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11.01.2016

Aconteceu um milagre!

Este é o "coelhinho" da Irene.
Aconteceu um milagre! Faço parte de um grupo enorme de mães (aliás, faço parte de muitos) e acabei de presenciar um milagre!

Se estes grupos acabam por replicar um pouco como deveriam ser as coisas há uns cem anos, com as mães todas juntas e a partilharem conhecimentos umas com as outras, parece que também fazem com que a magia aconteça (existem lados maus destes grupos, um dia até poderemos falar sobre isso). 

Neste grupo em particular, as mães acabam por pedir dicas e ajuda para encontrar serviços, produtos, locais, etc. Houve uma mãe que, num último esforço (e numa ideia de génio), decidiu publicar fotografias do bonequinho do seu filho que tinha perdido há umas horas no El Corte Inglés. Saiu de lá sem conseguir encontrá-lo. Rapidamente voltou: uma das mães do grupo tinha encontrado e entregue a uma das senhoras que estava nas caixas de self-service. 

Todas sabemos a importância que estes bonecos têm para eles, imaginem esta coincidência. Que maravilha!

Isto leva-me a voltar a este assunto. Alguém sabe onde se vende coelhinhos destes? O raio da miúda é esperta e não aceita nenhum que seja sequer parecido. 

As avós debatem-se sobre quem terá oferecido o coelhinho, pelo que ninguém está a ser útil. Querem ajudar? ;)


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10.28.2016

Afinal a culpa não é minha!

Para quem já leia este blog há algum tempo, há de ter reparado algures (entre os posts maravilhosos da outra Joana, sacana!) que lutei e luto muito contra a falta de qualidade de sono lá em casa desde que a Irene nasceu. 

Como qualquer mãe, comecei por atribuir o que acontecia a factores externos como o frio, o calor, fome, dores de barriga, dores de dentes. Às tantas comecei a achar que já tinha havido tempo para perceber que não tinha nada que ver com nada disto ou, então, que era tudo isso e mais alguma coisa. 

O que terá acontecido para que, aos 3/4 meses, tivesse deixado de dormir 12 horas seguidas e acordasse, às vezes, mais de 6 vezes por noite? Às vezes com intervalos de meia hora?

Escusado será dizer, pelo menos a vocês, que o impacto que isto teve em todas as vertentes da minha vida foi abissal. Desde a minha sanidade mental à relação com o Frederico e até a relação com a minha própria filha. Éramos duas a dormir mal. 

Seria da mama? Tudo o que lia ia no sentido oposto. A mama não é causa para que eles acordem tantas vezes durante o sono depois do corpo já não ter necessidade de se alimentar à noite. Será emocional? Será apêgo a mais? Será apêgo a menos? Serei eu que não faço sentir-se segura durante o dia e precisa de mim à noite? 

Não tenho, nem nunca tive expectativas do bebé dormir a noite toda. Existem casos, mas não que por a maior parte dos bebés não dormirem a "noite seguida" que tenham algo de errado. Não têm. Funciona assim por milhares de motivos. Sinto que após 2 anos e meio nisto e algumas (várias) leituras, ainda só conheço 10% do que poderá estar envolvido. 

A Irene, na maior parte das vezes, acorda a gemer - se é que acorda. É um gemido como se fosse um medo que vai crescendo até pedir ajuda só que, estando naquele intervalo entre a consciência e o sono leve ou lá o que é - verbaliza mal e porcamente "mãe". Um chamamento que me faz lembrar de dois dos meus avós quando já estavam acamados e que, aqui entre nós, me ficou marcado para sempre. 

Não sei se está acordada ou não. Sei que me procura. Sei que, apesar do que ela está a viver ser fabricado, que há de ter uma emoção qualquer em que precisa de mim. Ela diz mãe. "A mãe", mais precisamente. É assim que sei que ela não está acordada porque quando está chama por mim aos berros (como de manhã, talvez ainda não tenha percebido bem para que serve o intercomunicador) "Mãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaae". 

Às vezes vou e está sentada na cama a chorar. Doutras vezes virou-se ao contrário na cama. Numas fala comigo quando entro, coisas perfeitamente estapafúrdias (para mim) como "os olhos cor-de-rosa caíram". 

Como é a minha primeira filha e não costumo falar de sono com outras mães. Fui andando até agora com a ideia de que isto seria expectável e normal. Pronto, a minha filha é das que acorda milhares de vezes, tenho de lidar com isso. Porém, sempre com a pulga atrás da orelha (ficamos sempre, é uma chatice) que pudesse ter que ver com a amamentação, com a minha forma de a adormecer ou, então, com algo que estivesse eu a fazer de horrivelmente errado e que não soubesse. 

Até que, desabafando com uma amiga (a nossa fada), ela me falou do que são Parassónias e fez-me muito sentido. Confesso que me caiu uma lagriminha por me "desresponsabilizar". Por outro lado, fico triste por não haver solução. 

A Irene com um ano e meio (há um ano).


Hoje estou um bocadinho mais seca (sei que é esquisito depois do post todo feliz de ontem à noite) porque foi uma noite muito complicada exactamente por isto. Estou cansada e com um sentimento generalizado de tristeza, apesar de não haver nenhum motivo para além deste. <3


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9.15.2016

Vocês compreendem-me, certo?

Mais importante que o momento do desfralde ou de quando é que começava a conseguir conjugar verbos em condições era este momento. Já falei aqui no blogue quase uma dezena de vezes ao longo do tempo e finalmente aconteceu!

Bendito momento em que entram para a escola (neste aspecto). 

A Irene, no outro dia, quando a estava a adormecer, pediu-me para que a tapasse!!!! 

Os dois Invernos (foram dois?) que passei a ter que aquecer a casa toda porque a menina podia ter frio durante a noite, a enchouriçá-la como se fosse para cair de um primeiro andar... podem ter acabado! Claro que se vai destapar imenso durante a noite, mas vai sentir também aquele conforto de estar embrulhada num edredão e dormir melhor (mesmo que isso não signifique acordar menos vezes). 

Fiquei mesmo feliz. Só vocês me compreendem, não é? 

Imensos comentários agora a dizer "não, não compreendo, se calhar a sua filha está numa fase mais carente e como você não lhe chega, tem de se contentar com o toque do lençol" haha. 

8.26.2016

Um dia, vai melhorar.

Hoje foi uma noite daquelas. Em que damos valor a ter um companheiraço com quem dividir o cansaço. Em que achamos que não vamos dar conta sozinhas. Em que pomos em causa tudo: "foi muito cedo? foi uma decisão precipitada? estou a fazer alguma coisa mal?".

Sempre que tenho de ficar só com as duas, sinto-me desamparada. Questiono-me como conseguem as heroínas que para aí andam a viver isto da maternidade sozinhas. Ontem foi uma noite-não. Adormeci a Isabel com a Luísa a chorar. A Luísa adormeceu mais tarde do que o normal, eram 23h30 e ainda estava acordada. À uma e tal da manhã, a Isabel acorda a chorar e a chamar por mim. Às três e meia, estava eu no quarto da Isabel, começo a ouvir a Luísa a choramingar. A Luísa que nunca acorda. Vou até ao nosso quarto e dou-lhe mama, adormece passado um bocado. Às cinco, Isabel com um pesadelo enorme: "menina come tudo, come tudo, come tudo!". Vou, meia perdida e desesperada, até lá. Não a consigo ajudar logo, está entre o sonho e não deixa que a ajude, nem me ouve. Demora a voltar a dormir. Ouço no meu quarto a Luísa a queixar-se. E agora? Se me levanto já, a Isabel fica num pranto ainda maior. Deixei-me ficar, a Luísa parou: "deve ter adormecido", pensei. Dei colo à Isabel, como me pediu, digo-lhe "agora cama e dormir, a mãe está cansada." Pede-me leite, dou-lhe leite. Aninha-se a mim, suspira. Adormecemos. Acorda às 7h - costuma ser às 8h - e eu senti que não tinha dormido nada. Às vezes consigo acordar bem disposta, assim mesmo. Hoje não. Até agora. Não consegui superar ainda esta noite. E eu que até andava calma e optimista. Acho que o meu corpo tinha andado a accionar uns analgésicos interiores, andava meio apática até, para não me enervar. Mas hoje sinto o coração a bater mais forte e mais acelerado. Estou ansiosa e triste. Passa. Acaba sempre por passar. É o cansaço a falar. Vou deitar-me com a Luísa e entregar-me ao sono, agarrar-me à ideia de que vai melhorar. Um dia, vai melhorar. E este sorriso vai voltar. Vou fazer por que esse dia seja já hoje.




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8.25.2016

Já faz umas micro-sestas!

Confesso, andava céptica. Tudo o que fosse deixá-la deitada na cama nas sestas não iria resultar. No primeiro mês funcionou, no segundo nunca. Até parecia já estar no sono mais profundo, mas assim que a afastava do meu corpo "a cama tinha picos", como se costuma dizer. Agora, de vez em quando, já consigo que durma umas sestas pequeninas sem ser no colinho. Até aconteceu uma coisa inesperada: adormeceu sozinha, no sofá. Estava tão fora de mim que resolvi tirar uma fotografia com o telemóvel para enviar ao David. Resultado: acordou com o click (única vez em meses que tinha posto o telemóvel com som rrrrrr). 

Descrente como andava, tinha a minha To be touch ainda na caixa, feita parva (não a almofada, entenda-se), e só hoje lhe dei uso. Consegui almoçar em paz, assim que a Luisinha ferrou, lá fui eu alambazar-me (sou só eu que como em modo turbo, cheia de medo que a miúda acorde?). Amanhã repito a dose!


Já viram bem a coxa do bicho? <3 Meu leitãozinho.
E sim, as bordas da fralda estão para dentro, não admira que haja depois festivais de cocó...


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8.21.2016

Dorme a noite toda!

A Luísa dorme a noite toda, praticamente desde que veio para casa. Sim, é bom. Sim, é meio caminho andado para eu não ficar completamente xexé da cabeça. Da Isabel nunca foi assim, apesar de ter chegado a fazer 7 horas num dia (muito) bom. Só ao fim de um ano e tal é que soubemos o que era isso de dormir uma noite seguida, mas ainda assim nunca aconteceu muitas vezes.

A Luísa dorme e a Isabel acorda. Uma, duas, três vezes. Mais. Com o calor, com pesadelos, com tosse, porque sim, porque precisa de mim. Às vezes custa, outras vezes não custa. A Luísa compensa. Quando (ou "se") deixar de compensar, lá terei de me adaptar a essa realidade e andar cá e lá, a fazer piscinas. Se acontecer penso numa solução, não vale a pena sofrer por antecipação. A Isabel não quer vir dormir connosco, na nossa cama, gosta de ter o seu espaço. Eu vou lá. Às vezes aceita que seja o pai. Às vezes pede leitinho. Às vezes adormece antes de eu lá chegar com o dito. Às vezes fico a dormir com ela. Às vezes dorme a noite toda e eu rejuvenesço mil anos.

A Luísa... a Luísa mama muito durante o dia, mas durante a noite dorme. Adormece às 22h-22h30 para o sono grande, às vezes volto a dar-lhe mama por volta das 7h, se a acho mais irrequieta, e depois volta a dormir mais duas ou três horas. Já chega a fazer 12 horas. Já me disseram: "mas isso é porque o teu leite é bom". Sim, o meu leite é bom. É uma verdade. Mas o leite das outras mães também é. Todos os leites são bons (são raras as excepções). Ou todos (quase todos) podem ser bons, se fizerem uma coisa chamada livre demanda, sem horários e sem restrições. Se a pega estiver bem feita, se procurarem apoio de pessoas especializadas, se confiarem em vocês. Quanto mais o bebé mamar, mais leite é produzido. Agora... se é (só) por isso que a Luísa dorme? Não é. É dela. Quantos bebés são amamentados em livre-demanda e não dormem a noite toda? Quantos bebés bebem leite de fórmula e não dormem a noite toda? Não tenho explicação para ela dormir bem, fico toda contente, mas sei que a qualquer momento pode deixar de dormir assim (lembro-me sempre do caso da Irene, da Joana Gama).

A minha questão é: como faço para ela dormir também bem as sestas? Eheh Estou a brincar! :) Ela dorme bem, tem é de ser ao colo ou em andamento. Ou de mama na boca. Se a deito, acorda. Juro que não me estou a queixar, tenho noção da sorte que me saiu na rifa! 



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8.12.2016

Abriu-me o lábio.

Não, não foi esse. Esse foi há dois anos e meio quando nasceu (ehhhh, imagem desnecessária, eu sei). Ontem, a adormecer a Irene, levei com uma cabeçada das antigas (daquelas tipo rixa no Too Fast Too Furious ou 8 Mile) no focinho. Era só uma questão de tempo até que isto acontecesse. Aliás, sou vítima de maus-tratos frequentemente pela minha filha - é melhor especificar que o Frederico tem um ar muito macho e poder-se-ia, erradamente, associar uma coisa à outra.

Ela precisa de deitar cá para fora a bateria que lhe resta e, aí pelo meio, estou eu a fingir-me de morta para que ela adormeça. Ao que parece, fingir não é necessário e ela tenta assegurar-se de que eu faleço mesmo, para não me armar em esperta.


Parece mesmo uma mugshot: lábio aberto, rímel todo borrado (odeio este verbo, odeio), colar ao pescoço que bem pode acabar num penduricalho de um gang qualquer. Só me falta um Ford Fiesta lá atrás - associo estes carros a tuning, o que querem?

Por acaso, ia escrever Seat Ibiza, mas como anunciaram aqui há uns tempos, prefiro fazer esta referência um pouco mais discreta assim. Ai que rebelde que sou.

Também se fartam de levar tareia? A miúda levou uma "lamparina que nem sabe de que terra era", coisas que se diziam lá em casa, mãe de Melgaço.

Não levou, não. E não pretendo que alguma vez leve. Ela também ajuda ;).

- Se recorrerem à palmada, existem situações muito mais eficazes e que não danificam nem a auto-estima dos vossos filhos, nem a vossa relação, nem vos fazem sentir mal convosco próprias, posso sugerir-vos a disciplina positiva/parentalidade positiva que até já fizemos uns posts sobre isso no blog aqui. E força, mas não nessas palmadas! ;)

8.08.2016

Ela dorme no chão.

Um dia, decidi pôr a Irene a dormir no chão. 

Por vários motivos que expliquei aqui:



  • Ela dormia muito mal, acordava imensas vezes durante a noite e poderia ter que ver com o facto de já não ter espaço para dormir à vontade (não foi isto que resolveu, mas acho que passou a dormir mais feliz, sim). 
  • Eu ouvia os pontapés e cabeçadas que ela dava na grade, mesmo com o contorno de berço e ficava sempre preocupada que ela se magoasse a sério. 
  • Era desesperante a gestão de adormecê-la toda curvada com ela no berço ou, então, o baile de pega ao colo e põe na cama e chora. 
  • Senti que ela estava a deixar de gostar de estar na cama por associar sempre ao stress que era adormecê-la para as sestas ou para a noite.

Li sobre Montessori e sobre o que isso implicaria no quarto dela e a cama no chão pareceu-me uma solução muito interessante. 

Foi muito complicado nos primeiros dias, porque a Irene, por se mexer muito, caia muito da cama. Apesar de me dizerem que "faz parte do processo", não aguentei mais vê-la no meio do quarto, mesmo com tapetes e afins. 

Rendi-me a umas protecções de cama que entalei entre o colchão e o estrado e, até agora (mais de um ano depois), só tenho a dizer maravilhas. A nossa vida mudou por completo. 

Vantagens de ter a cama no chão? 

  • Não existir uma separação física entre mim e ela. Posso adormecer com ela na cama, posso dormir com ela se me apetecer. Não existe um "largá-la" enquanto ainda está meio acordada. Estamos as duas ali, sem pressas. 
  • Ela tem autonomia para entrar e sair quando lhe apetecer (felizmente a Irene não tenta sair da cama quando sabe que é para dormir, mas também está tão escuro que ela não teria muito sítio para onde ir). 
  • Posso amamentá-la durante a noite e relaxada por estarmos deitadas, por ela adormecer e rebolar sozinha para o outro lado e eu, se adormecer, estar tranquila também. 
  • Ela tem espaço para dormir à vontade e para brincar. 
  • Por não ter que a levantar para a por junto a mim para consolar com maminha ou sem maminha, desperta menos durante a noite e, por isso, não se criam rotinas desnecessárias.
  • Se quisermos adormecê-la os dois, temos espaço para isso. Apertadinhos, mas podemos estar em família. Claro que também podíamos fazê-lo na nossa cama, claro.
Lembrei-me de vos escrever sobre isto porque, no outro dia, fui ao Parque da Serafina e uma leitora (a Vera, que adorei conhecer), veio ter comigo (OBRIGADA, VERA ;)) e falámos um pouco sobre a dificuldade em adormecê-los e os problemas do berço, etc. Pode ser que assim ajude mais pessoas a pensarem no assunto. 

 
Sempre que nos virem, venham falar connosco. Adoramos conhecer-vos, mesmo. ♥

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8.04.2016

"Mãe, anda cá dizer adeus à Bubbles."

Já sei que vão dizer que preciso de descontrair. Não só por aquilo que vou contar, mas até só por ter começado assim o post. 

Como é a minha primeira filha, não sei bem o que é "normal" ou não. Porém, sinto que a Irene tem demasiados pesadelos. Parece mesmo que sim. Fico sempre muito curiosa com aquilo que ela poderá andar a sonhar (sou assim com os meus sonhos e com os de toda a gente). Ela ainda não sabe bem o que se passa. O pai e eu já tentámos explicar, mas acho que ainda não chegámos lá. 

Acabo sempre por ficar com a pula atrás da orelha e confesso que penso "o que terá acontecido hoje na minha presença que te tenha influenciado?". Desabafei sobre isso com a Catarina Beato do Dias de Uma Princesa. Ela descansou-me dizendo que um pesadelo para eles podem ser milhares de coisas, "até ficar sem wireless, como já aconteceu ao meu filho".

Sim, realmente, olhando para as birras dela e para a intensidade que tudo tem, é bem provável que seja algo assim tão "parvo". 

No outro dia falou enquanto tinha o pesadelo. Chamava-me. Chamava-me (já estava eu dentro do quarto mas, pelos vistos, ela continuava a dormir) e disse: 

"Mãe, anda cá dizer adeus à Bubbles.". 

Bubbles é a nossa gata. A minha fantasia leva-me para pensar que, como ela (a gata) tem estado doente (ao que parece é stress, os gatos nunca devem ter companhia felina) que a Irene se tem andado a questionar sobre a permanência das coisas. 

Ela estava muito perturbada, o que me deixou comovida porque quer dizer que a Bubbles é importante para ela. 

Por outro lado: aos 2 anos e meio e já a chorar com partidas e abandonos? O nosso cérebro é realmente uma coisa muito complexa...

Provavelmente isto será projecção minha, na volta ela estava a dizer adeus à Bubbles que levava o Chase da Patrulha Pata debaixo do braço e isso é que a deixou perturbada. 



7.14.2016

A conversa mais séria que tive com a Irene.

Como é que só me lembrei disto agora? Isto de ser mãe realmente... ao mesmo tempo que parece que põe os neurónios todos a funcionar, acho que faz com que só tenhamos dois. São dois muito bons? Epá, são. Mas não deixam de ser só dois. 

Então e não é que a Irene fala extremamente bem, compreende extremamente bem e eu ainda não tinha tido a conversa mais importante de todas? 

Essa mesmo. 


- Necas, anda cá à mãe, sff. A mãe quer ter uma conversa muito séria contigo, pode ser?

- Sim.

- A Necas acorda durante a noite, não é? E chama pela mãe, verdade?

- Sim.

- Como chama a Necas pela mãe durante a noite?

- "maaaaãeeeeeeeeeeeeeeeeee!".

- Não precisa de chamar, Necas. Sabe porquê? Porque... está tudo bem. A Necas é a maior e a Necas consegue adormecer sozinha. Consegue, não consegue?

- Sim.

- Vamos fazer uma coisa muito gira. Sempre que a Necas acordar durante a noite e não vir luz lá fora, a Necas vira de barriga para baixo, abana o rabo e adormece. Não precisa de chamar a mãe. 'Tá bem?

- Sim.

- Quando a Necas acordar durante a noite o que vai fazer?

- Abanar o rabo.

- Pronto, mas na cama ou vai sair?

- Sim.


Acho que tenho o problema resolvido.


Nota: para todas as minhas fãs (estou a brincar, eu sei que sou o Éder deste blog), trato a Irene por Necas porque é como ela se trata a ela própria. Tem que acabar, eu sei.

6.24.2016

Ela dorme no meio de nós.

Decidimos assim e tem sido o melhor para nossa família. Não quero fazer um elogio do co-sleeping, dizer que é a melhor opção (acho que cada mãe/pai saberá o que é melhor dinâmica para os seus), mas cá em casa, depois de um pós-parto mais complicadito, ter a Luisinha aqui mesmo ao lado tem sido muito bom. Por todas as razões: para senti-la bem perto, para ela me sentir a mim, para não me mexer muito nem levantar durante a noite (já bastam as piscinas até ao quarto da Isabel - que hoje, "benzádeus" dormiu a noite toda), para estar à distância de uma mão, para lhe acalmar os pesadelos (ou espasmos ou ambos). 

E perguntam vocês, mas não têm medo de a esborrachar? Epa, não. A cama é grande, já estamos habituados a dormir com a Isabel nas férias e quando ela quer (é ela que nos esborracha a nós até) e temos um bom perímetro de segurança com o ninho (melhor invenção de sempre). Além disso, o marido é encalorado, não é de se colar nem vir para cima de ninguém (salvo seja... hehe). Também não temos sentido falta, enquanto casal, de ter o nosso espaço, por mais anti-romântico que isso possa parecer. 

Até agora tem dormido sestas no ninho e na alcofa e um dia destes experimentamos a alcofa para dormir à noite. Também vai correr bem de certezinha.

Agora vejam bem esta riqueza a dormir uma sesta, coisa mais querida da sua mãe!











Ninho: Agu agu
Babygrow (lindo e confortável): Ratinho Feliz
Coelho: Zara Home


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5.27.2016

Não dormiu a sesta!

O sono sempre foi uma das preocupações que eu tive com a Irene. Desde que ela nasceu, até acho que foi o que me fez "passar para o outro lado": não conseguir pô-la a dormir a primeira sesta a tempo de conseguir adormecê-la na segunda. Se sofria de ansiedade? Epá, sim. E juntar ansiedade e maternidade é quase pior que gasolina e um lança chamas. Depois daí, fiquei mais calma e também ela passou a dormir só uma sesta por dia (não a conseguir adormecer também poderia ter que ver com o facto de pasmem-se: ELA NÃO TER SONO) o que tornou tudo mais fácil. Há mais de um ano que não há problemas com as sestas. É hora de ir dormir, ela dorme, tranquilinho. 

Menos ontem. 

Ontem não adormecia por nada deste mundo e eu, parva, insisti imenso. Claro que resultou em choradeira e eu, de coração apertado, a tentar perceber as consequências de uma desistência da minha parte. Fiquei triste porque queria ir com ela ao Jardim Zoológico a seguir e queria que ela fosse descansada para ir mais tranquila. Não consegui e confesso que fiquei algo quentinha de nervos por causa da situação. O Frederico é que me disse (depois de também tentar): "Joana, não quer dormir, não dorme". E eu: "mas eu queria ir ao Zoo e já lhe tinha dito que íamos!". Ele: "E vais!". E... realmente!  Tanto que fomos. 

Foi uma óptima decisão porque pode realmente aproveitar o Zoo, não era como eu fantasiava saltar uma sesta (como vos expliquei, a última vez que vi a Irene sem uma sesta foi há mais de um ano) e isso fez com que começasse a questionar próximos eventos onde, se ela não dormir uma sesta, não será assim tão grave. Tem é de compensar. 

Querem ver as fotos? Beijinhos às mães que, apesar do meu aspecto domingueiro, me reconheceram. Desculpem estar tão acanhada, mas apesar de parecer "toda à vontade" é só quando estou preparada para isso, senão foi aquilo que se viu: timidez. 

Joana Paixão Brás, já sei que são muitas fotografias e tenho de aprender a ser mais selectiva, mas não consigo tirar fotos daqui, gosto de todas. Vai-te parir e não me chateies a cabeça. ;)










































5.11.2016

Não pára de berrar...!!

As últimas noites têm sido uma loucura. Não é porque acuse cansaço - tenho adormecido sempre com ela à noite uma horinha, pelo menos, mas tem sido doloroso os berros todos da Irene durante a noite. Parecem terrores nocturnos, mas já começo a achar que não. Cada vez mais me parece algo que notávamos imenso que era verdade quando ela era pequenina - os saltos e picos de desenvolvimento/crescimento.  Nem sempre a Vaca Amarela me ajuda.. 

Resumindo: é quando o cérebro deles está a fritar. Como se estivessem com SPM mas sem conseguirem mandar indirectas ou serem passivo-agressivos.

Noto que a Irene fica mais birrenta sem motivo algum por termos boas rotinas. Ela dorme às mesmas horas, dorme o mesmo número de horas, come às mesmas horas, pelo que alguma coisa a mudar, terá que ser dela (não quer dizer que não tenhamos excepções mas, tal como disse, não são o "normal). São como se fossem pesadelos, mas sem ser. 

Claro que, vem sempre alguma insegurança à superfície. Não consigo deixar de pensar se ela terá visto na televisão ou no ipad qualquer coisa que lhe tenha feito confusão (claro que estamos atentos, mas nunca conseguimos ter a certeza). Se foi por o Frederico e eu termos tido algum desentendimento que ela possa ter ficado com essas "emoções" dentro dela. Não sei.

"Ajuda-me" saber que a Isabel da Joana Paixão Brás também tem um vipes destes, mais me ajuda a ir pela teoria dos saltos e picos de coiso. 

Há por aí algum neurologista? Onde é que me posso informar sobre isto? Não estou em pânico (longe disso), mas gostava de saber. 




5.03.2016

Aquela vaca salvou-me a noite!

Acho que não é típico da Irene. Pelo que tenho falado com algumas amigas (assim parece que tenho muitas), é algo recorrente. Desde nova - principalmente pela dificuldade que tinha em pô-la a fazer as duas sestas a horas (muita ansiedade minha) - sempre que ela não dormir "o que devia dormir", era de esperar dois episódios de terrores nocturnos. Ela "acordava", passada na cabeça, sem me reconhecer, só me batia e gritava como se fosse a Sansa Stark e estivesse a ser perseguida pelo Bolton (não o Michael Bolton, apesar disso também dar direito a querer fugir e bem). Gritava, chorava e tudo de TERROR. Não era só um pesadelo manhoso como aquele que ela tem de vez em quando a dizer que tem a boca com bichos (feita estúpida disse-lhe que tinha de lavar a boca senão ficava com bichos...). 

Foi horrível para o meu coração na altura. Ainda para mais, li nalguns sítios que o melhor é só ficarmos a vigiar o episódio e não lhes tocarmos nem acordarmos para o cérebro resolver o nó e não voltar a acontecer nessa noite, mas eu não conseguia, claro (acontece normalmente na primeira metade da noite). Voltou a acontecer no outro dia. Não fez sesta ou dormiu muito muito pouco, já não me lembro e, à noite, foi mesmo o TERROR.

Rejeitava a maminha, batia-me, arranhava-me, ficava super ofendida comigo, não dizia coisa com coisa... Não sabia o que fazer. Às tantas, pensei: vou fazer uma brincadeira com ela, pode ser que isso ponha o cérebro a funcionar um bocadinho mais do lado "dos acordados".

- Irene, queres banana?

- nãooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!

- Irene, queres um acordeão? 

- nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!

- E uma vaca amarela, queres? 

- Sim!

Parou de chorar. Acordou. Continuei: "Necas, uma vaca amarela??? Não há!! É como haver cães roxos! Ou o xixi ser verde! hahaha"

Ela sorriu e deitou-se de barriga para baixo. O pai fez-lhe festinhas até adormecer e pronto. 


Obrigada, vaca amarela. 

Pior desenho de sempre!! E não fui eu a fazer, googlei e encontrei ahah. 

4.18.2016

Nunca mais...

Já todas sabemos que "o tempo passa muito rápido" e é verdade que sim. Do nada passamos a ter mini-pessoas lá em casa que já dão opiniões, já fazem perguntas, já dizem o que querem e quando e quem é que querem que os ajude... 

A Irene, além de ter ficado mais alta nos últimos dias - reparamos nisso porque já não passa debaixo da porta do frigorífico sem bater lá com a testa ('tadinha), porque já não cabe nos pijamas até aos 24 meses e porque os avós disseram - também anda a construir frases cada vez mais complexas. No outro dia, quando a levava à aula de de música, fez conversa comigo. Se sempre foi uma boa companhia, agora - mesmo apesar das birras - é fabulosa. Estou cada vez mais apaixonada, nota-se muito? 

Apesar de todo este grande desenvolvimento intelectual e físico, há uma coisa que continua a não acontecer e que me dá cabo da... ia dizer da cabeça, mas não. Dá-me mas é cabo da conta. 

QUANDO É QUE ELES SE PASSAM A TAPAR? 




Farta de a ter de vestir com pijama polar e ainda mais umas coisas por baixo e ligar o aquecimento no quarto dela a noite toda. Sei que me vão falar dos lençóis sacos-cama, já sei (obrigada pelas sugestões). O problema é que a miúda se sente presa e começa aos pontapés super enervada como se uma pessoa estúpida lhe tivesse pegado ao colo. 

Sonho com o dia em que ela me diga: "Mãe, tapa-me com o edredão para eu ficar mais quentinha, 'tá bem? Olha, não te vás embora, diz-me só qual é o teu IBAN que, quando eu for mais crescida, vou dar-te todos os meses um x para te compensar de tudo o que tens gasto em vegetais e fraldas para eu crescer, é que vou ser podre de rica e quero mesmo dar-te parte daquilo que tiver, nem que seja só uns 20 euros para tratares desse buço e sobrancelhas. Pronto. Sendo assim, vai lá à tua vida que eu adormeço sozinha e a sorrir. Um abraço."


Quero tanto que a miúda se tape... gostava mesmo de a aconchegar e de POUPAR DINHEIRO NO AQUECIMENTO.

Pronto.

3.11.2016

Passou a noite toda a chorar...

Ok. Têm que me dar um desconto. Sou mãe e, portanto, aqui "a noite toda" não é a "noite toda" é... "algumas vezes". 

Ontem, adormecê-la foi complicado. Já tinha "passado do ponto" e, por isso, não estava nada maleável. Adormeceu no fundo da cama e, como fiquei com medo, tive que a puxar para cima. Puxei e... acordou! Super mal disposta - como a compreendo. Ficou ainda imenso tempo a chorar comigo a tentar acalmá-la de todas as maneiras possíveis e imaginárias, mas foi difícil. Eu também já estava cansada. 

Percebi que devia tê-la deitado ligeiramente mais cedo. Como anda a acordar uma hora mais cedo que o normal, talvez deva antecipar o jantar uns minutos e a ida para a cama...

Aconteceu o que acontecia antes quando ela era muito muito bebé e lhe doiam os dentes. De vez em quando chora (não sei se chega a acordar) baixinho e há alturas em que diz "não, não!". Não sei se são dentes (sei lá), se foi alguma coisa que viu no ipad... Inevitável pensarmos no que é que temos responsabilidade ou não.

Deve ter sido um pesadelo, mas a "noite inteira"? 

Agora que ela fala, bem que tento puxar por ela para saber se lhe dói alguma coisa, mas acho que ela nem está a raciocinar nestas alturas...

Hoje vai dormir mais cedo. E eu também que tenho adormecido sempre com ela... 


As boas notícias é que dantes teria acordado umas 20 vezes numa noite como a de ontem. Ontem, mesmo assim, só acordou uma e às 5h da manhã... ;) 

2.24.2016

Tive de disfarçar que estava a chorar.

Tive mesmo. Não queria mesmo que a Irene percebesse que a mãe estava a chorar porque iria entender mal a situação.

Estava a adormecê-la ontem, no registo dos miminhos que vos falei - tenho adorado (aqui) e, como queria ver se ela se começava a acalmar disse:

- A mãe está cansada, podes, por favor, tentar fazer ó-ó?

- A mãe está triste?

- Não, a mãe está sempre contente, sabes porquê?

- Porquê?

- Porque gosta muito muito de ti. 

Ela sorriu e abraçou-me com muita força ao mesmo tempo que fazia aquele barulho que fazemos quando apertamos alguém...

Tive de disfarçar, mas caíram-me lágrimas... ;) E sabem o melhor? Adormeceu. Virou-se de barriga para baixo, ainda mexeu um bocadinho as perninhas e isso, mas adormeceu.




Parece a gozar, mas não é...

Agora, o que é a gozar é que o diálogo tivesse sido exactamente assim. A versão verdadeira é esta:

- A mãe está cansada, podes, por favor, tentar fazer ó-ó?

- Tite, mamã!

- Não, a mãe está sempre contente, sabes porquê?

- Sim. 

- Porque gosta muito muito de ti. 

Ser mãe é estar apaixonada todos os dias.

2.19.2016

VOLTEI A DORMIR, CARAMBA!!! Parte 2!

Continuação deste post que era suposto só ter sido lido hoje de manhã, mas algumas de vocês não resistiram e vieram cuscar mais cedo, outras vieram pelo facebook do Centro do Bebé

Também era para publicar este post mais cedo hoje à noite mas vocês, mais do que ninguém, compreendem que os horários à noite podem sair um pouco furados, não é? É. 

Estava a explicar como conheci a Constança em pessoa e o que senti naquele dia em que me deu vontade de vomitar o coração para fora e deixá-lo em cima da secretária. Controlei-me mediocremente.

Já vos disse isto, mas já antes tinha falado com uma especialista do sono (que muito adoro e que muito me ajudou), mas que a primeira hipótese era de fazer o desmame nocturno (algo que sempre fui radicalmente contra, menos naqueles momentos de exaustão extrema em que tudo parece uma hipótese, até lhe dar um pontapé nos rins). Segui o meu instinto e prossegui. Vamo-nos adaptando (mais ou menos) a isto de não dormir. O cinzento começa a ser uma cor que nos segue para todo o lado e, às tantas, até já conseguimos duplicar as pequenas mini-forças que ainda temos em nós. Tudo é, porém, 10 vezes mais custoso e 10 vezes menos divertido. Estou convosco.

A Constança perguntou-me pelos hábitos da Irene e eu lá lhe disse. Eu sempre fui muito rígida nisto do sono porque fazia tudo o que estava ao meu alcance para ter a esperança de que pelo menos naquela noite conseguiria dormir mais do que 3 horas seguidas. Raramente. Uma das coisas que a Constança disse foi "se vires que ela tem sono, mesmo fora da hora da sesta, deixa-a cochilar... no teu colo, um bocadinho no sofá, se ela tem sono é porque está cansada". Fazer um sono curtinho de 30 minutinhos pode ser óptimo para eles e eu sempre a privei disso com os meus horários tão rígidos. Ainda hoje tenho imensa dificuldade porque não gosta que ela durma àquela hora e depois não saber quando é que ela vai adormecer outra vez, mas senti-me livre por saber que escutar a Irene e não as "teorias" não era algo imbecil, antes pelo contrário. Sinto que, aos poucos, "os livros" estão a passar a ser eu e ela, o nosso "nós". 

Outra coisa que ela me disse e que me fez todo o sentido foi que os bebés precisam de processar a informação que retiveram durante o dia antes de adormecer. Se tiver sido um dia muito mexido, aquela energia toda que eles têm antes de adormecer é óptima para o cérebro mastigar informação e quanto mais mastigada for, menos acordam durante a noite porque mais descansados dormem. Atenção que a Irene tem praticamente 2 anos, não sei se isto se aplica a bebés muito mais novos.

Isto fez com que eu passasse a não estar impaciente por ela andar aos saltinhos em cima da cama e aos gritinhos e a cantar e a bater palmas. Vi isso como um momento útil para um dormir mais tranquilo. Já não me enervou. Fez-me pensar também no meu erro mais comum nisto da maternidade que é não ver a Irene como uma pessoa. Ela é uma pessoa. Quantas vezes vamos para a cama e nos custa a adormecer logo? Porque é que exigimos isso dos nossos filhos? 

Ela tem que deitar fora aquela energia toda. Adormecer num ambiente calmo. Lembrei-me daquelas noites em que adormecemos depois de uma conversa mais séria ou até de uma discussão acesa e que, durante a noite, simplesmente sentimos que não descansamos ou acordamos com a sensação que nem dormirmos. Sinto que o nosso papel (e disse-me também a Constança) é garantir que eles têm as condições ideias para se sentirem amados, seguros, calmos e tranquilos e não sermos fonte de pressão e de energia negativa por eles não serem robôs. "Irene, são horas de dormir!!! Dorme!!". É só parvo. 

Recomendou-me que depois do jantar fossemos logo para o quarto para a cabeça não viajar muito mais depois da "calma" que o jantar traz. Vamos logo. 19h40 estamos no quarto e, durante sensivelmente meia hora, ainda de luz acesa, dou-lhe todos os miminhos do mundo (ou, mais no caso da Irene - igual à mãe - faço de público para as palhaçadas dela) incluindo festinhas no cabelo, beijinhos no corpo todo, maminha, muita maminha, por-lhe as mãozinhas dentro das minhas enquanto sopro lá para dentro para fazer quentinho (chamamos-lhe "o forninho"). Não sei se para vocês é fácil imaginar, mas ela tem um colchão de adulto no chão e eu deito-me com ela. Depois dessa meia hora em que, em princípio, estamos as duas calmas (pode não ser meia hora, atenção, não sejam chatas como eu), quando ela estiver mais molinha, desligo a luz e tento só dar-lhe os miminhos mínimos necessários.

A Constança disse que o primeiro acordar da noite costuma ser uma réplica do momento do adormecimento, por isso, quantos menos apetrechos ou técnicas utilizarmos para os fazer adormecer (colo, festinhas no rabo, canções, etc), mais suave será o primeiro acordar pois não acordarão à procura das condições que havia quando foram adormecidos. Se adormecerem sem ajuda (connosco lá ao lado a ouvi-los respirar - no nosso caso tenho feito conchinha, a ver se não repito muito para não ficar "bengala" hehehehe), vão acordar só quando for "preciso" e muito mais tranquilos. Assim tem sido. A Irene acorda agora uma ou duas vezes por noite (é uma sorte enorme comparadas com as 5/6 vezes que têm sido nos últimos dois anos). E ando a fazer isto bem há pouco tempo e acho que, mais uns dias, irá acordar ainda menos. E há de haver um dia em que tenho de ser eu a ir acordá-la haha!

Deixá-los esgotar as energias, proporcionar um ambiente calmo, sem pressas, reconhecê-los como indivíduos e não como nossa posse, não fazermos (adultos) birra por eles não adormecerem quando nos dá jeito e... acima de tudo: ver o momento do adormecimento como um momento de qualidade em que não há ruído nem telemóveis, nem nada. Só nós. 

A grande mudança aqui, além dessa minha postura pacífica foi a Irene ter a maminha antes de adormecer e não adormecer por completo na maminha, só consegui fazer isto graças a três coisas: consegui explicar à Irene que depois de mamar uma vez, as maminhas ficam vazias e só no dia seguinte é que têm muito leitinho (a história da maminha que conto dezenas de vezes antes de desligar a luz e a pedido - como é que mães de bebés mais novos podem fazer isto é que não sei, ajudou a Irene já me compreender), nos primeiros dias o pai ia adormecê-la comigo para haver maior "distracção" da maminha para quebrar a rotina e, agora, ela já sabe: a maminha é o tempo que ela quiser até se apagar a luz. Depois é ó-ó. 

Sabem que sou defensora acérrima da amamentação (como se houvesse algo para defender, como se não fosse mais do que óbvio), mas tenho a dizer-vos que desde que dei uma oportunidade a outro tipo de adormecimento que descobri outras formas de amor que ainda não tinha tido tanta oportunidade: as mãozinhas, os pézinhos, as festinhas... também tem sido lindo. Mães, não é preciso fazer desmame nocturno para eles dormirem bem! A culpa não é da maminha! A culpa não é de ninguém, o mais natural não é que eles durmam sozinhos até porque seriam caçados por um bicharoco qualquer, é normal que nos procurem, que nos chamem. Porém, esta é a maneira que tem funcionado para nós.

Não fiz desmame nocturno. Ela ainda mama quando acorda de noite e acordo cheia de vontade de lhe dar maminha, não estou habituada a tanto descanso haha. 

Graças à Irene a mim e ao pai e também à fada dos bebés - que também é a fada das mamãs em delírio graças à privação do sono. 

O que a Constança faz é simples. Vai buscar-NOS ao fundo do poço para onde nos atirámos com o nosso cansaço. E, com isto, faz os bebés crescerem felizes e com uma mãe muito mais feliz também. A mãe é que sabe, meninas, é o que vos digo. 



Tenho adorado adormecê-la. Depois de passar tantas horas em ela e de chegar a casa e ter de fazer coisas, aquele momento ninguém nos tira. Até ambas adormecermos naquele colchão. Adormecermos juntas. Que maravilha. 


(Cada bebé é um bebé, não são um robot, nem existem manuais para tratarmos deles como se tivessem um número de série. Reparem que não tive que a deixar chorar, nem a deixar sozinha ou deixá-la chorar a olhar para ela a dizer "a mãe está aqui", mas sem fazer nada para a ajudar - imaginem o que vai na cabeça deles "se estás aqui e me vês assim... por que não fazes nada?". A Constança é the real deal, é empática, não é só marrona e repetidora de conhecimento alheio. Sente-se quando estamos com ela. Sente-se que ela nasceu para isto e que não é apenas mais uma pessoa a tirar partido do nosso desespero para se tornar "conhecida" e para "aparecer". Foi o que senti.) 

Para dicas mais adaptadas a vocês e à vossa família, nada como a conhecerem. Depois digam-me se não sentirem o mesmo... 

2.18.2016

VOLTEI A DORMIR, CARAMBA!!!

Já está!!!!!!!

Já anda a acontecer há alguns dias, mas não queria dizer nada para não "amaldiçoar" a minha sorte! Não têm noção do que andei a "sofrer" nestes últimos dois anos com as noites da Irene... Ai, esqueçam.. têm, têm! Se andam por aqui é porque têm mesmo uma noção de tudo aquilo que passamos. Era horrível, sentia que estava aprisionada em mim própria sentindo-me impotente e menos presente, mas agora... ANDO LOUCA! CHEIA DE ENERGIA! mentira, adormeço à mesma depois de a deitar no sofá ou até com ela na cama. 

Sinto-me mais feliz, mais sorridente, mais esperta (aquilo do nosso cérebro desaparecer depois do parto é um pouco verdade, mas recuperamos um bocadinho quando passamos a dormir melhor) e com mais vontade de espalhar amor pela família toda. Notam o meu entusiasmo? Notam? Até a minha rosácea com melhores noites de sono já  me está a deixar ser um bocadinho mais bonita e com menos ar do Estebes do Herman. 

Como é que isto aconteceu? Em conversa com a Constança (cujo livro já tinha falado aqui)... Aliás, não foi assim! Eu escrevi um post a dizer que parte do segredo para sermos mais felizes é "deixar ir", algumas questões, desprendermo-nos da "vida passada" e aceitarmos o que há. Era um texto sobre o sono. A Constança (minha bff no Facebook) perguntou se precisava de alguma coisa e... BORRIFEI para tudo o que tinha escrito. Pensei: "Aceitar???' Não!!! Quero é que durmamos as duas muita bem!". Só para que se perceba aqui o "as duas" sou eu e a Irene e não eu e a Constança, acho que não faço muito o género dela.

Fui ter com a Constança ao Centro do Bebé no final de um dia de trabalho. Foi óptimo porque era à saída do metro,  nem tive que me mexer muito. 



E sim, a Marinel aceita marcações (o cabeleireiro no final da fotografia). Fui, adorei o espaço (todo naquela cor verde de água que nós adoramos e decorado de maneira muito rústica e cozy - mesmo tudo aquilo que a Constança sempre me transmitiu no livro dela) e esperei pela Constança. 

Entrei no gabinete e senti uma química especial (não aquela de que falei há pouco). Senti uma espécie de vontade genuína de ouvir e de ajudar. Coisa que não costumo sentir nos médicos que visito para as minhas consultas de rotina, sabem? Olham para nós mas parece que nem sempre nos vêem. A Constança viu-me e tive de me controlar porque ia começar a desbobinar a minha vida toda sem ninguém me ter perguntado nada sobre isso. Já conheceram pessoas assim que só dá vontade de fazer queixinhas da nossa vida toda? Foi o caso, mas dei o meu melhor para não ser chata. 

Falámos sobre a Irene. A Irene acordava imensas vezes durante a noite (sim, reparem no tempo verbal, ACORDAVA!) e eu não sabia o que poderia estar a fazer "mal". Já tinha falado com uma especialista de sono muito querida e ela já me tinha dado imensas dicas de horários, posturas, etc (e ajudou-me muito) e, por isso, a meu ver, tirando "o desmame" que nunca estive disposta a fazer de maneira artificial (assim, querendo só eu), não havia nada que estivesse a fazer de errado. E, realmente, não havia. 

Ao falar com a Constança percebi que nós não fazemos nada de errado, mas é exactamente esse receio que nos amaldiçoa. Lembro-me sempre de um exemplo, que não sei onde li/vi ou quem me contou (na volta, ainda foi no livro da Constança), de uma dupla de mãe e filha no hospital que não se estava a conseguir entender com a amamentação e imensa gente estava lá a mandar o seu bitaite, a opinar... Quando toda a gente saiu e ambas se concentraram uma na outra... a magia, o natural aconteceu. Estamos poluídas de teorias, inseguranças, novidades, tretas, bitaites... 

A Irene acordava imensas vezes durante a noite e eu também. Ela acordava, chamava por mim e dizia "mamã, maminha!", eu ia, dava a maminha com todo o gosto, mas de manhã sentia os "juros". E acho que ela também. Menos descansada. 

A Constança ajudou-me a que a Irene passasse a dormir melhor e sem nos tirar a maminha. Querem saber o resto? Conto-vos mais logo à noite, pode ser? ;)