, pai... para as maminhas porque é quando descansamos que a hormona da produção de leite trabalha mais... 




9 - Não tomarmos banho frequentemente.

Sentirmo-nos sujas e a cheirar a leite azedo faz-nos pior à cabeça do que se possa imaginar. Tomar banho com um recém-nascido em  é tarefa muito complicada, mas pede-se ajuda ou é-se criativo. 

10 - Tentarmos arranjar explicações para tudo sem tentarmos informarmo-nos.

Acho que ele não dormiu bem porque lhe dói a barriga e metade do ouvido... Convém estarmos atentas, que estamos, claro, mas há coisas que simplesmente são do mais básico que há: ao bebé precisa da mãe. Precisa de mimo. Precisa de colo. Precisa de beijinhos. Nos primeiros três meses é mais importante que tudo o resto. Há quem diga que mais de metade das "cólicas" que os pais e profissionais de saúde dizem que os bebés sentem, não passa da maneira deles de expressarem que se sentem inseguros. Precisam de nós.

11 - Darmos ouvidos a toda a gente que não tem informações credíveis.

A sogra punha o filho a dormir a fazer o pino e punha-lhe um nabo na testa para respirar melhor? Por favor. A mãe é que sabe e, se não sabe, faz por saber, num sítio credível. 

12 - Questionarmo-nos "por que é que o nosso bebé é diferente"? 

O da Sara dorme a noite toda? É o da Sara. O nosso bebé não é filho da Sara e do coiso. O nosso bebé é diferente, sim. Porque tem tudo de diferente dos outros bebés. Ainda bem, senão era um Nenuco e eles têm um buraco para fazer xixi muito esquisito. 


13 - Querer "recuperar" a vida antiga rapidamente.

Não é que tenha acabado, mas sofreu uma mudança. Aceitemos isso. Abracemos a novidade sempre com olhos postos numa altura em que já consigamos ter estabelecido uma sintonia com o bebé, com a família, connosco. Cada dia que passa é menos um para estar tudo equilibrado. 

14 - Afastar o parceiro.

Muitas mulheres não se sentem compreendidas ou ajudadas pelo parceiro. Há muitos que não as compreendem ou que não as ajudam. Temos de aprender a ajudar-nos. Se queremos ajuda, podemos pedir-lhes. Se sentimos que precisamos de chorar, choremos com eles. Não podemos estar à espera que eles adivinhem do que precisamos, especialmente agora. Quem fica a perder são... todos!

Querem ajudar a completar?

10.16.2015

Mas, afinal, o que se sente com uma contracção?

Sempre foi uma coisa que me meteu imensa confusão. Toda a gente falava das contracções falsas (as Braxton-coiso) e das contracções verdadeiras e dos intervalos entre as contracções para ser sinal de parto e para irmos para o hospital, mas havia várias coisas...

1 - Não conseguia perceber, afinal, o que é que iria sentir com uma contracção. Ninguém o explicava de forma que eu percebesse nos livros. Agora já consigo explicar da minha maneira. Sabem aqueles choques que apanhamos no braço todo quando batemos com o cotovelo? Pronto. Imaginem isso na barriga toda e que dure um minuto. Depois percebi o que era isso das contracções.

2 - Não me imaginei com paciência para estar a anotar uma coisa dolorosa num papel ou de estar a olhar para o relógio. E, então, saquei logo uma aplicação para isso. Esta aqui em baixo - nome mais óbvio não poderia ter. Esta foi do dia em que dei entrada no hospital, dia 20 de Março de 2014. 



3 - O que chamam de contracções falsas são, pronto, mini desconfortos ocasionais, são chatos, é verdade, mas são falsas e completamente diferentes. Pelo menos, no meu caso. 

Já repararam como está tudo muito bem feito? Por volta desta altura já estamos tão fartas de estar grávidas que as dores, apesar de muitas, são bem-vindas! :) Está tudo muito bem feito, não haja dúvidas. 

Como descreveriam vocês as vossas? Ainda se lembram?

10.13.2015

Mas afinal as grávidas podem ou não pintar o cabelo?

Eu, pessoa que pinta o cabelo desde 2004 (já fui do amarelo platinado ao castanho escuro, passando pelo arruivado), quando estava grávida, resolvi não pintar, não fazer nuances, nada. Li algures na internet que os químicos poderiam ser nocivos para o feto. Não que eu fosse propriamente a pessoa mais responsável do mundo, já que comi algumas vezes sushi e bebi uns golinhos de vinho tinto pontualmente, nada que possa ser digno de uma medalha.

Li depois algures que afinal até podia, se fossem produtos sem benzeno, amoníaco, iodo e essas coisas todas que eu nem sei bem o que são, que naquela região muito vascularizada podem ser absorvidos para o organismo facilmente, e se o espaço fosse arejado.

Lembro-me que, apesar de estar com o cabelo lindo, brilhante, forte (bendita gravidez), passava bem por uma Shakira no ano 2000. A solução foi ir cortando as pontas, para que a diferença para a raiz fosse cada vez menor. Não correu assim tão mal, até passava por californianas.

Foto lindíssima que o pai da Isabel nos tirou nem uma semana depois do parto
Por aí? Como fizeram?

10.10.2015

Querem ajudar as recém mamãs, é?

Toda a gente (ou quase) é muito bem intencionada quando nasce um bebé de um familiar próximo ou de uma amiga. 

Engraçado que também há precisamente o oposto: as pessoas que, de repente, desaparecem como se tivéssemos apanhado herpes na cara toda.




- Se puderem não visitar nos primeiros dias, agradecemos. 

Quando chegamos a casa, temos de encontrar a nossa sintonia com os bebés, com o sono, com tudo e, por isso, se se puderem juntar à manada de gente que vai ao hospital, melhor. Depois só dali a 3 meses. E com prendas sff. Para a mãe.

- Se levarem sopa ou se forem limpar a casa, podem e DEVEM visitar. 

Façam-no é sem mandar grandes bitaites sobre se o bebé devia estar a dormir de barriga para cima ou de pés para o lado, se cheiramos a leite azedo ou se devíamos pôr um pozinho para não parecer que fomos violentadas por um Sagui obeso.

- Não temos nada para contar. 

Não. Não, não temos. Podemos contar a história do parto outra vez, mas não nos apetece, ainda para mais se ainda tivermos o pipi todo cosido. Sim, podemos continuar a acenar com a cabeça a dizer que o miúdo é bonito, mas no fundo, no fundo, queríamos era estar a dormir ou sem estar a fazer conversa de xaxa. Sejam rápidos. Sejam tão rápidos como o desaparecimento do subsídio de férias da conta.

- Levem flores ou chocolates ou qualquer coisa para as mães.

Não que odiemos os nossos bebés, mas vai saber tão bem sentir que ainda importamos e que temos ali algo para nos deixar ainda mais felizes quando as pessoas sairem.

- Ofereçam-se para dar uma olhadela no bebé para irmos tomar banho. 

Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Tomar banho é um direito. Tomar banho com calma também. É do que precisamos mais. Mais disso do mais um par de sapatos para um bebé que ainda nem respirar decentemente sabe.

- Informem-se um bocadinho sobre amamentação ou qualquer coisa que seja útil. 

Assim também oferecem outro tipo de apoio à mãe. Um que ela precise. Principalmente não vão encher a cabeça da mãe (tão susceptível nesta hora) de coisas palermas que podem vir a fazer-lhe mal e, ainda para mais, totalmente bem intencionados, claro.

- Lavem as mãos. 

O bebé pode fazer imenso cocó mas, não é um corrimão das escadas rolantes do Colombo. Não é para toda a gente por lá a mão e pronto. É lavar para tocar no bebé. 

- Não venham a cheirar a tabaco.

Fumo passivo. Sim, eu sei que as fumadoras estão a rolar os olhos para cima. Eu sou ex-fumadora e esta conversa também me irritava, mas a verdade é que faz mesmo mal aos bebés e os pulmões ainda estão a maturar.

- Não nos digam se estamos feias ou com um aspecto horrível.

Alguma mulher que vocês conheçam desconhece quando está mal? Nós sabemos quando parecemos um ralo. Não digam coisas desagradáveis, porque vão ser multiplicadas por mil na cabeça da mãe.

- SEJAM RÁPIDOS.

Não venham para cá passar o sábado nem o domingo. Não venham ver a bola. Venham "dar um beijinho". A mãe e a nova família precisam de calma e de descanso. Depois o forrobodó. Depois podemos ter o mesmo nível de energia que o João Baião. Para já, não. 

E mais? ;)



10.07.2015

Fui só eu?

Fui só eu que na gravidez, ali no segundo e terceiro trimestres, fiquei com voz de cana rachada? Vi-me aflita para continuar a fazer o meu trabalho (faço entrevistas e sou a voz de um canal, a SIC Caras), além de, de certezinha, andar a irritar meio mundo com um tom de voz intragável.

Lembrei-me disso agora que entrevistei uma grávida com um tom de voz entre a Cristina Ferreira e a Júlia Pinheiro. Pode perfeitamente estar a passar pelo que eu passei.

Ou estou em delírio e não é normal na gravidez ficarmos com voz de quem tem uma unha encravada que está a ser pisada por um camião TIR?

10.03.2015

Bebés que não chegam a nascer

Uma em cada quatro grávidas sofre um aborto espontâneo. Uma em cada quatro mulheres vê destruído o sonho de ser mãe. Uma em cada quatro mulheres sofre a dor da perda e muitas vezes cala-a. Ela dificilmente desaparece. O mundo à volta é que acha que sim.

Não fazia ideia desta realidade até uma amiga próxima, depois de bastante tempo a tentar engravidar, ter perdido o bebé, de poucas semanas. Fiquei sem saber o que dizer, mas calculei que a frase "se aconteceu assim, foi porque algo não estava bem" não fosse surtir nenhum efeito positivo nela. Não era isso que ela precisava de ouvir. Só lhe consegui dizer que sentia muito. E senti, senti muito por ela. Entretanto engravidou de novo, correu tudo muito bem, e nunca mais voltámos a falar do assunto. Se ela quiser voltar a falar disso algum dia, cá estarei para a ouvir e dar-lhe o meu abraço. Mas sei que mesmo que ainda sofra, muito provavelmente não irá puxar pelo tema, porque infelizmente, na nossa sociedade, essa perda é muitas vezes incompreendida. E as mães - e os pais - ficam a sofrer em silêncio.

Resolvi falar com algumas mães que passaram, e passam, pela dor dessa perda gestacional. Algumas ultrapassaram-na pouco tempo depois e conseguiram resolver nelas o que lhes aconteceu, outras não e acham que nunca o farão. Ficam os testemunhos, para que quem está desse lado perceba que não está sozinha. E para que, caso esteja a passar por isso, possa procurar ajuda.



Inês.
A Laura é a minha 4ª. filha. Antes dela nasceram o Manuel e o Filipe. Um problema genético foi a causa de eu ter feito 2 IMG às 17 semanas de gravidez. Foram 2 partos normais, como se de bebés de termo se tratassem, com a diferença de que saí da maternidade de braços e alma vazia, com uma dor que ainda hoje me corrói por dentro. Ouvir as pessoas dizerem "deixa lá foi melhor agora que mais tarde", "para a próxima corre melhor", "tens sorte em já ter a Rita", "deixa lá ainda és nova"... Enfim, comentários que nunca nenhuma mãe que acabou de perder um filho deveria ouvir. O que mais alento deu ao meu coração foi a dignidade com que foram tratados desde que nasceram (já sem vida) até irem para o cantinho onde hoje estão.
Já passou algum tempo, e hoje embora consiga falar mais abertamente do assunto, ainda tenho noites que choro até adormecer, sobretudo em certas datas. Quando perdi os meus filhos, um pedaço de mim foi com eles. Tive dois sonhos desfeitos. Quando fiquei grávida da Laura eu não queria de todo ficar grávida, não naquela altura. Foi uma gravidez a medo, a cada consulta, a cada eco eu tremia só de pensar que poderia voltar a ouvir as mesmas palavras que ouvi nas duas anteriores gravidezes. Quando a Laura nasceu, foi um misto de emoções... Olhar para ela e saber que vou viver com ela o que jamais irei viver com os manos é doloroso, mas depois também penso que se nada disto tivesse acontecido a Laura também não estaria cá... São emoções que se contradizem...
O Fórum, na altura, foi o lugar que encontrei para me aliviar a dor. Fiquei sozinha, a minha família está longe e no fórum encontrei pessoas espetaculares que, mesmo sem conhecer, me ajudaram a superar aquela fase.
Acho que as pessoas ainda desvalorizam o assunto "perda gestacional" e só quando passamos por lá é que temos a noção da quantidade de casais que sofrem em silêncio. Quero que a sociedade saiba o impacto que isto tem nas nossas vidas e que aqueles eram os nossos bebés, os nossos filhos. Não são coisas ou abortos.

Patrícia.
Tudo aconteceu em 2009. Descobri que estava grávida. Já tinha as minhas férias marcadas para Cabo Verde, e depois de falar com a médica, resolvemos viajar. Chegámos a Cabo Verde e correu tudo bem na primeira semana, mas depois disso veio o meu maior medo. Comecei a sangrar um pouco e fui ao hospital. Diagnosticaram "ameaça de aborto" e, embora tivesse o colo do útero aberto, vim para casa com recomendações de repouso absoluto e de pernas elevadas. Passado um dia, comecei a ter cólicas fortes (contrações). Fui ao WC, sentei-me na sanita e comecei a perder imenso sangue.  Não sei o que me passou pela cabeça, mas meti a mão e tive o meu bebé. Mesmo de 9 semanas, era o meu bebé. Estava ali, já formado. Chorei imenso. Chamei o marido, que chorou comigo e que se culpou durante imenso tempo de termos ido a Cabo Verde de férias. 
Era uma gravidez desejada e sofremos imenso com toda essa situação e até a nossa família sofreu connosco. Claro que ouvi: “se assim aconteceu era porque não estava bom” ou “se aconteceu foi porque tinha que acontecer”, frases que nunca se deve dizer a uma mãe fragilizada.
Em Cabo Verde, após o aborto, fui ao hospital e fizeram-me raspagem a sangue frio. São dores que não se esquecem. Passados seis anos, cada vez que vou a uma ginecologista e quando fiquei grávida de novo, sempre que vejo algo comprido, encolho-me toda e lembro-me daquilo que eu passei. Foram frios, trataram-me como se fosse habitual aquilo acontecer, na hora da raspagem eu gritei imenso e não houve nenhum consolo por parte da equipa médica, rasparam e mandaram-me embora.
A 24 de fevereiro de 2010, tive o meu tão esperado positivo, a gravidez correu lindamente, mas nos primeiros 3 meses estive sempre apreensiva.
Agora tenho 2 lindas princesas, uma com 4 anos e meio e outra com 9 meses.
Naquela altura, para além do apoio do marido, apoei-me imenso no forum "de mãe para mãe", que tem uma secção de perda gestacional. Contei lá a minha história, que possivelmente ajudou outras mães, e li relatos também de outras mães. Não me senti um alien.

Carla.
Antes do Santiago nascer tive uma perda as 7 semanas. Foi horrível. Estava a trabalhar e percebi logo o que estava a acontecer. Liguei ao meu marido. Tranquei-me na casa de banho e chorei. Chorei muito. Estava sozinha. Não tinha contado a ninguém no trabalho. Não queria que ninguém soubesse. Rezei para que o tempo passasse rápido. Fui à urgência e tive a pior notícia. Demorei um ano e meio a engravidar. O meu relógio biológico já estava a disparar há tempos! Durante esse período quase todas as minhas amigas engravidaram. Foi desolador. Queria ficar contente por elas e não conseguia! A minha obstetra sempre desvalorizou. Passei noites que só chorava. Passava horas a fazer contas à volta da agenda e outras tantas na net à procura de respostas. Na relação com o meu marido, apesar de nunca estar em risco, tivemos períodos difíceis. Aquilo que poderia ter sido namorar e esperar um filho tornou-se a certa altura uma obrigação. Isso deixava-me triste, muito triste. Tentei tudo! Pernas para cima depois das relações, não me lavar, não me levantar, enfim... Estava louca!!! Perguntava-me muitas vezes “porquê? Porquê eu?” Comigo sabia que estava tudo bem. A certa altura coloquei um limite e disse ao meu marido e se não engravidásse até ao final do ano íamos procurar ajuda. Convenci-o a ir ao urologista. A meio do percurso, descobrimos que ele tinha varicocele e teve que ser operado. Sabíamos que podia resultar ou não. Ao fim de um mês da cirurgia engravidei. Agora antes desta nova gravidez voltei a ter outra perda... Tive muito medo. Mas felizmente voltei a engravidar logo de seguida e já vamos nas 15 semanas.
Sei que há histórias muito mais tristes. Mulheres que sofrem horrores.
Por isso, agradeço-te do fundo do coração dares voz a estas guerreiras!!!

Sofia.
O Afonso foi a minha terceira gravidez. Em Agosto de 2012 tive a primeira morte intra uterina, depois, em Fevereiro de 2013 precisamente a mesma situação. Aconteceu sempre por volta das 6 a 8 semanas e tive que me deslocar às urgências de obstetrícia para provocar o aborto... O pior de tudo é esperar ao lado de grávidas... estar à espera que o corpo reaja à medicação e expulse o feto e estar a ouvir na sala ao lado o primeiro choro de um bebé acabado de nascer.
Em Junho de 2013, novamente grávida e por fim o sucesso (desconfio que eram gémeos, mas que um não vingou), mas, para quem passa por vários abortos, o medo está presente até ao fim e só quando tens o teu bebé nos braços é que o medo desaparece.

Rita.
Eu sofri 3 abortos (7s, 11s e 12s), todos no espaço de ano e meio. Os 2 últimos foram analisados, tendo dado problemas cromossomáticos. Fizemos consultas de infertilidade, muitos testes e exames, fizemos também consulta de genética. Resultado: tinham sido abortos aleatórios. Segundo a estatística, 1 em 4 gravidezes dá um aborto e sofri 3. Passei por um período muito duro e de depressão. Deixei de conseguir engravidar. Fiz um bloqueio. Tive 3 anos para voltar a conseguir engravidar, nesse período fiz induções de ovulação e outros tratamentos para engravidar, nada resultou. O marido foi trabalhar 1 mês para o México, eu descomprimi e, quando ele regressou, fomos de férias e eu fiquei grávida. Correu tudo bem e nasceu o João. Quando o João fez 14 meses, resolvi voltar aos treinos porque tinha medo de voltar a demorar muito tempo para engravidar. Quando o João fez 15 meses já estava grávida e desta gravidez nasceu o Pedro. Uma história triste, com final feliz e acho que sou melhor mãe e melhor pessoa devido ao que ultrapassei.


Obrigada a todas por terem partilhado comigo as vossas dores, as vossas angústias, mas também as vossas lutas. 

Caso estejam a passar por uma dor semelhante, deixo-vos este link para o fórum de perda gestacional, que tem também consultório online, e que vos poderá ajudar - Projecto Artémis.


*Todos os nomes usados neste texto são fictícios, respeitando o pedido das mães. <3