12.02.2014

Do primeiro para os filhos seguintes

Foi na revista Activa do mês de Novembro que encontrei uma página deliciosamente escrita pela Catarina Fonseca e que não podia deixar de partilhar aqui convosco.

Ainda sou só mãe de um, é verdade, mas tenho três irmãos mais novos, filhos da minha madrasta e do meu pai e posso garantir: se isto não é assim, anda lá perto!

"O que muda do primeiro para o terceiro filho

Ou do primeiro para o segundo, se não se chegar ao terceiro... E tudo muda, juram as mães. Não é por acaso que os primogénitos ocupam 90% dos álbuns de família.

  • Quando sabe que vem aí um bebé
    • 1º. Liga-se à família toda e aos amigos, partilha-se a notícia no Facebook (979 likes) e compra-se todas as revistas de decoração de quartos de bebés.
    • 2º. Liga-se à mãe e ela dá a notícia ao resto do mundo.
    • 3º. "Olha, a propósito, vem aí mais um."
  • Preparação para o parto
    • 1º. Compra-se todos os livros sobre bebés, faz-se um curso pré-parto e pratica-se a respiração.
    • 2º. Já se percebeu que a respiração não ajuda. Reza-se a Santa Epidural.
    • 3º. Faz-se tudo o que for preciso para marcar uma cesariana.
  • Quando a chucha cai ao chão
    • 1º. Ferve-se a chucha durante dez minutos antes de a voltar a dar ao bebé.
    • 2º. Sopra-se a chucha e volta-se a dar.
    • 3º. Nunca usou chucha.
  • Fotografias
    • 1º. Todas as paredes da casa estão forradas de fotografias do bebé.
    • 2º. Quando ele faz 3 anos, a casa continua cheia de fotos... do irmão.
    • 3º. Aparece com os irmãos naquela foto que os avós lhes tiraram nas férias (e que ficou desfocada).
  • A Família...
    • 1º. Ninguém pode pegar-lhe ao colo, nem tirar-lhe fotos, nem falar alto, nem respirar.
    • 2º. Podem fazer o que quiserem, desde que as janelas estejam fechadas.
    • 3º. "Voltamos às 7h. Telefonem só se houver sangue."
  • Quando o bebé dorme
    • 1º. Anda a família toda em bicos dos pés porque se ele acorda é um drama.
    • 2º. As pessoas comportam-se normalmente porque o bebé tem de se adaptar aos horários da família.
    • 3º. O bebé dorme enquanto os outros gritam.
  • A criança cai e bate com a cabeça na mesa
    • 1º. Vai-se a correr com ele para o hospital e fica-se lá o dia todo a fazer exames.
    • 2º. Põe-se água fria no 'galo' e espera-se para ver se não há sequelas.
    • 3º. "Para lá de chorar que isso não é nada."
  • O que é que ele pode comer?
    • 1º. Os pais zangam-se com os avós se sabem que deram uma bolacha ao bebé.
    • 2º. Os avós dão-lhe chocolates e a pessoa fecha os olhos. Há males maiores.
    • 3º. Come o que quiser, desde que esteja sossegado."

 É ou não é, pais de xis filhos?

Como foi a noite?

Como assim, como foi a noite?
Só o facto de perguntares, explica esta cara que eu estou a fazer agora.

Se o bebé acordou durante a noite?
Acorda sempre, amor. Acorda sempre.
E, quando não acorda, acordo eu. Preocupada. Ou por hábito.

Se dormi bem?
Como? Se naquela hora em que o bebé esteve descansado decidiste ir à casa de banho e acordar-nos a todos?
Não, não dormi bem. Ressonaste outra vez. Sei que aqueles pensos para por no nariz são incomodativos, mas não te incomoda mais eu estar cheia de sono no dia seguinte?

Como foi a noite?
Foi igual a todas as outras desde que ela nasceu. Foram a desejar que chegasse o dia para estarmos os três juntos. A noite passa devagar quando se está acordado. 
Para ti passou rápido, eu sei.

Como foi a noite?
Obrigada por perguntares.
Antes ser eu a acordar.

Fico com sono, fico irritável, fico chorosa, mas prefiro ser eu a ter aqueles minutos só para nós as duas.

A noite foi cansativa...
mas da melhor maneira possível.

Não sabes o que é, sacana.
Só eu e ela sabemos.
É bem feita.

Só eu tenho o azar de ter a sorte de não dormir.

Isabel, pessoas. Pessoas, Isabel

Depois de conhecerem o Lucas (da Marta) e a Irene (da Joana Gama), já só faltava ficarem a conhecer a minha filha. O meu amor maior, a Isabel.
Derreto-me a olhar para esta cara mais querida. Apetece-me cheirá-la, beijá-la, apertá-la, arrancar-lhe um pedacinho da bochecha. Quando me vou deitar tenho saudades dela e chego a levantar-me para ir vê-la uma última vez.
É calminha, calminha, desde que nasceu (as amigas dizem que chora em mute), mas agora que gatinha pela casa fora não pára um segundo. Dentinhos? Nem vê-los. Gosta de música e "canta", mas só quando lhe apetece, não vale a pena pedir-lhe. Já diz que "não" com a cabeça. Já se põe de pé. Já bate palminhas. Já diz adeus. Ri-se com as nossas caretas, já sabe perfeitamente quando estamos a brincar com ela. Todos os bebés fazem isto mais cedo ou mais tarde, eu sei, mas é impossível não querermos registar estas vitórias, estas novidades, estes momentos.

8 meses e meio de um amor que não se esgota no meu corpo, transcende-me.
O primeiro Natal com ela vem aí e nada faz mais sentido. O Natal é dela.

E o que ela se portou bem nestas fotografias, tiradas pelo pai? Era agarrar nela e devorá-la com beijos.




Vestido e Collants Primark
Fita de cabelo Atelier das Trapalhadas (obrigada, Tânia!)
 Rena Primark
Carrossel Tiger
Cavalinho de papel Ikea (colecção passada)
Carneiras Sapataria Vassalo

Este ano fiz, pela primeira vez, o calendário do advento. Todos os dias deixo uma mensagem ao pai da Isabel, que vou guardar para a Isabel ler quando for crescida.
Dia 1: Começo.
 
Estes e outros momentos cutxie cutxie no meu blogue Três é melhor do que dois.




12.01.2014

Coração quente. ♥

Há dias em que me bate forte. Hoje acabei por ir a chorar o caminho todo até casa.

Não sei se foi por termos ido passear os três para o jardim e por ser tão romanticamente belo.

Não sei se foi por saber que a minha filha é, de certeza, muito muito feliz e vai sê-lo para sempre.

Não sei se foi por me apetecer trincá-la e mordiscá-la pelo corpo todo por ser ainda mais deliciosa que um kg de Maizena bem feita como ceia. 

Sei que foi ao rever estas fotografias sem filtros, no carro, que me bateu forte. Outra vez. 

Sou Mãe. 

Sou Mãe e isto é só o início: fui com o meu marido e com a minha filha "andar de baloiço" ao parque da Serafina, onde também ia quando era bebé e acho que com ambos os meus pais. Intenso (pelo menos, para mim). 




Isto é ela a sorrir (achei importante explicar, porque podia ser ela a tocar djambé) vim a saber mais tarde o porquê de estar tão feliz quando lhe mudei a fralda em casa. 


Sei que não se nota na fotografia mas isto estava parado. Não sou assim tão parva, sei que a miúda ia escorregar e partir... bom, um dente não partia de certeza.


"Mas como, como é que é que eu lhe vou dizer que preciso de um tempo?"


"Olhem eu no parque com os meus cambas! Vim no bólide do pai e quês! Word up!"


"Esta é a senhora que me vestiu com estas roupas esquisitas. Pareço uma cougar com a sindrome de Peter Pan.". 

Depois do relato feito pela Irene, minha filha, devo dizer que hoje me bateu mesmo forte. E apesar de todas as fotos serem quase tão boas ao ponto de terem sido tiradas por aquelas fotógrafas profissionais da moda das mães (obrigada, marido), foi esta que me rebentou toda por dentro (não estou só a falar da Irene, mas também da foto hehe): 


Vou ser daquelas Mães que abraça, que mima, que dá ouvidos e que pede desculpa quando errar. 

É das poucas fotos em que não estou a fazer pose. Abstraí-me, estava a olhar para o meu marido mas estava só a sentir o meu leitãozinho nos braços. 

Ser Mãe é uma dádiva, um privilégio. 

Quando o leite sobe

Ou desce... Como se diz não é para aqui chamado...

O que é para aqui chamado é que dói, pra chuchu!!! E isto para não dizer uma asneira daquelas! Das que começa com C e acaba no refogado.
Acho que a descida do leite (vou chamar-lhe assim porque me explicaram que tem mais lógica, uma vez que as glândulas que produzem leite começam junto às axilas e descem até ao mamilo - afinal era para aqui chamado sim...), a seguir ao parto (e aí nem posso dizer grande coisa, visto que só tive umas 2 horas de contracções a sério antes da epidural e depois fui para cesariana), é das dores mais horrorosas que uma mulher pode ter. E acho também que não estamos devidamente preparadas para tal acontecimento. Tudo bem, sabemos que vai acontecer, que vai doer, que as mamas vão ficar duras e tal. Mas nunca ninguém nos diz que vão ser dores daquelas em que suplicamos para nos darem alguma coisa para que parem.

Presumo que seja assim com a maioria das mulheres, mas no meu caso, de uma hora para a outra, as minhas mamas triplicaram de tamanho, ficaram rijas que nem pedras e a ferver! Eu sabia do curso de preparação para o parto, e na altura também os enfermeiros me disseram, que devia fazer massagens, que o bebé devia mamar (o que no meu caso também não dava muito jeito, uma vez que ele estava na incubadora da neonatologia e não sabia mamar um chavelho), e que o desconforto ia passar. O tanas!!! Foi uma noite inteira em que não dormi. Tinha de tirar leite com a bomba, ou um caganitogésimo de gota que foi o que aconteceu, e massagens nem vê-las, que só de tocar nas mamas só me apetecia gritar. E depois na minha ala ter um enfermeiro (homem) a dizer-me que não podia pôr gelo porque isto e porque aquilo e que tinha de aguentar também não abonou a favor da minha boa disposição. A minha vontade era dizer-lhe "Vá-se f****, o senhor não sabe um c****** daquilo que eu e as outras mulheres estamos a passar porque é homem!!! Por isso não me venha dizer o que eu tenho ou não tenho de aguentar!!!". Coitado, não tinha culpa, mas foi o que senti...

Portanto, senhores que fazem os cursos de preparação para o parto e malta das maternidades, é mesmo para assustar! Não chega dizerem que vai ser muito desconfortável. O melhor mesmo é serem directos e dizerem que vai doer horrores, porque assim ao menos não vamos enganadas.

Glossário de roupas betas

Não é novidade nenhuma que as roupas betas para criança estão na moda.
Eu confesso: adoro ver a Isabel de folhinhos, rendinhas, meias até ao joelho, laçarotes, mas atenção, convém serem usados de forma comedida, o que às vezes é difícil. Apetece enchê-las de folharecos e frufrus e elas às vezes ficam a parecer um embrulho de Natal, com laços maiores que as cabeças, pobrezinhas.

Mas, regra geral, gosto, dá um bom ar, acho que os miúdos ficam com um ar querido. Gosto pouco de ver os miúdos de fatos de treino do Mickey e de ver as miúdas de 3 anos com casacos leopardo, blusas com brilhantes e saltos altos. Acho que há tempo para tudo e enquanto eles não nos pedirem essas bonecadas e enquanto elas não quiserem parecer stripers é usar e abusar de roupinhas clássicas, românticas e fofinhas.

Mas vamos lá ver se nos entendemos. Dá para pararem de inventar nomes para as roupas betas? (pronto, vão-me responder que já existem há séculos e que ninguém está a inventar nada. Mas não dá para simplicar?)

"Ora a baby M. (ainda não percebi por que razão, mas as mães betas referem-se aos bebés betos só com uma letra. Pensando bem, deve ser para abreviar o nome completo Maria do Carmo de Santa Isabel Arriaga Almeida e Pires de Sousa) tem vestido um chambre de cambraia com gola de renda rosa e uns bloomers em bombazine com pintas cinzentas e folho na parte de trás." 
Oi???

"O baby A. tem um fofo em piquet com uma golinha debruada a azul."  
Tem o quê?!
Para as grávidas, para os pais e para as pseudo-betas - que é o meu caso - cá está o glossário das roupas pipis. Escusam de me agradecer.

Carneiras
Não se exaltem, não vos estou a chamar nomes. São mesmo uns sapatinhos betos com uma palas de franjinhas. (A Isabel tem umas, óbvio.)
Pé de Pato
Chambre 
No fundo, no fundo é uma camisa, normalmente de golinha (corrijam-me mães betas mais experientes, please!)
Ma Petite Pricesse
Cueiro
Peça que se usa nos primeiros tempos do bebé. Vestido comprido, até aos pés, muito fácil de vestir, porque, normalmente, tem abertura atrás.
Bloomers
Se pensarmos bem, podiam chamar-se simplesmente calções, mas para quê facilitar? Ou ceroulas, mas isso não seria um nome nada chique.
Ma Petite Princesse
Fofo 
A primeira vez que ouvimos o pai da criança a usar este termo correctamente é toda uma emoção.
Ora um fofo é um macacão a acabar no rabo, ou melhor, um vestido que fecha nas pernas, fazendo normalmente um efeito balão.
Tilly
Golas 
"Que fácil, isso toda a gente sabe, são as golas altas, para o inverno". Não, não são, caros ignorantes de roupa infantil beta. São aquelas golas de meio metro com debruados e rendas ou folhos, tudo à volta dos pescocinhos das crianças. Quando maiores, melhor. 
Maria Gorda












Qualquer semelhança com esta é pura coincidência:

 

Piquet (ou piqué)
Não confundir com piquete - c'horror! - nem com o giraço do (Gerard) Piqué. 
É um tecido que mistura algodão e poliéster com umas "microcovinhas" em forma de losango. Cá está um cueiro (ó p'ra vocês a usarem já a nomenclatura beta) em piquet:
Coobie
Tapa-fraldas
Simplifiquemos, são umas cuecas. Mas umas cuecas especiais, com folhinho, com laçarote, com frufrus. Pode usar-se por cima de um body e ficam a ver-se os refegos todos das perninhas que é uma maravilha. Se a um tapa-fraldas juntarem umas meias até ao joelho com laçarotes ou pompons, os vossos filhos ficam uns betos de primeira. E talvez rapem algum frio, mas isso é acessório.
Wedoble
[a Isabel tem um igualzinho e fica um amor]

Touca
Não, não é a touca para a piscina. É um gorro betinho, que eu adoro:
Patachoka
Mas se formos a ver bem, o que é que nos faz lembrar? As toucas dos amish!


Faltou-me alguma peça must-have (decorem esta expressão porque têm de a usar SEMPRE)?
Falta algo para completar estes kits (apontem esta, que também é imprescindível) neste glossário de roupas betas?


11.30.2014

Dois pais ou duas mães

Sou a favor da família. Da família tradicional, da família monoparental, da família homossexual, da família às bolinhas amarelas. Desde que trate bem as crianças, lhes dê amor, carinho e educação, a mim não me interessa que tipo de família é.

É por isso que não posso deixar de defender a co-adopção por casais do mesmo sexo. Defendê-la-ei com unhas e dentes se for preciso! E tenho argumentos, também:

1. Para crescer feliz e equilibrada uma criança tem de ser amada, acarinhada, mas também educada. Deve ser livre mas também deve ter regras e limites (aliás para as crianças a ordem deveria ser mesmo ao contrário). Isto tudo independentemente de quem habita com ela. Seja um pai e uma mãe, só uma mãe ou um pai, um avô, uma tia, dois pais ou duas mães.

2. É 569735 vezes preferível que uma criança seja desejada e tudo o que referi no ponto anterior e ter uma família menos normal a ter uma família normal que a maltrata ou negligencia, física ou psicologicamente. Que a rebaixe e que não lhe dê valor. Que abuse dela fisicamente. Que abuse dela psicologicamente. "Ah mas a criança tem um pai e uma mãe, isso é que é importante." Isso é BS (Bull Shit).

3. Os miúdos gozam com tudo. Se tem óculos, se é gordo, se os pais são separados, se chora, se não consegue fazer o triplo mortal encarpado de costas, etc. O facto de ter pais homossexuais é apenas mais um tema de gozo. Todas as crianças que são gozadas sofrem de uma maneira ou de outra. Cabe à família relativizar o gozo e ajudar a sua criança a ultrapassar esse problema (se o for) e cabe aos pais das outras crianças não passarem para elas o preconceito que possam ter ou sentir.

4. O Dr. Mário Cordeiro concorda comigo. Pumba!


Por isso, haja respeito, amor, carinho, educação e disciplina, e as crianças podem crescer com quem lhes calhou na rifa! E a lei deve protegê-las, permitindo que ambos os pais ou ambas as mães sejam seus progenitores.

Qual é a idade certa para engravidar?

É quando se quer. :)


Comigo foi depois de reunir estes requisitos:


Ter a certeza de que o pai é o amor da minha vida

Ter a certeza de que o pai tem o que eu não tenho e que faz falta para educar e criar uma criança com amor

Saber que, juntos, temos possibilidades financeiras para a criar de acordo com os nossos padrões

Existirem "os nossos" padrões e não "os meus e os teus"

Ter um momento menos aliciante na carreira, para ganhar coragem

Não precisar de ter um bebé para a vida ter emoção, mas querer

Estar a ver um programa qualquer manhoso na televisão e pensar "do que estou à espera?" e decidir tirar o anel. Aquele, não esse. Exacto.

Assim foi planeada e desejada a Irene. E os vossos? 

11.29.2014

Deus no céu e Aero-om na Terra

Aposto que com este tema as opiniões se dividem, mas também tenho a certeza que há muitas mães que estão comigo. Eu sou fã do Aero-om!

Felizmente agora já não preciso, pois o Lucas não só já não sofre de cólicas, como já se consegue acalmar com outras coisas.
No entanto, quando ele era recém-nascido, até cerca dos seus 4/5 meses, eu usei e abusei deste medicamento maravilha. Era a maneira que eu tinha, esgotadas as outras hipóteses, de conseguir que o Lucas se acalmasse e fechasse a boca à chucha. Ele sempre gostou de chucha, mas às vezes estava de tal maneira irritado que precisava de um empurrãozinho para fechar a boca e começar a chuchar. As duas gotas que eu deitava na boca dele serviam quase como um abanão ou uma palmada na cara, ao estilo snap out of it. Eram o click que ele precisava para ficar mais calmo.

Compreendo que quem não concorde diga que aquilo tem montes de açúcar, que tem álcool, etc... (só para informar, já não tem álcool há mais de 10 anos) Eu própria tinha muitas dúvidas. Cheguei a pensar se ele às vezes não ficaria mais agitado, já que o açúcar costuma acelerar-nos, mas o facto é que aquilo funcionava e ajudava a acalmá-lo. Isso mais as manobras de embrulhar ao estilo do Dr. Harvey Karp. O facto é que ele quando se irritava era a sério (na verdade ainda é assim...), contorcia-se todo e a casa quase ia abaixo. Quem não o conhecesse, e a nós, vá, era capaz de pensar que estávamos a espancar a criança. Tinha medo de o aleijar tal era a força que ele fazia. Por isso vou montar um altarzinho em honra do Aero-om no aparador, junto à televisão.

Se voltava a usar? Sem dúvida!


A minha mãe é melhor que a tua!

As mães são seres únicos e especiais. Também os linces da Malcata.
As mães conseguem parecer bichos de dentes afiados prontos a morder o lombo gorducho de outra mãe que as contrariem. As mães são defensoras exageradas das suas crenças.
As mães babam-se com as novas gracinhas dos filhos e não conseguem parar de as partilhar com os outros. As mães perdem o filtro.
As mães conseguem ter dúvidas e certezas absolutas ao mesmo tempo. As mães são bipolares.
As mães gostam de comentar, nem que seja baixinho, as escolhas das outras mães. As mães julgam.

As mães gostam de ajudar outras mães, dão-lhes conselhos e emprestam-lhes coisas. As mães são generosas.
As mães conseguem identificar o cansaço nos olhos das outras mães e estão prontas para uma palavra de conforto. As mães são boas.
As mães sabem, já estiveram ali, já passaram por aquilo. As mães conseguem ser, muitas vezes, mães das mães.
As mães conseguem ser as melhores amigas.

Às vezes as mães gostam de competir, mas no fundo sabem que o que realmente interessa é serem as melhores mães que os seus filhos podem ter. Esse é o único campeonato que importa.
E eu dou por mim a querer entrar neste concurso, em que só eu compito.

Quero fazer o melhor bolo de chocolate.
Mas mais do que isso quero ter a companhia da minha filha a bater os ovos ou a rapar o tacho até ficar com bigode de chocolate.

Quero fazer o melhor dos trabalhos de casa.
Mas mais do que isso quero que nos divertamos a fazê-lo juntas e que ela ganhe prazer em descobrir e em aprender.

Quero ser a mais bonita aos olhos dela.
Mas mais do que isso quero ensiná-la a ter confiança e auto-estima, independentemente dos bonitos olhos.

No fundo, não preciso que a minha filha diga: "a minha mãe é melhor que a tua!".
Quero que diga: "a minha mãe é a melhor mãe do mundo".


Restaurantes onde ir com os filhos #1 - Commenda (CCB)

(sim, isto é para ver se os restaurantes começam a enviar vales de desconto ou bifes cá para casa para serem publicitados no blog, a ver se pinga, a ver...)

Commenda

Dois dos meus restaurantes preferidos para ir com bebés são no Centro Cultural de Belém. Depois digo o outro (não que seja muito difícil porque acho que só há esses dois) para ocupar todo um novo post com isso. 

Como o meu marido e eu somos muito caseiros, para sairmos em família temos de ser motivados ou pela comida ou pela comida. A Irene já sabe que, se o pai está a empurrar o carrinho quer dizer que, daqui a 50 metros, vai cheirar a fritos.

Nunca gostámos de restaurantes com barulho, agora talvez tenhamos que frequentar mais desse género para os "ataques de fúria" ou de "cantoria desalmada" da Irene não enfurecerem ninguém sem um coração.

A Commenda é um bom equilíbrio: além de estar num sítio bastante agradável e com uma vista muito simpática (não esquecer que dizer que se foi almoçar ao CCB fica sempre bem, porque parecemos minimamente culturais ou assim), a comida e o serviço são impecáveis.

São kids friendly (têm uma quantidade infindável de cadeiras altas do Ikea e uma até para bebés mais pequenos) e, por isso, imensas famílias vão lá ao domingo (que eu tenha reparado) para os pais comerem o semanal buffet de Cozido à Portuguesa. Não sei se o meu marido vai gostar que divulgue o cozido que, assim, talvez os melhores enchidos já estejam ratados quando chegarmos. Não ratem os melhores enchidos, sff, senão sou capaz de apanhar na farinheira focinheira.


 Vista: muito agradável.

 Estacionamento: parque coberto (e o restaurante valida o ticket) com elevador directo.

 Comida: carta muito agradável e um buffet de cozido à portuguesa divinal, ao domingo.

 Preço: de graça, se for outra pessoa a pagar.

 Crianças: bem recebidas com cadeiras e espaço para correrem.

✔ ✔ Serviço: óptimo, somos recebidos como habitués e servem-me "o costume".


Fotografias Zoomato e TripAdvisor


11.28.2014

Mamãs de Março (mais ou menos)

Ainda não contámos bem a nossa história, pois não? Aqui vai. De fininho porque sei que têm mais que fazer. Eu também (não tenho nada, a miúda está a dormir). 

Todas com a data prevista de parto para Março. As três (e mais a Cristina da foto) super ansiosas ao ponto de irmos visitar um site temático chamado "De Mãe para Mãe". Alguém abriu uma thread para as mães de Março, fomos lá todas parar que nem moscas (salvo seja ;)). Mais tarde passámos todas para um grupo no Facebook e não nos largámos. 

As mães de Março de 2014 não são mais que as mães, mas são só mães. Foi muita boa esta, não foi? Somos para aí umas 56. 

Não sei como é que chegámos a este mini-grupo. A Cristina também era para fazer parte do blog mas safou-se de boa que esta porr* ainda dá trabalho. 

Passámos a nossa licença de maternidade juntas. A falar no Facebook, no WhatsApp e a tomarmos cafés e a lancharmos por jardins, na casa uma das outras e a apanhar banhos de sol na piscina. 

Tem sido tudo muito melhor e mais bonito assim, com outras mães ao barulho. Esse é também o propósito deste blog. Para todas as mães "filhodependentes" (como a Joana Paixão Brás escreveu neste post) por aí sentirem que não são malucas. Assim, passam a ter a certeza. 

Parecemos muito divertidas na foto, mas fomos só almoçar a um centro comercial e comprar maquilhagem à Sephora. ;)



Um beijo enorme à Cristina que, apesar de nos ter abandonado neste projecto ainda antes do parto, continuará sempre a ser uma de nós. <3


Bebé: Livro de instruções

Literalmente!

Este livro é extremamente leve (na escrita e no peso), apesar de se focar nas fases mais importantes dos bebés dos 0 aos 12 meses.
A sua escrita é muito engraçada, sendo por isso ideal para ler naquelas alturas em que não estamos com paciência para nada, mas temos de nos informar de alguma forma. Além disso é muito sucinto. Não estou a dizer para não lerem as bíblias do Mário Cordeiro, até porque eu sou fã. Mas este é compacto e divertido.

Para o caso de ainda não ter dado para perceber comigo a ser extremamente chata, eu adoro esta colecção! Tive o primeiro contacto com ela quando adquiri o modelo gato. Deu-me imenso jeito para não danificar o equipamento adquirido. Só precisei de o levar à manutenção algumas vezes e foram de rotina.

Sim, é assim que este livro está escrito.

Acho que é uma excelente prenda já que, na hora de escolher um livro de puericultura, a escolha pessoal recai geralmente sobre os mais completos. Assim, a probabilidade de já terem ou de terem de ir trocar é mais baixa. Mas este fui eu que comprei, assim que soube que estava grávida. Comprei este e os outros todos que estavam na prateleira da Fnac.


Jingle Bells, o caraças!

Jingle Bells, Jingle Bells... Ai o Natal... as luzinhas, os efeites, o azevinho, o cheiro a bolos no ar, os embrulhos, o espírito de união... O caraças!

E o stress de ter de ir a todas as capelinhas e fazer centenas de quilómetros para agradar a todos? 
As mães e as sogras a fazerem o jogo da corda para ver quem passa a noite da consoada com os netos? 
As crianças aos berros num excitex desesperado, a perguntar duzentas vezes se já é meia noite e a abrirem os presentes uns a seguir aos outros sem olhar bem para o conteúdo (e, no final, ainda perguntam: "já acabaram?"). 
Os pais a oferecerem às mães um lenço pela enésima vez porque não tiveram pachorra para pensar em algo diferente (ou porque andaram a pinar a reunir com as secretárias). 
As bisavós, surdas, a gritar "crianças adoráveis" com os netinhos a destruirem a casa toda e a mandarem coisas para a lareira.
A fofinha da tia Clotilde a aproveitar para cascar no irmão, que sempre foi um mal-agradecido e que só quer saber das partilhas.
Os tios a encher o copo de whisky vezes sem conta e a dizerem que estão muito melhores do colesterol.
As mães enfiadas na cozinha a lavar pratos e a afiambrarem-se aos restos da mousse e das azevias, como se não houvesse amanhã. 
O tio depravado a pedir silêncio para ver bem as mamas da Flávia na Casa dos Segredos.
A tia chata a cravar beijinhos repenicados, a oferecer meias brancas de "raquetas" e a dizer "eras assim deste tamanhinho e agora já tens um filho, quem diria?".

Ai o Natal, o Natal. Let it snow, let it snow, let it snow...

11.27.2014

Roupas cocós vs. fato de treino

Quem é que não adora ver o seu mini mais que tudo todo embonecado? Acho que toda a mãe babada gosta. Então se for mãe de menina... Ui! A coisa pode descambar a ponto de ter de hipotecar a casa para comprar as roupinhas da princesa. Eu, por outro lado, por ser mãe de um rapaz quase consegui juntar para uns Louboutin.

Ele é fofos, ele é cueiros, ele é golinhas e fitas e vestidos e toucas. E carneiras e laços e cenas. Mas a Joana Paixão Brás depois faz-vos uma descrição desta parafernália de roupas que eu não percebo nada disto...

Eu cá perco-me é com jardineiras. Então se forem OshKosh. A-D-O-R-O! Tive a sorte de herdar algumas dos meus irmãos mais novos e ainda me perdi no eBay com outras tantas em segunda mão. Malditos dois dias em que tive de ficar em casa de repouso por causa da BVC. Ainda por cima já tinha a confirmação de que era um menino... Ainda foram umas quantas... Isso e uma camisa Ralph Lauren por 5 éros, qual feira, mas original!

Mas entretanto o menino não só nasceu como foi para a creche. E o facto é que eles estão muito melhor de fato de treino (ou roupas confortáveis e equivalentes). Passei à ir à Primark e à Zippy comprar calças de fato de treino, bodys, t-shirts e casacos com capuz. Assim ele pode gatinhar, rebolar e andar na brincadeira à vontade. E se se sujar não fico com pena de a roupa ficar com nódoas.

E vocês? Empinocam os vossos bebés quando vão para a creche? Ou fazem como eu e só os empinocam ao fim de semana?

Antes e Depois dos Miúdos (#02)

ANTES
Chegamos a casa depois de um dia extenuante de trabalho. 
Pousamos a mala, as chaves e o guarda-chuva e descalçamo-nos para não sujar a casa.
Deitamo-nos um bocado no sofá.

Meio sonolentas, fazemos um prato XPTO para impressionar a cara metade ou encomendamos sushi. Pomos a mesa, a média luz, com uma música clássica para criar ambiente e manter a ilusão de que somos pessoas interessantes, e decoramos a mesa com umas flores frescas.

Tomamos um banho relaxante e perfumamo-nos. Ele chega, jantamos, vemos um filme ou uma série, temos uma sessão de sexo escaldante (ou 5 minutos, mas na loucura!) e ainda temos tempo para continuar o livro que está na cabeceira.
São 01h da manhã e vamos dormir.

DEPOIS
Chegamos a casa depois de um dia extenuante de trabalho, de sair a correr para ir buscar o bebé e de apanhar trânsito (mais meia hora na creche, coitadinho), e fazemos um plano mental da próxima hora. 
Pousamos cuidadosamente a mala, as chaves, o guarda-chuva, o ovo (com ele a dormir), a mochila dele, e descalçamo-nos para não fazer barulho. 
Sonhamos em deitarmo-no no sofá, mas enquanto ele dorme mais uns minutos, vamos pondo a sopa a descongelar, estendemos a roupa que ficou na máquina e vamos pensando no jantar.

Completamente derreadas, pomos a mesa, o bebé acorda, damos-lhe a sopa e a fruta com ele a chorar ou a esfregar os olhos e pomos o Big Bugs Band ou a Galinha Pintadinha no tablet para o distrair. Depois, damos-lhe banhinho, ele chora a vestir o pijama, contamos-lhe uma história, damos-lhe mama, mimo e cama. Pensamos "ele vai dormir já" de tão cansado que está. Pois, mas ele põe-se de gatas agarrado à cama, ele fala, ele grita e ele chora. Ele quer tudo menos dormir.

Comemos só lá para as 23horas os restos do jantar do bebé ou uma coisa qualquer feita à pressão, lavamos os dentes porque tem de ser, mas já nem temos coragem de tirar a maquilhagem de palhaça que fizemos a correr de manhã (mas isso ninguém precisa de saber). Começamos a ver um episódio de uma série qualquer e, nem 10 minutos depois, adormecemos. Tentamos dar um beijo de boa noite à cara metade mas já nem a encontramos bem no escuro. Quando já estamos a entrar naquele sono bom e profundo, o bebé chora. Isto repete-se duas ou três vezes, nas noites boas. E é Natal quando o bebé não se mija todo.


11.26.2014

Filhodependentes

Vamos começar por confessar: pertencemos todas ao grupo de pessoas que consegue estar a falar ininterruptamente durante 30 minutos sobre os nossos filhos, não é?

Mas se bem se lembram, há uns aninhos, revirávamos os olhos quando na mesa ao lado, no restaurante ou na cantina do trabalho, ouvíamos uma grupeta de mães a falar de cocós, do infantário, das roupas que se esfolam nos joelhos, das viroses que por aí andam. 

Dizíamos ao nosso grupo de amigos “Ai! Eu quando for mãe não vou ser assim. Quero ter vida própria. Quero ser interessante”. Pois, minhas queridas, a verdade é que nos tornamos no grupo de filhodependentes que não sabem quando parar. Cinema? “O último filme que vi foi o Avatar…” Música nova? “A Galinha Pintadinha conta?” O Sócrates foi preso em Évora? “São todos iguais”. Por muito que queiramos não conseguimos ter grandes temas de conversa nem sair das frases feitas.
Mas vamos tentar?

Eis o que vos proponho, qual guru: fazer um exercício simples para tentarmos curar esta filhodependência.

Inspira. Expira.
Primeiro passo: assumir que somos chatas.
Todas juntas, dizer esta mantra: “Eu, mãe da Isabel (nome do vosso filho, ou seria só parvo), sou chata. Ninguém quer saber da cor do ranho da minha filha. Ninguém ganha nada com a informação de que ela já come sopa com carne. Todos os bebés fazem isso.”
Inspira. Expira.

Segundo passo: ler nas entrelinhas. No início vai ser difícil controlarmo-nos, mas o mais importante é perceber que já estamos a ser chatas. Quando?

  1. Quando percebemos que ninguém nos está a fazer perguntas há, pelo menos, 5 minutos.
  2. Quando o interlocutor ficou com os olhos molhados. Não, ele não está comovido, apenas acabou de bocejar discretamente.
  3. Quando o interlocutor faz comentários como “ah, que giro”, “hã hã”, “tão bom”, a olhar para o telemóvel. Não é tão giro, nem tão bom. Ele está só a ser simpático.
  4. Quando o interlocutor tenta mudar o assunto nem que seja para falar da meteorologia e nós aproveitamos para dizer que temos o miúdo constipado ou que lhe comprámos um gorro novo. Ninguém quer saber!
  5. Quando o interlocutor revira os olhos. Não, ele não está a ver a mosca a passar, nem lhe entrou nada para o olho. Ele só não quer ouvir-nos mais!

Terceiro passo: fazer uma lista de coisas interessantes para dizer. Enquanto estamos na sanita, pegar no telemóvel e ler as gordas das notícias. Mesmo que não consigamos aprofundar muito os assuntos, podemos lançar temas novos! E não, notícias que envolvam criancinhas não contam!

Quarto passo: para que esta mudança nas vossas vidas não seja muito repentina, ponham um penso no braço. O penso é o "A Mãe é que sabe". Venham cá pôr a conversa em dia, contar-nos como é o ranho dos vossos filhos e ser chatas. Nós não nos importamos.

Estou à espera da cabeça partida

Oh. Meu. Deus.
Já sofro por antecipação, para depois o golpe não ser tão forte... Não sei como vai ser daqui para a frente.
Mães que têm filhos terroristas, como aguentam? Como aguentam estar constantemente com o coração nas mãos? Saber que o "não" não chega. Ou o castigo ou a palmada no rabo...
O Lucas ainda só tem 9 meses e eu já consigo antecipar o futuro dele... Cabeça, braço ou queixo partido, em algum ponto da sua infância. Ou as três hipóteses e mais algumas. Quando digo que ele é terrorista se calhar estou a exagerar um bocadinho. Ele é aventureiro, curioso, destemido e todo despachado. E eu tenho imenso orgulho nisso! E é assim que ele é feliz: a explorar, a testar o limite, a observar com as mãos tudo muito detalhadamente. Quer ir, vai. Quer mexer, mexe. Quer meter na boca, mete.
Mas isso vem com um preço. Eu sei. O pai dele era assim... Metia-se em cada alhada. Chegava a casa todo esfolado, ou com sangue em alguma parte do corpo. Chegou a ser atropelado! Compreendem o meu pânico, não compreendem? Eu não era assim. Eu era sossegada. Tinha medo. Gostava de ficar a brincar no mesmo sítio, horas e horas à volta de um brinquedo. Eu era feliz assim. Mas fora a parte da segurança, não quero que o meu filho cresça à minha imagem. Quero que seja ele próprio, igual a si, com a sua identidade e personalidade.

Só queria saber como fazem, mães de miúdos terroristas. Porque isto me assusta.

Quando ligar ao pediatra?

É dos maiores dilemas de uma mãe de um bebé a seguir a quando é que se deve "fazer um bebegel".

Não queremos incomodar os pediatras porque temos medo do rótulo que passamos a ter junto deles.

Não queremos ser as mães com falta de confiança, as mães dependentes dos médicos, as mães chatas. Não queremos parecer freaks, enviando um sms ao pediatra por dia ou por mês.

Então, como fazemos?

O que é que é digno de fazer com que enviemos um sms ao pediatra ou não?

Acho que uma das frases da minha pediatra pode ajudar-nos nisso: "enquanto os bebés são pequeninos, não se preocupem que terão toda a minha atenção".

Quanto mais pequeninos forem, maior o nosso nervosismo e também mais graves as repercussões dos problemas que possam ter. Está a chorar muito? É enviar uma mensagem ao pediatra. Antes isso do que pormos Camilo Alves na chucha a conselho de alguém ou que o abanemos "de fininho" com algum desespero.

Acho que, acima de tudo, temos que nos lembrar de duas coisas:

- Receber um sms não é incómodo nenhum. Ler quatro linhas de texto ou ignorá-las não é muito complicado. Responder é que pode ser e isso fica do outro lado.

- Às vezes não custa nada abrir um livrinho credível para as dúvidas mais normais e menos preocupantes. "Quando é que é febre?" Podemos ler aqui ou acolá e a informação não varia muito.

- Averiguar a disponibilidade do médico fora das consultas deve ser discutida logo no início e deve ser um dos critérios na escolha do médico: está disponível para lhe fazer perguntas por sms?

Afinal passaram a ser três coisas que temos que nos lembrar.

Eu perguntei: "Se for muito chata, diz-me?". E assim ficámos. Até hoje.



11.25.2014

Bebé doente é para estar em casa.

Escrevo no dia em que a Irene ficou doente pela primeira vez. Algum dia teria que acontecer e foi hoje. Passadas algumas horas de negação, lá me apercebi que aconteceu. Olhos congestionados, a senhora da farmácia a dizer que a "miúda está a arder em febre", dois dias em que esteve esquisita, foi o que foi preciso para entender que, passados sete meses e meio, a minha filha ficou doente.

Sempre tentei protegê-la ao máximo. Evitei sair com ela quando estava frio, nunca estive com ninguém doente ou com crianças doentes, nada. Afinal, fui eu a ficar e a passar para ela e para o pai. Quem me mandou tirar a camisola para lhe dar de mamar todas as noites só por gostar de sentir as mãos dela no meu peito?

Escrevo para dizer que é impossível protegermos os nossos filhos de tudo tal como idealizámos, porém creio que o nosso papel é tentar e a sério. Tenho a consciência tranquila e sei que fiz tudo o que podia. Mesmo. A Irene nem está na creche muito também por causa disso.  Claro que não devemos enfiá-los num tupperware, nem devemos privá-los de lamber o chão, mas ter o máximo de cuidado com mudanças de temperaturas e afins é o papel dos pais. Protegê-los. Tapá-los à noite. Vestir casacos. Não sair com eles à rua quando estão engripados ou constipados. Arranjar maneira de estarem no seu máximo conforto e não "no nosso".

Não desejo isto a ninguém. A nenhuns pais, nem a nenhum bebé. No que depender de mim, a Irene não terá contacto com outros bebés até estar completamente curada. É verdade que tenho a vida facilitada por estarmos ambos em casa (marido freelancer e eu com licença sem vencimento), mas todos os trabalhadores a contrato têm direito a um mês de assistência à doença do filho e os outros, espero que consigam ter compreensão dos patrões. Infelizmente sei que o mundo não é justo. Refiro-me aos que podem.

Confesso que não consigo estar de acordo com os pais que, por opção, com os miúdos doentes, vão para sítios (para mim, entupidos e ranhosos, já é estarem doentes e não um "estado normal", senão iríamos com eles ao médico quando estivessem a respirar bem e não quando têm dificuldade em respirar e tosse, aí estávamos felizes da vida). Não só acho que o bebé deveria ficar no sítio mais confortável possível e resguardado (principalmente no caso de constipações e afins) como também nunca me sentiria bem ao pensar que poderia pegar algo a alguém. Esse alguém pode ser um bebé ou a um pai que pega a um bebé...

Se toda a gente fosse assim, não haveria menos doenças para todos os bebés? Doentes vão sempre estar, mas não deveríamos tratar da saúde dos filhos dos outros como se fossem os nossos? Qualquer doença é de evitar. É sempre triste um bebé não estar no seu melhor. É sempre lamentável ter que fazer aerossóis, vapores, supositórios...

Não há pressa de sair. A Irene só sairá quando estiver bem. Pelo bem dela e pelo dos vossos filhotes.

PS - A Irene já está bem, obrigada.