11.05.2015

Isto é tão, mas tão importante!

Ando cada vez mais preocupada com o uso excessivo dos tablets lá em casa. A minha filha já chegou a entrar num pranto quando lhe disse: "já chega, filha". Mandou-se para o chão a espernear como se lhe estivesse a arrancar um mindinho com um alicate.

Nem por acaso hoje dei com este artigo: Em casa da Kate Winslet não se brinca com tablets.

"É uma luta complicada quando dizem ‘mas este e aquele têm um, porque é que eu não posso ter?’ E eu digo-lhes ‘bem, porque tu podes ir subir antes àquela árvore’."
Lá em casam ouvimos e dançamos as duas (às vezes os três) com os Caricas e ela vê Baby Tv sentada na cadeira da papa, enquanto tomamos banho (para não andar pela casa a cirandar sozinha), mas ultimamente noto que ela está a ficar viciada. Se dantes era fácil desligar o tablet e sugerir para fazermos outras coisas a seguir, agora, por ela, continuava a ver. Já aconteceu conseguir alcançá-lo e trazê-lo até nós para que pusessemos os bonecos.

Achava que lá em casa até usavamos moderadamente o tablet e que ela até via pouca televisão, mas pelos vistos, para ela, "não chega". Temos de pensar numa estratégia rapidamente para substituir o tablet ou dar-lhe mesmo um sumiço.

Estou a exagerar? Talvez, mas acho que ela é mesmo pequenina para estar já alienada e para preferir aquilo ao puzzle de madeira com animais que lhe ponho à frente. Não pode ser! 

Contrato pré-bebé

Da mesma maneira que convém conversar sobre algumas coisas antes de começarmos a morar juntos, antes de casarmos... Também convém falar de algumas coisas antes de ter um bebé. Claro que estamos loucamente apaixonadas e, por isso, achamos que vai correr tudo bem (e vai), mas é sempre importante conversar sobre tudo para gerir expectativas. 



Coisas que, pela minha experiência, convém falar (quem tenha experiências diferentes, por favor, partilhe!): 

Divisão de tarefas da casa

Vamos precisar de ajuda, sim. Vamos. E convém mesmo que esteja definido quem vai fazer o quê. Vamos andar muito sensíveis (hormonas e cansaço e ansiedade) nos primeiros tempos e não vamos conseguir lidar com as expectativas de "ele devia ajudar-me sem ter que pedir". Ficar tudo organizadinho e definido é melhor. Para todos. 

Passeios em família

Imaginamos passear todos os dias em família, todos juntos, até para o jardim, mas ele poderá não estar a pensar no mesmo. É importante estarmos em sintonia nisto para, mais uma vez, não criar expectativas (tanto para um lado como o outro) e negociar. Temos que nos lembrar: amamos de maneira igual, mas não somos iguais. 

Tipo de alimentação

Legumes biológicos? Papas naturais? Amamentação? Leite artificial? Cerelac? Convém perceber o quão importante é para cada um estes "por maiores" para se ir ajustando e definirem estratégias a priori, principalmente no caso de optarem por amamentar o bebé. O pai tem um papel muito muito importante também.

Divisão de tarefas do bebé

Isto deixa-se ao improviso e muda de relação para relação. Mas, da minha experiência, eu que comecei por ser a mãe que queria fazer tudo, o melhor é possivelmente ir dividindo desde o início para que ambas as partes absorvam a sua quota parte de responsabilidade. 


Por se falar, não quer dizer que fique como se falou, mas é bom falar. É bom sonhar, projectar, arrumar e criar um ambiente positivo para receber o bebé. Fazer o ninho não é só fazer o quarto. 

É só uma ideia. :)

11.04.2015

5 coisas parvas que gostava de ter sabido antes

Sabem aquelas coisas que gostávamos de ter sabido antes, mas que no fundo não mudava quase nada se as soubéssemos? Coisas que na altura parecem o fim do mundo, mas depois vai-se a ver e são só parvas? 
Cá está uma lista mais ou menos aleatória de idiotices que nos podem moer nos primeiros dias na maternidade: 
#05 olhos tortos
É normal que os recém-nascidos tenham um olho a olhar para o burro e outro para o infinito. Por isso, nada de, ainda na maternidade, ficarem cheínhas de medo que a vossa filha se pareça com a Rita Pereira (se bem que até não ficavam mal servidos, que é gira que se farta)
#04 ventosa
Quando o vosso filho não está a querer sair nem por nada pelo vosso pipi por variadíssimas razões, a equipa médica pode ter de usar ventosa - tipo desentupidor de canos, estão a ver? E como é que a médica pede a dita? Achavam que dizia "ventosa, ófaxavor?" Não, não. Fala em código, neste caso com um som "bahbah" (onomatopeia inventada agora com som de desentupir canos).
#03 miauffff
O vosso filho pode nascer com uma cara que parece ter sido arranhada por um gato ou ficar com ela assim logo nas primeiras horas. A Isabel nasceu com unhas de fazer inveja a muitas mães e uma cara que parecia um quadro de Miró. Não sei se já alguém concorreu ao Guiness com isto, mas eu posso apostar que foram as unhas mais compridas de um recém-nascido. Comprei logo uma lima (wrong! tesoura, tesoura, tesoura) e ainda tentei solucionar aquilo, mas já foi tarde.
#02 calor tropical
Como nasce no Inverno, três babygrows quentinhos, três casaquinhos, três pares de colants, botinhas de lã, gorrinhos, mantas. Mala de maternidade pronta. Danger, senhoras! Perigo de verem os vossos filhos a derreter! Encarem a maternidade como uma viagem ali ao Brasil, estejam preparadas para temperaturas a rondar os 60 graus e para as visitas que ainda aquecem mais o ambiente. (Ou seria eu que estava em brasa? Digam-me: não sentiram que estavam numa sauna?)
01 mecónio 
Meconiquê? Na maternidade, uma enfermeira vai fazer um número de contorcionismo com o vosso bebé, para o ajudar a fazer cocó, e vai parecer que o estão a tentar encaixar numa mala de viagem a abarrotar. Agarra as pernas, encolhe as pernas, espreme o puto, até começar a sair o mecónio. Não, não descobriram uma reserva de petróleo, aquela é a cor do primeiro cocó dos bebés.
Mães grávidas, que tempo mais bem gasto das vossas vidas com dicas e alertas importantíssimos! Só que não. Comprem mas é o livro do Mário Cordeiro, que aqui não se aprende nada.


Coisas que só nós (mães) sabemos.

Nada contra as miúdas que conseguem perfeitamente sacar daqueles calções que mostram metade do rabo sem terem nem frio nem um buraquinho que seja de celulite. Nada contra, mas podiam ir todas parar debaixo de um camião da Luís Simões. Brincadeira. Não há cá ressabiamentos e essa é a primeira coisa que só nós, mães, sabemos. 



Não há tempo para mesquinhices.

O quê? Aquela colega do trabalho disse que o outro afinal tinha comentado que tínhamos saído mais cedo, mas ela própria chegou 1 hora mais tarde e tem "consultas" toda as sextas à tarde? Who cares. Tenho vida pessoal, tenho família, não preciso de coisas que não têm valor para ocupar o meu tempo. 



Afinal, o tempo dá para tudo.

Só nós sabemos o quanto o tempo estica. 24 horas dão para muito. Conseguimos trabalhar, abraçar de uma maneira como só as mães abraçam os filhos, tratar de coisas da casa, quase dormir e, mesmo assim, no dia seguinte, saímos de casa como "se não se tivesse passado nada" e aparentemente flawless.



Chorar ajuda.

Já não é um drama enorme termos vontade de chorar. É um direito. Temos e devemos que chorar. Estamos cansadas, temos saudades, estamos felizes, estamos histéricas, estamos eléctricas, estamos apaixonadas, estamos esperançosas, estamos grávidas outra vez... Chorar é bom e já todas sabemos disso. 



Respeitamos mais outras mães.

Finalmente percebemos o quão stressante é termos de desempenhar tantos papéis na nossa vida, agora que somos mães. Sabemos lá se a mãe do outro departamento tem o filho doente ou, se calhar, se nem conseguiu vê-lo ontem por trabalhar tanto? Todas as mães têm direito a ter um bocadinho de mau feitio.



Ser imperfeita é perfeito.

Já conseguimos entender que não somos capazes de tirar 20 a tudo. Há sempre algo que não vai correr como queríamos, há sempre horários que vão sair furados, dias que não correm bem, dias que parecem mais curtos. Ser mãe é saber priorizar. E sabemos perfeitamente o que está no topo da pirâmide. Além de que faz bem não passar a pressão do perfeccionismo para eles.  Faz-se melhor ainda para a próxima. Amor é que não falta de certeza.



Temos uma cabeça incrível.

Antes de sermos mães já tínhamos reparado que temos uma capacidade grande para empilhar tarefas, agora ainda mais. O malabarismo que esta nova profissão pede é extremamente exigente e nós conseguimos fazê-lo. Nunca aproveitámos tanto do nosso cérebro. Também conseguimos fazê-lo por termos o coração tão  bem preenchido, certo? 



Dormir é sobrevalorizado.

Dormir 12 horas seguidas a um domingo? Isso acontecia? Se rezamos para que eles comecem a sair da cama sozinhos, aprendam a fazer o seu próprio pequeno almoço e ponham no Panda sozinhos? Sim. A verdade é que, mesmo privadas de sono, conseguimos sobreviver, trabalhar, amar e chegar a casa e, ao final do dia, sentimo-nos super-mulheres. E, até aproveitamos melhor as poucas horas que dormimos para DORMIR a sério.



Somos mais bonitas agora.

Verdade. Somos mulheres completas, ocupadas, com rumo e resolvidas. Até nós nos casaríamos connosco.


Somos as maiores! E quanto às miúdas dos calções, hão de cá chegar (e são muito bem-vindas) e vestir esses calções aos vossos bebés quando tiverem 3 meses, que é esse o tamanho deles. 



11.03.2015

Para ti, barriga.

Olá, sua coisa.

Nunca te prestei muita atenção. Aliás, passei a minha vida toda a tentar não te prestar atenção, mas prestando. Sempre estiveste aí, sempre estiveste demasiado para fora. Nunca foste lisinha como as das outras. Quando era pequenina achava que era porque tinha tentado arrotar de propósito muitas vezes e, por isso, tinha muito ar preso... Com o tempo fui-me apercebendo que afinal era só muito parva e que não seria disso de certeza. 

Mesmo em pequena, quando comprei o meu primeiro biquini (que me lembre) na Naf-Naf da Figueira da Foz, tinha imensos complexos e estava sempre a tentar encolher-te 

Depois passei por uma fase que achava que se andasse sempre contigo enconhida que passava a ter abdominais, mas não. 

Cheguei a dormir com um cinto a apertar-te para me obrigar de te encolher. 

Desisti. Mesmo com natação, mesmo com ginásio, às vezes com dietas, nunca consegui ter-te como queria ter (deve ser impossível para o meu corpo). 

Comecei a comprar só roupa larga para não mostrar que o meu corpo se assemelha a uma vela a derreter. 

Engravidei. Com muitos menos problemas que algumas mulheres quando se preocupam que vão perder a forma. Não, eu não perderia a forma, a forma de pomar. 

Agora estou igual a antes. Disforme com forma. Uso t-shirts largas. 

Tu foste uma casa. A casa de um bebé. "Tu moraste cá dentro, Irene". 

E, pela primeira vez, barriga... estás a ouvir? Pela primeira vez... não te odeio. A minha filhota até teve mais espaço para dar a volta. 

Agora que sou mãe, tu (barriga) és só isso. "Isso" e a ex casa da melhor coisa do mundo.

Gosto de ti, barriga. 

Há um teste horrível que as grávidas têm de fazer!

Quer dizer, até há dois. Lembrei-me agora daquele teste da glicose que em que é mais difícil aguentar o vómito do que depois de um casamento bem regado. Tem de se engolir a pior mistela de sempre. Laranja ou limão? Limão, pensei eu, para não ser tão enjoativo. Hã hã. A sério que não encontraram ainda outra alternativa àquele teste? Acho que as grávidas só aguentam aquela nojeira cá dentro com medo de terem de repetir o teste.

Vamos a outro teste que me deixa lindas recordações (not).
No final da gravidez, temos de enfiar - enfiam-nos - um cotonete no pipi. E no rabiosque. 

"Uauuuu, grande coisa se depois vai passar o equivalente a um camião TIR de cotonetes pelo mesmo sítio no parto."

Não, mas a sério. Raios para o Estreptococus B. Aquela porcaria do teste é supostamente indolor, mas magoaram-me para caraças. Só para terem uma ideia, custou-me mais o teste do cotonete do que todos os toques na altura do parto. Não sei se apanhei uma enfermeira a dar para o brutamontes se o que foi, mas até chorei. Fiquei com aquela zona dorida durante não sei quantas horas.

Mais alguém com esta experiência? Ou foi tudo pacífico e eu tive azar (espero bem que sim)?

Para saberem mais sobre a necessidade deste teste: aqui.

Sou uma sexy mom (será?...)


Epa! É que sou mesmo, mesmo boua (ler assim mesmo). Mesmo, mesmo...




No fundo, no fundo, todas temos uma potencial sexy mom dentro de nós (basta uma - já ultrapassada - duck face) mas o que nos torna únicas é sermos palhaças. 

11.02.2015

Quem se atreve a responder a isto?

Vocês já devem ter reparado que pomos mais posts cá para fora que recém nascidos sujam fraldas. Nem sempre é fácil ter coisas giras para vos dizer. Andei à procura na net de coisas que me inspirassem e... se isto me inspirou. É mesmo caso para dizer "A sério"? A sério?".


Um sítio fofinho para guardar a placenta.


Epá, não me levem a mal. Sou muito ignorante nisto das coisas naturais. Confesso que um parto natural (mesmo natural) até me atrai, dentro de água também, em casa também - teria que estudar muito bem tudo - mas isto é ir longe demais. Será mesmo isto uma espécie de estojo para guardar a placenta? O que vem a seguir? Uma caixinha para guardar as unhas cortadas? Um algodãozinho para a primeira cera? 

O progenitor de metal.


Há mães que têm pouco tempo, mas isto já nem merece tentativa de comentário humorístico. Já é tão triste toda a independência que desejamos dos nossos bebés quando o saudável é que sejam o mais dependentes possível tão pequeninos que isto é o equivalente a lhes darmos uma compressa para a mão e dizer "limpa-te" e "ama-te" que eu tenho outras coisas para fazer.

Franjas para bebés.


Por acaso, a Irene nasceu com imenso cabelo e prefiro assim. Bebés cabeludos. Porém, mesmo que a minha filha tivesse nascido com o cabelo mais liso que o traseiro da Joana Paixão Brás (muahah) era incapaz de lhe por isto na cabeça. Mais depressa lhe punha a cabeça dentro do forno, pré-aquecido.

A mama de berço.


Vá. Nunca digas nunca. Confesso que achei a ideia horrível, mas depois reparei no sono que tenho e na quantidade de vezes que me levanto para a alimentar e pensei: "se lhe espetasse isto na cama...". O que acho "engraçado" é que eles puseram na caixa "energy drink". Isso, metam isostar na porcaria dos bidões e depois queixem-se que têm miúdos "hiperactivos". Não são os coelhos que têm estas coisas nas gaiolas? Isto é todo um novo nível de errado.


A pergunta é: se tivessem de usar um, durante uma semana, qual seria? Entretanto, para o vosso próximo filho, comprem já o casaquinho para a placenta, não vá ela ter frio.

Como sobreviver ao primeiro dia de trabalho depois de ser mãe?

O regresso ao trabalho pode ser muito muito complicado. Seria de pensar que, quanto mais tarde, menos nos custasse, mas não. Fui trabalhar quando ela tinha 5 meses e agora quando ela tem 19 e não custa menos. 




Hoje foi o primeiro dia de regresso ao trabalho. Ficam algumas dicas para quem vá passar pelo mesmo em breve: 


Maquilharmo-nos.  - Temos de entrar a matar. Nem é por quem nos vai ver. É por nós. Já vamos ter coisas suficientes para nos deixarmos desconfortáveis que, se tivermos algumas a darem-nos um boost é melhor. Se, no meu caso, tiverem um problema de pele, é capaz de ser mais agradável não parecerem um fiambre passado do prazo. 

Protegermo-nos. - Não queremos que o nosso aspecto físico seja tema de conversa, a não ser que sejamos a Carolina Patrocínio. Vestirmo-nos de maneira a não chamar muita atenção para não levarmos com comentários que, mesmo que não sejam maldosos, como estamos mais em baixo, poderão ser entendidos assim. Vesti uma tenda da Quechua. E há tendas giras. Vocês, mais gordinhas, sabem ;)

Evitar estar sempre a fazer beicinho. - Queremos ser "respeitadas" e, por isso, não devemos mostrar exageradamente a nossa vulnerabilidade. Já sabem que sentimos falta dos nossos filhos. E, se estiverem num local de trabalho como o meu, onde quase ninguém tem filhos, ninguém quer mesmo saber as coisas que temos para partilhar e se já lhes passou a diarreia.

Atenção às fotografias. - Temos de personalizar o wallpaper do computador com uma foto dos filhos? Claro. Também temos de por uma moldura na secretária com uma fotografia? Claro. Sempre gozamos interiormente com essas pessoas, mas agora está na altura de nos juntarmos à manada. Porém, aconselho que não seja no primeiro dia. No primeiro dia não sorrimos a pensar "que saudades". Não sorrimos sequer a olhar para elas. 

Evitar olhar para o relógio. - Claro que vamos olhar. Claro que sim, mas seria melhor não estarmos constantemente a olhar para o "dantes". "A esta hora estava a dar-lhe o lanche". Evitar fazermos isso a nós próprias, não podemos ser as nossas principais inimigas. 

Não esperar uma festa. - A vida continuou enquanto fomos parir e de licença. O mais provável é que não vos recebam com um bolo e confetis. Chegaram, momento dos beijinhos e tudo segue em frente. Menos para nós. 


É o que eu tenho para vocês, hoje. Mais dicas de mães que já tenham mais balanço? 

É hoje.

É hoje que volto ao trabalho, mas mais ou menos. Afinal hoje vou só a uma reunião para me designarem as minhas tarefas. Ontem foi um dia complicado. Tanto me parecia um dia normal, como rebentava em ataques de choro. O pior foi quando acordei da sesta (aproveitei para fazer a sesta dela porque as noites têm sido do piorio). Acordei com um peso enorme em cima do peito (e não é das maminhas descaídas de amamentar há 19 meses). Acordei com aquela sensação de que algo tinha mudado imenso na minha vida e que não havia como voltar atrás. Sensação semelhante a quando acabamos um namoro e nos apercebemos disso no dia seguinte, não sei como explicar. 

O desafio agora é grande. A Irene e eu estamos habituadas a um ritmo, a partilharmos tudo uma com a outra a toda a hora. Não digo que, com esta mudança, não surjam coisas óptimas para nós porque vão surgir, mas vai custar o desmame. Talvez me custe mais a mim. As músicas que eu danço e canto com ela são as que vou ouvir no meu trabalho, ela vai ficar em casa com o pai e ele vai enviar fotografias...  Sei que são tudo "problemas", mas vai ser difícil. 

Acima de tudo preocupa-me como vai ela interpretar as minhas saídas. Ao longo da vida dela, quando saí, foram raras as vezes em que saí com ela acordada. Agora vou ter que me despedir. Sei que isto são "problemas", mais uma vez. Sei que tudo podia ser pior, mas não deixa de se fazer sentir como mau para mim, no momento. 

Resta a pergunta, como é que se aproveita todo o tempo quando o tempo deixa de ser todo? 

Entretanto vou focar-me em comprar um bloco novo para o trabalho, uma caneta, maquilhar-me e vestir qualquer coisa que me fique bem. Não sei porquê mas ajuda. Comprar cadernos e canetas sempre me ajudou, vá-se lá saber porquê. 

Bem sei que isto não é "um post", é mais um desabafo, mas não conseguiria escrever sobre outra coisa hoje. 

Estou pronta para o pior e depois para o menos mau e depois para um novo "normal". 



Obrigada pelo apoio <3

11.01.2015

Coisas que todas as mães fazem (e não admitem)


- tratam o pai da criança por "pai" quando juraram que nunca o fariam 

- fazem uma dança em modo de festejo depois de os adormecerem (ou, pelo menos, festejam por dentro)

- comem bolachas ou batatas ou chocolate às escondidas, em tempo record e sem deixar vestígios 

- limpam macacos dos filhos com as mãos 

- trauteiam músicas infantis vezes sem conta 

- desejam ter algum descanso mas, quando o têm, nem sabem muito bem o que fazer sem os filhos 

- constatam que eles estão "tão crescidos" todos os dias 

- chamam nomes ao pai da criança quando ele comenta o quão bem a criança dormiu durante a noite 



- e que mais?

a Mãe dá - Galochas IGOR com a Pés de Cereja [vencedores]

Desde o início do blogue que adoramos partilhar coisas convosco. Tanto a Joana como eu adoramos borlas e, por isso, presumimos que vocês também. Tivemos a oportunidade de vos poder dar, com a Pés de Cereja, umas galochas IGOR e foram mais de milhares as participações, incrível! Nada que já não estivéssemos à espera, cof cof! ;)

Estão aqui as indicações e requisitos do passatempo. E a vencedora (uau, sempre uma mulher, que surpresa) está depois das fotografias para encher isto um bocadinho de chouriço, hehe.


Se calhar esta os pais não vão gostar tanto para os meninos. A Irene adorou, claro.








*oferta limitada ao stock existente.

A vencedora, que tem de enviar um e-mail para info@pesdecereja.pt com o assunto "a Mãe é que sabe" e combinar as coisinhas é a Marina Barbosa de Penafiel! Parabéns, Marina!! :)


Não façam essa cara! Alguém tinha que ganhar! ;)


10.31.2015

Chorei.

Chorei. 

Foi exactamente a mesma sensação do dia do nascimento dela, quando o Pai a pegou, pela primeira vez, tão pequenina e quente nos braços dele. Os mesmos braços que me acolheram e que me foram enchendo por dentro com amor, esperança, vontade. 

Estava ali o resultado da soma das partes: o todo. 

Estava ali a consequência directa da nossa paixão, de nos termos encontrado e esquivado para dentro um do outro. Aquele pulmõezinhos, naquele bichinho cor-de-rosa, estavam a mexer-se por causa da nossa paixão, por termos passado horas a olhar um para o outro na cama, por eu gostar tanto dos olhos dele. Quando bate a luz do candeeiro do quarto e fica com um ar tão meigo e quando, na rua, parece do mundo, mas é meu. 

Temos os dois olhos iguais e temos os três o mesmo coração. Somos uma família. 

Ontem voltei a sentir tudo isto. Foi um abraço enorme, mas em forma de chapada. Não estava à espera, chocou-me e despertou-me. 

O Frederico nunca adormeceu a Irene. Estabelecemos (sem conversar) que não haveria outra hipótese de a adormecer sem ser na mama. Ele perdeu a fé de que pudesse fazê-lo por não dar maminha e eu também, apesar de nunca termos tentado. A maminha pode privar os pais de muitas coisas, se não se pensar no assunto. Foram 19 meses em que a Irene, todos os dias, em todas as sestas e todas as noites, nunca foi adormecida de outra maneira. 

Ontem, pela primeira vez, o papá adormeceu a Irene. E eu vi. 

Espreitei à porta do quarto e ouvi, baixinho, a música que o pai assobiava enquanto lhe fazia festinhas pelo corpinho e pelas mãos. 

Ela estava agarrada ao seu coelhinho cor-de-rosa, mas deitada de frente, fitando o papá e deixando-se adormecer por se sentir segura, protegida, em casa. 

Olhei para eles e senti-me. Senti-me completa, sã, cheia de amor, com força, com vontade. 

Não há nada mais forte que uma família com amor.

Olá, Outono!


Assim, sim.

Frio, mas sol.

Folhas amarelas e laranja no chão que fazem estalidos com as nossas pisadelas. 

Uma criança feliz, a oferecer uma folha ao pai.




10.30.2015

Isto continua a acontecer-me...

Lembro-me perfeitamente de quando a Irene era mais pequenina e eu passar o dia inteiro à espera que ela fosse dormir para eu conseguir descansar, para ter um "bocadinho para mim". 

Passado uma hora dela estar a dormir, ficava logo cheia de saudades.

Ainda me acontece o mesmo. 

Hoje às 8h da manhã (ela costuma acordar às 6h/7h) ainda dormia (está doente) e eu estava a morrer de saudades e nem me zanguei com os gatos por estarem a fazer um bocadinho de barulho.

Alguma vez pensei eu que iria ter saudades de alguém que dorme na mesma casa? 

Amor (também) é isto.




Aula de Preparação para o Parto à la Mãe é que sabe (#02)

AULA NÚMERO DOIS

A primeira foi sobre o corte no pipi ou episiotomia, neste link.

Vamos agora falar de uma rolha que sai disparada no final da gravidez e não é a do champanhe. Vão a tempo de sair do blogue, vou dar-vos tempo. Vá, 3, 2, 1.

Estamos a falar do rolhão mucoso. Não, não vou deixar aqui uma imagem sugestiva, que podem estar a jantar. Ora o rolhão mucoso, gelatinoso ou mais líquido (depende de mulher para mulher), branco ou raiado é um muco que impede a entrada de bactérias.

Quando ele sai, o parto pode estar para breve (horas, um ou dois dias), mas também há casos em que chega a semanas. Há algumas mulheres que não se apercebem sequer da saída do rolhão mucoso porque durante a gravidez há muito corrimento e o aspecto poderá ser parecido.

Ainda aí estão ou são enojadinhas? É a vida, tal como ela é. :)


Comemorei com a saída do meu, mas depois tive de esperar uns dias... Toma para aprenderes a não celebrar antes da festa!

E vocês, como foi? Dispenso saber o aspecto, OKAY?! :)

Devíamos ter tempo para ser uma família. Todos os dias.

São as férias e as viagens os momentos que mais nos aproximam. Os dias passados só a cimentar as nossas relações, a ter tempo, a desligar e a ligarmo-nos ao que verdadeiramente interessa. Tentamos, todos os dias, ter momentos desses, mas não tem sido fácil. Normalmente quando um está, o outro não está. Quando estamos os dois, um está a dar banho e o outro a fazer o jantar. Tentamos brincar um bocadinho os três no quarto da Isabel, mas nem sempre é possível. Tentamos ser todos os dias felizes, a três, mas nem sempre conseguimos. Daí eu gostar sempre de recordar. Recordar os nossos momentos a três. E planear os próximos.


Para já, ficam as imagens do nosso último momento de paragem desta rotina que nos consome e em que tivemos tempo para ser uma família.








A Isabel queria passar por debaixo das grades e ir para perto dos esquilos haha
 
A provar o muffin de frutos vermelhos da mãe


10.29.2015

Vamos ajudar a Carolina?

Tal como disse a nossa leitora no e-mail: "A Carolina nasceu prematura com paralisia cerebral que a impede de andar, mas não a impede de desistir”.

Não podíamos ficar indiferentes.





Vamos ajudar o Sol da Carolina a brilhar mais?

Mais informações aqui e aqui.

O meu marido aparece na televisão.

Eu sabia lá que título dar a isto. Achei que assim talvez despertasse mais curiosidade. Não vos vou falar de nada esquisito, tipo de agropecuária. O Frederico aparece mesmo todas as semanas na televisão, ele é um dos argumentistas e "actores" (ele não é actor!) da rubrica "Ferro Activo" no programa do Alvim do 5 para a Meia Noite. 

Conheci o Ferro Activo depois de conhecer o Frederico (antes dava no Canal Q) e confesso que desempenhou um enorme papel para me meter nesta aventura. Consegui ver que o sentido de humor dele (e dos amigos Roberto Pereira e Henrique Dias) era semelhante ao meu. E foi mesmo o sentido de humor que nos fez apaixonar um pelo outro (conhecemo-nos quando ele me foi ver a actuar - stand-up - no Vinyl em Lisboa). 

Não me parece bem estar a dizer "ai que engraçado que isto é" (e ordinarote, atenção), vejam por vocês (dá às segundas no 5 para a Meia Noite) e todos os dias na net. 


Sigam a página do Ferro Activo (não me lembro de nada de jeito com humor em Portugal que esteja a ser feito no momento - para os meus gostos). Diria o mesmo se ele não estivesse aqui ao meu lado no sofá.


           


           


Aproveitem e vejam os antigos também!

10.28.2015

10 coisas que odeio em ti

Odeio quando me mostras que a minha vida foi vivida à espera que chegasses. Antes de ti nada foi verdadeiramente importante.

Odeio quando me olhas com aqueles olhos grandes e brilhantes que me mostram que às vezes perco tempo com as coisas erradas.

Odeio quando me acordas cinco vezes durante a noite para te acalmares nos meus braços, mostrando-me que nada há de mais confortável que o meu colo e o som da minha voz.

Odeio quando choras e esperneias chateada e me mostras que manifestar as nossas frustrações não é motivo de vergonha. Vergonha, quando muito, só de sentir vergonha. 

Odeio quando me dás um pontapé nas costelas durante a noite e me fazes recordar os tempos em que só a mim me pertencias, aninhada na minha barriga.

Odeio quando já constróis frases e me deixas saudades dos tempos em que pouco de ti sabia. O futuro começava ali. 

Odeio quando puxas o teu cabelo para trás, quando dás comida e colo aos teus bebés e me mostras o que cresceste. O tempo não volta atrás.

Odeio quando me olho ao espelho, cansada, feia, mas o meu coração tem um sambódromo lá dentro.

Odeio quando não me sais da cabeça, de manhã, à tarde e à noite, onde quer que vá e com quem quer que esteja.

Odeio o modo como não te odeio, nem um pouco, nem por um segundo, nem por nada.*



*Inspirado no "10 coisas que odeio em ti", o filme de 99 que me apresentou o Heath Ledger, o único ator pelo qual suspirei verdadeiramente. E chorei, quando morreu.