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3.14.2016

Não me batam mas mudei de ideias.

Juro que estou com um bocadinho de vergonha em estar a admitir isto. Não porque seja mau mudar de ideias, mas embaraçada com a minha certeza absoluta das coisas antes de passar por elas. Nem sempre penso de forma tão forte as coisas que escrevo, mas a escrever sai-me tudo mais a direito. 

Um dos nossos primeiros posts era sobre beijar os filhos na boca. A Joana Paixão Brás dizia que sim e eu dizia que não. Dizia que não porque não me imaginei a fazê-lo com os meus pais e porque me lembrei de uma possível madrasta que fazia isso com as filhas (mais velhas que eu) e tal episódio não me deixou muito confortável na altura (estranheza, claro). 

Agora... não consigo resistir. Ela acha que o normal é dar beijinhos na boca porque me vê a dar beijinhos na boca do Frederico. E sempre que ela se inclina para mim a fazer aquela boquinha deliciosa, só me apetece repenicá-la toda. Não lhe consigo dizer para não dar beijinhos na boca, nem quero. Quero enganá-la para sempre para achar que à mãe se pode dar beijinhos assim. 


Agora, não sou capaz de lhe esticar os lábios. Não é por não querer, que quero e tenho vontade, mas sabendo que são as principais fontes de bactérias, não consigo. Ponho os lábios para dentro e deixo que ela beije o meu buço farfalhote. Ela não repara e sinto que tenho algo dos dois mundos. 

Por isso... mudei de ideias, mas não completamente. A Joana tinha razão, não se consegue negar um beijinho aos nosso filhos. 

Agora, um dia isto tem que parar, se calhar vai ser como a mama e vai ser um "desmame natural". 

Não damos assim tantos, hã? É raro, mas sabem tão, mas tão bem... 



3.11.2016

Lembram-se desta mãe que estava longe do filho?


Venho dar-vos novidades: já está em casa e já está com o filho.

Fartou-se de chorar com as vossas mensagens e escreveu "realmente as mães são uma coisa do outro mundo, senti-me muito amparada por todas aquelas pessoas que sem me conhecerem me apoiaram.."

Deixem-me dizer-vos que, muitas lágrimas depois, cheguei ao fim dos comentários com uma sensação maravilhosa. Isto sim, é solidariedade entre mães. É calçarmos os sapatos umas das outras. É sabermos o que alguém está a passar. Ou não sabermos e nem conseguirmos sequer imaginar, porque dói, mas termos uma palavra de força pronta a sair.

Fico muito contente por saber que fomos o veículo para que esta onda chegasse até esta mãe anónima. Obrigada a todas. Aproveitemos para estar bem perto dos nossos filhos, beijá-los muito, cheirá-los como se de uma droga se tratasse, hipnotizarmo-nos com aqueles olhos enormes a olharem para nós como se fossemos a última coca-cola no deserto. É que somos mesmo!

 
*imagem We HeartIt

3.05.2016

Usam os sapatos certos nos vossos bebés?

A Joana, minha seguidora no instagram, atreveu-se a comentar os sapatos que tinha escolhido para a Irene, dizendo que era podologista. Não resisti e fiz-lhe o convite de nos escrever algumas dicas. ;)

       


"A pedido das Joanas, deixo aqui algumas dicas sobre os cuidados com os pés dos bebés, e daqueles menos bebés, as crianças que já andam, saltam, correm e se acham uns “crescidos”.

Todas as pessoas gostam de olhar e mexer nos pés dos bebés, porque são muito fofos, pequeninos e bonitos. Ou vá, se calhar sou só eu que, sendo Podologista, gosto particularmente de pés e em especial dos pés da minha filha! No entanto, e por muito bonitos que sejam, merecem especial atenção e cuidados.

Os delicados pés dos bebés vão evoluindo de forma natural desde que mantidos em ambientes confortáveis e com os cuidados necessários. Durante todo o processo de desenvolvimento dos pés, estes devem andar livres e sem pressão de sapatos. Como ainda não andam, não é necessário usar calçado fechado, por mais moles que sejam, a não ser em dias muito frios e chuvosos e caso tenham de sair de casa. Regra geral, o mais indicado são umas meias pequenas, colãs (não escrevo “meia-calça” porque muitas pessoas não iriam entender este termo nortenho de onde sou natural), ou babygrows com pé que também ajudam a proteger, desde que qualquer um destes não seja demasiado pequeno, de forma a impedir os movimentos dos dedos.

É a partir do momento em que começam a gatinhar ou caminhar apoiados a algo ou alguém que podemos calçar um sapato de modo a proteger de objetos no chão, ou do frio, sendo numa fase inicial, o ideal a meia antiderrapante. Os sapatos devem ser maleáveis e nunca de sola dura. Nesta fase é importante que eles sintam as irregularidades do solo, as diferenças de texturas, para que a sensibilidade seja desenvolvida e a própria destreza e o equilíbrio sejam trabalhados. No verão não há que ter medo de os deixar descalços!

Quando as crianças já são mais crescidas e já andam de forma mais segura e sem apoios, aqui sim pode começar-se a usar calçado mais resistente, tendo sempre em atenção a forma como elas andam (em bicos de pés, se tropeçam nelas próprias facilmente - nem sempre isto é sinal que são trapalhões podendo mesmo ser uma patologia - etc.). Após o início do uso de calçado mais duro é importante ver se aparecem zonas mais vermelhas e/ou bolhas por fricção – isto poderá querer dizer que o sapato é demasiado grande ou demasiado apertado. Com o uso de sapatos poderá, também, haver um aumento da transpiração levando ao surgimento de problemas de pele e eventualmente de unhas (unhas encravadas, por exemplo – segredo: corte reto das unhas e sapatos com tamanho e forma adequados).

No que respeita ao calçado, algumas características devem ser tomadas em consideração aquando da compra do mesmo, nomeadamente:

Flexibilidade do sapato – estão proibidos os sapatos demasiado moles e que dobram com facilidade

Rigidez do contraforte (zona do calcanhar) – mais uma vez, nem demasiado moles que colapsem com a pressão lateral dos dedos, nem muito rígidos

Zona frontal (dos dedos) – deverá ceder ligeiramente quando se pressiona na sola, mas sem que a zona da frente, com essa pressão, dobre em demasia

Para aquelas crianças (as mais “crescidas”) que frequentam piscinas, balneários podem também surgir problemas de pele, como as verrugas (facilmente confundidas por calos) e que merecem a maior das atenções pois são vírus e altamente contagiosas. 

Acima de tudo é importante deixar os seus filhos andarem com os pés livres de pressões sejam bebés ou mais crescidos e tratar bem deles com uma boa hidratação e cuidados adequados à idade. E não se esqueçam, para a prevenção e tratamento dos pés é crucial a ajuda de um profissional de saúde especializado.

Cuidem bem da saúde dos pés dos vossos filhos. Eles agradecem!"

Podologista Joana Silva

Estes são os óculos de sol da Irene.

Apesar de já ter escrito um post a dizer que acho que os bebés muito bebés ficam ridículos de óculos de sol - que mantenho, vejam lá o aspecto da Irene aqui em baixo (na altura gostei, mas agora que já não arroto hormonas por todo o lado, mudei de ideias):

Nem sei que idade tinha aqui, mas menos que a actual, de certeza haha. 

Ela como anda comigo no Smart à frente (não tenho mais onde a pôr - já sei que devia virá-la ao contrário e tal, mas tenho os meus motivos para não o fazer, blá blá, já toda a gente disse tudo num post em que falei sobre isso mesmo - este), o Sol bate-lhe nos olhos e o "chapéu de sol" da cadeira nem sempre é suficiente e ontem, ao passarmos por uma farmácia, viu uns óculos da Minnie et voilá. 


Uma foto publicada por Joana Gama (@joanagama) a

Uma foto publicada por Joana Gama (@joanagama) a

Ficou louca com eles e já os aguenta (há tempo para tudo - é uma das coisas que tenho aprendido com isto da maternidade). Fiz 40 perguntas à senhora da farmácia sobre os óculos porque acho que é importante que sejam da melhor qualidade possível e pareceram-me muito baratos para isso. Ela descansou-me. Pronto.

Já temos óculos para este ano! Gostaram?

3.03.2016

Dá para ir ao ginásio, isto?

Prometo que um dia paro com estas conversas, mas ainda não é hoje. Estou a ponderar inscrever-me num ginásio (a sondar opções ainda, queria um que fosse tão perto da minha casa que pudesse ir a gatinhar), mas não estou a ver como posso ir sem fazer "sacrifícios". Levantar-me mais cedo para ir ao ginásio? Ver a filha menos horas para ir ao ginásio? 



Como é que isto se faz? 

A única opção que estou a ver é ir ao fim-de-semana durante a sesta dela, mas não me estou a imaginar louca de vontade. Mães do ginásio, quais foram as vossas opções? Falo de mães com crianças pequeninas, aqueles que já têm buço não conta ;)

Esta mensagem matou-me.

Recebemos dezenas de mensagens. Umas a dar conselhos, outras a agradecer, outras a partilhar histórias, outras com pedidos de ajuda. Esta tocou-me particularmente e, apesar de lhe ter respondido pessoalmente, gostava que também vocês nos ajudassem a ajudar esta mãe. A acalmar este coração.

"Olá Joanas! Comecei a seguir o vosso blog quando ainda estava grávida. Sou daquelas seguidoras assíduas mas caladinhas... Agora escrevo-vos com uma dúvida (ou muitas dúvidas), provavelmente vocês vão ler e pensar que isto é despropositado mas pronto... entendam só como um desabafo de uma mãe de coração apertado. Afinal as mães é que sabem... Digam-me, acham possível um filho esquecer a mãe? Eu explico... fui mãe há 6 meses, de um menino que me enche o coração.. há uma semana fui internada com um problema grave de saúde nos cuidados intensivos do hospital (na cidade onde moro) como podem imaginar, não pude ver o meu filho... quando o estado de saúde melhorou fui transferida para outro serviço do hospital mas este sítio não é de todo um sítio para bebés como podem imaginar... E por isso os dias estão a passar e eu não o posso ver, tocar, cheirar.. A juntar a tudo isto cada vez que falo dele ou penso nele choro e choro e no hospital já me chamam a chorona...e eu tenho feito das tripas coração para me aguentar firme...mas doí-me tanto não o ver... Acham que eles se esquecem da mãe? Estou consumida com isto... Se por acaso quiserem perguntar às vossas leitoras (não vá alguma já ter, infelizmente, passado por isso) mantenham-me no anonimato... Desculpem se fui inconveniente, chata ou mesmo parva. E desculpem erros e gralhas. Estou numa cama de hospital a chorar e só queria desabafar... Um beijo para vocês e para as bebés. Toda a felicidade do mundo para vocês. E saúde. Muita saúde."


Uma corrente de força para esta mãe e palavras daquelas sábias e solidárias que nós, mães, conseguimos ter, a encher esta caixa de mensagens, por favor. Vai saber-lhe bem ler.

Posso contar convosco? Obrigada!

1.29.2016

As mães não têm tempo para estar doentes!

Antes de ser mãe uma dor de cabeça é uma dor de cabeça. Depois de ser mãe é uma comichão.

Quando se é mãe, perde-se direitos. Sim, sim. É isso mesmo. Não há cá grande repouso quando estamos com febre, nem há tempo para nos queixarmos de dores de garganta. No fundo, passamos a ignorar as maleitas e, às vezes, até parece que elas não prolongam a estadia no nosso corpo porque não lhes damos grandes abébias. 

Então se tivermos o infortúnio de ficar doentes ao mesmo tempo que os filhos, não há cá olheiras ou corpo dolorido que nos deite para uma cama. É continuar a arrastarmo-nos e até a fazer boa cara, porque eles também estão a sofrer e precisam de nós mais do que nunca.

Se estivermos grávidas então, temos de juntar a tudo isso o facto de não podermos tomar grande coisa. São as mézinhas, os chás e pouco mais. Mas temos força. Não sei explicar como. Arranjamo-la nas entranhas. Temos um bebé na barriga, outro cá fora e temos de nos pôr boas. E pomos. Sem grande espaço para lamúrias. Esta arte do fingimento acaba por resultar, como se o papel que interpretamos passasse a ser mesmo real. 

As Mães não têm tempo para estar doentes! Verdade?


Isabel recuperada desde domingo, eu... assim-assim também! Quase.

1.12.2016

Também revivem a vossa infância com eles?

*Com a Irene dou  por mim a reviver imensas coisas da minha infância, a deparar-me com situações que antes não compreendia e, agora que sou mãe, já as compreendo. Gosto de vê-la em ponto pequeno e ver como me viam as pessoas. Gosto de ver que depois da Irene ser deitada, continuamos a falar sobre ela, a elogiá-la e chegamos a ter saudades dela a meio da noite, que faz muita falta. Está ela a brincar na sala, mais isolada de nós e, pelo canto do olho, todos vaidosos, vamos vendo o que ela está a fazer. Ela nem imagina que estamos a olhar para ela, a pensar nela, que falamos dela mesmo quando ela já está a dormir... 

É bom ver o resultado do amor em mini-pessoa. A Irene nunca existiria se o Frederico e eu não nos tivéssemos apaixonado e não seria tão feliz se não nos amassemos tanto os três. Bem, já estou a desconversar. Não era disto que queria falar, mas o nosso coração fica tão grande quando somos mães que facilmente doma qualquer conversa ou sentimento. 

Como estava a dizer, dou por mim a reviver imensas coisas de quando era mais pequena e uma delas era o desespero de quando estava doente. A minha mãe tratava muito bem de mim (até demais, acordava-me para me dar de comer - coisa que eu não gostava), sempre a perguntar o que podia fazer mais por mim, meticulosa com os medicamentos, horários, médicos, tudo. Nunca falhou. Porém, quando estava constipada era horrível. Virava-me para um lado da cama e não conseguia respirar e sentia o ranho todo a entupir-me o outro lado. Virava-me para o outro e a mesma coisa. Cabeça para cima, bem... vocês sabem como é. Houve uma altura (eheheh nem acredito que vou contar isto) que estava tão desesperada durante a noite que ia à gaveta das meias (na mesinha de cabeceira) e assoava-me a uma só para conseguir dormir melhor. Sim, é verdade. O pior? Já contei isto a algumas pessoas e não sou a única a ter feito isto! eheh

Eu não quero que a Irene passe por este desespero. À data da escrita deste post, a Irene está doente, com febres altas e ontem manifestaram-se os primeiros sintomas de gripe. Estava a demorar imenso tempo a adormecer não só pelo desconforto, mas também porque sempre que a deitava não sabia lidar com o nariz entupido e acordava. Infelizmente ainda não comprei as tais gotas de que já falámos aqui (Neo Sinefrina Criança), eu sei que até os pediatras as recomendam e tudo mas, sinceramente, quando ela não está doente, não penso nisso e acabei por me esquecer da última vez. Não quero que a Irene passe pelo desespero de ter que se assoar a meias ou acabe por acordar com ranhinho na testa (haha), vou sempre tentar ajudá-la ao máximo até porque o sono de qualidade é ainda mais importante quando se está doente, para a recuperação.

Mais pessoas que, em criança, tenham pedido socorro a meias? 


Não costumo estar maquilhada de pijama, seria só parvo. Ainda não me tinha desmaquilhado para andar toda vaidosa em casa ;)
*post escrito em parceria com a agência de comunicação.

12.26.2015

Custa-me tantooooo!

A miúda anda ainda a antibiótico e, como sabem, tem mesmo de ser dado a horas e sem falhas para eles não criarem resistência e depois, numa outra altura, precisarem muito do antibiótico e ele não funcionar. 

Isso significa que tenho de acordar a Irene pelo menos uma vez por dia para dar o antibiótico e... custa tanto. 

Ela está a dormir tão quentinha, tão calminha (ontem nem sequer ainda se tinha mexido desde que a tinha deitado) e lá tive eu de a acordar, para lhe dar uma seringada de Clavamox à boca... 

Por acaso ela gosta do sabor. Por acaso adormece rápido porque leva com uma teta a seguir, mas custa tanto. 

Imagino os pais que possam ter que os acordar de manhã para irem para a escola, com o frio que tem estado... brrrrr.


Para mim, acordar uma criança é uma atrocidade! E isto porquê? Odeio ser acordada, odeio. Odeio. Odeio.


12.23.2015

Vocês apalpam-se?

O verbo pode não ser esse, tanto dá. Não é, eu sei. Queria só chamar a vossa atenção. Costumamos por estas preocupações de parte até acontecer a alguém que conhecemos ou até nos dar uma paranóia qualquer por algum motivo. 

No meu caso, várias mulheres da minha família tiveram cancro e não posso mesmo relaxar. Confesso que não costumo fazer a a palpação dos seios porque... deve ser porque não me apetece lidar com isso. Não sei bem explicar. Às vezes até me lembro quando estou no banho, mas algo me impede de o fazer. Não sei.

Recentemente uma grande, grande amiga minha foi diagnosticada com cancro da mama nível IV. Lembrei-me que não posso andar a brincar. Amamento a Irene há quase 2 anos e sei que isso reduz o risco, mas nada compensa só descobrir demasiado tarde. Quando é o tarde se não estamos atentas? 

Fui fazer os exames. Não custou nada. Fiz uma ecografia mamária e tudo impecável. E vocês? Têm dado atenção às vossas mamas? Não brinquem com isto. Fazem a palpação no banho?


De notar a minha pontualidade ali na hora, sff. Tau!

Quem fique preocupada com a minha amiga, está a correr tudo pelo melhor. Já regrediu 50%, o tumor e ela está muito optimista. 

12.22.2015

Há um ano tive o pior dia da minha vida.

Faz hoje um ano que tive a pior experiência da minha vida. Dia 22 de dezembro.

Chegados de Praga, onde fomos passar um fim-de-semana romântico - e já a morrer de saudades da filha - dou com a ela doente. Primeiro dia de febre, mas uns olhos irreconhecíveis. Veio para o meu colo e nele adormeceu. Senti a respiração dela. Nunca a tinha ouvido respirar assim. Peito no peito e um som que estremecia, vindo do peito dela. Isto não é normal. Urgências já. "Não quero saber que é o primeiro dia de febre, não vou esperar nem mais um minuto." Coração de mãe sabe. Coração de mãe adivinha. Coração de mãe percebeu logo que algo ali não estava bem. No hospital menti, confesso. Disse que tinha febre há 3 dias, porque sabia que tinha de ser vista JÁ, e frisei a respiração sofrida, porque ela não podia ficar com pulseira verde. 

Foram todos impecáveis desde o primeiro minuto. Incansáveis, queridos, meigos. Hospital público. Veredicto: pneumonia. O meu coração parou ali. Não aguentei e desatei a chorar. O David ficou inconsolável. Sentimo-nos perdidos. Ia ter de ficar internada, sem previsão de alta. Senti-me angustiada, preocupada, culpada. A primeira vez que fiquei longe da Isabel e ela fica tão doente... Será que, estando cá, teria percebido antes? Ou teria esperado pela febre para tomar esta decisão? Teria a bronquiolite, não detectada por dois médicos na semana anterior, evoluído para pneumonia, se eu estivesse cá, com ela? Horrível a sensação de impotência e culpa.


E ali passámos a semana do Natal, com a visita da família e dos amigos mais próximos. Com a garganta apertada, com noites muito difíceis, com trocas de cateteres em que preferia que me arrancassem um mindinho, com idas rápidas a casa para dormir duas horas e tomar um banho demorado.
Assim foi até dia 27, que passou a ser o nosso dia de Natal. Pus a mesa, com frango assado, na sesta dela montei uma árvore feita de bolacha e assim fizemos o nossa consoada e trocámos presentes, os três. A Isabel recebeu um nenuco, que levou logo com beijos repenicados e que até hoje é o bebé dela.


E este foi o texto de 24 de dezembro:


"E, de repente, os presentes de Natal que ainda faltava comprar, os bolos que não chegaram a ir ao forno, nada disso importa.

Um abraço enorme a todos os pais que passam este Natal com o coração espremido, num hospital, longe do conforto de casa, a ver os filhos doentes. De corpo hirto quando a alma está partida.

Um agradecimento a todos os profissionais que nos ajudam também com um sorriso e com palavras meigas a ultrapassar tudo isto.

Aos que estão felizmente longe desta realidade, peço-vos: abracem-se, amem-se e sintam a sorte de estarem todos juntos e com saúde. Tudo o resto não importa!

E brindem a nós, que somos neste momento um rio de leito estreito. Mas ainda nos vamos voltar a espraiar. As margens vão afastar-se novamente e vamos voltar a correr livremente até ao mar. Em breve. Muito em breve.

Este sorriso da Isabel é tudo o que o meu coração precisa neste Natal. Já estamos a ficar boas. Quase, quase boas."

12.21.2015

Médico ao domicílio por 10 euros.

Eishhhh, vocês sabem quando têm ideias excelentes e ficam a adorar-se durante dias? Foi o que me aconteceu. Na sexta-feira, só para terem noção, foi uma médica lá a casa auscultá-la e por 10 euros. 

E isto porquê? Quando temos filhos pequeninos, de certeza que não estamos loucos para os levar para um hospital, para as urgências. Se estiverem constipados ou engripados, para piorar, podem apanhar frio, etc. 



A Irene precisava de ser auscultada, para sabermos se tinha falta de ar ou não e se finalmente optávamos pelo antibiótico (fiz figas para que não, mas já está a clavamox). 

Lembrei-me que o Frederico (mê maride) é sócio ACP e que já tinha lido algures que iam médicos a casa. A minha mãe também tinha uma coisa do género, mas era com a Cruz Vermelha. Liguei para lá para saber o que era preciso e, basicamente, não sendo a Irene sócia, não pode usufruir dos benefícios. 

Porém! Poréeeeem, perguntei: e se ela for sócia? "Ah. Oferecemos às quotas até ela fazer 18 anos, podemos inscrevê-la ainda hoje e sendo assim daqui a aproximadamente 45 minutos o médico irá ter com ela". 

E por quanto? 10 euros.

Ai filhos, vamos mas é fazer a miúda sócia do Automóvel Clube de Portugal apesar de ainda nem sequer saber andar para a frente no elefante da Fisher Price. Tenho é depois de me lembrar de cancelar isto quando ela atingir a maioridade. 

A experiência foi fabulosa. A médica chegou super rápido. Adorei a médica, super tia, super despachada. Chegou e começou logo a refilar a dizer "tô toda a colar, tô toda a colar, c'órror" por causa do aquecimento. Foi muito simpática para a Irene. Reparou que tínhamos a casa de pantanas e fez aquele olhar de quem "humpf... não sabem receber" (adorei haha). Foi muito prática, senti que me tinha ouvido, auscultou a miúda e viu os ouvidos sem choradeiras (da miúda, que não são as médicas que costumam chorar). O Frederico quis tirar daquelas dúvidas à médica que não tinham nada que ver e ela depois de uma resposta ("agora estou com a Irene" - adorei), ouviu-o também com atenção e foi muito descomplicada nos conselhos. 

Não sei quantos médicos tem a ACP, mas calhou-nos esta Dra. da qual ficámos fãs e vamos pedir sempre que seja ela - esperando que esteja de serviço. 

Já tivemos experiências desagradáveis com serviços do género. Houve um médico (um da Cruz Vermelha) que disse que eu tinha uma pneumonia e afinal não tinha nada do género. 

A minha sugestão é que cruzem sempre informação com o pediatra. Foi o que fiz. A pediatra dela não podia vê-la e, assim, depois disse o que podíamos ou não fazer. Não concordou com os vapores e mudou a dosagem do antibiótico (para o dobro, para bater certo com o peso).

Foi óptima a experiência. Assim para coisas mais "pequeninas" aconselho. 

Já experimentaram? Vão experimentar?

Se calhar nem precisam de ser sócios e eles, por serem, têm direito a isto! Fica a dica.

12.14.2015

Sou eu que sou muito nervosa?

Como vos contei neste post, tive de ir com a Irene às urgências. E... não gostei. Passámos pelo processo da triagem, até aí tudo bem, mas depois conhecemos uma médica que não me agradou.

Sei que é um bocadinho cliché as mães, com filhos doentes, descarregarem nos médicos por tudo e por nada, mas sinto que até fui bastante compreensiva e calma. 

Chegámos lá, preocupados com as convulsões febris da miúda e ela decidiu imediatamente observá-la. Queria ver-lhe os ouvidos e, portanto, ela tinha de estar deitada de lado e imóvel. Sugeri imediatamente pô-la à mama. Nem iria reparar que lhe estava a enfiar uma coisa no ouvido.

A médica fez comentários desnecessários sobre a amamentação prolongada (a Irene tem 22 meses) que me deixaram algo furiosa (não por mos dizer a mim - porque estou informada - mas por poder dizê-los a mães mais vulneráveis e menos informadas), mas não disse nada até aqui. Depois disso disse para a despir por completo e deitá-la de lado e prendê-la para ela ver os ouvidos. A Irene odiou estar presa, odiei prendê-la e, com os nervos, acabou por vomitar.

"Ah, são secreções. Ela vomita muito facilmente, é?". 

"Não. Nunca vomitou na vida". 

Silêncio.

Não a pus imediatamente à mama por ter vomitado. Tentámos acalmá-la e foi novamente observada aos berros. Eu sei que os bebés choram e gritam mas quando é "desnecessariamente" e é a minha filha (claro) faz-me alguma confusão. 

No final de a observar falou sobre o que poderia ser a doença que ela tinha e pareceu bastante competente. Porém, esqueceu-se de qual era a nossa principal preocupação: a questão da ausência/convulsão febril. 

Sinto que a observação da miúda poderia ser muito mais pacífica, que não teria sequer vomitado se houvesse um pouco mais de tacto. 

Pareceu-me uma pediatra sem jeito para crianças. Ou para os pais, talvez. 





Sou eu que sou muito nervosa e as observações são sempre assim?

Com a pediatra dela isto nunca aconteceu... (mas também não era uma da manhã...).

O maior susto até agora.

Foi mesmo verdade. Sei que é o segundo post de hoje em que vos falamos de doenças e afins, mas é segunda-feira, o dia está cocó (apanhei uma chuvada tão estúpida hoje de manhã só porque não me apetecia revirar a mala toda à procura do chapéu de chuva do Ikea) e a Irene está cheia de febre. 

No sábado às 19h horas eu, durante 4 minutos, apanhei um dos maiores sustos da minha vida: o cérebro da Irene entrou em stand-by.

Ela estava a brincar com um puzzle (daqueles que fazem o chão almofadado), caiu para trás e bateu com a cabeça. Pareceu-me uma queda normal. Peguei-lhe imediatamente ao colo (ela chorava muito) e demos abraços em família. Parou de chorar imediatamente. Ficámos contentes porque o "abraço de família" tinha poderes mágicos, mas olhei bem para ela e não "estava cá". Não estava cá e senti as perninhas a tremer e o braço direito também. Estava sentada no meu colo, continuava sentada, mas fugiu.

Entrei calmamente em pânico. Aquele pânico que só nós, mães, conhecemos. Em que temos a cabeça parada, o coração para de bater, mas estamos super aptas para resolver a situação ou, pelo menos, para tentar. 

"Irene, queres caricas?" Nada.

"Irene, vamos fazer ó-ó.". Nada e fechei-nos mesmo no quarto.

"Irene, vamos ver os minions? Onde está o Noddy? Irene, o pai? Irene, o nariz da mãe? Neca onde está o rabo?". Nada. Nada. Nada. Nada.

Por dentro só pensava: "isto, realmente, estava a ser demasiado bom para mim, a miúda é a coisa mais deliciosa do mundo... tinha de haver merda, eu sabia que o mundo não me deixaria ser tão feliz". Já estava a imaginar mil e uma maneiras horríveis de continuar a viver sabendo que a Irene tinha deixado de ser ela... Isto enquanto tentava perceber o que se passava.

Pu-la no chão. Em pé. Começou a andar e a chorar. 

Ok. Passou.

Comecei a chorar. Estávamos as duas a chorar.

Ok. Tinha de retomar a actividade. Vamos ver o que se passa com ela:

Medi-lhe a febre. Tinha 39.2. Do nada. Estava a brincar e aos saltos e a gargalhar imenso e, de repente, 39.2. Só de relembrar que ela tinha caído. Até à febre estava a pensar que ela tinha... ido embora, sei lá.

Tratámos dela. Mensagem para a pediatra. BUR, muita mama e foi dormir à hora do costume até. 

Quando me fui deitar, mais calma, pus-me a pesquisar na net isto da ausência e da subida da febre. Lembrei-me que já nos tinha acontecido uma vez mas, como tinha sido a meio da noite, desvalorizei com os argumentos do Frederico de "deve ser do sono". Grr. Não era.

Encontrei um link qualquer (que agora não me aparece...) que dizia que é um tipo de convulsão febril, esta ausência. Lembrei-me que também tive convulsões dessas quando era pequena (das que parecem ataques de epilepsia) e enviei imediatamente uma mensagem à pediatra. 

Tínhamos de ir às urgências.

Fomos. Odiei ter que a acordar, mas até estava bem disposta. 

Depois conto-vos o meu episódio com a médica que ainda estou enervada com isso e não me apetece e sempre escrevo mais um post. ;)

Estava tudo bem com ela. Sem sinal de nada, mas também não mostrava infecção nos ouvidos nem em nada, então a médica achou que ela podia estar com uma infecção urinária daquelas dos rins e queria fazer exames. Eu não quis. Era o primeiro dia de febre, achei que ainda tínhamos tempo para os sintomas de outra coisa se manifestarem. 

Hoje já está ranhosa. 

Que susto. Que horror. 

Vi-a sem estar cá. :(

É muita bom ficar doente quando estamos grávidas, não é? #not

Ui! Que saudadinhas! Febre, dores de garganta e de cabeça e só poder praticamante tomar umas mezinhas deslavadas, com limão, e rebuçados de gengibre e não sei quê? Tão bom!



Ao menos tenho companheira de viagem (e que alinha nos meus teatrinhos - o que nos divertimos a fazer estas fotos patetas!!! hehehe). Atentem também na conjugação da roupa que ela escolheu. E na minha calvície ali nas entradas. Já está? Pronto, voltando ao meu queixume.

Estivemos as duas de molho. Ela já estava com tosse e deve ter-me passado uma virose qualquer. O soro, que lhe ponho de manhã e à noite, já não estava a ser suficiente. 

Fui à médica, que, quando me tocou, me alertou para o facto de eu dever estar com febre naquele momento (e estava, o termómetro não enganou). Garganta inflamada. E ranho, tanto que parece que vai até à testa e chega mesmo a tocar no hipotálamo, sabem a sensação? 

Receitou, entre o pouco possível, Neo-Sinefrina, para Adulto e Criança. Sou um bocado chata com medicamentos para ela (apesar de vocês terem dado um bom feedback no post dos roncos do Frederico, da Joana Gama), evito ao máximo, mas tive de me render à evidência. E foi um alívio também para mim. As comportas para o rio de ranho que se estava para aqui a armazenar abriram-se (vou parar de ser tão gráfica, prometo) e é menos uma chatice. A Isabel também já está habituada a levar com mangueiradas de soro, por isso não se queixou. Bastaram 2 gotas em cada narina e notei logo a respiração dela mais limpa. Repeti a dose à noite.

A ver se a saga dos guardanapos e do ranho que ela limpa nos vestidos de princesa acaba. Acho que está perto do fim!


* post escrito em parceria com a agência de comunicação

11.29.2015

Garanto-vos, é o melhor pequeno-almoço do mundo!




É que é mesmo.

Já decidi. Vou levar isto muito, muito a sério. Já chega de desculpas e de encher o estômago da miúda com papas de compra cheias de açúcar. Tentávamos ir variando nos pequenos-almoços, entre papa, iogurte, pão de cereais com manteiga de amendoim ou queijo, mas não estávamos a conseguir. Muito menos a dar o nosso melhor. 


Querem umas dicas saudáveis? Zero açúcar adicionado?

Ainda por cima fáceis de fazer? Até podem preparar na véspera, se tiverem daquelas manhãs de correria e loucura como se estivessem nos Fuzileiros a serem acordados pelos sargentos aos berros. 


Vamos a isso. 

A Catarina Beato, que tem um novo projecto chamado Papas-Real, partilhou várias receitas connosco, - a Isabel adorou e só pedia "papa, papa" - e eu agora quero partilhar convosco. Já tinha feito várias vezes papas de aveia simples, mas esta nunca:





Papas de Aveia com Cenoura

ingredientes (faço sempre o dobro, para mim e para a Isabel, só não dobro a cenoura):
2 colheres de sopa de flocos de aveia
1 cenoura pequena ralada
2 tâmaras raladas (as melhores são as medjool)
200 ml de leite de amêndoa (ou outro vegetal, a gosto)
canela a gosto
bakenola, sementes (opcional)

- Levar a um tachinho, deixar ferver durante 10 minutos, deixar em lume brando e ir mexendo (tenho robot de cozinha e faço tudo por lá).

- Deixar arrefecer um pouco, junte mais canela, nozes (não ponho na taça da Isabel) e um pouco de iogurte grego natural. 

- Já que estamos numa época natalícia, a Catarina deu-nos a dica de acrescentar uns bagos de romã e uma folha de hortelã e ficou perfeito.

Não estão bem a ver. A primeira vez que fiz, a Isabel até chorava sôfrega a pedir mais papa. Comeu a dela e a minha. Fiquei mesmo feliz por ter cá em casa uma fã de comida saudável! Hehe

Depois, para quem não for muito fã de papa (o David dispensa, por ter uma consistência mais pegajosa), sugiro isto:




Overnight Oats

ingredientes
2 colheres de sopa de flocos de aveia
iogurte grego natural
frutos vermelhos (ou a fruta que quiserem)
1 colher de bakenola (simples, de cacau, de beterraba...)
sementes de chia, linhaça (o que mais gostarem. ou nada)
mel (opcional)

- Colocar os flocos de aveia no fundo de um frasco, com o iogurte, a fruta, voltar a pôr iogurte (a ideia é fazerem camadas), mel (se forem como eu, gulosas, mas nem é preciso) e a bakenola (simples, de cacau, de beterraba....) e/ou sementes.

- Há quem humedeça os flocos de aveia com chá/ leite vegetal/ sumo de laranja. Eu não sinto necessidade, mas para o David pus duas colheres de sumo de laranja.

- Fechar o frasco. Deixar umas horas no frigorífico ou durante a noite. Há quem faça na hora, por gostar de sentir a aveia mais inteira e a fruta mais fresca. É como queiram :) Dá para levar para o pequeno-almoço, para levarem para o trabalho, para o lanche...



Esta fiz hoje para o David, com manga, banana, framboesas e romã. Comeu nem em 4 minutos. Ficaram convencidas?


Se tiverem receitas para a troca, serão bem-vindas!

11.22.2015

Mudei a minha vida toda.

Nunca fui verdadeiramente infeliz, mas agora sei que andava a viver a vida pela metade. Habituei-me ao "menos bom" como às vezes nos habituamos a coisas menos boas só para deixarmos de as ver. "É assim mesmo"- pensava. "Isto não é assim tão mau" - dizia. 

A verdade é que sempre me conheci assim - muito ansiosa - e, por isso, não me achava muito nada, a não ser muito eu e ligeiramente diferente (por coincidência) de praticamente toda a gente que eu conhecia, mas isso também deveria ser "normal" porque não somos todos iguais, certo? Errado. 

Apesar da ansiedade me ter dado algumas qualidades... Ahm... deixem-me reformular... ter acentuado algumas das minhas preocupações e, por isso, me terem feito reagir de forma mais exagerada (ex.: estudar com um mês de antecedência para os exames da faculdade ou chegar uma hora antes a todo o lado por não aguentar ficar em casa a ver o tempo passar, nem conseguir aproveitar sabendo que tenho coisas para fazer dali a uma hora), apesar de tudo isso, não reparei que andava a fazer-me mal. Afinal, ser muito ansiosa, fazia-me pior à vida e à saúde que os meus dois maços de tabaco por dia que já cheguei a fumar. 

Escrevi-vos sobre a minha ansiedade (aqui) há uns tempos e afinal somos muitas. Mesmo muitas. Outras que ainda não sabem que são por acharem que é "normal", mas outras que já sabem que a vida é mais simples do que aquilo que sentimos por dentro. Vale mesmo a pena lerem o aqui (que já pus umas linhas acima) antes de continuarem a ler o post para saberem o quanto tudo mudou para mim e pode também vir a mudar para vocês.

Cheguei a prejudicar-me em projectos profissionais por não conseguir pensar racionalmente, pelo meu corpo ficar tão tenso que não me sentia confortável nem sequer a mexer o pescoço ou a minha garganta fechar e não ser capaz de falar normalmente. 

Estou a falar das minhas piores crises. Diariamente não era tudo assim tão grave, senão claro que já tinha tentado mudar há mais tempo. 

Em tempos fiz psicoterapia com uma componente psicanalítica que fez sentido na altura para resolver algumas outras questões (ahah sou toda carcomida desta cabeça, sim), mas não me mudou a minha suposta "natureza ansiosa" e ainda bem que não me calhou um especialista todo devoto aos comprimidos e nada à terapia. Demorou demasiado tempo e demasiado dinheiro. 

Fui "ignorando" e "aprendendo a lidar com isso", mas sem saber o quanto isso me estava a custar. Agora, quando começou a afectar a Irene e o Frederico tive de repensar as coisas. E, sabem quando há determinadas coisas na vida que surgem no momento certo? 

Assim surgiu a Eugénia.



Uma amiga minha, a Renata, faz parte de um grupo de mães (tal como eu e a Joana fazemos) de bebés que nasceram em Novembro do ano passado e foi aí que conheceu a Eugénia, mãe do Miguel de um ano. Recomendou-me a Eugénia.

A Eugénia é psicóloga e especializou-se em hipnose clínica na faculdade de medicina.

A sério, Joana Gama? Tu a falar de hipnose? 

Epá, eu sei. Experimentei. Numa de querer muito mudar a minha vida e como era amiga de uma amiga, não havia problema se chegasse lá e me partisse a rir. 

Ri-me? Sim. Não sou nada dada a coisas "alternativas" porque me fazem sentir fora do meu "normal" e, portanto do meu controlo, mas fui. 

Fui e conheci a Eugénia. Falamos primeiro as duas (componente de psicóloga e também para me explicar como iam funcionar as coisas e o que me iria fazer durante a hipnose) e fartei-me de falar. A Eugénia fez com que eu falasse tudo como não falava nem comigo. Senti uma química imediata como se a conhecesse há mais tempo do que a mim própria. Sei que está a parecer lesbiano, mas quase que foi. Ela deu-me vontade de lhe contar tudo, até coisas que não contava a mim mesma. A empatia e carisma da Eugénia e também o meu desespero e o suposto timing fizeram com que me abrisse completamente a uma estranha que, ao mesmo tempo, me era tão familiar. 

Contei-lhe. Contei-lhe os meus maiores problemas, onde tudo começou, o que fiz, o que não fiz, o que foi feito, o que tentei esquecer. Enfim, todas temos histórias dramáticas, basta "querermos". 

E fomos para a hipnose. Fui hipnotizada. 

Tirei os sapatos (a pedido da Eugénia e coitadinha que fui de ténis) e deitei-me na marquesa. Estava extremamente desconfortável por não ser uma coisa que já tivesse experimentado, era novo e diferente. "No que me meti?". 

E sabem o que senti? Enquanto fui hipnotizada? Senti como se estivesse imenso frio em casa e me tivesse acabado de enrolar toda no edredão e sem ter horários para acordar no dia seguinte. Senti que estava a ter um tempo só meu, super quentinho e sem nada que me preocupasse. É como aquele abraço quando se faz as pazes com alguém ou quando temos saudades de alguém ou... aquele abraço que damos aos nossos maridos quando estamos super carinhosos e gratos por viver. 

Ouvi tudo o que ela me dizia e conseguia falar se quisesse, conseguia mexer-me se quisesse. Ao que parece, há vários níveis de hipnose e com vários propósitos. Neste caso, temos mesmo de estar conscientes, mas relaxadas para que tudo funcione. 

Sim, tive direito àqueles barulhos de água e de ondas e piano e cordas. Tudo aquilo que, caso continuasse a fazer stand-up, seria motivo de gozo, mas mexeram comigo. Só o facto de ter começado a ouvir esses sons tão relaxantes misturados com a voz tão doce da Eugénia fizeram-me chorar. Chorar por ter sentido que já não tinha "um abraço daqueles" (que tenho do Frederico, claro, mas não o sentia assim) há tanto tempo. Sem diálogo, senti-me preenchida. Senti que andava a gritar comigo há anos e anos a dizer que não me sentia bem e feliz e que eu própria me fazia de surda, que não me queria ouvir. 

Foi o encontrar de uma sintonia que me compôs. Que me curou. Que me fez fazer as pazes comigo e eu nem fazia a mínima ideia de que estava chateada. A verdade é que andamos tão ocupados a cumprir o dia-a-dia que deixamos de nos dar atenção ou, então, decidimos seguir em frente por acharmos que não sabemos fazê-lo de outra forma. 

Não sou nada de coisas alternativas, nem de meditações e de ioga e acupunturas e coisas do género, acreditem. Entrei só uma vez na Natura e foi porque vi umas pantufas giras ;). Mas esta sessão e logo na primeira sessão fez-me mudar a minha vida toda. E quando digo toda é mesmo toda.

Saí da consulta a voar. Nas nuvens e esse sentimento prolonga-se. A consulta foi em Setembro, mesmo no início e ainda está a resultar. O efeito é em "bola de neve", mas para bom. Assume-se (naturalmente) uma postura diferente e, como nos sentimos gratificadas a tê-la, continuamos a ser dessa maneira que nos faz mais felizes. Sabem que mais? Os problemas vão ficando resolvidos, outros deixam de ser problemas... A hipnose começa na consulta e vai sendo feita pelo cérebro (por nós) ao longo do tempo. Daí as consultas serem espaçadas umas das outras, para a hipnose ter mesmo efeito. Todas as consultas são muuuito potentes e mudam a nossa vida de maneira drástica (para o melhor). Para quem sofra de ansiedade como eu, a primeira consulta é mesmo um choque enorme (para o melhor, volto a frisar hehe). É um trabalho muito muito mais rápido que outro tipo de terapias porque sinto que as duas pessoas não perdem tempo em mal-entendidos ou em coisas refundidas por descobrir. Aqui descobrem-se, aqui ficamos verdadeiramente permeáveis à partilha, à descoberta e à cura.

Já tive algumas consultas com a Eugénia e todas elas mudam um bocadão a minha vida. Começam nas consultas e arrastam-se pelas semanas fora. 

Estou a partilhar isto convosco porque me escarrapacho toda aqui com tudo o que sinto e penso e, acima de tudo, porque adorava poder mudar a vida de mais pessoas como a Eugénia mudou e muda a minha. Falo-vos da Eugénia porque continuo a falar com ela (aquela química era mesmo, mesmo verdadeira) e porque sabem que nisto das coisas alternativas há muita gente (tal como em tudo o resto) que não é de confiança. A Eugénia é. E, numa consulta apenas, mudámos (sim, porque nós temos parte activa neste processo) a minha vida para sempre. Vamos continuando a mudar ainda mais consulta a consulta, comigo cada vez mais feliz e com mais vontade ainda de me aperfeiçoar. 

Já recomendei a uma amiga que estava a tentar engravidar, a outra que andava muito stressada, a outra que teve um ataque de pânico e este efeito não é só em mim. Uma consulta e tudo muda. Querem experimentar?  

Continuo a ter consultas mas é, já agora, para arrumar outras questões, quero usar e abusar da Eugénia ao máximo (eheheheheh). 

Já tiveram alguma experiência do género? Têm perguntas? Medo de serem hipnotizadas? A Eugénia há-de vir cuscar o post, se lhe quiserem fazer perguntas também estejam à vontade!

Quanto mais quiserem mudar e se sentirem preparadas, mais rápida é a mudança. Comigo foi... de rompante e fulminante.

11.17.2015

Para as mães que ainda não sabem o que é dormir.

Antes de mais quero dizer que o seguinte post* só diz respeito às minhas companheiras nas noites de miséria, aquelas noites em que ainda somos acordadas 42 mil vezes por noite, pelas nossas valentes crias que, nestas alturas, até nos esquecemos que fomos nós que as quisemos ter - vá, não é bem assim, mas quase heheh. 

É preciso relativizar, não é? Fácil falar, bem sei...

Imaginem que... além da criança acordar imensas vezes durante a noite (normalíssimo, mas isso não quer dizer que isso nos faça andar aos pulos de felicidade dum lado para o outro), têm também uma criatura na cama, que vai além dos 70 kg e que julga ser um reco-reco. Não sabemos de onde vem aquela capacidade de ressonância, mas caramba que tudo ecoa. Temos vontade de dar um murro no nariz do nosso amor? Ai, se temos. Eles ficam giros a dormir, mas quando não têm o nariz entupido. 

Depois disto, a criança acorda, com os roncos do pai e porque também está constipada. Também ela está doentinha e provavelmente foi o raio do pai que acha que é imune ao frio e a chuva e nunca veste o casaco que lhe pegou. Já ninguém ouve a mãe quando lhes diz para andarem vestidos (não que andem nus). A criança acorda e quer leitinho, mas com a mama ou a tetina na boca parece que lhe estamos a fazer uma "amona" na piscina. Não consegue respirar decentemente. O pai ressona. A criança não consegue mamar. 

A mãe já está a ficar doente também e, enquanto a criança adormece e lhe dá uns abaninhos no rabo, inclinada sobre a cama dela (se não fizer co-sleeping ;)) caem-lhe uns pingos do nariz e só lhe apetece fungar. Funga. A criança acorda. O pai não. Esse continua a ressonar por ter o nariz entupido. São muito espertos, não são? Nunca acordam com os miúdos, nunca. Têm todos um sono muito pesado...

Isto é um dos piores cenários durante o Inverno (e que, mesmo assim, já ouvi dizer que se espetarem aquelas gostas para o nariz -  Neo-Sinefrina - , fica tudo resolvido mais facilmente e podem ter um Inverno bem disposto), por isso, quando acordarem 10 vezes numa noite, pensem que podia ser pior. 

É assim que resolvo as coisas na minha cabeça! :)

Já experimentaram alguma vez estas gotas para o nariz? Funciona bem? Se sim, vou me munir disso tão freneticamente como me muno de bolachas.



*post escrito em parceria com a agência de comunicação.

11.16.2015

Resultado? Abusei. Ficou ranhosa, mas acho que "valeu a pena".

Acabou. Acabou mais um fim-de-semana que começou assim (ver foto em baixo) com esta cara de quem parece ter destruído aquelas prateleiras todas de chocolates e pastilhas ao pé das caixas de supermercado. Uma das coisas boas de voltar ao trabalho? Esta: o fim-de-semana volta a existir e ganhamos uma vontade SÔFREGA de comermos as nossas crias vivas e de fazer coisas novas, diferentes, estimulantes.

Resultado? Abusei. Ficou ranhosa (não sei se terá sido do dia de praia - ver aqui - ou ontem da festa de aniversário do Diogo - bebé de um ano - em que andou demasiado à vontade entre o pátio e a sala). Anyway, enquanto não vir uma evolução horrorosa do ranho do nariz, vou achar que "valeu a pena". 


No instagram: Cara de quem vai ter com a cria para fim-de-semana.


À segunda custa mais sair de casa. A Irene apanha uma rasteira... porque está habituada ao forrobodó de sábado e domingo, mas hoje às vezes já nem chorava quando se apercebia que a mãe ia "trabalhari". 

Foi um fim-de-semana maravilhoso, cheio de coisas, cheio de mimos e de brincadeiras, muito mais preenchido e intenso que algumas das semanas em que fiquei em casa com ela. É impossível ter esta noção de fim e vontade de "deitar tudo abaixo" quando os dias são todos iguais. 

Isto é bom. 

Vamos ver se é só ranhinho para não me arrepender do pézinho no mar e do fim-de-tarde na praia e de ter andado lá fora a correr a dar chutos nas bolas na festa de aniversário do Diogo...


*update: (escrevi este post de manhã) agora já sei que ela tem febre e tosse e ranhoca... Já não me parece ter "valido a pena". 

10.27.2015

Irene doentinha.

Sem contar com vacinas e com um dia em teve febre e mais nenhum sintoma, é a primeira doença da Irene.

Está com diarreia e febre... :(

Como é que lhe consigo impingir Ultra Levur e coisas do género, recomendadas pela pediatra?

Não bebe, não gosta...

Mezinhas? Truques?

Muita maminha e água no bucho, bem sei.

Tinha de ser quando estou quase a ir trabalhar...