Se há coisa que ouvimos durante a
maternidade é esta frase, confessem!
A bebé acaba de se esmifrar para
passar pelo pipi, parece um repolho, e já é "igualzinha ao pai dela".
Fazemos uma ecografia morfológica
e é incrível: pai, pai, pai. "Mas o nariz é da mãe", dizem para nos
animar. Obrigadinha!
A criança faz 1 mês e está
"cada vez mais pai".
A criança faz 6 meses e "não
há hipótese, é toda pai!".
A criança começa a andar "Oh
pá! Até a andar, não engana!".
A filha já tem maminhas mas
"sai ao pai". Pobrezinha.
No meu caso, olho para a Isabel e
não consigo. Juro que não é para não dar a mão à palmatória, não vejo essas
parecenças óbvias. Aliás, até há quem diga que está cada vez mais parecida
comigo. No dia a seguir: "é toda David". Ora, decidam-se lá, fáxavor!
O pai da criança no início ainda
se dava ao trabalho de anuir: "pois, é parecida comigo, coitadinha" e
ria-se. Ali nos primeiros meses até eu já era obrigada a concordar, tal era a
lavagem cerebral: "sim, realmente, o queixo (ou a ausência dele), a
boca". Mas isso faz uma pessoa e outra iguaizinhas? E os olhos? As
pestanas? O nariz (abatatado, como o da mãe) não contam?
Pronto, já perceberam que me roo
todinha (e que tenho uma inveja do piorio), não já? Eheh
Pelo que li algures, é um
mecanismo de defesa da espécie o pai reconhecer a criança como filho nas
semelhanças. E mais não pesquisei, não faço ideia dos estudos que foram feitos
nem de como se chegou a essa conclusão.
Mas agora ponho à vossa
consideração: pai OU mãe?
Nota: a escolha das fotografias
obedeceu aos mais rigorosos critérios e foi supervisionada pela Santa Casa. Nem eu seria capaz de pôr fotos nossas em criança para manipular os resultados.