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8.04.2019

E lidar com o corpo no Verão?

No Verão isto pesa mais. Isto de termos de mostrar o corpo a toda a gente. Bem, nem "temos", nem é a "toda a gente", mas é assim que muitas de nós nos sentimos por estar calor e, enfim, já não dar para nos escondermos atrás de t-shirts mais largas na barriga ou de vestidos que pareçam um saco. 

São das que andam a pular de dieta em dieta? De fé renovada em fé renovada? A sentir o fracasso de cada vez? A piorar a nossa auto-estima por não termos conseguido e, por isso, comermos mais até aquele dia em que nos voltamos a sentir tão mal outra vez que nos apetece voltar a tentar?

E a Joana Paixão Brás tem de parar de aparecer nua nos vídeos, sim. Está a tornar-se um hábito e ainda nos tornam o blog para maiores de 18. 

Queremos fazer com calma, mas os resultados não são imediatos. Queremos fazer rápido, mas a privação é muita... 

Andamos quase todas na mesma luta, verdade? Aproveitem para desabafar como nós aqui no vídeo... e... boas férias! ;)





7.30.2019

Estaremos a criar miúdos-reis?

Tenho sempre algumas dúvidas quando o tema é este: decisões e escolhas dos nossos filhos. E as nossas. Claro que nem tudo tem de ser 8 ou 80 e que podemos ir decidindo, enquanto pais, ao longo do tempo, que espaço lhes dar para fazerem as suas escolhas. O reforço da autonomia é importantíssimo e acho castrador e limitador quando, apesar de já terem 5 anos, lhes continuarmos a escolher a roupa do dia-a-dia sempre ou a ditar quando devem parar de comer. A escolher que livro vão ler ou com que brinquedos devem brincar. A não os deixar participar em conversas à mesa ou a alimentar o espírito crítico deles. Ou, como a Joana Gama disse aqui, a não deixar que ouçam a sua voz interior.

Agora, preocupa-me que (não sendo esse o caso porque não conhecemos as razões nem o contexto em concreto), sejam os nossos filhos a ditar quando devemos ir embora de algum sítio em que nós queremos estar [a não ser, claro, que estejam doentes ou que não estejam em algum sítio apropriado e em horários porreiros para crianças], que comida vão comer num buffet, mesmo que para isso, escolham 79 pratos diferentes e "não gostem de nenhum", ou, como li, em comentário, se queiram ir embora porque não estão a gostar das férias. Não queria com isto estar a julgar (porque não conheço a missa à metade), mas eu acho que as crianças podem passar por momentos em que não estão felizes nem realizadas. Momentos de frustração, de tédio, são essenciais e só lhes faz bem aprender a lidar com escolhas "infelizes". Não era aquele o gelado que queriam ter escolhido e comido, paciência... Para a próxima, escolhem outro. E já muita sorte têm.

Não lhes podemos fazer as vontades todas, mesmo. Não podem ser eles a ditar irmos uns dias mais cedo das férias para casa. Lamento, mas não. É importante eles perceberem que não estão sozinhos neste mundo e que os outros também têm vontades. Que não há justificação para termos investido dinheiro numas férias para os meninos quererem "ir para casa". Faz-lhes bem passarem por esses dias de puro aborrecimento (mesmo que isso implique, para nós, ter de lidar com um feitio mais especial), porque vivemos em família, em sociedade, e eles não são reis. E isto estende-se até à adolescência. Se formos a pensar na quantidade de vezes que eu e o meu irmão quisemos ficar a dormir até às 16h da tarde, mas "temos pena, vivemos em família e devemos respeitar as regras da casa". Pelo menos almoçar em família e levantar o prato... é o menos! E, mesmo assim, já me cheira a hotel mamã que chegue! 

Não estaremos, quando desejamos que os nossos filhos sejam livres e façam as suas escolhas, também a colocá-los num pedestal enorme e a esquecermo-nos de que a vida é feita de contrariedades? A queda não será maior? Não será melhor irem caindo de sítios mais baixinhos, com pequenas lições dadas com muito amor? Estando lá para amparar a queda?

Eu acho que sim. Acho que não devemos ligar ao primeiro "não" que eles nos dão porque, às vezes, até eles estão a testar esse não. Nem eles sabem bem. Acho também que nem tudo é negociável.

Sei que se eu não tivesse incentivado a Luísa, aula após aula, a ir para a piscina, na natação, já não lá estava. Nunca disse que "tinha de ir" mas usei estratégias porreiras, como dizer para ir molhar os pézinhos, mostrando-lhe que eu estava lá, e passados 5 minutos já lá estava dentro e feliz. E isto aconteceu numas 3 aulas. Íamos no carro para lá e já me estava a dizer que não ia entrar na piscina. O que é certo é que agora adora as aulas. 

Fotografia The Love Project

Claro que eu tenho várias dúvidas, sempre. Mas também acho que lhes passamos inseguranças, quando lhes passamos a mão pelo cabelo e lhes legitimamos todas as contrariedades. Eu prefiro estar perto delas, validando as suas tristezas e vontades, mas fazendo-lhes frente, mostrando-lhes o lado bom de cada situação, até mesmo das que achavam que não iriam gostar.

Isto sou eu. E atenção que não sou irredutível nem inflexível. Vou avaliando, caso a caso. Como em tudo na vida.







7.29.2019

Perco tudo! Help!

Serve esta foto para vos dar conta de que perdi o meu multibanco mas foi entregue na gnr e que os meus óculos são dos chinocas porque eu não posso continuar a dar 100€ por algo que sei que vou perder mais tarde ou mais cedo. E normalmente é mais cedo. Muito cedo. Assim logo. E não há fitas que me valham. Acho que só colando com supercola à fronha. E mesmo assim eu arranjaria forma de os perder. É esta a minha vida. Não se pode ser perfeito, não é? 🤓 Valeu pelo passeio até Tavira e façamos de conta que foi a única foto que tirei de forma totalmente circunstancial a mim própria com o coiso dos 10s. O vestido é muito fofinho. Espero não o perder.


7.28.2019

As piores coisas que vocês nos disseram

Houve quem já tivesse dito, em comentário no blogue, que as minhas filhas eram feias (mais do que uma vez até), ou a família toda, já me disseram que eu tinha o corpo de uma adolescente sem formas, já disseram que a Joana Gama era pxxx ou que ainda bem que a filha tinha outros cuidadores.



Mas também já nos disseram coisas que nos motivaram a sermos melhores, construtivas, e até um comentário que fez com que uma de nós reatasse uma relação. Outro que fez com que terapia fosse procurada. Muitos outros que nos ajudaram em momentos de dor, de angústia, de doenças. 

Têm sido quatro anos cheios de coisas boas, de outras que nos fizeram querer desistir, chorar e que nos tiraram o sono. Cá estamos e falamos sobre tudo isso no vídeo de hoje.





Obrigada por estarem desse lado, sim? ❤️ subscrevam, comentem e partilhem o canal destas youtubers trintonas. Somos as melhores no YouTube em maternidade na zona de Benfica, não somos? 

Beijinhos (ah! E “piretes” também constam do vídeo, que classe)

7.21.2019

A sentir-me a Oprah!!!

Estou doida com isto. A irmã da vencedora do nosso “A Mãe é que sabe ajudar” já tem instaladas, na sua cozinha, a placa de indução e a máquina de lavar roupa da AEG que lhes oferecemos! Senti-me automaticamente a Oprah, com menos uns mil zeros na conta, mas com uma sensação quentinha no peito por termos ajudado alguém com dois electrodomésticos fantásticos, que lhe vão facilitar a vidinha. Obrigada AEG por se terem associado a nós nesta missão!

Então... a Joana Gama já foi a casa da irmã da Paula, que tem uma filhota de um aninho, ver se estava tudo instalado em condições (ela é especialista em muita coisa) e se a Lúcia estava contente. Estava muito!

Se há coisa boa neste movimento que quisemos criar, de entreajuda, é sentir que as mães estão de olho nas outras mães, que estamos mais unidas do que nunca e que estamos lá para o que precisarem. Uma sopa. Um tempo com o bebé para tomarem banho de porta fechada (Spa!). E, neste caso, uma placa toda XPTO e uma máquina de lavar roupa.

Ora bem, vamos por partes:

A Placa de Indução AEG Maxisense com Função Ponte que, só por curiosidade - é a que esta na casa da Cristina (sim, sim a Tininha, a Cristina Ferreira, a Senhora Televisão). É uma placa incrível, tem a tecnologia culinária mais avançada para gerar calor de forma mais eficiente e este modelo tem duas particularidades - vejam-me isto (!!!):


  •  ajusta-se ao tamanho e forma dos tachos e panelas, ou seja, a placa ajusta a dimensão de aquecimento de acordo com a panela
  •  tem uma “função Ponte”, que mais não é a que a opção de converter duas zonas de aquecimento numa só, maior, que dá para um grelhador ou para recipientes maiores!
E tem ainda outras vantagens:
- Aquece mais rápido do que qualquer outro tipo de placa
- O calor é gerado diretamente na base do recipiente
- O resto da superfície da placa permanece fria ao toque, sendo mais seguro
- São muito fáceis de usar e manter – podemos limpar imediatamente um derrame acidental na sua superfície (eu sou óptima nisto do entornanço) - basta usar um simples pano húmido e fica sempre impecável.




Já a máquina de lavar roupa da série 7000 AEG com a tecnologia ProSteam usa vapor no final dos ciclos para reduzir os vincos. Todas queremos isto, certo? Passar menos a ferro, please! O sonho de qualquer mãe!

Além das peças ficarem mais suaves também elimina odores, como os das roupas da estação anterior [já mudaram os armários, com este julho-outono? Eu ainda não...]


Já conheciam estes electrodomésticos? Quem sabe não são vocês as selecionadas para o próximo A Mãe é que Sabe Ajudar! De que electrodoméstico mais precisam?

Sou gaga - como lido com isso?

É verdade, não sei se quem nos segue há mais tempo sabe disto, menos ainda quem nos segue há pouco: sou gaga, desde que me conheço.

Há duas teorias sobre a minha gaguez, já passei por alguns momentos constrangedores, fiz anos de terapia da fala, tive um professor a dizer-me que não poderia vir a ser jornalista de televisão... 



Conto-vos tudo neste vídeo, em que revelamos a importância de ter alguém que nos diz que isto não é um problema e que nos impulsiona a ser o que quisermos ser.



Esperamos que gostem e que ajude alguém que possa estar no meu lugar ou até a lidar com quem esteja (tipo, acabar frases nem sempre é fixe - porque pode não ser o que queríamos dizer e torna-se só parvo). Saber esperar, neste caso, que a outra pessoa complete a palavra ou o raciocínio é o que prefiro.

Subscrevam o nosso canal do Youtube, ativem o sininho para saberem quando saem vídeos novos, comentem, partilhem, já sabem, a pedinchice do costume <3



7.20.2019

Tu és grande e gorda, disse a uma menina

“Tu és grande e gorda” disse a Luísa a uma menina com uns 8, 9 anos, que não estava a conseguir entrar numa casinha com escorrega. Ela respondeu, a olhar para mim: “vou ignorar a segunda parte”.


Não soube bem como reagir. Primeiro porque, para a Luísa, chamar alguém de gordo não tem qualquer tom pejorativo associado. Tem três anos e nunca me ouviu dizer (nem me parece que tenha acontecido no nosso núcleo, mas não posso pôr as mãos no fogo) que eu estava gorda ou magra ou a comentar o que quer que seja sobre alguém.

Mas, para ela, ser gordo é ser grande. O cão come muito e é gordo. O senhor é gordo. Aquele gato que não tem pelo, sabem?, é magro. A menina é gorda. A palavra, na boca dela, é neutra. E deveria ser assim sempre, não?

A menina não a sentiu assim, talvez habituada a lidar com essa palavra há muito tempo e com tom de crítica, certamente. Percebo. Deve ser duro.

Eu tentei remediar, no momento, mas nem sei o que deveria ter feito. Disse: “ela tem 3 anos, não sabe o que se deve ou não dizer. Ela também diz que é gorda quando come muito. E fica com barriga grande. Não foi por mal”. E ela respondeu: “sim, mas eu sou gorda.” E eu: “mas não há nada de mal eu ser-se gordo, és linda. (...) E muito simpática”. E era. De uma educação tremenda. Foi buscar os ténis das miúdas à areia para as ajudar. Um amorzinho de miúda. E ela continuou: “eu gostava de não ser tão gorda. Também não queria ser só ossos, mas gostava de ser ... ali no meio”. E eu disse: “então mas um dia vais conseguir”. E, depois pensei: mas se não conseguir e se for saudável, não faz mal. E disse “desde que haja saúde, o resto não tem importância. Sabes o que eu fazia aos miúdos que gozavam com os meus pés grandes? Nada, deixei de ouvir (e fiz o sinal de “não estou nem aí” com as mãos, deslizando os dedos, sabem?).”

Eu não estou apta para ter estas conversas com ninguém, muito menos com uma criança. Mas senti que não podia deixar de lhe responder. Só que... o quê? Primeiro, porque não sei se está a ser feito algum trabalho com ela numa psicóloga, numa nutricionista, não sei se tem algum problema de saúde associado, não faço a mais pálida ideia se eu ter dito que “não há problema nenhum em ser-se gordo” é precisamente o contrário do que lhe têm dito em consultas, imaginem. Depois, porque não estou informada sobre o assunto suficientemente. A nossa sociedade é gordofóbica e, por mais que eu possa querer afirmar que não sou, acho que também eu tenho alguns preconceitos, mesmo que lá no subconsciente. Como é óbvio, não discrimino, não escolho os amigos pelo peso, vejo beleza em diferentes tipos de corpos e de pessoas, mas ainda associo, principalmente em idades destas, em crianças e jovens, a obesidade (que, atenção, não faço ideia se é sequer o caso), a alguma falta de informação da família ou de acompanhamento. Nem sempre o será. Sei lá eu as causas. E daí eu dizer que não estou plenamente preparada para falar com uma miúda de 8, 9 anos sobre isto. Mas surgiu.

A minha questão agora é: aproveito este caso para explicar o quê às minhas filhas? Se digo à Luísa que não se chama gordo às pessoas, não vai entender e, às tantas, vai passar a chamar a todas as que vir na rua (tal como quando dizem uma asneira e nós damos demasiado ênfase àquilo). A Isabel até já pode ter entendimento para isto, mas, por exemplo, quando a Irene a imita a falar (a Isabel é “sopinha de massa”) não noto nada que fique triste. É uma característica dela e ela também não sentiu ainda nunca isso como algo com tom pejorativo. A Irene imita-a por achar essa característica diferenciadora e não é num tom jocoso. É porque a adora. É como se imitasse uma língua diferente. Ou um tom de voz bastante agudo. Percebem? Eles estão em idade de experimentar muita coisa, de serem teatreiros, não estão a ser bullies.

A Luísa não estava a querer ofender a miúda de 8 anos chamando-lhe gorda. Mas gostava muito que não repetisse, porque imagino que a miúda tenha ficado triste.

Explico-lhe numa próxima vez? O quê e como? Espero que tenha mais uns dois anos? Algum livro?
Obrigada!

7.15.2019

Vou voltar a fazer terapia!

Das decisões mais importantes que tomei nos últimos tempos! Ainda não voltei à psicóloga e já sinto que foi a melhor coisa que decidi neste ano e meio. O alívio já está a chegar e ainda nem lá fui, só por saber que vou conseguir, a partir dali, estar cada vez mais próxima de mim e de resolver tudo o que anda desatado nesta alma, que vou conseguir ser uma melhor mãe e uma melhor pessoa (não por esta ordem, que disparate).

Descobri a Eugénia através da Joana Gama (emoji coração, sempre). Fiz hipnoterapia uma vez só. Não sei se foi o que bastou, não me parece, mas acabei por mudar de vida uns meses depois. Despedi-me do meu emprego de anos e fomos todos viver para Santarém, para o campo. Foi uma das melhores coisas que poderia ter feito. Tive a minha segunda filha com calma, numa esfera de amor e de tranquilidade. 
Mas, meses mais tarde (ou um ano mais tarde, não sei), passei a sentir-me incompleta e até só. Não compreendia por que me sentia assim. "Que disparate." Afinal, tinha cumprido mais um sonho, tinha duas filhas incríveis, era boa mãe, amava-as profundamente, tinha um marido fantástico, escrevia por aqui, tinha amigos mas... não estava feliz. Não como planeara. Andava numa montanha russa, com idas bem lá acima e depois descidas ainda maiores e a enjoar nos loopings. Percebi que precisava de voltar a fazer terapia. Primeiro por skype, depois presencialmente. Ir a Lisboa de propósito, mas voltar a casa com ferramentas para estar melhor.

"Eugénia, preciso de ti". Assumir-se isto é duro. Mas libertador. Houve uma consulta em que senti que praticamente não fiz mais do que chorar. É um processo. 


Fotografia: The Love Project


E aprendi que não posso parar este processo, só porque já me sinto melhor. Ou porque acho que está tudo controlado. Ou porque estou mesmo lá em cima. Naquela altura parei porque voltei a trabalhar, em Lisboa, porque nos mudámos para cá e eu simplesmente não tinha horário. Depois, porque estava tão cheia de tudo que nem me conseguia ouvir, por isso basicamente nem tinha tempo para sentir se andava feliz ou não.

Feliz ou não, toda a gente devia fazer terapia. Toda. Há sempre algo que fica por cá, há sempre alguma relação tóxica, algum acontecimento que nos fez pior do que achámos, alguma coisa por resolver e muitas coisas por descobrir sobre nós. E alguém reconhecer isto já não é, aos dias de hoje, um tabu. Os assuntos do foro psicológico, doenças ou não, são já muito valorizados. A procura por ajuda já não é sinal de fraqueza. Ter até a Michelle Obama a reconhecer isto é de valor. Mas, por mais que haja cada vez mais pessoas a dar a cara por isto, ainda há muito pouca gente a procurar ajuda quando mais precisa - e, segundo vários estudos feitos, muitas vezes não é sequer por uma questão de orçamento. 

Aliás, se a venda de antidepressivos aumentou e muito nos últimos anos e os psiquiatras têm sido mais procurados do que nunca, a questão não é só e apenas orçamento, de facto. As pessoas só procuram soluções já mesmo no fim da linha, num grau imenso de desespero e querem resultados rápidos, imediatos. A terapia é algo que leva mais tempo. Não camufla, tenta ir ao cerne dos problemas, tenta resolver. Claro que estou a ser absolutamente generalista e que haverá casos em que será precisa medicação, óbvio, ou até ambos, que isto não é nenhum concurso. Mas acho também que se nos fosse dada mais formação ao longo da vida sobre a importância de olharmos mais para dentro, de abrandarmos, de valorizarmos os nossos sentimentos, do poder da palavra, talvez não tivéssemos de chegar tão longe. Aprendermos a dar significado às coisas, a racionalizá-las, ajuda-nos a superar o sofrimento - a amígdala diminui a sua actividade e os processos nervosos no córtex pré-frontal aumentam (acho que é isto, do que li, mas tentem perceber junto de especialistas ;). 

Isto tudo para vos dizer que estou orgulhosa de mim. De querer (voltar a) dar este passo. De perceber que só exercício físico e pilates e até yoga, apesar de me ajudarem muito, não me chegam. Que tenho noção de que preciso de partir pedra, até para resolver o que vos contei que me aconteceu no recobro, entre outras coisas.

E que isto não significa que eu esteja necessariamente infeliz, mas que quero estar mais feliz e sentir-me cada vez mais completa. Ser mais livre. 

E vocês? Já experimentaram? 


7.14.2019

A Irene é que sabe!

Sabem aquela altura em que eles não querem nem por nada ir lavar os dentes? Há mil coisas mais interessantes a acontecer na vidinha deles. Patrulha pata, jogo a glória, slime... o que fazer? Quando já tentámos tudo e mais alguma coisa e quando já nos passaram - assim só em sonhos, calma - as piores técnicas possíveis pela cabeça, já ouvimos “já vai” duas vezes e já estamos a tremelicar do olho direito e quase a repetir frases das nossas mães ou avós, e só queremos gritar por socorro, sabem?

Uma das técnicas usadas pela Joana Gama ;) - vejam o vídeo

Até que a Irene deu esta ideia:




Ao escovar os dentes só estamos a fazer 65% da nossa higiene oral, sabiam? Por isso, o uso de fio dental é obrigatório para extrair aqueles resíduos que ficam para ali entre os dentes, como a “granola” da Joana Gama. Hum hum.

E agora que há este da Jordan, especificamente para as crianças, já tem tudo para correr bem. Juntámos à escova de dentes e à pasta, este instrumento essencial para que os dentes fiquem lavadinhos. E, além do primeiro fio dental para crianças, a Jordan lançou os sticks clean between para os pais (ou para qualquer adulto, claro), que retiram resíduos de alimentos das zonas mais difíceis.

Gostaram do jogo? A Irene é que sabe! ;)


*Post escrito em parceria com a marca

7.10.2019

Salas mistas: Sim ou não?


No outro dia, num grupo de mães e de pais na Internet, li uma questão de uma mãe, apoquentada, porque a filha ia passar a estar numa turma mista na escola, ou seja, com idades entre os 3 e os 6 anos.

Não sei se será o vosso caso, mas gostava de deixar a minha opinião sobre o assunto e de "acalmar" quem está com dúvidas em relação a este assunto.

Salas com idades mistas são, a meu ver, extremamente benéficas. Vejo isto enquanto mãe e mera curiosa nestas questões, não enquanto especialista no assunto, psicóloga ou educadora (que não sou). E, claro, tudo isto dependerá sempre de muitas outras coisas: educadoras, escola, projecto educativo, etc. Estou a falar de creche e de pré-escolar (nas restantes idades ainda não me debrucei).

Fotografia: The Love Project

Mas, à partida, sinto como algo muito positivo. Senão vejamos:

- as crianças mais novas têm nos mais velhos um modelo a seguir e querem reproduzir o que eles fazem;

- as crianças mais velhas tornam-se mais responsáveis, sentem-se mais "líderes" e sentem empatia pelos mais novos, ajudando-os em tudo - vocabulário novo, a arrumar algo, etc

- esta interacção e dinâmica é, de facto, o que se passa "lá fora": nós aprendemos e trabalhamos com pessoas diferentes e de idades muito diferentes e é essa pluralidade que nos enriquece

- os valores que se passam nestes momentos de colaboração e interação são excelentes: por um lado pratica-se a tolerância, a paciência e até a auto-confiança e auto-estima dos mais velhos; os mais novos estão rodeados de um ambiente de generosidade e vão usar essas aprendizagens quando for a vez deles serem os mais velhos da sala

- a independência e autonomia dos mais velhos é muito estimulada e reforçada

- os mais novos, pela primeira vez na sala ou até na escola, são recebidos de braços abertos pelos mais velhos, o que ajuda imenso na integração! (Noto que a Luísa, este ano das mais velhas da sala - fez 3 anos em maio -, era muito querida para os bebés que chegavam e queria participar/ajudar em tudo)

- a competitividade, muito comum entre miúdos da mesma idade, é menos pronunciada e, pelo contrário, a questão de "cada um aprender ao seu ritmo" é acentuada: há menos rótulos, menos "pressas" e um espírito maior de partilha e colaboração entre todos - cada um contribui à sua maneira. 

No caso dos irmãos e dos primos, não notam que é saudável a interação deles, tendo diferentes idades? Então, é igual na escola. 

Acredito que o trabalho de casa - e mesmo em sala - do educador seja grande. Gerir idades e necessidades diferentes não deve ser fácil. Mas acredito também que envolver todos, criar um espírito de pertença e aproveitar as situações de conflito para passar valores seja também muito benéfico para todos. Além de que, desta forma, ainda se deve comparar menos competências e olhar mais para cada um individualmente, estando mais atento às necessidades de cada elemento. Faz-vos sentido isto?

O único ponto menos positivo que encontro nisto tudo é, pela minha experiência, que, por vezes, os mais novos queiram imitar os mais velhos em coisas para as quais ainda não estão preparados. Por exemplo, a Isabel deixou de querer e de conseguir fazer sesta mais cedo do que eu gostaria. Como os amigos mais velhos já não faziam, ela não compreendia por que teria de ficar a dormir quando havia tanto mundo para descobrir. Apesar de notar que ela se aguenta muito bem sem sesta (não percebo que faça mais birras ou que esteja muito mais cansada do que ficava antes) e apesar de eu tentar compensar em casa, indo mais cedo para a cama e acordando mais tarde, todos sabemos da importância de uma sestinha nestas idades (havendo algumas excepções, sim, mas serão isso, excepções).

De resto, notei uma evolução enorme nas duas neste sistema e concordo plenamente com ele. Noto também que a forma como lidam uma com a outra e tentam resolver alguns problemas entre as duas, a empatia, a maneira como a Isabel encoraja e estimula a irmã a fazer tudo, é linda de se ver. Quando ela no outro dia tentou perceber por que razão a irmã estava a fazer birra é algo que não esperava numa miúda de 5 anos.
Por outro lado, a forma como a Luísa consulta a irmã, lhe pede opiniões e ajuda é algo que me enche o coração. Também pode ser - e é, vá, não vou estar a menosprezar o nosso papel enquanto pais - trabalho de casa, mas tem muito a ver com as aprendizagens que trazem da escola. 

Este é um tema que me apaixona cada vez mais. Por isso, caso queiram saber a minha opinião ou experiência com o Movimento Escola Moderna; Montessori, ou com algo relacionado com o projecto educativo ou com a escola delas, digam coisas que eu abordo o tema novamente.

Escrevi sobre a escola delas aqui e aqui.





Tudo sobre a minha operação

Queria dizer à menina que imaginava que os ossos pronunciados do tórax eram maminhas, já que as amigas as tinham, mais ou menos pronunciadas, que vai ficar tudo bem. Queria dizer à adolescente que percebeu que, apesar das estrias nas mamas, elas não iriam crescer mais do que aquilo, que vai ficar tudo bem. Queria dizer à mãe que viu as suas mamas alimentar as crias, tomarem proporções redondas, ganharem um brilho especial, para depois mirrarem que nem figuinhos secos, que vai ficar tudo bem. Essa menina, adolescente e mulher sou eu. Ficou tudo bem. Melhor do que imaginei até. A cirurgia plástica de que vos falei aqui foi das melhores coisinhas que fiz pela minha auto-estima. Por mim. Só eu sei.

Foi engraçado ver que, ao contrário do que eu temia, não houve uma única pessoa a falar em futilidade ou a achar que isto era capricho. Que bom que foi ver tantas mulheres unidas: ou porque sentem o mesmo, ou porque simplesmente respeitam a minha decisão, tendo a mesma vontade ou não. Foi bom ver tanta abertura ao tema, tanto respeito. Obrigada por isso.

Como este é um tema que traz muitas dúvidas já que recebi dezenas de mensagens a pedir que explicasse melhor como tudo correu, decidi fazer este post com maior detalhe.



Ora então, fui a duas consultas com o meu médico, falámos muito, medições (altura, diâmetro do tórax), e pele, expectativas e simulações (de acordo com o tipo de prótese usado e tamanhos, ficamos com uma noção de como irá ficar – achei muito, muito útil!).

Lá marcámos então o dia da operação, tendo em conta vários fatores, entre eles recuperação até às férias grandes [queria muito fazer praia com as miúdas] e dias de repouso. Era importante, para mim, que calhasse na altura em que a Isabel e a Luísa estivessem com os avós. Fiz os exames habituais ao sangue, mamografia e ecografia. Cada passo que dava, deixava-me ansiosa, confesso. Queria “despachar” o assunto para não me arrepender pelo caminho. Na véspera estava de rastos. Elas iam de férias e eu não me queria despedir nem por nada. Na manhã da cirurgia, estava super calma. Zero dúvidas, muita vontade.

Quando acordei da anestesia geral, pelo que contam, ri-me às gargalhadas e quis fazer a saudação ao sol ou o que era. Nem consigo imaginar o forrobodó que foi para ali. Eu, que não podia fazer grandes movimentos com os braços a querer fazer Yoga. Tudo bem. Depois, pelos vistos, desatei num pranto a chorar porque achava que estava no pós-parto da Luísa (entretanto já marquei terapia com a minha psicóloga). Lembro-me de partes desse momento de descontrolo, em que não conseguia parar de chorar. Passou. Quando voltei a acordar, já consciente, fiquei feliz, feliz de ver as mamas, mesmo que com pensos. Imaginava vê-las inchadíssimas e roxas, mas nada disso. Fui para casa da minha mãe nesse dia e lá fiquei nos 4 dias seguintes, a ser mimada e apaparicada. Dormi, vi netflix e dormi e vi netflix. Quando, 4 dias depois, tirei os drenos, senti um alívio enorme. Foi, de todas as coisas, a que me deixou mais desconfortável. E estamos a falar de desconforto, de impressão, não de dor. Felizmente, só tive duas horas no primeiro dia com algumas dores, durante a noite, em que tive de procurar uma posição melhor para dormir – e descobri que seria mais “sentada” – mas porque fui teimosa e não quis tomar os comprimidos de SOS. No dia seguinte, vomitei depois de almoço. De resto, andei sempre bem. Ia à casa de banho, lavei eu os dentes, comi sozinha: e eu achava que precisaria de ajuda para tudo isto, não. Apenas pedi ajuda para lavar o cabelo (lavei logo no primeiro dia, ajoelhada em frente ao poliban, cabeça para baixo, com a minha mãe lá dentro – foi como achámos mais prático) e também precisava ali de uma força extra para me levantar ou sentar/deitar. Não posso dizer que tive dores excruciantes. Não tive. Talvez possa ter tido sorte ou possa ser mais tolerante à dor, mas em comparação, sofri mais no pós-parto de ambas, sem sombra de dúvidas. Ou com uma amigdalite. Sim…

Posto isto, 4 dias depois e já sem drenos, almocei em frente ao mar. Acho que se tivesse de começar a trabalhar por esses dias, conseguiria (num trabalho sem exigência física, claro), mas convém que o corpo descanse cerca de uma semana. Depois disto, fiz drenagem linfática manual com uma fisioterapeuta excelente que trabalha com o Dr. João, cá em casa, o que ajuda imenso. Sentia-me mais leve.

Uma das coisas que mais me pediram foram detalhes mais precisos sobre o tipo de intervenção. Fiz uma mastopexia periareolar (incisão toda à volta da auréola), para tirar pele, e com implantes de silicone anatómica, o tal “formato gota”, 440 ml, colocado atrás do músculo. Tudo isto é estudado e decidido numa (ou mais) consulta presencial, por isso, não me guiaria por estes valores nem por esta escolha. O que vos posso dizer é que se tivesse posto menos, talvez tivesse ficado com pena. Eu queria ter mamocas, só não queria que ficassem desproporcionais para o meu tamanho (1,72m; 70Kgs; larga), nem queria muito redondas nem no pescoço, tipo Pamela. Queria continuar a usar decote sem nada ali muito pronunciado. Fiquei com 36 copa C. Para já, e ainda estão inchadas e mais arredondadas do que vão ficar – só ao fim de uns 2 meses é que começam a ter um formato mais próximo ao que irá permanecer -, estão bonitonas. A cicatrização tem corrido sempre bem (tenho-me portado sempre bem também e o corpo também está a colaborar). Este é, no entanto, um tipo de incisão que levanta mais questões relativamente à sensibilidade e à amamentação, por exemplo, tal como me explicou o Dr. João. Alguns nervos e ductos da lactação são cortados, o que poderá dificultar, em alguns casos, a amamentação. Por isso, tive de ponderar bem, mas, para já, um terceiro filho não está nos nossos planos e, caso essa opção na altura não esteja em cima da mesa, reflecti sobre o quanto isso me/nos afectaria ou não. Avancei assim mesmo.

Além disto, perguntaram-me muito, claro, sobre o preço. O preço varia um pouco, por isso, aconselho-vos a contactarem diretamente o cirurgião. Contem com esse valor, mais exames, drenagem linfática manual (super útil), soutiens (comprei 2 porque temos de estar sempre com eles, até a dormir), etc.

Do médico e da clínica já vos falei, mas fica novamente o conselho: Dr. João Bastos Martins, na clínica da Beloura, mais do que recomendados.

Ficaram questões por responder? Digam-me coisas!

Já falei sobre isto aqui e aqui.

7.08.2019

Exagerámos, claramente!

Chegámos ao final do fim-de-semana cansados. Todos, acho. Elas, por mais que tenham sempre pilhas, estavam já demasiado excitadas. Pouca sesta e demasiado estímulo, talvez.

Raramente gosto de ficar o fim-de-semana todo em casa. Primeiro porque não temos sequer uma varanda e custa-me que passem 48 horas enfiadas em casa sem ar, sem correr, e porque, normalmente, isso me cansa ainda mais. O som dentro de quatro paredes de crianças privadas de sol e ar fresco na cara torna-se ensurdecedor.

Mas também nem 8 nem 80. Este fim-de-semana foi claramente 80. A Isabel acampou no jardim da escola de 6a para sábado, o que lhe roubou umas horitas de sono. Adorou, é uma experiência incrível, e quando lhe disse que ia, à tarde, à festa de anos de uma coleguinha, ficou ainda mais radiante. Disse-me, às gargalhadas "Estou tão contente! Duas festas num dia!". Foram mais de 3 horas de festa, com trampolim, jogos e mágico, uma loucura. A Luísa foi com o pai ao parque, brincar e comer um gelado. 

Como tivemos um sábado intenso, devia ter escolhido algo mais calmo domingo, acho. Elas adoram ramboia e eu também, mas a vida não tem de ser um parque de diversões :)

Fomos almoçar fora com vista para o rio. Depois foram andar de patins em linha e trotinete. E pronto, deveríamos ter ido para casa, a festa já estava feita e as canas apanhadas. 

Mas não, os pais acharam que o dia ia ser ainda mais giro se fossemos ao cinema. E foi. Mas cansativo. Primeiro porque uma adormeceu no carro e a outra não. Depois, porque estacionámos mal e passámos por escorregas (nãaaaaao!) no centro comercial. Depois, porque quando o filme acabou, ainda passámos pelos escorregas do demo novamente. Os carrinhos de moedas e carrosseis e submarinos de moedinhas que nascem como cogumelos a cada esquina. Suspiro. E assim se passaram horas preciosas de descanso em casa. Também faz falta, não sentem?

Eu gosto de um meio termo (ou de "fugir" para a praia ou para o campo), mas parece que neste fim-de-semana estávamos na Disneyland. Demasiados programas. O mundo não ia acabar...

São das que gostam de ocupar tudo muito bem ou das que preferem o sossego do lar? 









7.02.2019

Já fiz a cirurgia plástica às mamas

Escrevi e reescrevi o título, várias vezes. Porque, na verdade, queria começar por dizer que estou feliz, muito! Que esta mudança vai muito para além do que se vê.

Sonhava com isto há, pelo menos, um ano, depois de 3 anos de amamentação, no total. Por mais que tentasse pensar que as mamas cumpriram o seu propósito, por mais que quisesse ouvir-me dizer que me aceitava como sou, esta era a minha vontade. Aliás, já a sentia ainda não era mãe, mas lá me convenci que, apesar de pequenas, estavam firmes e redondinhas. Resolvi esperar para ver como me sentiria depois de ser mãe.
Queria aumentar o volume das mamas, disfarçar as peles e de fazê-las subir um andar, de voltar a usar algumas peças de roupa que estavam ali à espera no armário, a poder retirar enchimentos dos soutiens, a olhar-me no espelho e gostar do que vejo. O corpo é meu. Fi-lo por mim.

Foi uma escolha consciente, depois de muito ler e pensar, depois de ter sentido que o médico era o meu médico, depois de lhe ter feito todas as perguntas, em várias consultas, e de ter visto todas as simulações.

Na véspera, estava nervosa. No dia, uma calma imensa desceu em mim, inexplicável.
Confiei. No médico e naquela equipa toda incrível da clínica da Beloura.

Ainda bem que o fiz. Estão lindas, lindas! E ainda algo inchadas, passaram só 15 dias. Ainda vão desinchar mais, ainda vão ganhar uma forma mais natural e sinto que tudo isso vai ser um bónus, porque já estão óptimas.





Tirei estas fotos sem o soutien obrigatório na recuperação (Dr. João, não se zangue muito!), porque a Luísa me pediu para ir à água com ela e, quase duas semanas depois de as ver, achei que poderia arriscar. Sem esforços, sem apanhar água, e só 5 minutinhos. Estou perdoada, Dr.? 😇 [já agora, deixem-me aconselhar vivamente(!!!) o meu médico, que já tinha operado uma amiga e cujo resultado correspondeu a 100% às minhas expectativas: Dr. João Bastos Martins. A ele o meu obrigada!]

Se eu vos contar que foi tudo rápido e que a recuperação foi também muito rápida, soa a fadinhas e pózinhos de perlimpimpim? Mas é que foi mesmo! Tinha duas amigas a preparem-me para o pior e outras duas a dizerem-me que não era isso tudo. Não foi! 4 dias em casa da minha mãe a receber todo o mimo e a voltar a sentir-me filha, apaparicada, muito descanso e Netflix. As “drogas” fizeram o resto. Quando fui tirar os drenos, estava óptima já, fui almoçar fora e foi sempre a melhorar.




Querem que vos conte como foi tudo? Detalhes mais técnicos, tamanho, etc? Recuperação? O mais e o menos difícil? Deixem todas as questões na caixa de comentários, que volto para vos contar tudo.

Já vos disse que estou muito feliz?

6.25.2019

O que fariam, no meu lugar?

Agora que estamos em finais de anos lectivos, reuniões de pais e tal e tal, trago este tema à baila.

Já vos falei várias vezes (aqui e aqui) do meu contentamento com a escola onde as miúdas andam. Às vezes tenho pena de não poder revelar, mas isso seria expor (ainda) mais as nossas vidas e rotinas e não gosto. [nunca tive grandes dúvidas em publicar fotografias delas, mas não adoraria a sensação de se saber qual a escola nem onde vivemos]. - Se gostavam de ver escolas alternativas, há já vários grupos de FB sobre o assunto, com testemunhos, ideias e recomendações.

Mas bem, resumindo, elas andam numa IPSS que tem modelo Movimento Escola Moderna e estamos todos muito satisfeitos. Tenho este ano para pensar no que fazer. A Isabel, daqui a um ano, terá de mudar de escola, mas gostava que passasse para outra com o mesmo modelo e, provavelmente, com alguns dos colegas. 

A minha dúvida é se manteria a Luísa na mesma escola, com os colegas actuais ou se, tendo a outra escola pré-escolar, a tentaria mudar logo com a irmã. Por um lado, penso que pode ser bom continuarem as duas juntas, na mesma escola. Além de que - sejamos francos - me facilitaria muito a vida ir levar e buscar apenas a uma única escola. Por outro, fico com alguma pena de afastá-la deste sítio onde é tão, mas tão feliz.




Isto são tudo hipóteses já que nem sei ainda se haverá vagas, mas gosto de começar a levantar estes caminhos com alguma antecedência para ir pensando, devagar, e não tomar decisões já em cima do joelho e com alguma ansiedade. Assim, vou gerindo melhor.

O que fariam (claro que dependerá sempre muito de cada criança e adaptação, etc, etc, mas...)? 

Irmãs na mesma escola e vida dos pais facilitada ou manter o que está bom e mudar só o que tem mesmo de ser? :) 








Fotos lindas!!!: THE LOVE PROJECT 
(marquem sessão com a Joana, que não se vão arrepender)



6.19.2019

Primeira vez de férias no Algarve com os avós – suspiro!

Esta semana vai de férias com os avós. Vão as duas. As quatro. Primeiro ano que vai rumo ao Algarve com as primas e o meu orgulho é proporcional à minha pieguice. Nunca estivemos tanto tempo separadas.


A primeira vez que nos separámos, a Luísa ficou com o pai, fui eu com um amigo até ao Porto dois dias. Depois, meses mais tarde, fomos os dois até Madrid. Seguiram-se as Maldivas, na lua-de-mel; pouco depois São Tomé e Príncipe. Podia dizer-se que já tenho mestrado em ir de férias sem as minhas filhas, mas a verdade é que foi sempre diferente. Era eu que ia. Elas ficavam cá em casa, continuavam com as rotinas e, parecendo que não, isso dava-me algum conforto. E foi sempre menos tempo do que desta vez, que vão ser quase duas semanas.

Acho sinceramente que ela está preparada, eu nem por isso. Mas não quero que seja a minha pieguice a limitar os horizontes delas, a rede de segurança e de afectos. Quero que contem com os avós para tudo, que lhes conheçam bem as expressões, o colo e até que se lambuzem de gelados todos os dias. Que dêem a mão, as duas, que brinquem muito na areia com os primos e que mergulhem na piscina. Vai ser a terceira vez da Isabel, que começou precisamente a ir rumo a Cabanas de Tavira com os avós precisamente com 3 anos. Já sente borboletas na barriga. Espero que a Luísa queira repetir este ritual todos anos, com os meus sogros e as primas. Eles são uns avós de coragem, por irem com as quatro! Confiamos muito neles. E só lhes temos a agradecer. Que elas sintam essa confiança sempre também. Que venham cheias de histórias para contar e memórias.


As malas estão feitas e desta vez não exagerei. Levam apenas uns sapatos, muitos vestidos, calções e t-shirts e um casaquinho para os dias mais frios. E um corta-vento, que este junho anda assim meio maluco. Levam também o spray de Garnier Ambre Solaire, testado sob controlo pediátrico e que tem, assim como toda a gama Ambre Solaire, 100% filtros orgânicos que respeitam o ecossistema marinho. Gostamos em formato spray, facilita imenso, e sempre, claro, com protecção muito alta contra os raios UVA e UVB. Apesar deste ser o nosso eleito e o que levámos para Porto Santo na semana passada, quando formos de férias em julho quero experimentar a Bruma anti-areia, que me parece incrível. Já experimentaram?


Esta noite vou dormir agarradinha a elas, sabem a sensação? Ainda não foram e eu já estou cheia de saudades. Conseguem ou conseguiriam, se pudessem, deixá-los ir?


*Post escrito em parceria com a marca

6.16.2019

Era mesmo isto que faltava!

Quem nos segue há quatro anos e tal, já acompanhou várias fases das nossas vidas: já trabalhámos em áreas diferentes, já nos despedimos, já ficámos em casa com elas, já houve um divórcio, um casamento, mais uma gravidez, uma bebé a nascer e a crescer (já tem 3 anos!!!)... Foram muitas partilhas boas, algumas más, dolorosas, mas em todas elas sentimos uma necessidade enorme de desabafar, de nos unirmos, de entreajuda. Virtual. Agora quisemos tornar tudo mais palpável.

Apresentámos-vos o nosso novo projecto: A Mãe É Que Sabe AJUDAR, que está a ser um sucesso. Ajudar outras mães como nós só traz coisas boas. Queremos replicar isto mais e mais! Ir ao Norte, ao Sul, levar-vos boa disposição, produtos para o dia-a-dia e que sejam menos um peso no orçamento familiar e a nossa vontade de vos ajudar no que precisarem: é passar a roupa a ferro? Que seja! Passear o cão? Ficar com os vossos filhos para irem tomar um banho mais demorado? Estamos aqui.

Uma das marcas a embarcar connosco para dar uma ajudinha à mãe vencedora foi a L'Oréal. Levámos produtos para o banho, a nova gama da Garnier BIO que é incrível (já experimentaram a esponja de Konjac?), cremes, máscaras, protectores solares da Garnier Ambre Solaire e, claro, maquilhagem completa da Maybelline, tudo o que a Paula iria precisar para se sentir mais confiante e bonita nesta fase em que ter um bebé de seis meses nos braços nem sempre é fácil! Nada mesmo! A Paula adorou tudinho e ainda teve direito a uma explicação mais detalhada da Joana Gama, que eu sou um zero à esquerda em maquilhagem.

Vejam aqui a segunda parte da nossa ida até casa da Paula, onde não partimos nem um prato... (emoji vergonha) e vejam a quem coube a tarefa de limpar a sanita :)




Gostaram? Querem mais edições? Se fossemos a vossa casa, o que mais precisavam que fizéssemos e que levássemos? :)

6.12.2019

Que pena só ter descoberto o copo menstrual agora!

Pessoal que me lê e que ainda não experimentou, aconselho vivamente.

Se há uns anos me fazia confusão esta ideia de ter um copinho dentro de mim a armazenar sangue e depois ter de esvaziá-lo, lavá-lo, etc, agora acho a melhor invenção de sempre e deixei-me de ser enojadinha! Que peso é este que colocamos sobre o sangue menstrual? Onde fomos buscar tanta repulsa? 

Uso desde o ano passado e nunca mais usei um penso nem um tampão na vida. Descobri que não cheira mal (incrível que o que o fazia cheirar mal deviam ser os químicos do penso...), que é super prático, fácil de colocar (só me custou a primeira vez retirar, depois apanhei-lhe o jeito). 

E, claro, é mais barato e ecológico (estima-se que com um copo menstrual se poupe até 12 mil tampões, já que dura até 10 anos), é feito com silicone medicinal, por isso, à partida, se fervido antes e depois, não haverá grande problema...

Foi uma óptima escolha. Deixei até de olhar para este fluido com um certo nojo... acredito que faça confusão ainda a algumas pessoas imaginarem-se a ferver o copo numa panelinha ou a limpá-lo num lavatório, mas é tudo uma questão de mentalização. É o nosso corpo, é algo natural, faz parte da Natureza! Também não tenciono andar a esfregar a cara em sangue como uma que vi no instagram, mas já não estou nem aí. Até já tentei explicar assim por alto à Isabel para que serve. Pronto. Já fui de férias de copo menstrual e é um alívio até!

E vocês? Já usam? Querem experimentar? O que vos "aflige" mais? Não saber bem o tamanho? A mim ajudaram-me na farmácia a escolher e acertei. Coloquem questões para ver se nos ajudamos umas às outras e se melhoramos o ambiente e poupamos uns trocos, sim? :)

Fotografia: The Love Project




6.11.2019

O que fariam vocês?

Ontem, quando o avião aterrou, estavam as duas a dormir. Eu estava sozinha com elas. Levantei-me, mochila às costas, saco com os documentos e livros de colorir, uma num braço e a outra no outro. Pousaram as cabeças e continuaram a dormir. E eu continuei corredor fora. Não houve ninguém que me oferecesse ajuda. Atenção que não estou a fazer queixinhas. Quando escolhi ir de férias com elas e com o meu irmão, já sabia que ele regressaria 4 dias mais cedo e que regressaríamos à noite, tarde, e que isto poderia acontecer. No entanto, tive esperança que o carrinho estivesse à nossa espera logo no corredor, como já me aconteceu algumas vezes. Mas não. Paciência, vamos lá, não encontrei outra solução. Felizmente, uns metros depois, a Isabel disse-me ao ouvido: "mamã, estás pesada, eu posso ir a pé". Não estão bem a ver o meu coração a explodir de alegria. Inesperado. Único. À meia noite e meia a minha filha estava, contra todas as expectativas de uma criança de 5 anos cansada, a ser tudo aquilo que eu precisava - uma ajuda. 

A Rita Ferro Alvim, que foi connosco, não é para aqui chamada. Além de vir mais atrás no avião, tem uma filha pequena que também estava a dormir e um filho também pequeno e muito fez ela depois ao ficar à espera do carrinho, que não vinha, e a ir buscar-me o carrinho às bagagens de formato irregular, que ficavam só no sítio mais distante possível - o que dá sempre jeito para quem tem bebés. Confesso que nunca me tinha acontecido - costumam ou entregar logo à saída no corredor ou estar logo no tapete das malas. Só lhe tenho de agradecer a companhia e a ajuda.

Isto não é, volto a frisar, um ataque a ninguém. Nem eu tenho a certeza do que faria numa situação destas ou se sequer ainda "via" alguma coisa àquela hora. Quero acreditar que sim, sei lá. Uma senhora com alguma idade, já no tapete das malas, quando me sentei no chão com a Luísa a dormir no colo e a Isabel encostada, se ofereceu para ajudar em alguma coisa. 


Mas pus-me a pensar em duas coisas:

- se calhar as pessoas têm medo de se oferecer para dar colo a uma criança que não seja "delas"

Uma vez li um post da Joana Gama que falava de um certo desconforto que cumprimentassem a Irene com abraços ou a agarrassem - já não me lembro bem - e percebi que somos todos muito diferentes no que diz respeito a limites, medos, corpos, etc.
Eu não vejo, à partida, razões para temer, nestes assuntos. Sou das que não fica melindrada com o facto das minhas filhas trocarem de fatos de banho na praia e fiquem um bocadinho nuas com receio de que haja predadores algures. Ou que mostrem mamas com estas idades. Ou que o animador da piscina a leve às cavalitas ou lhe faça cócegas. Por favor! Por que havemos - sempre - de pensar o pior? Que clima de suspeita é esse que se foi criando? Não sou ingénua, não, mas acho que o clima de medo com que querem que vivamos ou em que escolhemos viver também não nos faz bem enquanto sociedade. Ensinarmos aos nossos filhos o consentimento e os limites, sim, claro, não os obrigarmos a irem ao colo de outra pessoa, caso não queiram também me parece óbvio, mas calma! Nem 8 nem 80. E já nem falo das casas abertas para os vizinhos nas aldeias, que acho que isso já não existe, mas acho que andamos a ficar um bocado medrosos de mais, e que isso impede que se construam "aldeias" de entreajuda: "ficas aí um bocadinho com o meu filho para eu ir ali ao banco?", dito à vizinha do lado. Estamos a perder, cada vez mais, um olhar atento ao outro e às necessidades do outro e isso também nos prejudica a nós, num todo, enquanto comunidade.

- se calhar as pessoas acharam que se eu precisasse de ajuda, pediria

Não sei se ganhámos vergonha de pedir ajuda. Se calhar sim. Como se fosse significasse fraqueza. Queremos provar aos outros que está tudo controlado, que somos muito fortes e práticos e que somos capazes. Assumimos a responsabilidade de tudo, por inteiro: "os filhos são meus, aguenta". Eu já comecei a conseguir pedir mais ajuda, até para poder ir fazer coisas que não são assim tão importantes - por exemplo, no outro dia pedi à minha cunhada para me ficar com as miúdas para eu ir jantar fora ou assim, já nem sei. Não era para ir trabalhar, nem para resolver nada sério. Era simplesmente para ir espairecer e estar com amigos. E então? Correu tudo bem. Um dia, se ela ou outra pessoa qualquer me pedir ajuda, por saber o bem que me soube, vou querer retribuir, em dobro até. Favores em cadeia! Uma utopia? Talvez.

Mas bem, se fossem no mesmo voo que eu e só tivessem uma mochila para levar (e estivesse tudo okay com as vossas costas, etc), o que acham que fariam? E se fossem vocês as mães com duas crianças ao colo, pediriam ajuda? Acordavam-nas?

P.S. Aproveito para vos convidar a verem o primeiro vídeo do A Mãe é que sabe AJUDAR que já saiu no Youtube! Aqui!