12.28.2015

Irrita, mas é verdade.

Acho que não vos consigo transmitir o quanto me enerva toda a gente dizer a mesma coisa a toda a gente. O que mais ouvi até agora, além de elogios à miúda (apesar de dizerem na mesma frase que sai ao pai, ahah), foi "aproveita, que eles crescem rápido". 

Eles não crescem rápido, o dia é que tem horas a menos para tanta coisa que temos de fazer e para a pressão que pomos em nós mesmos. Se o dia já é curto, com a nossa pressa, fica ainda mais. Se nessa pressa, metade do tempo estivermos a tratar de outras coisas no telemóvel (ou só a varrer o instagram), sim... vai parecer que eles crescem rápido.

Se, no meio disto tudo, ainda nos pusermos a rever fotografias antigas e nos deliciarmos com as diferenças, com a gordurinha nos bracinhos, a cor branca de bebé que nunca apanhou sol, os lábios rosa, o cabelo descoordenado, os pezinhos de quem ainda não usou All Star... 

Tirem fotografias, muitas. Ainda mais se forem como eu e não conseguirem reter imagens na vossa cabeça durante muito tempo. Não se esqueçam também de olhar muito para fora da lente porque o que está a acontecer é real. Senão o tempo passa ainda mais rápido... 

Esta fotografia foi no Verão e noto tanto dela aqui. Lembro-me tão bem deste dia. Quis só partilhar isto convosco, para que se lembrem mais uma vez que vamos ter saudades um dia deste dia. 















As Marias - Três é a conta que Deus fez

Até há umas semanas, ter duas filhas deixava-me preenchida - mais do que isso, realizada. Dava por mim muitas vezes a olhar para elas enquanto brincavam e a pensar que ver aquelas duas crescer, e envelhecer junto delas, era a maior felicidade que esta vida me poderia dar.  Mas um dia, há bem pouco tempo, um teste de gravidez deu positivo e eu fiquei sem tapete. “Então mas agora vou ter mais um filho?”. “ Como é que isto aconteceu?”, mandava para o ar enquanto o pai ria, sem tirar os olhos de mim – provavelmente com os nervos. “Mas eu tomei tudo direitinho, nunca me esqueci”. Pois foi, tudo direitinho. O problema é que também tomei direitinho um antibiótico que, provavelmente, fez curto-circuito com a pílula… A verdade é que vem aí o terceiro filho. E escusam de fazer esse ar de surpreendidas, porque de certezinha que já leram nas revistas. Aliás, estas descobriram antes da maioria das minhas tias-avós. Até porque no início só contei a três pessoas. Estava a tentar mentalizar-me – e, honestamente, a tentar convencer-me de que era uma boa notícia. O pai repetia-me que sim, mas para mim não foi imediato. Foram semanas atribuladas, com pensamentos e estados de alma contraditórios.

Agora, as minhas 16 semanas de gravidez falam-me em forma de cliché e dizem-me que este é “o melhor presente” que podíamos ter recebido. Que “três é a conta que Deus fez”. Às vezes, encaixar num cliché é bom, é confortável. E a verdade é que o meu coração de mãe de duas sofreu um novo estímulo e dilatou mais um bocadinho. E à medida que a barriga cresce – e se ela cresce! - o meu coração cresce com ela, numa harmonia que me diz que “está tudo bem”, “vai correr tudo bem”.

Continuo a ter pesadelos com o final da gravidez, o parto e o pós-parto. E não sinto saudades dos primeiros meses, das fraldas e das noites mal dormidas. Mas já não é nisto que penso em primeiro lugar quando, a meio do dia, sem razão aparente, me lembro de que estou grávida e sorrio – às vezes só para dentro, outras para fora, feita tonta.

Agora, é rezar para que as minhas amigas me devolvam tudo o que lhes emprestei – e/ou dei – porque já tinha “fechado a loja”. Por enquanto, certo certo é que a criança não vai ter frio nos pés…



Catarina Raminhos, mãe da Maria Rita, da Maria Inês e grávida de 16 semanas

Eu, costureira, me confesso.

E quando estamos grávidas em casa? 

Foi o que me aconteceu. Passei alguns meses em casa antes da Irene nascer. Não aconselho a toda a gente a trabalhar até ao final da gravidez, mas digo apenas que as últimas semanas até a Irene nascer e, estando em casa, foram uma tortura. O tempo passa demasiado devagar. Eu fiz contas a que ela pudesse nascer depois das 35 semanas (é quando é viável), mas lixei-me e fui até às 42 (ainda bem para mim e para ela, que eles devem nascer quando têm que nascer e não antes do médico ir de férias). 

Já não podia com o tédio de ficar em casa. Tinha a companhia do Frederico, ia às aulas de preparação para o parto no SFX, mas nem por isso os outros dias se tornavam fáceis para mim. Lavei e passei a roupa dela, fui preparando o ninho e tal, mas booooriiingg.


Pensei: porque não aproveitar este tempo livre para me dedicar a algo que sempre tive curiosidade? Pumbas. A minha avó era costureira e sempre admirei a capacidade de podermos criar coisas para nós, ao nosso gosto, apenas imaginando-as na nossa cabeça. 

Não é assim tão simples, mas foi muito divertido tentar. 

Comprei uma máquina de costura no Ikea, alguns tecidos e diverti-me a fazer sacos, estojos para canetas, um porta maquilhagem, capas para as toalhitas, tentei fazer uma tshirt (ahah, não)... E assim foram passando os dias... Diverti-me imenso, sinto que desenvolvi algumas capacidades motoras e cerebrais que estavam apodrecidas e o tempo foi passando. 

Sonhava com a Irene estar a fazer a sesta e eu fazer roupinhas para ela, mas a Joana Paixão Brás e eu fomos a um workshop quando elas tinham uns 4 meses (acho eu) e... foram umas 5 horas para fazer dois fofos ou lá como é que aquilo se chama. 

Não. 

É uma das ocupações que vos sugiro, grávidas que fiquem em casa por risco ou outro motivo qualquer. Eu adorei! 

Até onde foi o vosso desespero? Chegaram à costura? 

Devia ser Natal durante uma semana inteirinha!

Sim, já estou com a neura de ter de voltar ao trabalho, adivinharam. Uma invejazita de quem põe férias nesta altura, admito. Mas eu sou uma pessoa pouco rezingona e isto já me passa.

Fotografias deste Natal? Poucas ou quase nenhumas. Não faz mal. Está tudo na minha cabecita. No dia 24, a Isabel a abrir os presentes, que espaçámos (odeio aquela sofreguidão em que eles nem vêem bem o que está dentro das caixas e já estão a abrir o próximo), a felicidade dela em ter tanta gente a adorá-la e a brincar com ela, aguentou-se bem até às 23h e tal, o bacalhau com magusto da avó Rosel (o que eu adoro aquilo), a boa disposição e alegria da família,  tudo inesquecível. Já não me lembrava de como o Natal pode ser mesmo, mesmo memorável. Dia 25 também foi bom, bem preenchido e, apesar de termos andado nas capelinhas todas, foi pacífico e adorei ver a Isabel feliz da vida (têm só de lhe dar 30/40 minutinhos para se ambientar às pessoas e a partir do momento em que tem sono, esqueçam). O Natal acabou hoje, depois de visitar os meus primos mais novos (adorei vê-los brincar com a Isabel, adorei, adorei!) e de estar com as amigas de sempre (parabéns, Deduxa!). Disse vinte vezes "adorei"?. Disse, foi mesmo uma maravilha. Adorei estes dias. 

Cá estão as fotos possíveis (a meia luz + Isabel que não para quieta + pouca vontade para estar atrás da lente, quis estar a conviver a aproveitar todos os instantes).






A minha foto preferida, no Instagram:

Resistente! A beber chá com a bisavó ❤️ Natal!



Brincadeiras da manhã:


Por aqui há chá, bolos, torradas e a mãe coelha dorme com o bebé (hoje a mãe dormiu mesmo com a filha ❤️)

12.27.2015

Coisas que os bebés costumam odiar!

Completem a lista!

E, sim, já sabemos que há excepções: o Manel que adora que lhe lavem o cabelo e a Maria que desenvolveu um gosto esquisito pelos supositórios... ;)



  • Supositórios
Não era giro? Alguém chegar à farmácia e dizer: "tem aí supositórios? De qualquer coisa, tanto dá, é que a miúda fica tão contente...".
  • Medir a febre no braço ou no rabo
Tudo aquilo que implique eles ficarem imóveis (sem perceberem porquê) é chato. E creio que no rabo não será lá muito agradável. Não sei e não pretendo saber em breve que tenho uma vida algo ocupada. 
  • Mudar a fralda
Há fases. Há fazes em que nem reparam no que está a acontecer e há outras em que temos de de montar todo um circo Cardinali para lhes limpar o cocó da peidola. É o caso da Irene, agora e a história da comida antiga
  • Lavar o cabelo
Eu percebo. Bebé que é bebé tem medo de morrer. Eu também tenho um bocado. E a água escorre-lhes pela cara e não há nada que possam fazer, nem reconhecem aquela sensação. Além de que apesar de alguns champôs dizerem "sem  lágrimas", a miúda chora na mesma. E como ainda não são vaidosos, depois não vão olhar para o espelho e pensar "custou, mas valeu a pena, olhem só para este volume". 
  • Pôr soro no nariz
Outra. Alguém gosta? Há gente esquisita. Já ouvi dizer que houve quem dissesse a uma auxiliar "nasci para fazer clisteres", mas pôr soro no nariz... ainda para mais deitado... é o mesmo que gostar que lhe façam amonas na piscina. Se ainda conseguissem ser eles próprios a fazer, mas não: 0 tempo de mentalização. Tungas. 
  • Aspirar o ranho
Horrível. Aquilo no nosso nariz não faz grande mossa, mas posso dizer que já fui operada ao nariz e a sensação de nos tirarem algo do nariz assim é como se nos estivessem a chupar o cérebro para fora. É normal que não gostem, digo eu. De resto, isto de andarmos a aspirar macacos do nariz com a boca... hmm... 
  • Cortar as unhas
É preciso fazer imensos teatrinhos e passamos pela fase em que a lima parece mais prática, mas não. Depois é a tesoura e depois é o corta-unhas. O ideal era mesmo arranjar-lhes um arranhador como há para os gatos e que eles se entretivessem sem nos chatearem a cabeça. 
  • Lavar os dentes
Ui! Comer a pasta é bom, mas e lavar os dentes? Querem ser eles a fazer (quando querem) e fica tudo só num lado e sem escovar, sequer. No meu caso tenho de contar histórias como se fosse um animador de campos de férias para adolescentes com problemas de entendimento, tenho de dar tudo. Lá vou conseguindo.
  • Vacinas
Não é agradável. Nem sei para quem é pior: se para nós ou para eles. Custa-me muito crer que em pleno século XXI, ainda não haja uma solução mais fácil que esta estupidez. Um pensinho no braço para ser absorvido? Sei lá. 
  • Tomar banho
Interrompe o que eles estão a fazer, claro. Há maneiras de minimizar tudo isto com algumas ideias sugeridas pela Disciplina/Parentalidade Positiva. Como, por exemplo: avisar que daqui a pouco vai tomar banho, haver rotina, etc. Porém, a mim, às vezes, também não me apetece tomar banho. A diferença é que só vou quando me apetece ou, então, sei quais são as consequências de não ir. 
  • Calçarem pantufas ou sapatos
O ideal seria não usarem nada disso durante os primeiros tempos, mas não moramos numa loja de tapetes. Não querem porque gostam de sentir os pézinhos no chão e, acima de tudo, porque nós queremos. É o "tem de ser, senão fica com ranho". 
  • Secar o cabelo com o secador
Mete medo ao susto o barulho? Mete. Eles, quando são mesmo bebés, adoram ruídos brancos para adormecer porque o som fica bastante semelhante ao que eles ouviam quando estavam na nossa barriga. Quando crescem... é preciso uns meses... (ainda não consegui) a convecê-los de que sai um quentinho bom e que é divertido...Grr. Não me apetece nada andar a secar-lhe o cabelo com ela histérica..

E mais coisas? 

Há bebés que não gostam de comer, certo? Não gostam de ir dormir, não gostam de ir para a escolha, não gostam de fazer os trabalhos de casa (aí já não tão bebés, presumo, senão seriam sobredotados...).

Que complicações há por aí? 

O meu momento preferido. Todos os dias.

Desde que voltei a trabalhar, os momentos com a Irene passaram a ter outro brilho. Estou mais disponível para ela num intervalo menor de tempo e passo praticamente o tempo inteiro (em que não estou a dar um jeitinho à casa, sabem como é) a tirar-lhe fotografia com os olhos ou a decorar os dentinhos dela quando sorri... compará-la com o pai, pronto. Tudo. 

Se já antes adorava o banho, agora ainda mais. Vê-la despidinha, ver a barriga ainda de  bebé, os pezinhos cheios de espuma, a maneira como ela se esquece de que a estou a observar... 

É como aquele momento em que nos apaixonamos. Só que todos os dias e pela mesma pessoa 





Agora outra coisa: a miúda odeia que lhe lave o cabelo. Como solução só aquelas coisinhas que já vi em forma de flor para por na cabeça dos miúdos? Já fiz tanta palhaçada e nada... Grrr.

12.26.2015

Custa-me tantooooo!

A miúda anda ainda a antibiótico e, como sabem, tem mesmo de ser dado a horas e sem falhas para eles não criarem resistência e depois, numa outra altura, precisarem muito do antibiótico e ele não funcionar. 

Isso significa que tenho de acordar a Irene pelo menos uma vez por dia para dar o antibiótico e... custa tanto. 

Ela está a dormir tão quentinha, tão calminha (ontem nem sequer ainda se tinha mexido desde que a tinha deitado) e lá tive eu de a acordar, para lhe dar uma seringada de Clavamox à boca... 

Por acaso ela gosta do sabor. Por acaso adormece rápido porque leva com uma teta a seguir, mas custa tanto. 

Imagino os pais que possam ter que os acordar de manhã para irem para a escola, com o frio que tem estado... brrrrr.


Para mim, acordar uma criança é uma atrocidade! E isto porquê? Odeio ser acordada, odeio. Odeio. Odeio.


12.25.2015

Não desistam!!

Sabem aqueles brinquedos que ficaram todas entusiasmadas ao terem visto em casa de alguém ou até quando passaram por aquela secção do Ikea? Compraram-nas a pensar que ia ser uma festa sem fim lá em casa e que os vossos filhos se iam passar e depois nada? Ficariam mais contentes se lhes tivéssemos dado metade de um tremoço? Foi isso que aconteceu. A duração desta sessão fotográfica foi o tempo que a Irene dedicou à porcaria do túnel que eu achava que iria ser uma revelação. 



Claro que ainda esperei mais alguns dias com este monstro na sala, mas era-lhe igual. Gostava tanto disto como eu gosto que me digam que tenho pouco cabelo.


Mas não desistam! Agora, uns 5 meses depois, a Irene voltou a descobrir o túnel (fui buscá-lo ao armário numa última tentativa de fazer render os 15 euros ou lá o que foi) e adorou! Sim, é capaz de ter uma mãe um pouco precipitada a comprar brinquedos que não são para a idade dela, mas a Isabel da Joana Paixão Brás já gostava na altura (sacana). 

Por isso, se eles não gostarem de um brinquedo, não desistam! Espetem-nos outra vez dali a uns meses que até andam de lado (no caso da Irene, ela andou de lado ainda uns bons tempos, mas literalmente). 





12.24.2015

As nossas decorações de NATAL!











Um muito obrigada à Momentos com Design, que se prontificou a ajudar-me nas decorações. Simples e suaves, como eu gosto. Agora só falta o mais importante. A comida família! :) 

Por aqui está já a ser tudo o que sonhei: filha, filha(o) na barriga, maridão, mãe, pai (que, apesar de separados, são muito amigos), mano, cunhada, avó, primos, tios. Felicidade é isto!

FELIZ NATAL a todos! Sejam felizes nesta consoada e durante o dia de amanhã. E todos os outros!

Não sou a Joana Paixão Brás mas também tenho sentimentos: Feliz Natal!

Sabem o que vos desejo? 

Que vocês, mães, vocês que tinham este sonho de construir uma família, que tiveram a oportunidade de encontrar o amor, de fazer nascer mais amor (e mais não sei quantas vezes, se tiverem muitos filhos), espero que vocês sintam que "está tudo". 

Que é assim mesmo que tem de ser. Que está tudo certo. Que até podem ouvir os vossos corações bater de tanto entusiasmo no meio do silêncio e da paz que é a vossa vida por esta altura. 

Espero que estejam bem. Espero que consigam, se não estiverem bem, ver tudo o que está certo. Tudo o que têm à vossa volta e que é perfeito, para vocês. 

Acima de tudo, o que vos desejo (e a mim também, sempre) é que consigam reter estas emoções todas de pertença, de entrega, de calma, de euforia, as cores, os sabores, as gargalhadas, as divergências de opinião... Retenham tudo isto e lembrem-se que estes momentos estão ao alcance de uma iniciativa, de alguns telefonemas. 

Quando quiserem ou sentirem que precisam que seja Natal outra vez, podem sempre fazer com que aconteça. 

O Natal é quando uma mulher quiser. a Mãe é que sabe. 

Feliz Natal! <3





Nota: Se o vosso Natal este ano for uma grande porcaria por algum motivo, é seguir em frente. Para o ano vai ser melhor ;)

Resposta à mitra da Joana Gama

Querida Joana Gama (not),

além de ter revelado ao mundo o meu sangue azul (neste post) acha bem não mostrar o resto da conversa? Em que aqui a tia diz que são histórias da avó e que tinha de lhe pedir que me contasse melhor (à avó real, não à sua, da Reboleira) este Natal e que às tantas aqui a beta era descendente dos pagens do rei? Não achou por bem ter revelado que eu estava a ser brincalhona e irónica? Que canseira. Você exaspera-me.

Agora vou ali cear com o Dom Duarte Pio e a Isabel de Bragança, ou acha que a minha filha se chama Isabel porquê? 

Irene? Por favor. Tenha dó.

Feliz Natal, da varanda a ver a estação do comboio, enquanto eu estarei na minha quinta, sei lá!, em Santarém. Hahahahahaha


Nota: este post tem ironia, exageros e inverdades :)

FELIZ NATAL!!!


12.23.2015

Vocês apalpam-se?

O verbo pode não ser esse, tanto dá. Não é, eu sei. Queria só chamar a vossa atenção. Costumamos por estas preocupações de parte até acontecer a alguém que conhecemos ou até nos dar uma paranóia qualquer por algum motivo. 

No meu caso, várias mulheres da minha família tiveram cancro e não posso mesmo relaxar. Confesso que não costumo fazer a a palpação dos seios porque... deve ser porque não me apetece lidar com isso. Não sei bem explicar. Às vezes até me lembro quando estou no banho, mas algo me impede de o fazer. Não sei.

Recentemente uma grande, grande amiga minha foi diagnosticada com cancro da mama nível IV. Lembrei-me que não posso andar a brincar. Amamento a Irene há quase 2 anos e sei que isso reduz o risco, mas nada compensa só descobrir demasiado tarde. Quando é o tarde se não estamos atentas? 

Fui fazer os exames. Não custou nada. Fiz uma ecografia mamária e tudo impecável. E vocês? Têm dado atenção às vossas mamas? Não brinquem com isto. Fazem a palpação no banho?


De notar a minha pontualidade ali na hora, sff. Tau!

Quem fique preocupada com a minha amiga, está a correr tudo pelo melhor. Já regrediu 50%, o tumor e ela está muito optimista. 

Se a Joana Paixão Brás é beta? Ahahah.

Desculpem, mas não me consegui conter. Isto aconteceu numa conversa de domingo à noite - quando nos vamos deitar "cedo", mas depois ficamos horas no telemóvel (aposto que sabem como é). Estávamos a falar sobre aquela clássica questão "vais a algum lado nas férias?". 

A resposta de ambas? Não. 

Porém, a Joana achou importante dizer que a betalhice lhe corre no sangue. Atenção que este blogue é real, não de real mas de real. Uh.


Ui. Eu que tinha no BI "Natural da Damaia" já me calei. Enrosquei-me no meu edredão rasco e pijama com borbotos e adormeci quentinha a pensar que conhecia alguém importante.

NOT! 

12.22.2015

O senhorio vai matar-me!!!

Socorro!

Cadeirão vermelho e banquinho dos pés completamente riscados! Não estão a imaginar. Foi o tempo de eu ir à cozinha buscar uma tesoura. 

Já pintou roupa, collants e até me tinha feito uma pintura rupestre numa porta, na parede, mas com lápis, facilmente laváveis.

Mas isto? Tinta azul, de caneta?

Assim de repente lembrei-me de um dos maiores estragos do meu irmão, que mandou um cabo de vassoura de um 6. andar e caiu em cima de um carro, acabadinho de comprar. 

E os vossos filhos? Já vos puseram em despesas?



A minha filha dá cabo de mim.

Às vezes sinto-me num filme de acção, com porrada à mistura. A Isabel tem momentos a que chamo "fúrias de amor" em que me quer esmagar de abraços, beijos, em que puxa a minha cara para a dela, através dos meus cabelos, me enche de beijos nos lábios e quer fazer narizinho de esquimó. Um dia, tinha de acontecer. Deu-me uma cabeçada na boca de tal maneira, que me abriu o lábio superior e me pôs a sangrar da gengiva. 

Soltei um "AI", com dores e fiquei com lágrimas nos olhos. Ela também se queixou da testa, que ficou vermelha, mas haviam de ver a carinha dela a olhar para mim e a repetir vezes sem conta "mãe dóidói". Um ar tão preocupado que me fez esquecer logo a dor e a sensação de lábio a inchar. Esteve meia hora a confirmar se eu estava bem, a apontar para a boquinha, super assustada, apesar de eu ter repetido que estava tudo bem, que já tinha passado. 

Amor da mãe, pá! Os nossos filhos são mesmo TUDO, não são?

A saga da porcaria dos T.P.C...

Não vão acreditar. Acho que as educadoras também acharam que lhes estava a pregar uma enorme peta, mas juro que foi verdade.

Fiz com a Isabel as colagens e pinturas na bola de Natal para a escola. Pus a secar na rua, dentro de um alguidar, e desapareceu. Depois de contar na escola, deram-me outra bola. No caminho para casa, a Isabel armou-se em cãozinho e fez algo que não fazia há imenso tempo: roeu/lambeu/desfez a bola. A parte de baixo deixou de ter uma forma arredondada e ficou uma desgraça. 

Quando contei na escola, senti-me aqueles alunos que dão mil desculpas para justificar não terem feito os trabalhos de casa. Havia uma miúda lá no liceu, da turma da minha melhor amiga, que arranjava as melhores desculpas: "o caderno ficou na quinta", "o meu cão comeu-me as fichas", "fui passar o fim-de-semana com o meu pai e ficou na casa da mãe". Todos os dias tinha uma nova, não me lembro de metade. Era de chorar a rir. Rita era o nome dela.

Pois bem, mas eu JURO, JURO que foi tudo verdade. Desta última vez, disse que eu própria faria o molde da bola e decoraria de novo com a Isabel. Fizemos uma base com tinta verde e purporinas e depois fiz recortes de revistas e pedi-lhe ajuda a colar. Ficou lindo (horrível). :) Mas não faz mal. 

Não está lindo? Hahahaha

A ver se desta vez chega ao destino, de preferência ainda antes do Natal. 


Vão-se lixar!

Expliquem-me: qual é o problema? 


Há leitoras que ficam algo enervadas ou se sentem traídas quando vêem publicidade dos seus blogues. 

Não percebo.

Percebo sim quando é feita publicidade de forma enganosa, quando se mente, quando são de produtos que não valem a pena...

Eu adoro escrever para vocês (e para mim também, confesso). Não adorariam também que nós retirássemos algo mais disto? Damos o nosso coração, o nosso tempo, a nossa criatividade... e recebemos o vosso amor, mas qual o mal de receber dinheiro? Nós levamos o blog a sério. Temos de fazê-lo sempre pro-bono? Senão deixamos de ser um blog do qual vocês gostam? Se tivessem oportunidade, não aceitariam, dentro de alguns princípios? 

Acho que o importante é haver bom senso, estrutura, os tais princípios e não querer enganar ninguém. Não o faremos. Uma das condições é que nos identifiquemos com o produto (já rejeitamos, por exemplo, publicidades a produtos que põem em causa o sucesso da amamentação) e outra é que o consigamos incluir de uma maneira gira e "ao nosso jeito" no blog. 

Qual é o mal? 

Por que é que às vezes sinto que se deve ter vergonha de fazer publicidade? 
O que acham vocês? 

Podem sempre dar sugestões para se sentirem menos... coiso. ;)

Colo do Pai Natal.

Epá (começar um post com epá é de uma classe...), eu sei que quem me ler e for o contrário de mim me mete numa gaveta de "mães chatas e irritantes". Percebo. Antes de passar por estas situações também teria vontade de dar um soco nas mamas de quem se pusesse com este tipo de preocupações. No entanto, agora estou aqui e penso nas coisinhas de maneira diferente.



No outro dia, já há algum tempo, fui ao Alegro com a Irene e deparamo-nos com o cantinho do Pai Natal. Havia um espaço para as crianças pintarem desenhos, duas meninas muito simpáticas e um velhote mascarado de pai natal num cadeirão. Ele chamou pela Irene e disse: "anda cá, senta aqui". 

Coitadinho do senhor. A intenção dele é a melhor, na geração dele (acho que não estava, por baixo da barba toda, um menino de 20 anos) não se preocupavam com estas coisas, mas fiz logo uma cara torta, como se tivesse chupado um pedacinho de limão. Disse: "ela ainda não sabe quem é o Pai Natal". A verdade é que não sabia, o que tornava toda a situação ainda mais esquisita. 

Quando ela crescer, se ela quiser ir para o colo do Pai Natal, vai. Não vou dizer "olha que o rapaz é capaz de ser pedófilo, blá blá" ou "não vás para o colo de estranhos". É o Pai Natal, pronto. Porém, é só mesmo se ela quiser. Não acho nenhuma piada em particular a esta questão. Sentar no colo de alguém é muito íntimo. E por a minha filha no colo de um estranho não me parece correcto, mesmo que ele estivesse mascarado de Avô Cantigas ou de Oreo. 

O meu irmão Pedro tem uma fotografia sentado ao colo de um Pai Natal qualquer que, gozamos nós, era um velho bêbado. Agora conseguimos ver que, por baixo daquele disfarce, estava alguém com um ar muito pouco natalício. Até podia ser boa pessoa, mas tinha rosáceas daquelas de quem sabe beber muita bem (e não como as minhas). 

Isto faz-me questionar o tal "dá um beijinho à não sei quem (desconhecida da criança)" e insistir-se quando a criança diz que não. Não quer, não quer. Não tem de ser obrigada a dar beijinhos a pessoas que não queira. O mesmo com o Pai Natal. Se e quando ela quiser, sim. 

Eu sei, para muitas mães é só o post de uma mãe neurótica. Que seja! ;)

Há um ano tive o pior dia da minha vida.

Faz hoje um ano que tive a pior experiência da minha vida. Dia 22 de dezembro.

Chegados de Praga, onde fomos passar um fim-de-semana romântico - e já a morrer de saudades da filha - dou com a ela doente. Primeiro dia de febre, mas uns olhos irreconhecíveis. Veio para o meu colo e nele adormeceu. Senti a respiração dela. Nunca a tinha ouvido respirar assim. Peito no peito e um som que estremecia, vindo do peito dela. Isto não é normal. Urgências já. "Não quero saber que é o primeiro dia de febre, não vou esperar nem mais um minuto." Coração de mãe sabe. Coração de mãe adivinha. Coração de mãe percebeu logo que algo ali não estava bem. No hospital menti, confesso. Disse que tinha febre há 3 dias, porque sabia que tinha de ser vista JÁ, e frisei a respiração sofrida, porque ela não podia ficar com pulseira verde. 

Foram todos impecáveis desde o primeiro minuto. Incansáveis, queridos, meigos. Hospital público. Veredicto: pneumonia. O meu coração parou ali. Não aguentei e desatei a chorar. O David ficou inconsolável. Sentimo-nos perdidos. Ia ter de ficar internada, sem previsão de alta. Senti-me angustiada, preocupada, culpada. A primeira vez que fiquei longe da Isabel e ela fica tão doente... Será que, estando cá, teria percebido antes? Ou teria esperado pela febre para tomar esta decisão? Teria a bronquiolite, não detectada por dois médicos na semana anterior, evoluído para pneumonia, se eu estivesse cá, com ela? Horrível a sensação de impotência e culpa.


E ali passámos a semana do Natal, com a visita da família e dos amigos mais próximos. Com a garganta apertada, com noites muito difíceis, com trocas de cateteres em que preferia que me arrancassem um mindinho, com idas rápidas a casa para dormir duas horas e tomar um banho demorado.
Assim foi até dia 27, que passou a ser o nosso dia de Natal. Pus a mesa, com frango assado, na sesta dela montei uma árvore feita de bolacha e assim fizemos o nossa consoada e trocámos presentes, os três. A Isabel recebeu um nenuco, que levou logo com beijos repenicados e que até hoje é o bebé dela.


E este foi o texto de 24 de dezembro:


"E, de repente, os presentes de Natal que ainda faltava comprar, os bolos que não chegaram a ir ao forno, nada disso importa.

Um abraço enorme a todos os pais que passam este Natal com o coração espremido, num hospital, longe do conforto de casa, a ver os filhos doentes. De corpo hirto quando a alma está partida.

Um agradecimento a todos os profissionais que nos ajudam também com um sorriso e com palavras meigas a ultrapassar tudo isto.

Aos que estão felizmente longe desta realidade, peço-vos: abracem-se, amem-se e sintam a sorte de estarem todos juntos e com saúde. Tudo o resto não importa!

E brindem a nós, que somos neste momento um rio de leito estreito. Mas ainda nos vamos voltar a espraiar. As margens vão afastar-se novamente e vamos voltar a correr livremente até ao mar. Em breve. Muito em breve.

Este sorriso da Isabel é tudo o que o meu coração precisa neste Natal. Já estamos a ficar boas. Quase, quase boas."

12.21.2015

Médico ao domicílio por 10 euros.

Eishhhh, vocês sabem quando têm ideias excelentes e ficam a adorar-se durante dias? Foi o que me aconteceu. Na sexta-feira, só para terem noção, foi uma médica lá a casa auscultá-la e por 10 euros. 

E isto porquê? Quando temos filhos pequeninos, de certeza que não estamos loucos para os levar para um hospital, para as urgências. Se estiverem constipados ou engripados, para piorar, podem apanhar frio, etc. 



A Irene precisava de ser auscultada, para sabermos se tinha falta de ar ou não e se finalmente optávamos pelo antibiótico (fiz figas para que não, mas já está a clavamox). 

Lembrei-me que o Frederico (mê maride) é sócio ACP e que já tinha lido algures que iam médicos a casa. A minha mãe também tinha uma coisa do género, mas era com a Cruz Vermelha. Liguei para lá para saber o que era preciso e, basicamente, não sendo a Irene sócia, não pode usufruir dos benefícios. 

Porém! Poréeeeem, perguntei: e se ela for sócia? "Ah. Oferecemos às quotas até ela fazer 18 anos, podemos inscrevê-la ainda hoje e sendo assim daqui a aproximadamente 45 minutos o médico irá ter com ela". 

E por quanto? 10 euros.

Ai filhos, vamos mas é fazer a miúda sócia do Automóvel Clube de Portugal apesar de ainda nem sequer saber andar para a frente no elefante da Fisher Price. Tenho é depois de me lembrar de cancelar isto quando ela atingir a maioridade. 

A experiência foi fabulosa. A médica chegou super rápido. Adorei a médica, super tia, super despachada. Chegou e começou logo a refilar a dizer "tô toda a colar, tô toda a colar, c'órror" por causa do aquecimento. Foi muito simpática para a Irene. Reparou que tínhamos a casa de pantanas e fez aquele olhar de quem "humpf... não sabem receber" (adorei haha). Foi muito prática, senti que me tinha ouvido, auscultou a miúda e viu os ouvidos sem choradeiras (da miúda, que não são as médicas que costumam chorar). O Frederico quis tirar daquelas dúvidas à médica que não tinham nada que ver e ela depois de uma resposta ("agora estou com a Irene" - adorei), ouviu-o também com atenção e foi muito descomplicada nos conselhos. 

Não sei quantos médicos tem a ACP, mas calhou-nos esta Dra. da qual ficámos fãs e vamos pedir sempre que seja ela - esperando que esteja de serviço. 

Já tivemos experiências desagradáveis com serviços do género. Houve um médico (um da Cruz Vermelha) que disse que eu tinha uma pneumonia e afinal não tinha nada do género. 

A minha sugestão é que cruzem sempre informação com o pediatra. Foi o que fiz. A pediatra dela não podia vê-la e, assim, depois disse o que podíamos ou não fazer. Não concordou com os vapores e mudou a dosagem do antibiótico (para o dobro, para bater certo com o peso).

Foi óptima a experiência. Assim para coisas mais "pequeninas" aconselho. 

Já experimentaram? Vão experimentar?

Se calhar nem precisam de ser sócios e eles, por serem, têm direito a isto! Fica a dica.

12.20.2015

Olha que giras!

As fotos do nosso passeio no Jardim Zoológico já cá cantam. Segunda vez no Zoo, primeira a ver os golfinhos, primeira com as primas. E ainda por cima com direito a espetáculo, com músicas da Disney e um Pai Natal que chega de teleférico :)

Foi muito, muito giro!

Ficam as fotografias da querida Joana, que também foi com os filhotes.



Eu não vos disse que tinha a cara numa lástima?



Sobrinha Alice <3



Alice, Isabel e Laura



Fotografias Love Lab