12.12.2014

Carta à minha educadora

Lisboa, 12 de dezembro de 2021
Querida Educadora Margarida,

Escrevo-te esta carta para te dizer "obrigada". 

Sou uma criança feliz, também graças a ti.

Quando te conheci, com cinco meses e meio, sorri. Não sei se por seres lourinha como a minha mãe, ou por teres esse ar bem-disposto, mas gostei logo de ti e saltei para o teu colo.

A minha mãe Joana chorou nesse dia. Ela acha que eu não notei, mas nós damos sempre conta quando os nossos pais estão tristes. É que, sabes, eu sou a coisa mais importante na vida dela! Já estava na barriga dela e ela dizia que me ia proteger para sempre. E, nesse dia, ela sentiu que eu não era só dela: era do Mundo.

Mas depois começou a perceber que eu era feliz ao pé de ti, que tratavas bem de mim, me davas comidinha, brincavas comigo e me davas colinho, quando eu estava mais rabujenta. Desculpa se um dia quase te furei os tímpanos, mas não tinha como te explicar o quão chateada estava. Também te zangas de vez em quando, não é? Pois, comigo é igual, tens de me dar o desconto. 
A minha mãe já percebeu que eu ficava contente contigo, com a Lola - que eu adoro, tem uma voz alta e forte e faz-me rir! - e com todos os meus amigos. Comecei a gatinhar e fiquei imparável, disse-vos "olá" com 8 meses, protestei muitas vezes a mudar de roupa (odiava!), choramingava quando me metiam na cama (para quê dormir quando há tanto para fazer?!), mas também sei que vos dei muitas alegrias.

A minha mãe disse-me que vos admira muito.
Eu também. Se sou hoje uma criança feliz, meiga, confiante e desenrascada, devo-o também a vocês. Pelo menos é o que ela diz. Obrigada!

Um grande beijinho, 
Isabel

P.S. E aquelas bolachas que a minha mãe vos ofereceu no meu primeiro Natal, lembram-se? Ela armou-se em fada do lar e até nem se saiu mal! Ficaram com tão bom ar e eu não pude provar nem um bocadinho! A vida é tão injusta! ;) Espero que tenham gostado.












Receita do Glacê: 200g de icing sugar, 1 clara batida em castelo, umas gotas de limão
Misturar corantes alimentares









Massa de gengibre Ikea (sim, porque a mãe é preguiçosa e adora estas bolachas)
Formas de natal e envelopes com etiquetas El Corte Inglês
Frascos de Vidro Ikea
Pastas de Açúcar e decorações My Cake; decorações variadas: Jumbo/Continente
Frascos do melhor doce de tomate do Mundo, feito pela avó Rosel. Obrigada, avó!










Que monstro é este?

Estava tudo tão bem há uma semana, não estava? Dormiam todos muito bem aí em casa (tirando o ressonar do homem, claro), a miúda (ou o miúdo, mas não estou para estar sempre a ressalvar senão o post é só isso) andava a dormir a noite quase toda, fartava-se de brincar durante o dia, quase que não birrava quando era hora da sesta e agora? De repente foi tudo para o galheiro.

O bebé (lembrei-me agora que, se calhar, em vez de dizer "a miúda", posso dizer o bebé, que estúpida) que antes era só sorrisos, que andava a entrar numa nova rotina e super agradável para toda a gente, agora está mais insuportável que nós quando acordamos com uma borbulha super evidente na ponta do nariz e que, disfarçada com base, parece uma verruga.

Que monstro é este? 

O que é que se passa para o bebé parecer que agora odeia viver e que faz cocó só para me obrigar a mexer em merd*? Parece que agora vive para me azucrinar! Não mama, não come, só chora, só geme, não está bem num sítio, não está bem no outro, acorda de hora em hora... 

E se o bebé vira monstro, a mãe vira dois! Não há pior que uma mãe que não tenha conseguido dormir, descansar e tenha que tomar conta de um bebé virado do avesso. As coisas escalam e contagiam-se mutuamente, são dias infernais. São esses dias que fazem com que depois digamos a quem ainda não tem um bebé: "tens tempo, aproveita a vida". Não é justo. 

Se compreendermos os motivos, talvez seja mais fácil não termos ataques de choro a meio do dia ou a meio da noite, com o cansaço.

Como preciso muito de compreender os motivos, porque senão sou aquela que chora muito, descobri esta aplicação: 

Sim, pela screenshot dá para ver que não tenho um iPhone, mas não me excluam da vossas vidas. Já tive, mas fartei-me. A aplicação é a pagar, mas prometo que vale a pena. Se não valer a pena e se decidiram comprá-la mesmo depois de eu explicar aqui o que é... Já foi uma decisão vossa! 



1) Adicionamos o nosso bebé, introduzindo o nome, uma fotografia e a data provável de parto (para fazer contas ao desenvolvimento do cérebro e não aos dias em que o cérebro está cá fora). Podemos adicionar várias crianças, o que dá imenso jeito (imaginem o jeito que dá à Jolie). Neste momento não tenho, porque troquei recentemente de telemóvel, mas tinha as DPP do Lucas (filho da Marta) e da Isabel (filha da Joana) para saber quando andam insuportáveis e evitar estar com eles! Estou só mais ou menos no gozo, ahah!


Aqui estão cronologicamente ordenados os saltos de desenvolvimento dos nossos bebés, com as aptidões que estão a aprender e a assimilar e os "sintomas" da sua aprendizagem ao longo do tempo. É giro ver que cumprem os "requisitos" ou que, não tarda estão a cumpri-los e, por isso, andamos mais atentas. 


O gráfico. Confesso que evito ir muitas vezes ao gráfico porque chego à conclusão que, durante o primeiro ano de vida, são mais os dias "maus" do que bons, mas é normal, certo? Eles estão a crescer, em todos os sentidos. Aquele quadradinho esquisito ali perto das 40 semanas é a fotografia da Irene (do meu marido com ela ao colo). Pus a fotografia em pequenino para não se andaram para aí a babar com o meu marido, suas gulosas. 



Já agora, ponho também a legenda e assim quase que não têm de comprar a aplicação para saberem em que "fase" está o bebé. Assim vêem a que corresponde o salto com as semanas, pesquisam na net e pronto. 

Quem é amiga, quem é? 

É a Rosinha ("a tua amiguinha, vamos dar as mãos e cantar uma canção!"). 





12.11.2014

Vai um mini-break?

Para que não seja bimbo, "mini-break" é o que diz a Teresa Guilherme quando vai para um (literal) pequeno intervalo durante a Casa dos Segredos. Achei por bem explicar, não vá haver gente aqui com mais do que um dedo de testa ;)

Não sei se leram o post em que, basicamente, me chibei toda de que estava louca para engravidar outra vez e que constituirá como motivo para me despedirem de fininho... Está aqui o post, está fofinho. Sim, eu sinto coisas!


Quando é que peço ao marido para me fecundar outra vez? Estou cheia de dúvidas. Quero que a Irene não tenha de ser privada do máximo da minha atenção (e quando digo do máximo, estou a falar a sério) por ter que estar a ser mãe de um recém nascido, mas também não queria que tivesse uma grande diferença de idades do irmão ou irmã. 

Não sei se prefiro "aviar tudo de enfiada" e ter uma lesão cerebral por passar tantos anos seguidos sem dormir tranquila ou se prefiro um "mini-break" e depois voltar a levar tareia no focinho. 

O meu marido já não vai para novo (temos uma diferença de 9 anos e não se ponham com coisas que foi ele que me veio falar de filhos, não fui eu que engravidei para prender o "velhote") e não queria que o meu próximo filho só conhecesse o pai já acamado e com uma algalia. 


E os ciúmes? Eu tenho dois irmãos, um com menos 10 anos que eu e o outro com menos 20! Já nem são bem irmãos, não é? São mais filhos! Eu nunca tive ciúmes dos meus irmãos. Até virou um bocado ao contrário: lembro-me de querer ser a mãe de um dos meus irmãos, queria que ele fosse meu. Sim, digno de terapiazinha. Fui, mas havia tanto para falar que isto de querer ser mãe do irmão acabou por ser esquecido. Era pior se quisesse ser namorada dele, digo eu. Apesar... do rapaz ser bastante atraente, não me escaparia se, bem, não fosse meu irmão. 

Qual é a idade certa para uma menina ter uma irmã ou irmão? A idade em que fica entusiasmada por ter um bebé para ajudar a cuidar e não um pedaço de carne que lhe rouba a mãe?

Sentimos culpa quando temos dois pequeninos por não dividirmos a atenção de forma igual, mesmo que um precise de mais atenção que o outro? Sou muito dada a isso da culpa e também não acho que me fizesse bem à cabeça. 



Queria que a Irene fosse tratada como filha única até deixar de ser. Foi mais ou menos o mesmo comigo, visto que só tive o primeiro irmão aos 10, mas aí o meu marido tem quase 47... E eu terei 38, já vai ser uma gravidez daquelas em que provavelmente me têm de furar a barriga para fazer aquele exame doloroso que tem o nome parecido com uma figura de estilo das aulas de português.

Mães que têm já uma ninhada ou filhas que têm irmãos a dar com pau ou com outra coisa qualquer... Preciso da vossa ajuda, não sei o que fazer, além de que quero botar outro lindo ser neste mundo porque tenho saudades do cheiro daqueles cocós de quem só bebia leitinho. Não estou a gozar. Adorava aquele cheiro a iogurte, mais um assunto para uma terapiazita, eu sei. 



Fotos do site We Heart It


Pilhas para o IPO

Já teve início o 6º Peditório Nacional de Pilhas e Baterias Usadas, promovido pela Ecopilhas, e que visa ajudar o Instituto Português de Oncologia.

Até ao dia 31 de Dezembro será possível doarmos as nossas pilhas e baterias usadas (e que normalmente já reciclávamos, não é?). O resultado desta recolha permitirá realizar a aquisição de dois aparelhos de tratamento para o IPO, à semelhança de edições anteriores. Não percebo nada dos aparelhos, pois não sou médica, mas poderão consultar mais informações aqui e aqui.

Podem depositar as pilhas e baterias nos balcões do Millennium BCP, que mais uma vez se associou a esta causa, ajudando na recolha e na divulgação da campanha. A dar uma mãozinha à divulgação estão também alguns locutores da RFM, por isso se os ouvirem por aí a apregoar qualquer coisa, já sabem do que se trata.

Agora é só ajudar! O que não deve faltar por aí são pilhas, sejam dos maravilhosos intercomunicadores e bombas de leite ou dos brinquedos irritantes... É só escolher e depositar no Pilhão! O IPO agradece.


5 passos para tirar fotografias a fazer bolachas

A internet dita: uma mulher que se dê ao respeito tem de conseguir parecer uma fada do lar. Tratar das crianças, deixar tudo impecável, fazer bolachinhas com um avental imaculado e sempre sorridente. Ah! Espera! Isto era nos anos 50.
No século XXI também podemos, por momentos, fingir que até temos perfil para a coisa. E até é mais fácil do que imaginam. Como? Sigam os próximos 5 passos.

1. Façam bolachinhas de gengibre, com motivos natalícios. 
Mas calma, por apenas 2,99€, podem comprar a massa já feita no IKEA e não se preocupem: ninguém vai dar por isso. 
Se não conseguirem dormir à noite à conta disso e quiserem a medalha, façam a massa.
Receitinha aqui.

2. Ponham os miúdos a ter o trabalho todo. Eles adoram e nós também.

3. Tenham público, mas só se não se puder chibar da massa comprada. Então se forem aqueles fãs para os quais tudo o que façam está bem - simplesmente porque, para eles, são as melhores mães do mundo - fazer bolachinhas não custa mesmo nada.

4. Ponham o forno a 180/200º (ui! que tarefa árdua). Fotografem esse passo porque dá sempre aquele ar do processo demorado (apesar de só demorar 6 a 8 minutos no forno).


5. Empratem as bolachas num prato mais compostinho e caso não tenham pachorra para as decorar, ponham um boneco qualquer ao lado para disfarçar.

Que tal?

12.10.2014

Pai Natal ou velho rebarbado?

Fui a um centro comercial em Lisboa - não interessa qual, não quero gente histérica - e pus a Isabel no colo do Pai Natal para tirar a típica fotografia. Começou a chorar desalmadamente (coisa rara nela) e o Pai Natal sugere:

- Só se a mãe a pegar ao colo.

Lá me agacho com a miúda ao colo, ao lado do Pai Natal, e ele diz:

- Não, sente-se aqui. (a apontar para a perna gordalhufa dele)

E eu, na minha maior ingenuidade, sentei-me. Com a minha filha no meu colo. Ao colo do Pai Natal. Ao colo do Pai Natal!!!

Só depois é que me caiu a ficha. Blerg!!! Mas que idade é que eu acho que tenho? Já tens uma filha, Joana Isabel! (sim, sou Joana Isabel, mas não vamos sequer falar sobre isso, ok?) És adulta! Já devias saber que o Pai Natal não existe e que às tantas o velho nem usa cuecas! (Vómito).

Foto nem vê-la (a miúda não se calou) e eu devo ter deixado o Pai Natal... feliz. Olha-me o velho rebarbadão, hein?

E vocês, parem de se rir com a desgraça alheia! Mas nunca cairiam nesta esparrela, pois não?...

a Mãe dá (#01) - Livros com a Marcador

Estamos perto do Natal e, por isso, achámos por bem dar presentes (sim, a mim, "presentes" também me faz sempre lembrar o final da digestão de um cão).

Há, para oferecer, um exemplar de cada espécie a duas vencedoras!

Ou seja, há duas moçoilas (ou moçoilos) que vão receber um de cada em casa:


1, 2, 3 - Uma Colher De Cada Vez

O GUIA DE ALIMENTAÇÃO INFANTIL MAIS VENDIDO

EM PORTUGAL


Um guia de orientações nutricionais com mais de 180 receitas para crianças entre os 4 meses e os 3 anos de idade dividido pelas etapas consideradas mais relevantes em função das possibilidades de introdução dos alimentos.
Com um pouco de organização, alguma criatividade e a ajuda deste guia, qualquer mãe ou pai conseguirá facilmente preparar, cozinhar e mesmo congelar um mês inteiro de refeições – em apenas uma ou duas horas – e ficar com tempo livre para os seus filhos em vez de o gastar na cozinha.
Receitas de fácil confecção que proporcionam às crianças uma alimentação saudável e segura.


“Um guia fundamental e cheio de sugestões úteis”Diário de Notícias
“Uma obra rigorosa que orienta os progenitores a decidir qual o tipo de alimentação adequada”
Bebé d’Hoje


Mais de 1000 Nomes Para Bebés e o seu Significado

INCLUI 
LISTA 
OFICIAL 
DE 
NOMES
 ACEITES 
EM
 PORTUGAL



UM
 FILHO
 É
 UM
 PRESENTE
 QUE
 O
 ACOMPANHARÁ
 PARA
 TODA
 A
 VIDA!
Neste 
livro 
vai 
descobrir 
uma 
lista
 de 
mais 
de 
1000 
nomes 
próprios
 que
 o 
ajudarão 
a
 escolher
 o 
nome
 certo 
para 
o
 seu 
bebé.
 Nomes
 para
 meninas
 e
 nomes
 para
 meninos
 —
 ordenados
 por
 ordem 
alfabética
—,
 seguidos
 do 
respetivo 
significado.

Vai
 encontrar
 ainda
 a
 lista
 completa
 dos
 nomes
 aceites
 em
 Portugal,
 as 
suas 
variantes
e 
géneros 
possíveis 
de 
serem 
utilizados.
 Um
 nome
 reflete
 as
 aspirações
 dos
 pais
 para
 o
 filho,
 reforça‐lhe
 a
 identidade
 e
 transmite‐lhe
 os
 sonhos
 e
 as
 esperanças
 que
 tinham
 na 
altura
 do 
seu 
nascimento.
 Este
 livro
 vai
 ajudar
 os
 futuros
 pais
 na
 experiência
 única
 que
 é
 escolher 
o
 nome 
de
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filho.

ENCONTRE
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NOME 
CERTO 
PARA
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 SEU 
FILHO!



Para participar é preciso:

1) Fazer like na página da Marcador

2) Fazer like na página d'a Mãe é que sabe (mas isso já está, não é?)

3) Partilhar publicamente este link no seu perfil do Facebook

4) Preencher o formulário em baixo (o link da partilha é o endereço do seu perfil do Facebook)


Condições:

Os vencedores serão anunciados quarta-feira, 17 de Dezembro às 15h num post no blogue.

Os vencedores serão escolhidos aleatoriamente através de random.org.

Só é válida uma participação por endereço de e-mail.


Parabéns a nós!

Pois é, hoje fazemos um mês de existência. Um mês inteiro!

Quem diria que não só íamos conseguir encher o nosso querido blogue de posts, como íamos ter mais de 115 mil (MIL!!!) visualizações?! Isto enche-nos o coração!
Dá-nos muito trabalho, é verdade, mas por outro lado temos feedback, pessoas que nos lêem e que fazem comentários ao que escrevemos (essas, ao menos, sabemos que leram mesmo).
E ainda não desatámos à chapada umas às outras. Quase... Estou a brincar!

Fazendo um pequeno balanço, só posso pensar que é positivo. Não só porque ainda estamos online, mas também porque, e agora tambores.... Já tivemos algumas propostas de parcerias muito positivas! Vamos revelar uma delas hoje à tarde e a mãe vai dar. Ah vai vai!

Muito obrigada por estarem desse lado, a rir ou a chorar (ou até mesmo a refilar), connosco e com os nossos bebés. Estamos a dar muito de nós e esperamos que nos continuem a acompanhar!

Joana Paixão Brás, Joana Gama, Marta Vale Cardoso

12.09.2014

Saudades de "nós" e não de "ti".

Saudades de estarem grávidas? Tomem um pontapé!



Adorei estar grávida, mas nunca pensei que fosse dizer que sim a esta pergunta. Principalmente porque o final da gravidez é uma espera terrível para que tudo acabe. Até parece que é de propósito, para não irmos apavoradas para o hospital no dia do parto. 

O meu marido diz que, assim que a miúda saiu cá para fora, lhe disse que queria ter outro! Não sou masoquista, mas acho que, se calhar, pensei que iria ser tudo ainda pior. E quero, quero ter outro. Se o meu patrão estiver a ler isto, já não tenho emprego quando acabar a licença sem vencimento. 

(a disfarçar)

Quero ter outro, mas eissshhh... é daqui a muito tempo... Se tenho 28 anos, ainda tenho mais, pelo menos, uns 10 anos de fertilidade... 

(suspiro)

Hoje vesti um dos pijamas que usava quando já estava no final da gravidez. Chorei. Odiei ver-me magra ao espelho e, lá está, mais uma coisa que nunca pensei que fosse dizer (até porque eu e magreza...). 

Estou cheia de saudades de ser um "nós". Saudades de tudo. Lá fui eu à à caça das fotografias aqui no computador.


É esquisito estar aqui a publicar a foto de algo por cima do qual fiz xixi, mas acho que... é o único caso em que não é doentio.


Ao longo de toda a gravidez fui anotando as semanas que tinham passado. Se comecei na 7ª, imaginem aqui a ansiedade do bicho. 


A primeira vez que senti que estava mesmo grávida e não, não é uma publicidade de fino à clínica onde fui seguida nem à minha adorável médica, Dra. Marcela Forjaz. ;)


A fotografia está uma trampa? Tirada pelo marido que pouco se mexe do sofá. Era o enquadramento que havia (Fifa na PS e a cana de brinquedo dos gatos), que bonito. Já estava aqui bem grávida ou será que não? Acho que já ia para além das 38... Era "a qualquer momento" dizíamos nós às pessoas para as assustar.


Era isto que me estava a encher a barriga. Este pedacinho de gente que, aqui, tinha quase um mês. Amo-a mais do que tudo, mas agora que já sei como são as coisas, quero outra vez, quero mais e, se possível, uma igual porque é impossível ser melhor do que isto.

Saudades...

Não me façam demonstrações

A sério, não. Não, obrigada!

-Ah mas é só uma demonstraçãozinha, eu recebo comissão só pela demonstração, não me quer fazer esse favor? O nosso produto cozinha, aspira, lava a roupa e passa a ferro, ajuda os miúdos com os TPC e faz massagens.

-Pronto, se assim é, está bem.

NÃO FAÇAS ISSO MARTA MARGARIDA!!! (não tenho Margarida no nome, só achei que dava mais impacto).

Principalmente porque sou daquelas pessoas que fica com pena dos vendedores e depois compro tudo o que estiverem a vender, mesmo que não precise! E depois fico irritada e chateada comigo mesma e a achar-me estúpida por não ter sido capaz de dizer que não!

-Ah mas é só uma demonstração, não tem de comprar nada...

Tem de ser como se estivesse a educar o meu filho. Não é não.

-Não, obrigada! Passe um bom dia.

Já agora, só para enquadrar a coisa, fizeram-me uma demonstração, onde limparam o colchão do Lucas, que ainda nem um ano de uso tem. Conseguem imaginar o que aconteceu? Fiquei a sentir-me a pessoa mais imunda à face da terra e a pior mãe do mundo... Como era possível tirarem de lá tanta porcaria? Eu precisava de ter um aspirador daqueles!!! Já se sentiram assim? Isto tudo com uma demonstração! Por isso, não quero mais, obrigada.

Vai um rotativo nas trombas do Henrique?

O pai da minha cria tem razão. Há um momento em que as músicas do Baby TV nos deixam tudo menos relaxados. Começa a subir um calor pelo corpo e percebemos que nem temos o aquecedor ligado. 
As músicas e as vozes dos bonecos, normalmente estridentes e irritantes, despertam em nós um lado Kill Bill. Começamos a imaginar-nos a enfiar uma cabeçada no meio dos olhos do Billy e do Bam Bam. Ou então um rotativo nas trombas do Henrique.
os mariquinhas Billy e BamBam
o burro gordalhufas do Henrique
Para quem não sabe quem são estas personagens (nem sabem o que os espera...), passo a explicar: o gato mexicano gordalhufas, Henrique, vai todos os dias a um restaurante e nunca há o que ele quer. O dono do restaurante sugere-lhe que vá à mercearia, mas também nunca tem o alimento desejado. E ele acaba por ir ao limoeiro buscar o limão e leva-o ao dono do restaurante para ele confeccionar o prato, estão a ver a ideia? É isto. Todos os dias. Todos-os-dias!!! Raio do gato esfomeado e masoquista!
O Billy e o BamBam estão os dois sempre a dar gargalhadas, felizes da vida e arranjam sempre maneira de se divertirem com todos os objectos que lhe aparecem à frente, seja uma folha, uma meia, uma laranja. Tão queridos e tão mariquinhas.
Mas mais irritantezinho ainda é o Dinis, um bebé que começa a andar e que tem de levar com uma voz das mais esganiçadas do mundo a cantar. Digam-me, o que é aquilo?
O Charlie e os números, a música das garrafas verdes... só mesmo estando enfrascado se suportaria aquilo. 

Já tentei mudar para a Casa do Mickey Mouse e dei de caras com um rato com uma voz extremamente aguda. Sempre foi assim? Ou sou eu que agora valorizo muito mais o silêncio? 

Confessem: também têm odiozinhos de estimação?

12.08.2014

Simba

Calma, não vou aqui debitar o Rei Leão (Embora fosse capaz. Sim, sei aquilo de cor, e depois?).

O Simba é o meu gato de estimação e era o meu filhote antes de saber que ia ter o Lucas.

Quando soube que estava grávida, e como não estava imune à toxoplasmose, pedi com jeitinho à minha mãe se poderia ficar com ele até o Lucas nascer. A probabilidade de vir a apanhar o que quer que fosse era ínfima, não só porque eu apanhava os cocós dele com a mão dentro de um saquinho que virava do avesso e ao qual dava um nó (xiiii... granda descrição! mas deu para perceber, não deu?), mas também porque ele só saía à rua para ir ao veterinário. 

A minha mãe lá aceitou, e o Simba vive com ela, a tia, até hoje. Primeiro, era porque o Lucas ainda era tão pequenino, coitadinho, depois, era porque havia coisas para arrumar na nossa casa, e hoje é simplesmente porque sim. O facto é que eles, o Simba e a minha mãe, adoram-se mutuamente. A minha mãe mima-o e ele... pronto, é um gato. Um gato simpático e querido, meio totó e zarolho, mas um gato. Também fazem companhia um ao outro.

Mas o melhor disto tudo é mesmo a festa que o Lucas faz quando vai a casa da avó, e dá de caras com o amiguinho cor de laranja. Ri, guincha, gatinha a toda a velocidade atrás do Simba e agarra-lhe o pêlo e os bigodes. O outro, desgraçado, deixa-se ficar um bocadinho até achar que já chega, que não está para aturar aquilo, e põe-se na alheta assim que possível. E eu, mãe babada dos meus dois pequenos, derreto-me toda...

Agora estou na dúvida. Por um lado, adoraria ver aquela alegria na cara do meu filho todos os dias, mas por outro, sei que o Simba e a minha mãe estão tão bem um para o outro... Além disso, a questão da higiene preocupa-me. Principalmente nesta altura em que eles só gatinham e passam o dia ora com as mãos no chão ora na boca. Os amantes de animais dirão com certeza que isso não tem mal algum, mas eu não sei. E vocês? O que fariam?

Aqui fica uma amostrazinha do filme que é ver estes dois juntos (Música: Ain't it Fun - Paramore).


Tenho uma sogra fixe

Juro que não estou a cruzar os dedos atrás das costas, qual criança no pátio da escola. E muito menos estou a dizer isto para receber uma prenda porreira no Natal (mas sogrinha, aproveito a ocasião para, de forma totalmente desinteressada, lhe dizer que ando meeeeesmo a precisar de uma massagem). Tenho uma sogra fixe.

A mãe do pai da criança é fixe. Mais do que isso, é querida. Mais do que isso, é boa avó. Uma avó babada, como se quer. Assim que cheguei a casa dela, dei com isto.




Cada boneca com o nome de cada uma das netas. Alice. Laura. Isabel. E o quarto então parece um altar, cheio de fotos das princesas. 

A avó da Isabel vive longe, em Évora, por isso, sempre que lá vamos deixo-a curtir a netinha (e aproveito para tirar uma soneca, também). Confio nela. Pronto, por enquanto. Todos sabemos que as avós estão prontinhas a fazer coisas pela calada para agradarem as netas, a mimá-las, contrariando-nos. Faz bem. Faz parte. Mas só um bocadinho, Isabel! (sim, a avó também se chama Isabel, aliás as duas avós.)
Tenho uma sogra fixe, enérgica, boa cozinheira, boa conversadora, interessante, interessada,  nova de espírito. E a avaliar pelo trabalho que tem feito com a minha sobrinha Laura, que a adora, é uma óptima avó.
A minha filha tem sorte. Muita.

Vá, mas vamos ao que interessa: venha de lá essa massagem, sogrinha!



Fotos dos filhos na internet.

Acho que é normal sentir-se que não se deve publicar fotografias dos filhos na Internet. Acho que o mais normal é mesmo sentir que é tudo demasiado íntimo para estarmos a expor a tudo e a todos. Foi o que senti. Ainda na maternidade, no primeiro dia de internamento, queria fazer um post na minha página de facebook "profissional" (é esta, daí eu por o profissional entre aspas) a dizer que estava bem, que a Irene era magnífica, que estava tudo maravilhoso (apesar de, claro, não estar). Não achei que devesse publicar uma fotografia dela. Que nojo ter essa vontade de quebrar as barreiras de intimidade de um ser que nem um dia tem e publicar uma fotografia dele para todo o público ver. Ganhei uns tomatinhos (coagida por mim própria, que estupidez) e lá publiquei esta maravilha: 


A minha cara não é assim e não me refiro ao filtro. Pelo meu ar, parece que fui eu a ser parida e não a minha filha.  Ainda tinha eu a boca a saber a sangue (não sei porquê, mas é verdade) e ainda a miúda estava por ser lavada à séria. Velhos tempos. 

Já agora, um à parte (vou tentar que não seja tão longo como os da Teresa Guilherme), tive a Irene num hospital público e foi tudo espectacular à excepção da falta de apoio à amamentação - forte encorajamento do leite artificial, não tendo tempo para se dedicarem a mim e à Irene também-  e a questão do meu marido não poder ficar comigo. Sentimo-nos ambos muito, muito sozinhos (claro que me estava a borrifar para o que ele sentia na altura ou deixava de sentir). 

Como vêem na fotografia, a Irene está protegida. Foi isso que senti, além de não saber o que é que o Frederico queria fazer com essas questões das fotografias. Eu já estava numa luta interna enorme, porque sempre fui de partilhar tudo o que fazia (e a Irene é algo que eu fiz, certo?). Sou daquelas que tira fotografias aos ténis novos, à comida, às amigas (era menos uma e já não era verdadeiro usar o plural hehe), etc. Como é que agora, com a coisa mais preciosa do mundo, a mais bonita de se ver, iria conseguir restringir-me? Durante quanto tempo conseguiria ser criativa ao ponto de lhe tirar fotografias sem que se percebesse como é que ela era? 

Depois pensei. Sim, pensei. Aconteceu. Pensei e não consegui perceber o porquê de não se publicar as fotografias dos nossos bebés na internet. O meu caso é um pouco diferente porque, numa das minhas páginas, tenho mais de 20 mil pessoas, por isso estou mesmo a torná-la pública, mas e então?

É suposto que nos nossos perfis normais só tenhamos gente conhecida, gente em quem confiemos, certo? Mesmo que assim não seja, há maneira de restringir quem vê as nossas publicações através das listas ou mesmo escrevendo o nome das excepções. 

... mas e mesmo que vejam as fotografias dos nossos bebés?

Não consigo perceber. Os pedófilos poder-se-ão rebarbar com eles? Verdade, mas e então? Vão fazer-lhes mal? Não consigo publicar fotografias sugestivas da Irene, mas também não é meu hábito tirá-las.

Se publicar fotografias da minha filha, ela vai ser raptada? Por quem? Por terem visto fotografias dela na Internet? Como assim? Os miúdos que fazem publicidade nos catálogos de roupa são os que estão mais em perigo?

Cuidado com os emblemas das creches e isso. Porquê? Vão lá buscá-los e as educadoras de infância dão os bebés a quem apareça?

Não estou a ridicularizar os medos, também os tive, mas não os soube explicar a mim própria e a minha vontade de estar à vontade foi maior. 

Nem eu, nem o meu marido conseguimos materializar os nossos medos no que toque a essa questão. 

Alguém consegue? Sem ser só com os argumentos "eles andam aí", "e os pedófilos?"? 

Uma coisa mais concreta, por favor, em que efectivamente, publicar fotos da minha filha tivesse o efeito que alguém lhe pudesse fazer mal. 

Adorava que me fizessem mudar de ideias.

Há sempre uma parte de nós que não tem certeza, não é? 


12.07.2014

A minha filha ver televisão? Nunca!

Confesso. Eu era daquelas. Cheia de "nuncas".
"A minha filha vai ouvir música clássica. BabyTvs da vida nem pensar."
"A minha filha vai comer sempre comidinha fresca e biológica. Nada de boiões nem comida processada."
"A minha filha vai ter de saber esperar quando eu estiver no WC. Não vou interromper um cocó nem deixar um banho a meio."
"Nunca vou ser capaz de deixar a minha filha sozinha um dia inteiro."

Esta sou eu agora. 
"Se for só um bocadinho de televisão enquanto eu tomo banho, também não lhe há-de fazer mal." 
"Uma vez por outra para desenrascar, não há de ser o boião de fruta que a vai matar." 
(Com o cabelo por enxaguar e toda molhada) "O que tens filha? Vem cá à mamã!" 
(Com a filha ao colo enquanto se acaba o nr. 1 ou o nr. 2) "Pronto, pequenina!"
"Amor, quando fazemos o tal fim-de-semana a dois?"
Nunca digas nunca. 
É ir ao sabor do vento. 
É adaptarmo-nos às circunstâncias. 
É irmos gerindo as excepções à regra. 
E não nos sentirmos culpadas. São isso mesmo, excepções.

A minha filha está amarela!

Está mesmo, não estou a brincar!

Tenho vindo a reparar que, nalguns dias, o nariz dela e as pontas dos dedos estão mais amarelos, mas disse para mim que era uma pseudo icterícia por não sermos umas galdérias e não andarmos sempre a sair de casa.

Se fosse icterícia, era uma icterícia pequenina, não ia fazer mal. Além disso, o parque dela fica perto da janela, pelo que tem levado com mais sol na fronha e, na minha cabeça, dentro de alguns dias já ficaria com a cor de uma Patrocínio.

Lá decidi investigar porque, numa fotografia em que toda a alegria natalícia da Irene está mais do que bem representada, era demasiado evidente. Já não era paranóia minha de certeza.

Como nós, mães, vivemos muito de mandar bitaites sobre coisas que não tenhamos resposta ("será que ela não dorme bem porque não gosta do edredão novo? será que é porque tem pesadelos por lhe termos mudado o boneco? será que é por causa do calendário dos bombeiros de Setúbal que está inquieta?"), demorem o tempo que precisarem na fotografia para pensarem nuns quantos e, depois, poderão ler a "solução".


Gosta tanto do Natal como aqueles velhotes que já se deitam às 6 da tarde.

Ora bem, do que investiguei e à falta de resposta que faça mais sentido...

... ela tem comido vegetais amarelos/laranja a mais e, como não consegue digerir todos os betacarbo... qualquer coisa, a pele deixa-os vir ao de cima. 

Explicação de alguém com um QI superior aqui e resposta num fórum com mães de filhos laranja aqui

12.06.2014

Isto são horas?

Se há coisa que não suporto é de chegar atrasada. Deixa-me os nervos em franja. Como devem calcular, como sou pontual, também não gosto que me façam esperar. É que não acho a mínima piada. Não, nem mesmo um bocadinho pequenininho assim.

Desde que fui mãe, esta minha mania de querer que as pessoas cheguem a horas (só pode ser mania mesmo, devo ser eu que sou muito exigente, porque há um montão de pessoas que acham que chegar atrasado e deixar os outros de plantão é a coisa mais normal do mundo) intensificou-se... vá, um bocado. Pronto, vou ser sincera: imenso!

Seria de esperar que, não havendo respeito pela minha pessoa, ao menos houvesse pela minha pessoa quando esta se faz acompanhar de um bebé pequenino, que não só tem uma rotina a cumprir (senão é caso para ter uma "noite daquelas" - é ou não é?), como é capaz de ficar impaciente e a berrar num nanossegundo.

Por isso, quando combino ir tomar café com alguém, já que sou eu que tenho o bebé e mesmo assim consigo chegar a horas, o mínimo a fazer é que não se atrasem! E vá, ainda que seja só um bocadinho, ao menos que avisem! Os telemóveis também servem para isso, não é só para se andar no Facebook a cuscar a vida dos outros e a ler blogues (embora eu ache muito bem que o façam! ler blogues, entenda-se. principalmente este).

Atenção, não estou a criticar quem se atrasa esporadicamente e que não tenha controlo sobre o que lhe acontece! Por estas bandas é melhor clarificar bem as coisas, não vá vir o carmo e a trindade porque eu ter alegadamente dito, muito agressivamente, que quem se atrasa é estúpido. Era só um pequeno apontamento. Onde é que eu ia? Ah! Esclarecidas as minhas intenções, critico sim as pessoas que se atrasam por sistema e digo-lhes, com má cara, "Isto são horas?".

Fui só ali comprar uma coisinha.

Não, não e não. Não compramos só uma coisinha quando não temos nada para fazer a seguir às compras. É uma das razões pelas quais eles não gostam de ir às compras connosco, a outra é porque, geralmente, estamos a comprar coisas para cobrir o que eles mais gostam em nós. Amuam.

Fui só ali comprar um ou dois pijamas quentinhos porque não ganho para o aquecimento central (literalmente também porque estou de licença sem vencimento) e, então, optámos por enchouriçar a Irene para ela não ter frio e para ver se é isso que a tem feito acordar de hora em hora durante a noite.

Fui às lojas do costume e claro que "ah, também preciso disto!", "mais vale comprar isto também", "há que tempos que era para comprar isto...". 

O pior? O pior é que vem aí o Natal e, de certeza, que vou (vai, a Irene) receber ou podia receber mais de metade das coisas que aqui estão, mas estou super contente na mesma. 

O quê? Ver quanto dinheiro me resta na conta? Já vou. Sim, sim. Estou a ir. Vejo amanhã. 

Não são aquelas fotos todas chiques das bloggers super profissionais porque, que engraçado, não sou uma blogger chique, nem super profissional (apesar de saber que a Joana Paixão Brás vai ficar cheia de urticária com estas fotografias aqui, duvido até que este post seja publicado). 




Mordedor gelado que dá para congelar da Chicco.


Luvas e babygrow peludo daquela loja do colombo que faz esquina com a Tuc-Tuc, Geoc? Geoxx? A minha sogra comprou lá um babygrow em cor-de-rosa e fui lá buscar o irmão.


Meias da Zippy, das quentinhas.


Meias e "Uggs" da H&M.


Babygrow Rena da Zippy.


Toalhas de banho da Zara Home (a borrega já não cabe nas de recém nascido). 


Meias e babygrows pseudo-quentinhos da Zara.


Como fui eu a arrotar para esta brincadeira, os meus agradecimentos vão para a velhota que me deixou passar à frente na Zippy e a toda a equipa de som, luz e efeitos especiais que tornaram isto possível. Este post é para vocês. 

12.05.2014

Blogger da semana (#01) - O Copinho de Leite

Há blogs para todos os gostos, verdade? Até para pessoal que tenha fetiches esquisitos, com peças de lego, por exemplo. 
Não é o caso.

Este blog tem uma missão.



Se ainda não conhecem O Copinho de Leite, fico contente por vos dar a conhecer. É um blog alérgico à proteína do leite de vaca (APLV), tal como a minha filha. Depois do terror das análises (escrevi sobre isso aqui), encontrá-lo fez-me sentir que é possível lidar com isto de uma maneira menos dramática, caso não passe por volta dos 12 meses. 


Quais foram os primeiros sinais de que o seu filho poderia ser APLV?

A APLV tornou-se evidente aos quatro meses, quando o eczema se alastrou ao corpo todo e, também, quando comeu a primeira papa (e era não-láctea). Ficou com uma enorme crise de urticária e ligeiramente inchado. Com os conhecimentos que tenho hoje sobre a matéria, vejo que as manifestações começaram muito mais cedo. Era um bebé que não dormia (nem de dia nem de noite) e estava sempre a chorar (sobretudo depois de ter comido), dando mostras de um grande desconforto. 


Qual foi o seu processo? Análises, especialistas, retirar imediatamente tudo o que tivesse leite de vaca da dieta do seu filho e da sua quando (se) amamentou? 

O pediatra que o seguia na altura não estava minimamente sensibilizado para as questões das alergias alimentares. Por nossa iniciativa, procurámos uma alergologista que pediu análises. Os resultados foram inequívocos: alergia às proteínas do leite de vaca, em grau elevado. Eu comecei a fazer evicção total do leite e da soja, pois amamentei até ele ter um ano. 
Também consultámos um dermatologista pediátrico, por causa do estado caótico da pele. Ah, e mudámos de pediatra… duas vezes!


Sentiu que não existia informação organizada de forma útil para mais mães, nesta situação, consultarem, daí o blogue?

Eu tive a sorte de encontrar uma alergologista que me facultou toda a informação necessária, para aquela fase de “arranque”. Todavia, é um facto: não havia quase informação nenhuma disponível, com excepção de alguns sites brasileiros. Entretanto, tive conhecimento da Alimenta – Associação Portuguesa de Alergias e Intolerâncias Alimentares, o que acabou por contribuir para não me sentir uma perfeita extraterrestre. 
Sim, pode dizer-se que o blogue cumpre esse propósito. Fui incentivada por várias pessoas a fazê-lo, quiçá fartas das minhas palestras informais sobre alergia alimentar!


Qual será, na sua opinião, a percentagem de diagnósticos acertados de APLV em bebés? Poderá ter-se tornado numa "alergia da moda"?

Quiçá condicionada pela minha experiência, em que houve um diagnóstico tardio que poderia ter tido consequências muito graves, acho preferível que se coloque a hipótese de alergia alimentar, do que não se coloque de todo. 
Não creio que se trate de uma alergia da moda, trata-se de uma questão de saúde que, infelizmente, tem vindo a crescer a um ritmo preocupante. 


Considera que é um "problema" ou, apenas, uma questão de cuidado extra?

É uma condição de saúde, que exige um milhão de cuidados extra, muitos dos quais nem passam pela cabeça da maioria das pessoas. Meter um iogurte dentro de um saco fechado, antes de o deitar no lixo lembra a alguém? Pois… a nós sim. 



Se não fosse a APLV, estaria tão activamente envolvida na alimentação do seu filho, fazendo iogurtes caseiros, por exemplo?

Não, de todo. A APLV veio revolucionar por completo os hábitos alimentares e de consumo da família. 


Sente que a falta de apoio à amamentação nalguns hospitais poderá ser uma das principais causas para o despoletar da APLV visto que facilitam um contacto prematuro com o leite artificial?

Existem algumas evidências científicas que o contacto precoce com o alérgeno pode desencadear estes quadros. Porém, há muitos casos de crianças com alergias, que só ingeriram as proteínas do leite já tarde e são alérgicas na mesma. 
Concordo, todavia, que existe falta de apoio à amamentação nos hospitais. Eu senti isso e de que maneira! Valeu-me a minha obstinação e a forte convicção de que amamentar era o melhor que eu podia fazer pelo meu filho. Não estou arrependida! 


No vosso dia-a-dia, que produtos  sente que faltam para crianças com APLV?

Imensos produtos: papas, bolachas, iogurtes, leite com sabor decente, etc. A oferta ainda é muito escassa, limitativa e dispendiosa. 


O que falta fazer para melhorar a vida dos copinhos de leite?

Acho que falta “empowerment”! A criação do meu blogue é também para colmatar isso. As pessoas com alergias alimentares, os pais de crianças com alergias alimentares, têm de começar a criar um “buzz” em torno destas questões. Reclamar um lugar seguro para si e para os seus, nos meios onde estão inseridos. Têm de parar de pedir desculpa por uma condição médica, que não escolheram nem as define! 


Conselhos a futuros pais para estarem em cima do acontecimento?

Diria que, ninguém conhece tão bem os vossos filhos como vocês, mesmo que sejam pais de primeira viagem. Atenção à pele, aos cocós, aos padrões de sono, etc. Não tenham medo de parecer chatos, de fazer perguntas aos médicos, de pedir segundas opiniões, se for caso disso. 


Conselhos para mães copinhos de leite?

É importante aceitar que, por mais que nos custe, não podemos controlar tudo. Essa coisa do mundo almofadado e “milk free” não existe. 
Aligeirar a culpa que sentimos constantemente (pelo cheeseburguer que comemos aos nove meses de gravidez, pela tosse nocturna, pelos iogurtes que ficaram uma porcaria, pelo chocolate comido às escondidas deles, pelo buraco na camada de ozono… ) também é importante. 

Obrigada, mãe Copinho de Leite, pela disponibilidade não só para a entrevista, mas também para ajudar outras mães!