5.15.2016

A verdade é esta: não temos dinheiro.

Bem sei que há pessoas em situações muito piores (há sempre), mas esta é a verdade: adorava presentear-vos com fotografias de uma ida em família a Lago de Como (Itália), mas temos que nos arranjar com o que há cá. Não é um post de uma ida fenomenal a um sítio maravilhoso, mas é um post que retrata uma das melhores tardes dos últimos tempos num evento de street food em frente ao ikea (não me pagaram, ponho em minúsculas porque não merecem mais atenção) de Alfragide.

Uma coisa que me pareceu meia "mal-amanhada" (no sentido em que fui à espera de uma coisa tipo pavilhão da Expo98 ahah) mas que nos fez a todos (eu, a Irene, a minha amiga Renata e o filho dela - que não posso publicar fotografias infelizmente porque tenho umas maravilhosas de hoje - Diogo) muuuito felizes. Meia dúzia de roulottes de crepes, hamburgueres, crepes (já tinha dito?), sumos, algumas bancas de coisas boas (uma delas era de uma leitora nossa que me veio dar dois beijinhos e que estava a vender sabonetes 100% naturais - ByMeny - cheiravam muito bem) e música pimbalhona a acompanhar. Perfeito. Juntando a isto algumas cadeirinhas da relva daquela loja sueca que não merece miminhos (ao contrário da banca da leitora), foi uma tarde mais do que perfeita. Eles tinham espaço para correr, apanharam sol e - mais importante que tudo - cansaram-se e adormeceram rápido ;)

A Renata e eu pudemos quase que relaxar nas cadeiras, mamar um valente crepe de Nutella com banana e ainda enfardar umas batatas fritas ali da barraca ao lado (não fiques triste, mãe, amanhã compenso e como só sopa o dia inteiro - a minha mãe cai para o lado se me vir a engordar de novo ou se um dia não pesar 21 kgs como ela ;)). 

O fim-de-semana podia só ter sido hoje que eu sentia que tinha valido a pena. Isto tudo para vos dizer várias coisas: 

1) Informem-se sobre as coisas que acontecem ao pé da vossa casa, há planos muito giros e que se podem tornar no melhor do vosso fim-de-semana. 

2) As pessoas que têm blogs sofrem imenso quando têm amigas que não deixam (e lá têm os seus motivos) publicar as fotos dos filhos delas (tenho umas aqui tão giras buáaaaa).

3) Nutella e Banana? Epá, sim. Acho que fiz amor com aquele crepe e estou-me a borrifar se ele gostou ou não.

4) Renata, adoro-te, estou muito feliz por nos termos voltado a encontrar e já mães e, ainda por cima, vizinhas. Acho que já reparaste porque não somos destas merd*s e até demos meio abraço hoje. 


Tudo dela.

Sim, às vezes não me apetece lavar-lhe as mãos depois de se chafurdar toda com canetas. 

Parecem aqueles pormenores fotografados por fotógrafas com máquinas de jeito. 

Vou continuar em negação que a camisa lhe esteja curta. 

Apetece-me beijá-la tanto e com tanta força que até lhe metia os olhos para dentro. 

Aqui parece que já dá para ver como vai ser quando for grande. 

O cabelo impossível de domar. 

Ehhh dentuças!

Ela abraçou-me espontaneamente, apesar de provavelmente estar super envergonhada da mãe estar de calções tão curtos e de collants pretos opacos. 

A minha velhota.

O casaco de não sei quê Inglês que a avó Sílvia lhe deu. Bordado inglês? Parece um padrão em braille. É giro.

Se calhar a Avó não vai gostar muito de ver o casaquinho no chão do campo de futebol ali de Alfragide.

Ahh não se passou nada.

Ups.

Camisinha, laço betinho e casaco de bordado inglês... Joana Paixão Brás, o que me estás a fazer???

Mais flexibilidade que a mãe num dia bom. 

E acabou assim o dia, mesmo em cima da hora de jantar. Super feliz. 

Roupa toda - Zara que eu cá não complico muito.

Sportinggg, Benficaaaa: de que clube é a miúda afinal?

Sou do Sporting, o pai é do Benfica e a miúda é do...

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5.14.2016

Gaguejei na SIC Mulher e falei de sexo na Antena 3

Temos andado a promover o nosso livro (e o blogue, claro) pelos meios de comunicação "afora". Acho que, apesar de gaguejar sempre um bocadinho aqui e ali - para quem não sabia, sou gaga (podem ler aqui) - tenho conseguido passar por cima desse obstáculo com naturalidade e sem qualquer vergonha, aliás, como sempre o fiz. 

Acho que se não vos contasse, achariam provavelmente que era só nervosinho normal e hesitações no discurso. Também é isso, mas é mais do que isso. Quando sou eu a entrevistar e a tomar o controlo da situação, controlo-me sempre um bocadinho melhor, mas quando é mais imprevisível e estou do outro lado, gaguejo sempre um bocadinho. Tudo ok, sou eu. 

Por acaso saí da entrevista com a Ana Rita Clara, no Faz Sentido, da SIC Mulher (que podem neste link: aqui), a achar que só tinha gaguejado, que não tinha corrido grande coisa ou que não tinha estado à altura, sei lá. Depois vi em casa e - raro em mim - até gostei de me ver. Nada de especial, mas nada que envergonhe. 

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Ontem, fui à Prova Oral, da Antena 3, com o ganda maluco do Fernando Alvim (podcast: aqui), com a Sara-a-Dias, a nossa ilustradora (e minha amiga desde a faculdade) e foi muito giro. Falámos dos partos (o da Sara demorou 24 horas, whatttt?), de mamas, dos cabelos que caem no pós-parto, eu sei lá... Se não conhecem o programa, digo-vos para estarem à espera de bastante parvoíce e boa disposição (não vão aprender nada hehe). Uma hora que passou num ápice - pelo menos para mim. Depois ainda gravámos mais 20 minutos e teria ficado ali à conversa mais uma boa meia hora, não estivesse já cheia de chichi e com uma contracção lá pelo meio, com afrontamentos à mistura (estou nessa fase).


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Foi uma semana cheia de holofotes e passadeiras vermelhas (estamos aqui, estamos a dar autógrafos na rua haha) e demasiado entusiasmo, tanto que ontem aqui a menina teve de ir tomar um banhinho de banheira cheia para relaxar, que já andava a contar contracções de 10 em 10 minutos e coiso e tal [sabem o que me aconteceu? Adormeci e dormi uma hora na banheira...]. Está tudo bem, hoje tive consulta e a Luisinha ainda está subida, pelo que não deve acontecer nos próximos dias. Ufa. Na próxima semana, já vou descansar mais, prometo!


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5.13.2016

Algo que me deixa... de rastos.

Sabem aquelas músicas tão mas tão bonitas que nos deixam tristes? Que parece que dão a volta? Na volta não sabem e é uma coisa só minha, mas... eu tenho a tendência para documentar tudo o que tenha ao meu alcance da Irene. Faria na mesma com blog ou sem blog. 

Depois, quando ela adormece e revejo... fico com o coração tão... mas tão apertado (não tenho outra expressão) da gratidão enorme que sinto de ser mãe e mãe da Irene. Acho que fico com saudades apesar de nem "há meia hora" ter pedido a tudo e todos para que ela adormecesse rápido, que me queria vir embora.

Acho que somos as maiores, juntas. E tudo porque ela é... a melhor filha que eu podia ter. 


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 É bom sentir que sou capaz de gerar, criar e amar um pedaço de vida assim, tão perfeito.

O Babyshower da Luísa

Nunca tinha ido a um babyshower. Não fiz sequer para a Isabel, apesar da sugestão de algumas amigas. Acho que até cheguei a ter pesadelos com pilhas de fraldas em formato de torre Eiffel, biberons, chuchas e cegonhas espalhados pelas paredes e mesas cheias de bolinhos em azul ou em rosa. Era esta a minha percepção de um babyshower. Não sei ainda sequer se é suposto irem só mulheres e amigas, nem tão pouco se, havendo bolo, se canta os parabéns: não me informei devidamente. O que eu sei é que ADOREI ter feito, desta vez, um babyshower.

Sem grandes coisas pensadas (fizemos um jogo giro com os homens presentes, que surgiu na hora), cantámos os parabéns (especialmente para ver a Isabel feliz da vida) mas com versões parvas sugeridas como "para a filha que há-de vir..." "para o feto na barriga... uma salva de palmas", foi uma festa muito divertida e que passou a correr. Adoro reunir amigos e este foi mais um pretexto - e metendo doces à mistura, um pretexto perfeito! - de celebrar a vinda de mais uma princesa às nossas vidas.

Ficam as fotografias da tarde muito bem passada no espaço acolhedor da Mom and Me, com a decoração lindíssima da Momentos com Design (parece que a querida Filipa me conhece de ginjeira, porque é mesmo, mesmo a minha cara: simples e romântica, mas cheia de pormenores lindos, feitos com imenso amor, à mão!) e o bolo e doces da Caramelo Encantado (deliciosos! A sério... não estão a perceber as mini pavlovas!... e os popcakes... e...).












Este balão, feito com flores, tinha uns papelinhos para os convidados deixarem mensagens à Luisinha <3















O casalinho hehe

A minha família linda <3


As duas miúdas, apanhadas em flagrante hehe



Tenho tantas, mas tantas fotos giras para vos mostrar, que vão ter de ficar para um próximo post. :)


 Espaço -  Mom and Me 
Decoração - Momentos com Design  
Bolo e doces - Caramelo Encantado

Obrigada a todas: tudo maravilhoso!

5.12.2016

Fiz o mais difícil: desisti.

Não, desistir não é para os fracos. Tenho aprendido isso, todos os dias. É para os fortes. 


Desistir implica desfazermo-nos de algo a que estávamos ligados ou afeiçoados, renunciar a algo que estava lá, que fazia parte dos nossos dias, e que, bem ou mal, fazia parte de nós e do que éramos. Desistir implica levantar a cabeça e ter força para abraçar um recomeço. Implica ter de lidar com olhares de espanto e - alguns - de reprovação. 
Desisti, nos últimos meses, de um trabalho, de uma casa e de uma vida na cidade. De algum conforto monetário. Desisti de uma vida intensa, de malabarismos com as horas, de alguma sofreguidão e agitação, de admiração por conseguir chegar a tanto lado e fazer tanta coisa. Desisti de tentar ser uma Super Mulher, cheia de tudo, mas [afinal] tão incompleta.

E procurei. Procurei, cá dentro e naquilo que importa, o recomeço. E encontro, todos os dias, um bocadinho. Não me encontrei ainda, não totalmente, mas o caminho não está a ser tão sinuoso como previ. Desisti para me encontrar. Para ter tempo. Para mim e para os que (me) importam. Para a que cresce em mim e para a que cresce ao meu lado [e sempre aqui dentro, no peito]. Para me ouvir, para escutar o que o meu coração me diz. Para redefinir o futuro. Com mais inseguranças - materiais - mas com mais confiança naquilo que sou e no que estou a construir. Prefiro demorar mais tempo, mas ter pilares mais fortes.

Não sei onde estarei nem o que farei no próximo ano. Mas sei o que serei. Mãe a dobrar, namorada, filha, mulher. 
Grata. Pela força dos que me rodeiam e pela força que tenho dentro de mim. Que sempre tive. Para desistir, para procurar, para recomeçar, para acreditar.


Assusta. Mete medo. Mas é importante desistir [nunca de nós, da nossa essência, daquilo que nos faz bem. Do resto]. Disse sim à mudança. Aos recomeços, de dentro para fora.


*Imagens WeHeartIt

5.11.2016

Não pára de berrar...!!

As últimas noites têm sido uma loucura. Não é porque acuse cansaço - tenho adormecido sempre com ela à noite uma horinha, pelo menos, mas tem sido doloroso os berros todos da Irene durante a noite. Parecem terrores nocturnos, mas já começo a achar que não. Cada vez mais me parece algo que notávamos imenso que era verdade quando ela era pequenina - os saltos e picos de desenvolvimento/crescimento.  Nem sempre a Vaca Amarela me ajuda.. 

Resumindo: é quando o cérebro deles está a fritar. Como se estivessem com SPM mas sem conseguirem mandar indirectas ou serem passivo-agressivos.

Noto que a Irene fica mais birrenta sem motivo algum por termos boas rotinas. Ela dorme às mesmas horas, dorme o mesmo número de horas, come às mesmas horas, pelo que alguma coisa a mudar, terá que ser dela (não quer dizer que não tenhamos excepções mas, tal como disse, não são o "normal). São como se fossem pesadelos, mas sem ser. 

Claro que, vem sempre alguma insegurança à superfície. Não consigo deixar de pensar se ela terá visto na televisão ou no ipad qualquer coisa que lhe tenha feito confusão (claro que estamos atentos, mas nunca conseguimos ter a certeza). Se foi por o Frederico e eu termos tido algum desentendimento que ela possa ter ficado com essas "emoções" dentro dela. Não sei.

"Ajuda-me" saber que a Isabel da Joana Paixão Brás também tem um vipes destes, mais me ajuda a ir pela teoria dos saltos e picos de coiso. 

Há por aí algum neurologista? Onde é que me posso informar sobre isto? Não estou em pânico (longe disso), mas gostava de saber. 




Estávamos tão nervosas!

Não costumamos estar nervosas nestas coisas das entrevistas. Eu já não fico (não me estou a armar em boa, mas já tive a minha fase de estar nervosa para estas coisas há uns anos e ficava muito) e a Joana também não. Como falamos de coisas que são mesmo verdade, nossas, não temos que pensar muito no que vamos dizer.

Hoje foi diferente. Hoje, quando chegámos ao estúdio e vimos a Cristina e o Manuel Luís Goucha acho que caiu em cima de nós uma... pedra enorme. Acho que nos apercebemos de que eles, juntos, são uns monstros da comunicação e que, o nosso medo não era que nos saíssemos mal, mas sim que não nos saíssemos super bem. 

Correu muito bem. Calma, não estamos "cheias de nós" e agora estamos armadas "em boas" porque vamos à televisão e não sei quê. Sabemos que correu bem porque não nos apeteceu sair dali. Não estávamos desconfortáveis e apetecia-nos ficar à conversa durante imenso, imenso tempo. 

Aliás, quando depois entrou a VT (videotrack, acho que é assim que se diz "em televisão") eles disseram que tinham adorado conversar connosco, que eramos convidadas muito isto e aquilo. Acho que aí sim, pelo menos para mim, foi como se fosse Natal. Pus a buchazinha se não precisavam de ninguém para umas colaborações e provavelmente não vai colar, mas ao menos sinto que disse o que tinha a dizer, pronto. ;)

Fiquei contente. Estavamos as duas bonitas (a equipa é espectacular) e acho que conseguimos passar algumas mensagens importantes, além de divulgarmos o nosso livro. 

Podem ver a entrevista aqui. E, já agora, digam-nos o que acharam. ;) 

Claro que tivemos de tirar as fotografiazinhas da praxe. Somos fãs. Eu sou. 




Obrigada à equipa que nos pôs tão bonitas. ;)


5.10.2016

HOJE vamos ao Goucha!

Ah pois vamos! 4a feira, dia 11 de maio (ou hoje, se estiverem a ler isto de manhã), vamos ao Goucha e à Cristina, "coisa mai boa"! Sim, estamos entusiasmadas! Sim, é sempre bom sermos entrevistadas pelos maiores! Mas há aqui um problemita.  

NÃO TENHO NADA PARA VESTIR!!! SOCORRO! 

Imagem WeHeartIt

Estão a ver aquela fase da gravidez em que já nada assenta como deve ser (não estou a falar contigo, Carolina Patrocínio! Rrrrrrr...)? Em que ter barriga grande é uma maravilha, mas se não viesse acompanhada por duas asas de panela gigantes de cada lado, óptimas para agarrar, era muito melhor? Sim, isto está tudo muito bem feito, é a natureza a acumular gordura para assegurar a sobrevivência, blá, blá, mas expliquem lá isso aos meus vestidinhos guardados no armário. Até as túnicas fogem a sete pés, cheias de medo que as costuras rebentem.

E uma pessoa, que só vai estar ao lado da elegantérrima da Cristina e com uma Joana Gama que está boa como o milho, não quer ir de pijama (coisa que, por mim, se tornaria farda oficial das grávidas e pronto). Bem. Alguma coisa tem de servir. 

Vamos ao que realmente importa: vamos falar de um tema que nos diz muito (o que será? Bolachas milka? Macramé?) e contamos convosco para sintonizarem o canal, mandarem bitaites na página do Você na TV, dizerem que eu sou a mais linda, o que vos der na gana. :)

Wish us luck! 


Estar grávida do segundo filho.

Confesso que, por muito que me dissessem que a magia era igual, não senti durante muito tempo. Não senti como da primeira. Andei ali que tempos a estranhar tudo, a esquecer-me de que estava grávida tantas e tantas vezes, a não ter uma ligação tão intensa com a minha barriga, pelo menos não tão intensa como da primeira vez. Nem o tempo de gravidez me pareceu o mesmo: passou tudo muito mais rápido. Não escrevi tudo num caderninho, não fiz um diário, não escrevi coisas apaixonantes, não tomei longos banhos de espuma a namorar cada pontapé, não cantei vezes sem conta para a bebé, nem conversei tanto com ela, não pus a barriga a ouvir música clássica. O pai não falou tantas vezes com ela, não beijou tanto a barriga, eu não comentei tanto cada pontapé, não roubei tantas vezes a mão do pai para sentir cada movimento. Não fiz tantas juras de amor. Não saboreei, com aquela paixão descompassada, cada segundo. Não fotografei a barriga todas as semanas. Não tive tantos medos, nem enjoos sequer. Não fiquei ansiosa nem fiz a mala com antecedência. Apesar da curiosidade, não a quis conhecer antes de tempo. Não tive, nem tenho, pressa. 

Acredito que, pela minha descrição, estar grávida do segundo filho possa soar a algo frio e desapaixonado. Não é. É algo sereno, terno, apaziguador. Amo e desejo esta minha filha tal como desejei a primeira. Mas, talvez por já conhecer o Amor na verdadeira acepção da palavra, a paixão louca da primeira gravidez dá lugar a uma experiência mais madura, mais calma, por já adivinharmos que vai culminar num amor maior do que tudo. A gravidez acaba por ser um misto de "já sei o que é" com um "que maravilha!". É um "já não me lembrava que era assim" com um "ficava nisto mais uns tempos". Tirando o episódio da semana que passou, esta foi uma gravidez santa, sem queixumes, sem dores, sem grandes ansiedades, nem sequer metade das idas à casa de banho. E, como não sei se será a última vez que estarei grávida, até já tenho saudades.

Estou grávida de 36 semanas, a um mês - se tanto - de conhecer a Luisinha. No tempo que nos falta, vou fazendo as despedidas, devagarinho, da minha barriga (que tem uma filhota aos soluços neste preciso momento), da Isabel como filha única e, também, de mim, como mãe de apenas uma, que consegue ter um colo sempre disponível. Não sei o que me espera. Assusta-me um bocadinho a gestão inicial, a partilha da atenção entre ambas, mas quero acreditar que o meu coração de mãe vai saber o que fazer e que o meu colo se vai espraiar, como as margens de um rio.

Só sei que vai ser uma aventura e tanto e que vamos ser muito felizes. Para já? Duas gravidezes vivenciadas de forma completamente diferente, mas uma certeza no coração: sou uma sortuda por poder sentir em mim este milagre da Vida.





5.09.2016

Até me fez imersão!

Abençoado domingo em que decidi questionar as nossas rotinas. Geralmente, enquanto a Irene dorme a sesta da tarde, vou rapidamente aninhar-me no sofá para ver qualquer coisa na televisão com o Frederico e cochilar um pouco (já mesmo quando a miúda está quase a acordar -  um clássico). 

Depois de adormecer a Irene e de ficar alguns minutos só a ouvi-la respirar e ver o corpinho dela a mexer com a respiração, decidi não fazer o mesmo de sempre. Fui tomar um banho, longo, demorado, de imersão. 

Uma amiga minha ofereceu umas "bombas" para o banho. Uma espécie de sais para o banho, óptimas e só naturais. Experimentei e... fui feliz. Durante meia hora, pus-me toda a parte de mim que cabia dentro da banheira, ouvidos e tudo e ignorei o mundo exterior. O intercomunicador estava ligado, a água conduz o som e, portanto, qualquer coisa podia ouvir. 

Senti a minha cabeça a viajar, desde pensamentos mais concretos como "o que vou fazer a seguir", para "os rebuçados deviam ter mais cores". Senti que a minha cabeça andava aos berros e que consegui acalmá-la um bocadinho. Acho que meditei ou que me hipnotizei. Qualquer coisa. 

A água estava à temperatura perfeita e, como estava cheia de espuma, conseguia ouvir a espuma a desfazer-se nos meus ouvidos e pequenas bolhinhas de ar a contornarem-me o corpo. 

Senti primeiro os pés, isolei-os do resto do corpo. Depois as pernas, depois a barriga (parece que me esqueci do pipi), as mamas, o pescoço e a cabeça. Entrei mesmo num estado diferente que, sinceramente, não tinha nenhum outro propósito que não simplesmente deixar de ser um bocadinho. 

Acho que foi um efeito tipo SPA/Yoga só que na banheira da minha casa de banho. Foram 30 minutos em que borrifei para imensa coisa, para o cochilar no sofá, para dar um jeito à cozinha, pôr a roupa a secar... tudo. 

Adorei. 


Lembrei-me agora que um dos pensamentos que me veio à cabeça foi agradecer ao meu corpo por se ter portado tão bem durante o parto, por ter funcionado, por me ter feito ter a Irene. 

Não costumo ser tão esotérica. Influências de uma amiga minha (obrigada, Eugénia) e, sinceramente, acho cada vez mais que o crescimento interior tem de passar por reconhecermos mais a nossa dimensão espiritual que deve passar todos os dias amuada a um canto por não lhe prestarmos atenção.

Não sou coach de nada, não sei nada de Mindfulness, foi uma experiência que correu bem e que me deixou muito bem disposta e contente comigo, por me ter dado esse momento. 

Experimentem também.

PS - Não façam é como eu e tenham o telefone perto da banheira que, quando vibrou, apanhei um susto tão grande que me ia afogando. Eu, se é para me afogar, não pode ser naquela posição como se fosse a parir de fininho. 

a Mãe dá - Livros a Mãe é que sabe

Vocês não vão acreditar! 

A vossa vida muda hoje. Esqueçam tudo o que fizeram até hoje! Há a vossa vida antes deste momento e depois deste momento. 

Vamos oferecer-vos 10 livros a Mãe é que sabe (não me apetece nada ir pô-los ao correio, mas pronto, depois vejo como faço isso que não há de ser a grávida a ir, estou feita). 

Nós gostamos muito do livro (ahah, claro que sim), apesar de nenhuma das duas o ter lido. É uma compilação daqueles que julgamos serem os textos essenciais dos dois primeiros anos das nossa vida enquanto mães mas, para que também não nos achem preguiçosas, também tem textos originais.

Nós vamos apresentado os capítulos à medida que os forem lendo. Têm sempre uma conversa entre as duas Joanas (nós, que horror, estou a falar de nós), em que explicamos o que nos passou pela cabeça, se é o que nos passou alguma coisa. 

Além disso, decidimos incluir os vossos comentários (não todos que, senão, iríamos ter um livro da dimensão de um Pantagruel ou algo do género), porque a verdade é que vocês fazem tanto parte deste blog como nós (ohhh, lagriminha).

Sinopse:

"Mais do que uma ida à esteticista, o que toda a mãe precisa, ainda para mais nos primeiros tempos, é sentir-se compreendida, acompanhada e confiante (quase que parecia um anúncio a pensos higiénicos agora, nós sabemos). A mãe é que sabe. E se há alguém que tenha de meter isso na cabeça somos nós, as mães. Produto de um blogue criado com muito amor mas que, à semelhança dos bebés, com muito cocó também à mistura, este é um livro que pretende ser a melhor amiga de quem esteja a passar pela maternidade (não o edifício em si, mas a aventura de ser mãe). Infelizmente, nem sempre engravidamos ao mesmo tempo que as nossas amigas e, por isso, ou fazemos um bloguezinho (ups) ou ficamos a falar com as paredes. Sabemos que não têm tempo para ler este livro, mas certificamo-nos que ficaríamos bem na prateleira - apesar de, por termos sido mães, já não termos uma prateleira em condições. Estamos convosco. Aqui está como sobrevivemos aos primeiros dois anos da Isabel e da Irene." 

Têm aqui um excerto do livro, se quiserem dar uma olhadela. 



O que têm de fazer? Muito simples.

1- Comprar um livro (ahah, a brincar). 

2 - Partilhar o post do passatempo que está no Facebook publicamente, este:


                          

3 - Comentar o mesmo post com "se não ganhar, eu compro um". ;)

4 - O sorteio há de ser por random.org e iremos anunciar os vencedores em forma de comentário no próprio post, pedindo que nos enviem uma mensagem com a morada para a nossa página. 


Anuncio os vencedores no Domingo de manhã. Se me esquecer, não é por mal, mas em princípio não me esqueço porque sou muita boa. 

5.08.2016

Queridas Joanas,

Imagem WeHeartIt


"Queridas Joanas,

Escrevo hoje porque agora a mãe sabe. Acompanhei religiosamente o vosso blogue ao longo da gravidez, assimilando conhecimento mas também muito humor e amor.

A minha Joaninha nasceu na passada segunda feira dia 2 de maio pelas 19h, com 2,430 e 46 cm. Pequenina como a mãe e calminha como o pai!!

Agora a mãe sabe o que é:
Amar incondicionalmente
Apaixonar-se de amor profundo cada dia ainda mais
Admirar cada curvinha e dobrinha
Ver se respira a cada 30 segundos
Achar que todo o choro é do nosso filho mesmo que ela seja a mais calma da enfermaria
Aguentar 30 horas de contrações e rezar à Santa Epidural
Cerrar os dentes mesmo que o bico do peito esteja um pouco gretado
Usar fraldas para a incontinência por tempo ainda indeterminado
Não conseguir rir porque repuxam os pontos
Usar camisas abertas à frente dois números acima
Arejar o peito pela casa sempre que ninguém está a ver
Ouvir 500 mil bitaites, 50% baseados em superstições da Idade Média (não comas bacalhau enquanto amamentas que a criança vai sair ranhosa, se o bebé abre a boca muitas vezes faz uma cruz de saliva na testa...)
A mãe Natacha agora sabe que este amor é para sempre!!
P.s. Só comprei as fraldas por vossa causa lol melhor dica de sempre.

Beijinhos da mãe Natacha e da Joaninha para as mães Joanas e filhas"



Um muito obrigada à Natacha, pelo email que nos enviou, pela partilha desta enorme felicidade do nascimento da Joaninha. Dá a tudo isto de "ter um blogue" um sentido de reciprocidade grande e sentimo-nos muito acarinhadas por nos confiarem os grandes momentos das vossas vidas.

[Já agora, as fraldas de que a Natacha fala são aquelas de incontinência de que vos falei aqui e aqui e que considero a melhor dica para levar na mala da maternidade, modéstia à parte. Tenho de ir comprá-las esta semana para fazer de uma vez por todas a porcaria da mala, que ando a adiar como se fosse um elefante asiático e só fosse parir lá para as 87 semanas de gestação.]
 

Fui à bruxa.

Quer dizer, não foi bem assim. A bruxa acabou por vir até mim. Ainda não é bem isto. 

Trocando por miúdos, a minha mãe, apesar da formação em psicologia e filosofia, acredita em tudo o que é energias cósmicas, maus-olhados e quebrantos. Já quando eu estava eu grávida da Isabel, pôs-me a tomar banho com sal, para equilibrar as minhas forças energéticas. Pensei "mal não me faz e se ela fica mais descansada com isto, vamos a isso". 

Hoje soube que uma senhora da terra da minha mãe pôs num prato água com azeite, fez umas rezas, falou em mim e eu estava cheia de quebranto. Eu, completamente ignorante nestas matérias, deduzo que devia estar cheia de maus-olhados e más energias no meu corpo (malditas haters... hehe). Depois das rezas, disse a minha mãe, devo ter ficado a sentir-me muito melhor.

Sou céptica. Bastante. Acredito em energias, tenho a certeza de que nos deixamos contagiar por quem estamos rodeados, tenho a certeza de que há pessoas tóxicas e que essas más energias nos podem influenciar, mas daí a meter sal e azeite ao barulho (adoro, mas num pãozinho acabado de sair do forno, com alho e oregãos) e a acreditar no poder de algumas pessoas para nos "lavarem o corpo" à distância, tenho ainda um longo caminho a percorrer. Mas como também tenho um bocadinho daquela coisa a que chamamos vulgarmente miaúfa (medinho, caganço), prefiro não gozar muito com a coisa, respeitinho e alguma distância, por que las hay las hay.  

Pensando bem, nem tenho um amuleto, um olho grego numa pulseira, nadinha de nada. E desse lado, alguma crença nestas matérias espirituais?

10 motivos para (não) ter um blog.

Sempre tive blogs toda a minha vida. Vá, desde que existe internet. Sempre tive necessidade e vontade de escrever porque, de alguma forma, não vos sei explicar bem, é assim que organizo a minha cabeça. Não consigo parar para falar comigo no dia-a-dia e isto, assim, ajuda-me a sistematizar, a perceber o que sinto, quem sou (ai que bonito).  A dificuldade e as gratificações de ter um blog dependem muito do que pretendemos com ele. Já tive vários: 

- Um diário - sem qualquer pretensão de ser lido por muita gente. Funcionando praticamente como arquivo pessoal em que publicava fotografias dos meus afazeres, contava o que tinha feito e, ocasionalmente uns desabafos mais intensos quando havia desgostos amorosos ou problemas familiares ou do género. 

- Um álbum - ser menos escrita e mais fotografia (e aqui tanto dá para ser mais no registo de diário como de portfolio se se interessarem por fotografia a sério - tive os dois). 

- Um blog artístico - com desabafos super encriptados e reflexões filosóficas da vida muito ao estilo de uma pita intensa a passar por uma fase de auto-descoberta com muito drama à mistura e não assinado.

- Este blog. Um blogue de maternidade, que funciona como diário, mas que junta reflexões, fotografias com qualidade (outras nem tanto) e com algum humor e que pretende ser lido por muita gente, por vocês. 


Os três primeiros géneros são "apenas" para gratificação pessoal (o mais importante). Ou para poupar dinheiro num psiquiatra ou para ter registo das nossas coisas partilhando com aqueles que nos apetecer (porque não havia facebook na altura e, por isso, só chegava ao endereço quem soubesse dele). Surpreendi-me porque o primeiro e o terceiro tiveram ainda muita gente a ler. Fazia um post por dia ou menos. 

Quanto a este blogue, é um blogue que dá imenso trabalho. Convém mesmo - e daí também sermos duas (para além da pluralidade) - escrever frequentemente para vocês não se esquecerem de nós. A sorte é que ambas temos aquela necessidade de escrever e de partilhar que vos falei ali ao início. 

Já estão a morrer com tanta seca? Tá bem. 

Isto tudo para dizer que os 10 motivos para ter um blog (e para não ter) dependem muito do que quiserem de um blog e, portanto, do retorno que quiserem ter. Suponhamos, só para simplificar que queriam ter um blogue de sucesso como o nosso (ahah). 

10 motivos para ter um blogue: 

1 - Podemos partilhar com um grupo grande de pessoas coisas que nos unem e que nos fazem sentir normais. 

2 - Ficamos com um arquivo muito engraçado e genuíno daquele período de tempo.

3 - Podemos um dia vir a ter um negócio com o blog, sem comprometer a qualidade dos conteúdos e não passando a ser um estendal de publicidade (bom, isso depende de cada uma). 

4 - Menos tempos mortos (porque uma mãe não está suficientemente ocupada, não é?) e sensação de se ter embarcado num projecto. De alguma forma sentimo-nos empreendedoras. 

5 - Aliviar conversas menos interessantes para os nossos amigos. 

6 - (já me estou a ver à rasca) Se escreverem muito e bem (cof... cof) fica mais de metade do trabalho  feito para publicarem um livro. 

7 - Os familiares têm acesso a informações mais detalhadas sobre o que vai na vossa cabeça (isto pode nem sempre ser bom).

8 - Podemos inspirar e informar pessoas de alternativas que poderão fazer sentido para a vida delas (só me lembrei desta agora? que chatice! as haters vão dizer "mas a do negócio lembras-te logo, sua vacarrona!). 

9 - Tirarmos dúvidas com outras mães sobre mezinhas e pedirmos opinião nalgumas decisões. 

10 - Um espaço em que escrevemos e que há alguém que nos queira ler. 

10 motivos para NÃO ter um blogue: 

1- Para se ter sucesso dá um trabalho que é só estúpido. 

2 - Temos de interromper os nossos fins-de-semana para escrever posts como é o caso. 

3 - Parece que temos de ter uma sensibilidade super apurada, uma enorme auto-censura e "medo" para não podermos dizer o que realmente pensamos e não magoarmos sempre alguém. 

4 - Demora muito tempo até se conseguir desenvolver um negócio rentável proporcional ao esforço empregue (nós ainda não conseguimos!).

5 - Temos de lidar com várias sensibilidades dentro das nossas famílias sobre o que podemos expor, que fotografias publicar, do que podemos e não podemos falar. 

6 - Estarmos completamente expostas à opinião de qualquer pessoa e termos de lidar com isso. 

7 - Ficar tudo registado nos arquivos da internet. Se fizerem uma pesquisa pelos nossos nomes vão aparecer coisas que se calhar não gostaríamos que fosse a primeira impressão que alguém tivesse de nós. 

8 - Levarmos com bocas de quem não percebe o que nós fazemos numa de "ai vai lá escrever mais um post, ó blogger", "porque eu sou blogger", blá blá. Existe um preconceito. 

9 - Termos de lidar com uma vertente "empresarial" que não nos agrada e tratar de publicidades, orçamentos, pormenores, negociações... (blergh). 

10 - Nunca podermos relaxar porque sabemos que temos de arranjar conteúdo frequentemente. 


Mais uma vez, não se aplica a TODOS os blogues. Peguei no que sinto. Somos um blogue que não se importa com a concorrência porque sabemos os benefícios que ter um blogue traz principalmente à "cabeça". E porque sentimos que não somos concorrentes umas das outras por sermos todas diferentes. 

E vocês, bloggers ou ex-bloggers, querem acrescentar alguma coisa? O link para o vosso blog nos comentários por exemplo? 

;)