1.22.2017

A ti, grávida cheidanerves.

Nem todas levamos a vida numa de "ai, o que tiver de acontecer, acontece". "Vai correr tudo bem". Há umas quantas de nós que se enervam, que têm medo de não estar a fazer bem as coisas, que têm medo que o corpo não funcione em condições ou que toda a humanidade tenha um segredo fatal sobre isto da maternidade e que nós sejamos as únicas a não saber. 



Sim. Eu era uma dessas pessoas. Achava que, além de não estar equipada para ser mãe fisicamente (não sei porquê, achava que o meu corpo talvez nunca viesse a funcionar, desde pequenina) também não seria capaz de ser a mãe que eu precisaria de ser para ser feliz (sim, tenho noção do quão egoísta parece ser esta afirmação).  

A verdade? É como tirar a carta de condução. Antes de tirarmos parece (para estas algumas, claro), muito assustador e "demasiada coisa ao mesmo tempo", depois começamos a reparar nas pessoas que nos rodeiam e que têm carta e que nem todas parecem ser guardadoras de um potencial gigante para a condução e começamos a apercebermo-nos de que talvez seja possível conseguirmos. 

O problema? Não há aulas para isto de ser mãe. Não andam connosco durante umas 100 e tal aulas a explicar regras (das quais nunca nos iremos lembrar - o mais próximo disto são as aulas de preparação para o parto) e depois conduzem connosco num automóvel até nos sentirmos seguras o suficiente para fazermos um exame e, se passarmos, podemos ser mães. 

Neste caso, em princípio, decidimos e depois temos logo as chaves na mão para levar o bicho a passear, sendo que convém que ele sobreviva (e nós também). A parte boa é que temos 9 meses para nos habituarmos à ideia, mas temos também 9 meses para nos minarmos por dentro e para que as pessoas "da nossa vida" não nos acalmem, antes pelo contrário. 

Gostava que me tivessem dito estas coisas (podem rir-se à vontade, mas teriam ajudado): 

- Não és menos de que qualquer outra mulher que seja mãe. 

- Lá por não seres perfeita, não quer dizer que não mereças ser mãe. 

- O amor pelo teu filho encaminhar-te-á sempre para as decisões mais certas.

- Tu vais sentir o amor de que toda a gente fala. O teu coração não está morto. 

- O teu medo, em ti, é sinal de que queres muito que tudo corra pelo melhor. 

- Não depende tudo de ti, mas no que depender darás o teu melhor (porque amarás) e é isso que importa.


Depois de tudo isso que senti e que, de vez em quando ainda sinto - mas que quanto mais vou amando a Irene mais me vou amando a mim - cá estamos. A Irene tem praticamente três anos e é feliz e eu também.

Tudo começou naquele dia em que, numa de loucura, achei que era capaz.



Outras leituras: 

"Estás grávida se..."

"Não sou mãe galinha, sou mãe informada". 

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1.20.2017

E se for uma seita?

Foi a primeira coisa em que pensei. Sabia lá o que era isto do Método DeRose (não sou ingénua ao ponto de por ter lido umas coisas e de ter feito uma aula que ache que sei alguma coisa) e a Sara, uma das melhores amigas da minha prima, era simpática quando éramos mais novas, mas sabia lá eu que caminho tinha tido... Até poderíamos combinar um encontro e depois eu sair de lá com um rim a menos (ou um rim a mais - imaginem, haver malta que oferece rins na rua a outros... também seria complicado). Na dúvida, decidi convidar o Diogo, #omelhorptdomundo.

Não foi por isso! Claro que entretanto fui pesquisar o que era (como tudo o que não sei e gostava de saber, até já cheguei a pesquisar o que é "ranho" como fez uma leitora questão de me lembrar, ahah) e pareceu-me muito interessante. O Diogo (meu pt), num dia destes desafiou-me a tentar a posição do corvo (vejam aqui em baixo) e foi por isso que a Sara achou que poderia ser engraçado dar-me uma aula. 



Quando estivemos juntas, claro que me acabou por "corrigir" e até de tornar o exercício mais fácil e estável ;)


A própria Sara, directora da escola Método DeRose Cascais, explica-vos o que é:


Fizemos muito mais coisas (não como o final que a Sara nos mostrou), mas não consegui gerir o "cartão cheio". Estava a gostar tanto da aula que não quis ir apagar coisas e perder tempo. Não sei se ligam muito a este tipo de coisas. Eu não ligava. Acho que andei durante antes dissociada do meu corpo mas, aos poucos, estou a fazer as pazes com ele, dando-lhe a atenção que ele precisa.

Além de estar todo a trabalhar (não devo ter músculos adormecidos de momento, acho que estou a "funcionar bem"), sinto-me também orgulhosa de mim mesma por todas as milestones que tenho vindo a alcançar. Só nesta aula de DeRose foram três ou quatro. 

É saúde, é orgulho, é equilíbrio, auto-estima, auto-controlo...  é sermos a melhor versão de nós próprios. Como diz a Sara, ajuda em tudo. Parece-me uma maneira muito saudável de nos focarmos no que é mais importante e também uma óptima maneira de nós, mães, andarmos com a cabeça mais no sítio e consigamos fazer um kameamé sempre que for preciso em situações mais complicadas sem parecer que o mundo está a ruir. 

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Fomos ao Borboletário!

Mais uma dica de passeio "A Mãe é que sabe", desta feita em Constância. Uma leitora de Santarém já me tinha sugerido este programa e acabámos por ir assim "à maluca", num dia em que nada disso fazia parte dos planos. Ainda bem que fomos. Além de ser perto de Constância, um sítio muito pitoresco e bonito que vale a pena visitar, ficámos a conhecer a vida de uma borboleta (nada como ver in loco como tudo se processa), assim como a conhecer várias espécies e as diferenças entre elas.

O Borboletário Tropical, em Constância, tem, além de várias espécies e de um berçário de borboletas (adorei o conceito) uma pessoa que nos faz a visita guiada muito, mas mesmo muito paciente e boa no que faz, adequando o discurso a quem a ouve, com imenso jeito para crianças. A Isabel adorou e, se entrou de lá com medo de formigas - sim...- saiu de lá a fazer festinhas nas lagartas e super feliz. 

O espaço envolvente é também muito bonito para piquenique, lago com patos e parque com escorregas e campos de futebol, ideal para passar um dia em grande com os miúdos.  {se não conhecem a região, aconselho também o Castelo de Almourol}.

Havemos de voltar na primavera para desfrutar ainda mais do espaço. Recomendamos!

{ah e disseram-nos que a melhor hora para ver as borboletas a voar é ali entre as 11h e as 14h, se não me falha a memória, por isso caso os vossos filhos já não façam sesta, força}






















Coisinhas de que possam ter gostado:

Vestidos - Lanidor (Saldos)
Carneiras azuis - Maria Pipoca
Casaco Isabel - Zara

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1.19.2017

A Mãe dá - 10 bilhetes duplos para o filme Miss Sloane - Uma Mulher de Armas!


Ai migas! Não sei se é por ir tirar barriga de misérias, se é por ter umas horinhas só para mim numa sala escura de cinema sem ter de ter a mama de fora ou ouvir choro de bebés, se é por ir ao cineminha ver um filme tchanan com a maravilhosa Jessica Chastain (ai filhota, que vestido foi aquele que levaste aos Globos de Ouro? Credo!), e poder mandar abaixo um pacotão de pipocas sem dó nem piedade (e pôr lá umas gomas pelo meio, que no escuro ninguém vê), se é por poder conhecer leitoras do blogue e bater um papo (sim, que uma pessoa em casa com a criança precisa tanto de converseta)... mas estou MESMO ENTUSIASMADA com este Passatempo! 

Mas então o que é que a Mãe dá

A Mãe dá 10 bilhetes duplos para irem ver comigo o Miss Sloane - Uma Mulher de Armas, no Cinema UCI, El Corte Inglês, 2a feira às 21h15!

{Têm de lá estar por volta das 20h30 para que possamos ver as fronhas umas das outras (vou tentar tapar estas olheiras e ter um ar compostinho!) e dar dois dedinhos de conversa (estou tão sedenta de falar com adultos que vão ter de ter paciência ahah)}.

O que têm de fazer? 


Para se habilitarem, só têm de preencher o formulário abaixo, até às 23h59 de domingo  (permitida apenas uma participação por endereço de e-mail).

Os vencedores serão escolhidos aleatoriamente através do Random.org e o resultado revelado às 9h de 2a feira.
(Se sentem a sorte do vosso lado, ponham já a avó, o tio, a prima, o pai das crianças de sobreaviso. Grávidas, é aproveitar porque depois vão andar a ressacar de cinema (eheh).)




Fiquem com o trailer para irem sonhando com uma pipoquita enquanto vêem um filme cheio de reviravoltas sobre um tema super atual (e preocupante) que mete lobis, jogos sujos e esquemas que envolvem o Congresso dos Estados Unidos. Promete!

BOA SORTE!



Senti-me tão mãe.

Se dantes era horrível para mim adormecer a Irene, desde que conheci a Constança, adormecê-la deixou de me enervar e passou a ser um momento até produtivo com muito contacto visual, muito miminho e, depois, de meditação. Dantes irritava-me ficar tanto tempo no quarto dela, agora acabo por ficar mais um pouco a ouvi-la respirar (a maior parte das vezes adormeço) e aproveito para processar coisas que se passaram no meu dia, coisas que tenha que fazer ou, às vezes, só a apreciar o facto de estar ali ao meu lado uma pessoa que está cá graças a mim. Muitas das coisas que mais me têm deixado feliz ultimamente, surgiram nesses minutos "extra" em que fico por lá. 

Ajudam-me a sentir-me cada vez mais confortável neste papel de mãe. Fazer este balanço silencioso de como estará a correr, como posso melhorar, o que sinto sem estar a fazer outra coisa ao mesmo tempo, tem sido muito proveitoso para mim. E que melhor banda sonora que o nosso filho enquanto ele dorme? 

Quem haveria de dizer que eu escreveria isto? Pus a Irene a dormir no quarto dela no segundo dia de vida ou terceiro porque o respirar dela não me deixava dormir. 

Hoje, quando acordou às 4h da manhã, lá fiquei com ela. Voltou a ter um pesadelo em que gemia baixinho e a respiração ficava acelerada. Fiz-lhe cafuné (como de vez em quando faço para que ela relaxe) e não resultou. Então, decidi abraçá-la e dizer que estava tudo bem. A Irene ouviu-me, a sua mãe, e relaxou. Passou. Respiração desacelerou e ficou mais pesada outra vez. 

Que coisa mais simples, mas que me fez sentir tão completa. Saber que o meu abraço e a minha voz a acalmam mesmo quando está a dormir. Não há nada mais puro que isto. 


Agora, como temos a escola ao pé de casa e do meu trabalho, conseguimos ainda ir uma hora ao jardim antes de anoitecer. Que privilégio. 

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Outros textos relacionados.


Sobre odiar adormecer a Irene: 

Querem stressar para os pôr a dormir? 

Como não nos passarmos da cabeça quando os queremos adormecer. 

Às vezes não tenho força ou paciência. 

A vida de um bicho de uma caseira muito caseira.

Sobre mudar a Irene para o quarto dela: 

Vai para o quarto dela. 

Entrevista sobre co-sleeping ao Observador.

Sobre achar que não era capaz de ser mãe: 

Não sejas estúpida, Joana. 



Coisinhas que podem ter achado giras:
Casaco - Boboli

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1.17.2017

Guarda o meu amor por ti

Quero que nunca te esqueças que foste a minha única escolha. A pessoa que escolhi para passar o resto da vida ao meu lado. Aconteça o que acontecer, venha quem vier, tu serás sempre a minha escolha. Quem se vai juntar a nós pode ser qualquer pessoa. Vamos ajudá-la a atingir o seu máximo potencial, vamos amá-la incondicionalmente, mas o meu amor maior serás sempre tu. Tenho medo do amor que estou prestes a conhecer. Esse amor que dizem ser mais que a vida, um amor animal, que vem das entranhas. Espero, sinceramente, que ele não me cegue em relação a ti. Tu que me deste a mão quando mais precisei, que me ouviste quando só conseguia soluçar, que me viste acabada de acordar sem qualquer beleza artificial, tu que já me viste do avesso. O meu coração nunca se vai esquecer de ti, mesmo que outra pessoa comece a ocupar o mesmo espaço que ocupas dentro dele. És, no meu mundo inteiro, a única pessoa que me vê realmente como sou, que acredita no que poderia ter sido e nunca tive coragem de ser, que vê sempre o melhor de mim em tudo, que me encoraja a ser o que conseguiria ser. Desculpa não acreditar tanto como tu. Desculpa fazer de conta que não te ouço porque tenho medo de perder o que já tenho. Mas ouço, meu amor. Ouço-te sempre e o meu coração concorda sempre contigo. Quando, um dia, me esquecer de dizer que gosto de ti, que te amo acima de tudo, que és o meu amor maior, por favor guarda estas palavras dentro de ti. Protege-as do mundo lá fora.


Fotografia Ties

Joana Diogo
A Joana escreve no O que vem à rede é peixe
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Antes e depois de ti, filha

Minha adorada filha,

Contigo, há um antes e um depois. 
Antes há uma vida intensa, cheia, com férias sem horários, muitos festivais e saídas.
Jantares até altas horas, almoços que pareciam lanches, jantares só de pipocas, séries na cama, música alta. 
Há trabalho até altas horas, manhãs que começavam de madrugada, viagens pelo país, almoços que eram sandes, adrenalina, fechos de peças, de programas, gravações, pivots, correria e caos, gargalhadas no trabalho e cansaço. 
Há dois corpos numa cama que se abraçam, que voltam a dormir num domingo de manhã, há duas pessoas que se amam, que planeiam e sonham. 

Depois de ti há uma vida intensa, cheia, com férias com horários, há menos saídas ao Deus-dará e mais programadas, há jantares que parecem lanches.
Há comida saudável e papas de aveia feitas a duas, há músicas infantis e há pop com letras inventadas, há danças tontas na casa de banho e em frente ao espelho. 
Passados quase dois anos, deixou de haver trabalho até altas horas, por ti, por mim, pela tua irmã. O trabalho passou a ser em casa e o tempo cresceu para vocês. O que antes era impensável, desistir da carreira que tantos desejariam, aconteceu. O cansaço é outro, os desafios outros são. 
Há quatro corpos numa cama às 7h30 da manhã, há confusão, sono e alegria, há duas pessoas que se amam e que planeiam e sonham, mas que já têm rostos e nomes e cheiros quando pensam o futuro. 

Minha adorada filha, vieste inaugurar uma vida nova, com novas prioridades. Vieste mostrar-nos que não há nada maior e mais precioso do que isto de sermos uma família, de estarmos juntos, de sermos uns com os outros. Fizeste-me crescer. Ter mais medos, mas arranjar mais forças para os vencer. Ensinaste-me a olhar para os pormenores, a reparar em coisas que o ruído da correria dos dias insistia em tapar. Vieste mostrar-me que menos é mais.

Obrigada, meu amor. Sei que me vês como a melhor pessoa do mundo, a tua heroína, mas acredita que tu é que és um ser especial, tão pequenino e tão grande, capaz de mudar a vida dos outros. Para melhor. Sempre para melhor.



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"A gaguez pega-se por ouvir outros a gaguejar"

É verdade que quando ouvimos uma pessoa a gaguejar podemos ter tendência a fazê-lo, porém não ficamos gagos. 

Existem vários factores de risco que têm um papel fundamental na gaguez, como factores genéticos, neurológicos, do ambiente social e familiar. O facto da Joana (Paixão Brás) ser uma pessoa que gagueja pode influenciar a Isabel e a Luísa tendo em conta estes factores. Também teremos de ter em conta que a gaguez afecta mais os meninos que as meninas (mais ou menos, numa proporção de três a quatro meninos para uma menina).

gaguez


GAGUEZ 

A gaguez é uma perturbação da comunicação, que está incluída nas perturbações do Neurodesenvolvimento no DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual Mental Disorders) caracterizada pela interrupção do fluxo do discurso, através de repetições, prolongamentos e/ou bloqueios (por vezes, acompanhada de outros movimentos associados, piscar de olhos, movimentos atípicos com o corpo, entre outros). Associados a estes comportamentos físicos, temos os possíveis sentimentos por parte de quem gagueja. Vergonha, frustração, raiva e em alguns casos, uma sensação de isolamento, nem que seja pelo sentimento de incompreensão, reforçado pelo enorme desconhecimento da maior parte da população em relação a esta condição.

De forma generalizada, a gaguez surge entre os 2 e os 4 anos, depois de a criança já ter começado a falar. Em 80 % dos casos desaparece pouco tempo depois, estimando-se que 4% das crianças atravessem uma fase em que repetem ou prolongam sons, ou que fiquem 'presos' quando tentam falar. Ao aparecer na infância (aproximadamente, 5 % das crianças) pode, posteriormente, prolongar-se e agravar-se durante a vida adulta, tornando-se assim crónica (1 % da população mundial). Desta forma, aos 3 anos é normal existirem algumas hesitações ou repetições na fala, essencialmente quando a criança quer construir uma frase mais complexa, dizer uma palavra mais difícil, quando quer contar muitas coisas ao mesmo tempo, quando está entusiasmada com alguma coisa ou quando tem de falar rapidamente. Por isso é importante dar atenção às crianças em que isto acontece. Dar atenção é parar, olhar bem para a criança e ouvi-la. Não a interromper, pedindo que fale devagar ou terminando as palavras pela criança. É preciso esperar, dar tempo. 

Quando a criança está a adquirir a linguagem também é natural que a sua fluência ainda se esteja  a desenvolver. Podem verificar-se maias pausas, mais silêncios, hesitações ou as repetições serem mais prolongadas, principalmente na altura do boom linguístico (aproximadamente aos 3 anos). Também aqui cada criança é única, sendo que umas apresentam um discurso mais fluente que outras. Ao longo do desenvolvimento da linguagem, a criança vai praticando e desenvolvendo a fluência.

A gaguez pode aparecer isoladamente, não existindo mais nenhum problema de desenvolvimento, ou aparecer em conjunto com outras dificuldades da linguagem, fala, processamento auditivo central ou em crianças hiperactivas.  

Durante o período de aquisição e desenvolvimento da linguagem podem surgir dois tipos de gaguez: a gaguez fisiológica (também designada de disfluências normais do desenvolvimento) e gaguez de desenvolvimento.  Na gaguez fisiológica ou natural espera-se que haja recuperação espontânea no espaço de seis a doze meses. Se a partir daí a criança não recuperar, podemos estar perante uma gaguez de desenvolvimento.

A gaguez é involuntária, não havendo controlo sobre a própria fala. No entanto, sabemos que, normalmente, a gaguez não aparece quando a criança canta, faz teatro, fala em coro ou fala com objectos inanimados ou animais.

Na maior parte das crianças a gaguez aparece antes dos 10 anos, sendo mais comum entre os 2 e os 7 anos de idade. A criança começa, de forma gradual ou súbita, a repetir os sons iniciais, as palavras no início da frase e as palavras mais compridas mas ainda não tem consciência da sua dificuldade. À medida que a gaguez evolui, as disfluências ou interrupções tornam-se mais frequentes e a gaguez ocorre em palavras ou frases mais significativas. 
Quando começa a ter consciência que gagueja, a criança começa a ter medo de falar, e por isso evita gaguejar, pode manifestar tensões ou tiques nas várias partes do corpo, na tentativa de marcar o ritmo da fala com o corpo (pestanejar, piscar, fechar os olhos, evitar o olhar, tremer os lábios, mandíbula ou língua e ter movimentos tensos com a cabeça, braços, dedos, pernas ou bater o pé).


CAUSAS 

Existe uma imagem estereotipada de que a gaguez terá origem na ansiedade e no nervosismo. Contudo, a ansiedade e nervosismo são consequências da gaguez e não causas.
Investigações nas áreas da genética, neuro-imagem e coordenação motora têm vindo a demonstrar que poderemos estar perante uma perturbação causada por um problema de integração dos ‘circuitos neurológicos’. Circuitos que transformam a linguagem em  suaves movimentos motores sincronizados (fala). Sabemos ainda que muitas das pessoas que gaguejam poderão ter uma predisposição genética. Estes factores em conjunto com o desenvolvimento da criança e o meio ambiente, poderão explicar o início e permanência deste quadro clínico.


ESTRATÉGIAS PARA AJUDAR A CRIANÇA

- Falar de uma forma relaxada e suave;
- Esperar 1 ou 2 segundos antes de responder a alguma pergunta da criança;
- Introduzir no próprio discurso algumas pausas, que se revelam de grande eficácia na modelagem do discurso da criança.

É muito importante para a criança que gagueja, sentir que as pessoas com quem se relaciona, com quem comunica, têm disponibilidade para a ouvir. É fundamental que ela compreenda através do comportamento verbal e não-verbal dos pais que não há pressa, que há tempo para comunicar e por este motivo é valioso que pais ou figuras substitutas promovam um período regular, criem uma espécie de rotina, uma ‘hora’ em que mais nada importa, a não ser ‘estar’ com a criança. Dar-lhe atenção exclusiva, sem divisões e tornar esse tempo, seguro, construtor de uma relação mais forte e estreita que permita à criança perceber que aqueles que são os seus modelos, as pessoas que mais ama, gostam de brincar, falar ou simplesmente de a ouvir.

Resumindo, quando pedimos à criança que fale devagar, com calma, estamos a dizer-lhes que não fala bem, como se errasse quando fala. Estamos assim a não permitir que ela fale de forma natural e espontânea. A partir daqui podem surgir mais disfluências, aparecer o medo de falar espontaneamente e um novo modo controlado e tenso de falar.


MITOS SOBRE A GAGUEZ
A criança gagueja porque pensa mais rápido do que fala.  
A criança começou a gaguejar desde que apanhou um susto.
Quem gagueja é menos inteligente.
A gaguez não se pega por ouvir os outros a gaguejar. 
Ajuda dizer: "tem calma, respira fundo, fala devagar, pensa antes de falar".
A gaguez desaparece com o tempo, é melhor ignorar. 



Quando a criança apresenta alguns ou todos estes sinais, os pais deverão procurar um profissional (terapeuta da fala) especializado em gaguez, para que este forneça estratégias e determine qual o melhor tratamento. 



Referência
(20/20 Co-anchor John Stossel joins the Stuttering Foundation to lead this year’s awareness campaign. His new book, Myths, Lies, and Downright Stupidity – Get Out the Shovel – Why Everything You Know is Wrong, is being released today – Stuttering Foundation)

Links de interesse

1.16.2017

A outra está a passar das marcas...

Se há coisa que me faz confusão são aquelas pessoas que parecem ter um coração enorme, serem muito bondosas mas que, depois, sabem perfeitamente o que estão a fazer - no sentido de serem cabritas. Mais prefiro aquelas que andam sempre com cara de glúteo de um lado para o outro e de quem já se espera fezes de quando em quê. A outra já me anda a desapontar grandemente em coisas que acho que fariam mais parte da sua competência (como aqui) e agora, de repente, decidiu aprontar uma de bullying online.

Aqui está a minha filha toda apresentável (falta a gola à Camões de que ela falou ontem aqui, já sei) para o mundo beto, até com um ar ligeiramente triste de saber que afinal não vai poder continuar a ter 45 cavalos na sua quinta e a organizar festivais equestres. 


Depois, aqui está a minha filha com uma tortilha (bio, vá) na mão porque não houve grande tempo para o pequeno-almoço (até porque eu queria tirar fotografias para o blog ahahah) e decidi juntar-lhe um casaquinho plastificado vermelho. Compreendo que não pareça do lookbook capsule da Zara, compreendo que não pareça que vai ser baptizada hoje (nem vai ser em breve), mas vai com um apontamento de cor inesperado já que lhe quero estimular o gosto por cores fortes e não só "pastel" como se fosse para forrar uma cadeirinha antiga da casa da avó. 


Claro que todo este atrevimento estilístico, juntando ao facto de afinal se notar que comprei a camisola demasiado grande começou a fazer com que a Joana chorasse incomodada (não só porque chora com tudo), mas porque é muito estilo para alguém que use tantos apelidos. Começaram a arder com se fosse cebola e saiu-lhe aquele comentário ali em baixo: "Tadinha". 



Joana, ainda no outro dia foste contribuir para a caridade e hoje fazes uma destas? Ou se é bom de coração o tempo todo ou, então, é tudo só para manter aquele nível de gente de bem que faz coisas boas. Cá para mim queres uma igual e já não há ;) Ficaria muito bem com aqueles sapatos que vocês usam: as beijocas ou as feijocas ou lá o que é. 

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Coisinhas que podem ter achado giras ou que vos tenha feito arder os olhos:
Casaco - Vertbaudet
Camisola - Zara

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As minhas duas miúdas

Estão numa fase mesmo, mesmo gira. Já interagem imenso, já se adoram e já se chateiam. A Luísa é uma paz de alma, raramente chora, mas agora já começa a mostrar de que fibra é feita quando a Isabel a arrelia demasiado ou quando lhe tira algum brinquedo/comando/chaves/porcaria com (o)a qual está a brincar. Com o tempo vai ganhando estaleca que isto não se pode ser boazinha a vida toda (ahah). 

Se temos momentos de "loucos"? Muitos. 

Se a Isabel continua a demonstrar alguns ciúmes e faz chamadas de atenção? Sim, claro {e ainda bem que os exterioriza}. 

Se é difícil chegar a todas (e são "só" duas) sempre? É e nem sempre se consegue {vão aprendendo a resiliência e a saber esperar - também lhes faz falta}. 

Se trocava isto por outra coisa? Não {só muito às vezes, quando estou "debaixo de fogo" e me apetece calçar uns ténis e correr 50 kms sem destino. Eu que nem estou habituada a correr}. 

O balanço é positivo, muito positivo. Há momentos de "ai Jesus", mas há momentos arrebatadores, de sorriso de orelha a orelha, de festinhas e abraços e beijos e danças malucas na casa de banho os quatro e de gargalhadas. É a Vida a acontecer com todo o seu fulgor.


Ser mãe de dois {de duas} é a coisa mais gratificante do Mundo. 








 
 
Coisinhas que podem ter achado giras:
Vestidos - Lanidor {saldos!}
Galochas - Igor


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1.15.2017

Sou do team #golinhasàcamões

Quem diria que, numa segunda filha, eu iria resistir tantas e tantas vezes a cor-de-rosa, a fofos e golas com rendinhas? A verdade é que, estando em casa com a Luísa a 100%, e sendo eu a lavar a roupa e a tirar os cocós que às vezes fazem incursões até ao pescoço, acabo por ter menos paciência para a vestir toda arranjadinha. Acabo por optar por calças confortáveis e leggings, camisolas e casacos fáceis de vestir e despir (e a verdade é que há coisas giras num estilo mais descontraído/ boho ou lá o que é) e, quando aposto numa roupa mais romântica e girly, até sinto que estou a brincar às bonecas. 

Mas o que é facto é que, fútil ou não, adorei vê-la assim vestida. Já sei que a Joana Gama vai estar a pensar (se ler este post) que a gola é para aparar migalhas de pão, mas eu quero é que ela se lixe. Eu sou do team #golinhasàcamões (só não sou mais por preguiça) nos primeiros meses delas. E mais, andei dois anos a resistir aos Moleke, mas desta vez teve mesmo de ser. A Luísa tem apenas dois pares de sapatos (estes e umas carneiras), mas os que tem são molinhos, confortáveis e giros. Já que estava toda benzoca, vai de sessão "profissional". 

E por aí? Alguém deste team? Ou são mais #estoumenastintaspararoupas #queroéqueelesandemquentes #nãotenhovidaparapassaraferrofolharecos











Coisinhas que podem ter achado giras:
Coelhinho - MiMar Baby


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1.13.2017

Ainda anda virada de costas no carro, 'tadinha?

- Anda, sim senhora. Andará até ter quatro anos, pelo menos.
- Então mas cabe? Não fica com as perninhas todas tortas, desconfortável?
- Não, nunca se queixou, parece-me que tem espaço suficiente.
- E não fica mal disposta?
- Não.
- Mas assim não vê a estrada, deve ser chato, tadinha.
- Ela lá se distrai com livros, brinquedos, peluches, canta, conversa connosco, vê-se ao espelho, não faz nada, olha para a rua, adormece.

Foi um adeus à cadeira da Bébé Confort Axissfix, que já tínhamos há quase dois anos, e um olá à 2 Way Pearl, que dá para ir de costas para a estrada até aos 105cm, 4 anos aproximadamente. Agora a Assixfix passará para a Luísa, basta lavar a forra e está como nova.


Porquê esta?

- cumpre a mais recente legislação i-Size, dá para ir em rear facing até aos 4 anos

- tem um bom desempenho de segurança

- tem um arnês easy-in, ou seja, é facílimo colocar o arnês (gosto mais até do que da Axissfix)

- tem várias opções de reclinação

- usamos com isofix, o 2wayfix, que tem sensor de som e com luzinha verde/vermelha para termos a certeza de que está bem encaixada


Do que tive pena:

- de não ter o 360º da Axissfix, que dá um jeitão para os colocar nas cadeiras; mas ela agora já colabora imenso e já sobe sozinha, por isso, compensa.

- de não ter o azul turquesa da Axissfix, mas como estamos a falar de uma questão de segurança e comodidade, se calhar tenho de calar este meu lado mais fútil de Esquadrão da Moda. :)



NOTA:
Podem ver neste vídeo a diferença da reacção do corpo da criança em caso de acidente, estando contra ou a favor da marcha. Estamos a falar da proporção do peso da cabeça totalmente diferente da de um adulto, estamos a falar de uma redução em 75% dos ferimentos e lesões em caso de embate, estamos a falar de uma escolha que pode fazer TODA A DIFERENÇA na vida e na saúde dos nossos miúdos. Há estudos da ACP - e recomendações da APSI - com números, explicações e resposta a algumas questões e mitos (nomeadamente a questão das pernas, que vão encolhidas).









Outros posts sobre cadeirinhas:




Podem ler também:


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