11.22.2014

11 horas na creche? Como?!

"Vou ter de deixar o meu filho 11 horas na creche. Não tenho outra alternativa." Esta frase deixou-me triste. E pergunto: como? Como é que uma criança aguenta 11 horas seguidas na creche? Como é que os pais sobrevivem sem ver o filho crescer?

"São os tempos de hoje", ouvimos repetidamente. Os avós trabalham, os pais não têm outra alternativa senão trabalhar e fazer horas extraordinárias e por vezes trabalham em dois sítios. Pergunto-me como é que esses pais não andam angustiados? A resposta é retórica: andam angustiados. Devem andar, só pode. Sabem que dão tudo mas que esse tudo é pouco. É o melhor que podem, mais não podem fazer. Não podem.

Fico triste quando vou buscar a minha filha à creche e ela está a chorar, com olheiras, e faz beicinho quando me vê, como que a queixar-se. Um dia, assim que olhou para mim, começou a chorar, em desabafo. Partiu-me o coração. E, no meio destas vidas caóticas, sou uma privilegiada. A Isabel fica lá 6, 7 horas, no máximo. Tenho a sorte de conseguir coordenar-me com o pai dela. 

Um dia ficou lá 9 horas e eu jurei para nunca mais. Em casa, estava triste. Não comeu a sopa, não quis brincar, chorou a tomar banho, odiou-me. Eu odiei-me, é mais isso. Lá veio aquele sentimento de culpa, tão comum nos pais. Uma bebé de 6 meses não está preparada para ser largada 9 horas. Precisa de atenção, precisa dos pais, precisa de descanso. Todas as crianças precisam.

Por isso, pergunto-me: como é que estamos a criar crianças que chegam a casa a dormir e só vêem os pais ao pequeno-almoço? Mas qual é a solução?

E para agravar ainda mais o sentimento de culpa, vêm os pedopsiquiatras e psicoterapeutas dizer que "passar demasiado tempo no jardim-de-infância pode deixar as crianças deprimidas, provocar sentimentos de abandono e baixa auto-estima", neste artigo do DN. Como se os pais não soubessem. Sabem, os pais sabem. Mas não têm alternativa.

Beijinhos

Ontem quando te ia buscar à escola vi uma mãe com um menino ao colo. Reparei que estava a dar-lhe beijinhos e não consegui não sorrir para dentro.
No entanto, quando viu que estava a ser observada, por mim, parou.

"Não era preciso!", pensei. Eu compreendo!

Quando finalmente te tive de novo nos braços, enchi-te de beijinhos.
Adoro dar-te beijinhos! Adoro adoro! E quando estás ao meu colo, mesmo que esteja a fazer outras coisas, levas com montes deles.
E só reparei que é algo que faço inconscientemente desde que saíste da incubadora quando testemunhei um momento desses entre outra mãe e o seu filho.

Um momento tão íntimo, tão carinhoso, tão cheio de amor...

Espero que me deixes encher-te de beijinhos até bem tarde. Mesmo quando fores adolescente e já nem olhares para mim quando saíres de casa de manhã para ires para a escola.

Beijinhos filho

Estive toda grávida.

Oh que engraçado e que criativo. E não é que um dos primeiros livros dos quais falo aqui no blog (haverá mais, prometo, tenho de arranjar maneira de justificar os mais de 200 euros que gastei na secção de puericultura da FNAC do Alegro) é o MEU? Que coincidência danada, esta.

Eu cá gosto do livro. Confesso que ainda não o reli depois das três vezes em que tive de o fazer antes da edição, mas lembro-me de ter gostado.

A ideia era contar a minha "viagem". Eu era uma miúda maria-rapaz (ainda sou um bocadinho, apesar das mamas cheias de leite e de andar ocasionalmente com saltos da Seaside) e não queria ser mãe. Sim. Não queria, até ter conhecido o amor da minha vida. O homem que me fez esquecer todas as minhas inseguranças que afinal eram as responsáveis pela minha negação da maternidade.

Todas as semanas até parir, pari uma crónica. Às vezes a encher chouriço porque a coisa não se deu lá muito rápido (o meu homem é já a atirar para o velhote), outras vezes porque tinha mesmo coisas para dizer.

Não tinha encontrado ainda (na tal secção de puericultura que devorei) um livro humorístico sobre a gravidez, escrito "ao vivo".  Aqui está ele e ele e eu pela Sara-a-Dias:











Estou toda grávida - Crónicas de uma vida anunciada" é a perspectiva de uma outsider sobre algo que está a acontecer inside her.
A maria-rapaz lá da escola que nunca quis ter filhos está agora ansiosa por ter um e está a ver a sua barriga a crescer.
É o crescendo de uma mentalização, o derreter de um cubo de gelo e um escorregar emocional no que é a maternidade. Isto, pela miúda que usava um boné da Nike quando queria estar bonita para ir para as aulas.
"Irrita-me a forma como falam com as grávidas no sites e nos livros. Tratam-nos como se fossemos uma espécie de Carris metal: somos úteis para transportarmos pessoas, mas suspeita-se sempre de um atraso."
"Na última consulta, a Dra. tinha dito que era uma menina, mas que só tinha 80% de certeza. Agora vimos o pipi! Não da Dra., claro."
"Estou a adorar estar grávida! A ver se não me afeiçoo muito a este estado de graça, senão depois passo os dias a ver se consigo voltar a pôr o miúdo ao pé das minhas trompas."


11.21.2014

Porquê, dentes?

Porque é que vocês insistem em infligir dor ao meu filho?
Parem lá com isso!
Não é que eu o queira desdentado para o resto da vida, mas havia necessidade de causar tanta dor?
Havia necessidade de ele acordar aos gritos durante a noite sem nada que o acalme?
De ficar com febre sem razão aparente?
De ter umas bolas inchadas nas gengivas?

Havia?

Mães de todo o Portugal e arredores, digam lá de vossa justiça o que é que ajuda a aliviar os dentes dos vossos filhotes?

Já ouvi dizer muito bem do Pansoral, é o que eu uso. Deduzo que resulte. Não só o Lucas deixou de gritar, como também já experimentei em mim e fiquei com a gengiva ligeiramente anestesiada...

E os colares de âmbar? Aquilo é caro... Mas também já estive tentada a comprar. Só não comprei porque levei nas orelhas do pai da criança a dizer que aquilo era treta e que se resultasse mais gente usava e blá blá blá. Já compraram? Os vossos bebés ficaram mais aliviados?

Uma amiga também já me trouxe de Inglaterra umas saquetas homeopáticas com umas bolinhas muito pequeninas. Já fui da opinião que os homeopáticos resultavam muito bem, em várias áreas, não só nos dentes. Agora estou um pouco mais céptica... Que me dizem?

Eu já estou por tudo. Todas as mães devem ser assim.

Ninguém gosta de ver os filhos com dores, não é?
Parem lá com isso, dentes!

Os primeiros dias longe de ti, filha

Três dias. Vou estar três dias sem te ver, sem te dar colo, sem te dar mama. E ninguém me obrigou, eu quis. Quis ir com o teu pai. Quis sair de Portugal, quis ir ver o Mundo. Pela primeira vez sem ti, meu Mundo. Tu pela primeira vez sem mim.

Não foi fácil decidir. Ir ou ficar? Estive umas semanas a pensar se seria capaz. Sou. Vou ser. Vou. Vou, com o pensamento em ti, tenho a certeza. Mas vou tentar aproveitar a viagem, já que não vou estar aqui. Vou estar lá e aqui.

Qual é o dia certo? Com quantos meses ou anos devemos afastarmo-nos um fim-de-semana dos filhos? Quando é que as mães se sentem preparadas?

Ainda não tenho a certeza se tomei a decisão certa. Só lá saberei. Ou no aeroporto, ao chegar às partidas. Ou quando fechar a porta de casa, contigo do lado de dentro. Ou quando te der o último beijinho antes de sair. Só de pensar nisso, choro. Eu sou eu e tu. Custa tanto. Se já custa agora, vai custar ainda mais.

Mas eu vou. Porque preciso e o teu pai também. São três dias a dois. Quando sairmos, já vamos estar a chegar. Vai passar rápido. E vai ser bom: vou dormir, vou passear, vou namorar. O teu pai é o meu amor. Os dois juntos fazemos sentido, a fazer uma das coisas de que mais gostamos, viajar. Para o ano vens connosco. Vamos ver o Mundo a três, prometo-te.

Vão ser os primeiros dias longe de ti, com 9 meses. Para a maioria das mães é cedo, eu sei. Para mim também era. Nunca pensei conseguir ir. Mas vou. Vou e volto. Ficas com a pessoa em quem mais confio, logo a seguir ao teu pai. A minha mãe.

Até já, filha



11.20.2014

Milf

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Respira fundo, Joana. Sorri.

Desde o momento em que anunciamos que estamos grávidas até aos miúdos terem uns 62 anos, há sempre opinanços sobre tudo e mais alguma coisa. Tudo o que fazemos está errado, mas, claro, "cada um sabe de si". Tudo o que fazemos vai torná-los umas bestas insensíveis e egoístas, mas "a mãe és tu".
Tudo tem um "mas". "Mas tu lá saberás...". "Mas o filho é teu..." Verdades de la Palice que não insinuam mais do que um "estás a fazer tudo errado, mas depois não digas que eu não te avisei":

Sou uma pessoa pacífica. Não sou boa a comprar guerras e quase sempre ignoro comentários menos felizes. Mas naquela fracção de segundo antes de respirar fundo e fazer um sorrisinho amarelo, o que me apetecia responder mesmo, mesmo era isto:

- Pegá-los ao colo torna-os dependentes
- Ai não me digas! O meu maior sonho era que a minha filha de dois meses já fosse independente e andasse por aí no Urban a comer gajos dançar sem me dizer a que horas chega a casa. Que chatice ter de lhe dar colo, conforto e amor enquanto ela me deixa e precisa.
Respira fundo, Joana. Sorri.

- O teu leite não presta
- Sabes o que não presta? O teu córtex pré-frontal e a tua boca mal cheirosa de onde só saem asneiras sem o menor cabimento. Informa-te e depois vem falar comigo.
Respira fundo, Joana. Sorri.

É preciso deixar os bebés chorarem
- Sabes quem é que eu deixava chorar, se pudesse? Essa tua cara que nem com três plásticas e dois peelings ia ao sítio, depois de te dar a lição que tu mereces. Está explicado porque é que ficaste tão mal acabadinha.
Respira fundo, Joana. Sorri.

Tens de a ensinar a dormir a noite toda
- Nem sabes a missa à metade. Comecei agora com o reflexo condicionado do Pavlov, a seguir vou dar no reforço positivo com ossinhos como presente para ela morder quando se portar bem e, se não resultar, já contratei o Encantador de Cães para vir cá domesticá-la.
Respira fundo, Joana. Sorri.

Ui! Não tens o parto planeado, estudado ou minimamente definido? Boa sorte...
- Minha grandessíssima amiga, não te preocupes que vou já fazer uma maquete e apontar todas as instruções para dar ao médico na hora do corta e cose. Vai dar imeeeeenso jeito, quando tudo correr exactamente ao contrário. E descansa que "exactamente ao contrário" não é empurrarem a bebé para dentro de mim novamente.

Haja paciência.
Respirem fundo e sorriam.

'Bora pijamar

Eu toda contente a pensar que era hoje que ia dormir a noite toda... Devia ser por isso que o meu filho foi hoje de pijama para a creche. Mas não. Vou levar com ele a acordar às 2h da manhã para comer e depois às 6h cheio de energia para um novo dia. Outra vez.

Devia ser essa a razão do Dia Nacional do Pijama, ajudar os pais a dormir, e não uma acçãozeca de solidariedade. Por que raio hei-de gastar um pijama dos poucos que ele tem da Primark? Vá, tem poucos não por eu ser porca, é porque cresce a correr e basicamente não vale a pena comprar mais.

Agora a sério.

O Dia Mundial do Pijama é uma iniciativa promovida pela associação Mundos de Vida e visa ensinar às crianças o que é ser solidário, bem como sensibilizar a população para o "direito de uma criança crescer numa família". E como bónus vão de pijama para a escola, porque é giro.

Já pensaram nisso? Não no bónus, mas na cena das crianças. Para a maioria de nós o facto de uma criança crescer numa família é um dado adquirido. Mas o facto é que para muitas isso não passa de uma utopia, apesar de esse ser um dos seus direitos fundamentais. Só por isso acho que devia ter ido para o trabalho de pijama. Se não fosse despedida talvez me perguntassem o que andava a fazer assim vestida, e eu teria a oportunidade de alertar mais alguém para esta causa. Mas era perigoso, ainda adormecia e depois era chato se alguém telefonasse.

Além de irem de pijama, as crianças são convidadas a montar um mealheiro de papel, previamente entregue com o convite, e a fazer um peditório aos seus familiares, amigos, vizinhos, padrinho e a quem mais se lembrarem. Desta forma, irão aprender a ser solidárias para outras crianças. Haverá também actividades relacionadas com o tema durante o dia de hoje, o que fará com que o dia seja ainda mais especial. Actividades especiais e ir de pijama. Maravilha de dia!

O Lucas foi hoje de pijama para a creche. E nem foi para me poupar trabalho, que o desgraçado, mesmo que não se borre todo (é mesmo assim, não há maneira de dizer isto com jeitinho), fica sempre a cheirar a cocó. Logo, tive de lhe vestir um pijama lavadinho e a cheirar a (não, não é a rosas) Skip Baby.
Levou também o mealheiro, que por pouco não chegava inteiro, já que esta chuva ensopa qualquer coisa. Ele ainda é muito novo para compreender a parte solidária do pijama, mas ao menos pode fazer a festa e ir confortável. Imaginem uma sala cheia de bebés de pijama. Coisa mai' fofa!

11.19.2014

A tua caixinha

Foi (quase) assim que te conheci. Conheci-te quando nasceste, e tive a oportunidade de te dar um beijo e um olá. Mas depois levaram-te. Levaram-te de mim. Da tua mãe.
Voltei a ver-te no dia seguinte. Não pude pegar-te ao colo. Só tocar-te. Senti o teu calor. Estavas quentinho, lá dentro, mesmo despido.

Estavas ligado aos monitores que apitavam quando deixavas de respirar ou quando o teu coração fazia coisas esquisitas. Tinhas o oxigénio a entrar pelo nariz. Eras pequenino. Não tão pequenino como outros meninos que te acompanhavam na neonatologia. Afinal, não te tinhas adiantado muito. Só 5 semanas. Os tubinhos que te ajudavam com o oxigénio pareciam enormes para as tuas pequenas narinas.

Tinhas também uma sonda na boca. Não sabias comer. Não sozinho. O leitinho tinha de chegar ao teu estômago com ajuda. Um leitinho. Não era o meu. Depois passou a ser o meu, também. Com algum esforço consegui ajudar-te a crescer, embora não chegasse. Bebeste sempre mais algum leitinho.
Tinhas uma mão negra. Tiveram de te picar. Num dia numa mão. Noutro na outra. Noutro talvez no pé. Foste muito corajoso.

Estavas muito sereno, quando te conheci, quando pude finalmente sentir-te como meu. Mesmo assim ao longe, na tua caixinha. Que te protegia de mim, deste mundo para o qual não estavas preparado. Eu queria tanto abraçar-te! Sentir o teu cheiro, encostar os meus lábios na tua pele. Fazer-te sentir que eu estava lá, que não estavas sozinho.


Tive medo. Muito medo, de te perder. Embora me dissessem que a probabilidade de te ires ser ínfima, eu não conseguia deixar de olhar para ti, tão frágil, e pensar que da próxima vez que as máquinas apitassem seria a última que te veria com vida. Felizmente, não passou disso. De um medo.

O tempo passou. Primeiro tiraram-te o oxigénio. Já sabias respirar sozinho! Que grande vitória! Nessa altura ainda estava internada. Ia ver-te sempre que podia, que sabia que poderias estar mais tempo acordado para nos conhecermos melhor. Enquanto dormias tentava descansar, para recuperar da cesariana e para que, quando regressasses a casa, pudesses contar comigo a 100%.

Tive alta. Mas tu ainda não sabias comer. Não pudeste vir comigo para casa. Para a nossa casa. Doeu-me muito. Sabia que estavas em boas mãos, que era o melhor para ti, mas não conseguia deixar de pensar que te tinha falhado. Ainda agora tinhas chegado e eu já estava em falta para contigo. Doeu-me tanto.


Quando regressei ao pé da tua caixinha pude, finalmente, pegar em ti. Foi um momento mágico! Eu não estava nada à espera. A senhora enfermeira virou-se para mim e perguntou-me, com a maior das naturalidades, se queria pegar-te. Se queria? Claro que queria!

Passei a visitar-te duas vezes por dia, embora pudesse ficar mais tempo. Não o fiz pois apenas poderia ficar a olhar para ti, enquanto dormias. Aproveitei esse tempo para descansar e recuperar. Queria ser só tua quando fosses para casa. E queria poder receber-te. Como vieste mais cedo, ainda faltavam coisas importantes para ti. Às vezes penso se terei sido má mãe por fazer isso. Por não ter estado sempre contigo. Mas a minha consciência diz-me que não. Fiz o que devia ter feito. Não ganhaste nada se eu tivesse lá estado o tempo todo. E ganhaste uma mãe mais presente sempre que estive contigo. Ia ver-te e ia tirar leite, para que pudesses continuar a tê-lo quando fosses para casa.


À medida que o tempo ia passando ias evoluindo cada vez mais. Passámos a poder dar-te banho. Era o ponto alto do nosso dia. Meu e do pai. O pai também ia sempre visitar-te. Eras todo dele enquanto eu tirava leite. Depois eu reclamava-te para mim. Já só faltava teres alta e vires para casa. Mas não conseguias aprender a comer. Fizeste fisioterapia. Aprendeste a mamar. Agradece à terapeuta Paula, ela foi muito importante para que o conseguisses fazer. Passámos a dar-te biberão. Muito devagarinho. Não tinhas força para mais. Apertávamos-te as bochechas para perceberes como se fazia.

E, um dia, quando menos esperávamos, bebeste um biberão inteirinho! Por precaução ficaste mais uma noite na tua caixinha, e no dia seguinte passaste a ser só nosso. Foram só 12 dias. Mas foram 12 dias que pareceram uma eternidade. Hoje contas já com 9 meses. Ou 7 meses e meio, como algumas pessoas gostam de dizer. Obrigada por teres lutado e por estares hoje connosco, Lucas.



Obrigada a toda a equipa de neonatologia do Hospital da Luz. Aos enfermeiros Hugo, Patrícia, Andreia e aos outros cujo nome não me lembro, um especial obrigada por nos terem feito sentir em casa, por terem ajudado o Lucas a recuperar tão bem, e por nos terem ensinado a cuidar melhor dele.

O pai também sabe, demora é mais tempo.


Por David Silva, pai da Isabel

O pai, quando não é pai mas sabe que quer ser pai (confuso, eu sei), tem a perfeita noção de que a vida vai mudar a partir do momento que os filhos nascem. Agora, será que sabe o quanto vai mudar? A resposta é claramente: "NÃO!".

Começando por onde se deve começar, pelo início: a vida de casal é boa, jantares a dois em ambientes românticos, idas ao cinema, sexo com fartura (q.b., vá!), sair à noite... Esta é a vida de que o pai-que-ainda-não-é-pai gosta.

Numa noite de jantar romântico que acaba com 3 horas de sexo (ou 10 minutos, mas à Benfica) acontece que o nosso espermatozóide mais rápido se lembra de chegar com tudo para nos alegrar a vida (para aqueles que querem ser pais, claro).

Depois chega a notícia e o pai-que-ainda-não-é-pai vai ficar a saber que vai ser pai. Esta é a parte em que ficamos radiantes mas, no meu caso, aquilo que me saiu foi: “estás a gozar?!?!?”. Pode não parecer, mas fiquei contente e com a lágrima ao canto do olho. Só que, nos segundos que se seguem, acontece o mesmo que dizem que acontece às pessoas que estão prestes a morrer. Fazemos um “flashback” à nossa vida e começamos a pensar nas coisas que gostaríamos de fazer e já não vamos fazer, as que fazíamos e que também já não vamos fazer, mas nada disso abala a nossa felicidade porque, no fundo, sabemos que o que está para vir é muito melhor (não para as pessoas que estão a morrer, claro).

Os 9 meses de gravidez, para o homem, nem são assim tão maus (tirando os humores bipolares e os desejos - do que elas se lembram!), mas temos de ser sinceros: a mãe sofre muito mais!

Vamos a umas aulas de preparação pós-parto e nem caderno levamos para tirar apontamentos porque achamos que vamos decorar tudo. A verdade é que as aulas vão passando e achamos sempre que são coisas a mais para aprender, mas, mesmo assim, pensamos: “isto de ser pai afinal não é assim tão difícil!”.

Chega o momento: vai nascer. A Joana grita “acho que me rebentaram as águas!”, ao que eu respondo “posso dormir só mais um bocadinho?” Eu sei, pareço uma besta insensível, mas o facto é que uma das coisas que nos ensinam é que quando rebentam as águas não vale a pena ir a correr para a maternidade porque ainda vai demorar e, no final de contas, podia ter dormido mais umas 6 horas (sendo que, provavelmente, ela me teria acordado aos gritos com as dores das contrações).

Vai parecer cliché, mas é verdade: o nascimento de um filho é mesmo um momento inesquecível, mas não vou entrar por aqui porque começo a ficar lamechas.

Dia 1, agora é que vão ser elas. Aquilo que me veio à cabeça foi: “afinal devia ter tirado uns apontamentos!”. Temos de ser realistas. As mães, durante 9 meses, fazem um download automático do manual de instruções do bebé (sendo que algumas parece que fazem download em Russo) e nós temos de aprender na hora. Trocar fraldas parece fácil, mas afinal não é. “Para que lado é isto?”, “é melhor limpar o cocó de cima para baixo ou de baixo para cima?”. E os banhos? Parece que a qualquer momento vamos afogar a pobre da criatura. E pior: combinar roupas? Eu bem tento não juntar flores e riscas, mas se tiverem a mesma cor, estão mesmo a pedi-las!

E agora aquilo que os pais mais gostam: acordar a meio da noite com cotoveladas nos rins e com as nossas mais que tudo a pedir gentilmente "vai lá tu!". Primeiro protestamos, depois vamos a cambalear e a embater contra as paredes e tudo o que nos aparecer à frente. Chegamos ao quarto com vontade de esganar o pequeno satanás que se encontra de joelhos e agarrado às grades a chamar por nós. Mas depois, depois parece que despertamos quando o pequeno anjinho se começa a rir para nós. Por muito que custe, a criatura vai ter de voltar a dormir...

Uma hora depois, estamos com as pernas dormentes de tanto caminhar pelo quarto, os braços já nem os sentimos, a música do youtube para bebés entra-nos pelos ouvidos em loop, já levámos 20 pontapés no peito e 38 beliscadelas na cara e o bicho não há meio de fechar os olhos.

Oi, oi, oi, está a adormecer, é agora! Fechou os olhos, está com aquela respiração calma, cama com ela, debruçamo-nos sobre a cama e ela aí vai. Viramos costas e, em pézinhos de lã, saímos para que ela durma um sono tranquilo. Pensavam que era assim tão fácil? Pois é, meus queridos, ela acordou de novo.

"Mãe, agora vais lá tu!"

Depois ainda há as papas, as sopas, as brincadeiras, os aerossóis e aquele objecto de tortura mais conhecido por aspirador nasal.

Hoje em dia o pai tem de saber. E não é muito melhor assim? Para mim é.

Quero que a minha filha sinta que o pai esteve sempre lá e que um dia diga “o meu pai também sabe!” 

E sei, só demorei mais um bocadinho! 



Cusquem-me a bebé à vontade.

Adoramos ver os bebés dos outros quando passamos por eles nos centros comerciais, não adoramos? Adoramos, pois. 


Eu nunca tinha olhado antes de ser mãe, talvez por, lá está, nunca ter considerado fazer parte deste clube. Agora olho mas, essencialmente, para ver se são mais bonitos que a minha. Somos todas assim, não me lixem. Somos, não somos? 


Comecei a reparar nisso nos primeiros passeios que demos no Alegro de Alfragide. Sempre que passavam velhinhas por nós, comentavam, em voz perfeitamente audível para o piso inteiro, o que tinham achado da criança. Outras, mais atiradiças, até metem conversa a perguntar que idade tem para terem uma desculpa para falarem dos netos. As únicas que não gosto são as que se põem a mexer na miúda. Só não lhes bato porque a idade já está a encarregar-se de lhes proporcionar desconfortos, nomeadamente a nível do tracto urinário.

Reparo que os pais também gostam de olhar para nós quando temos um bebé, mas desconfio que, no meu caso, seja por ter um carrinho super masculino e fora do comum e, então, põem-se a comparar "pilinhas", numa espécie de competição de xunning aplicado à puericultura.

As mães de crianças mais velhas olham porque estão loucas para voltarem a ter um bebé e snifarem-no todo e apalparem-no todo, qual drogadinhas. Ter um bebé é como fumar durante alguns anos. Depois até se pode deixar de fumar, mas o vício está lá sempre. E quando se vê alguém a fumar, aumenta-nos o desejo. 

Tirando a questão da medição peniana masculina, apetece-me sempre meter conversa com todas as mães, mães ao quadrado (avós) e com todas as grávidas. Apetece-me falar de tudo, perguntar tudo e ir tomar um café com todas. Parece que somos todas amigas, mas que não nos falamos. Enerva-me. Tudo o que posso dar é um sorriso.

E é o que me dão também. No outro dia, a passear no Colombo, uma dezena de mães e crianças sorriram para mim e para a Irene, desejaram-nos felicidades, disseram que ela era muito bonita e muito simpática e, graças a Deus, ninguém disse: "Olhe que isso passa muito rápido". Só um pai de uma pré-adolescente num elevador disse algo semelhante: "Depois ficam assim, aproveite". Espero que a compressão da miúda fosse equivalente à de um berbequim. 

Cusquem-me a bebé à vontade, fazemos parte do maior clube do mundo. 







11.18.2014

Mãe Mãos de Tesoura

Quem frequentou um curso de preparação para o parto deve ter sido confrontado com o dilema das unhas. Como cortar as unhas ao recém nascido? Com uma lima? Normal ou "para bebés"? E a tesoura? Tantas dúvidas... Mas afinal qual a melhor opção?

Cheguei à conclusão que:

#1: Se optarmos por usar limas, podem ser aquelas mais roscoves de papel que se vendem no supermercado;

#2: Mesmo com as limas mais xpto, as unhas dos recém nascidos são tão molinhas que é, na mesma, muito difícil pô-las mais curtas;

#3: A tesoura é uma boa opção, as unhas parecem papel, mas há que ter cuidado com bebés mais irrequietos;

#4: Mesmo com os bebés ditos irrequietos (eu comprei um desses modelos), com algum cuidado é quase impossível cortar-lhes os dedos.

Conclusão: a experiência dir-vos-á o que melhor resulta para cada um dos vossos bebés e seus respectivos pais, dependendo do nível de perícia manual dos mesmos. Ou seja, eram bons a EVT no 5º ano? Então estão safos com a tesoura. Se o cubo que montavam se parecia com um octo-nãoseiquê-edro, então se calhar é melhor optar pela lima.

Mas uma coisa é certa, não deixem de lhes cortar as unhas, se não querem ver a pele deles (e a vossa, já agora) que nem carpaccio de vitela.

Os 7 Mitos (mais estúpidos) da Maternidade

"Se beberes água fria enquanto amamentas, o bebé constipa-se". Pois, está claro.
"O bebé está com cólicas? O teu leite deve ser muito gordo". É, se agitar faço chantilly.
"A bebé tem de sair da maternidade com uma peça de roupa vermelha, para dar sorte". Hã, hã.

Qual o mito mais estúpido? Venha o diabo e escolha. A partir do momento em que se engravida, várias são as crendices que as tias-avós, vizinhas no elevador ou colegas do escritório nos fazem chegar. Muitas vezes temos mesmo de fazer um esforço sobrenatural para não chorar a rir. 

Compilamos aqui os 7 Mitos (mais estúpidos) da Maternidade
(podiam ser 10, mas dentro de 15 minutos a Isabel deve estar a acordar esfomeada)


1. Sexo durante a gravidez faz mal

Ui, como isso vai... a desculpa da dor de cabeça já não chega? Salvo os casos em que a gravidez é de risco e o obstetra desaconselha, sexo faz bem e recomenda-se, de preferência com o pai da criança.

2. As meninas roubam a beleza às mães

Olha que coisa tão bonita de se dizer a uma grávida e, ainda para mais, já com as hormonas todas descontroladas. É mesmo o incentivo que uma mulher com pata de elefante e com mais 15 quilos no bucho precisa. Adoro este espírito solidário. Temos de ser "umas p'as'outras".

3. Estou grávida, nada de exercício

Pois, pois, é a desculpa perfeita para não mexer uma palha, comprar um balde de nuggets e ficar na engorda a comer por dois e a fazer zapping. Se forem acompanhadas por profissionais especializados e se os vossos médicos não se opuserem, é pôr esse tutu a mexer!

4. Barriga empinada é menino, achatada é menina

Leram isso onde? Na Reader's Digest de 1922? Pois que essa relação não tem ponta por onde se lhe pegue (e aqui está pelo menos uma mãe para o comprovar. Mais alguém desse lado?)

5. Tens azia, então o bebé vai nascer cabeludo

Isso explica muita coisa... o David Luiz já revelou, inclusivé, que a mãe teve azia mesmo antes de estar grávida. Já a mãe do Nicholas Cage teve tanta azia como o filho tem bom gosto para aceitar papéis.
(Não tive azia e a Isabel nasceu mais peluda que o Tony Ramos e com um cabelo de fazer inveja ao Nuno Graciano).

6. Nunca estender a roupa do bebé à luz da Lua porque o bebé fica doente.

Lá por influenciar as marés, quer dizer que a Lua tem superpoderes para afectar os têxteis da Zara? Que mais faz a Lua? Atira búzios? Dá worshops de kizomba na Rinchoa? 

7. Se os desejos da grávida não forem correspondidos, a criança pode nascer com a "marca do desejo"

Isto significa exactamente o quê? Que o bebé nasce com um sinal em forma de brownie na bochecha? Com uma meia-laranja desenhada na nádega? Óbvio que isto foi inventado por uma mãe para chantagear o pai.

Que outros mitos vos fazem ficar de pêlos eriçados ou agarradas à barriga de tanto rir?

Fui má mãe?

Ninguém deveria ser obrigado a ir tirar sangue a um bebé. Sinto que me retiraram todo o sangue que tinha no MEU corpo.

A minha filha é, alegadamente, alérgica à proteína do leite de vaca e, por isso, "tivemos" de ir fazer análises. 

Usaram garrote para fazer sobressair a veia. Picaram. Picaram. Picaram. Picaram. Picaram. Picaram. 

"As veias são muito fininhas, por isso sai pouco e coagula logo.".

Picaram. Picaram.

Escusado será dizer que a Irene chorou como se estivesse a ser atacada e despedaçada por um leão. Não sei se terá sido confuso durante todo o processo estar a fitar a mãe e ela nada fazer, se seria preferível achar que estava sozinha.

Chorou. Chorou durante as duas dezenas de picadelas. 


Quando parou de chorar e continuou a ser picada, intervim. Encarei a paragem do choro como um acto de desistência de pedir ajuda e não aguentei mais. No meio do meu próprio choro convulso, gritei que bastava, que não tocavam mais na minha filha, que não queria saber se tinham sangue suficiente para ver seja o que for, não lhe faziam mais mal e pu-la, ambas a soluçar, quase sem conseguirmos respirar, na minha mama. Queriam retomar, mas não deixei. 


Ainda hoje não entendi por que é que fui fazer análises. Se se desconfia que é alérgica à proteína do leite de vaca, não se dá mais papas lácteas, pronto. É só leite da mãe, mesmo na papa. Adio os iogurtes e os queijinhos e afins. Quando for mais velha, será melhor para tirar sangue e, por isso, menos penoso fisicamente. 

O que é que lá fui fazer?

Ainda para mais existem leites adaptados sem a tal proteína, caso um dia não consiga manter a amamentação.

Não valeu a pena. 

Nenhum bebé deveria ser submetido a nada contra a sua vontade se não for por motivos de força muito muito maior.

Ninguém deveria ver o filho naquele estado e, pior, achando que lhe está a fazer bem. 



Nota: Quem tiver de fazer análises aos filhos, pergunte sempre se existem profissionais especializados para o efeito. Deve ser menos mau com as pessoas que tiveram formação específica para lidar com bebés e crianças. 

11.17.2014

Conversa de mães (#01)

- Então como está a tua piquena?

- Está b...

- Olha, a minha Susana está demais! Já faz o pino seguido de um mortal encarpado há um mês e agora dou com ela a misturar o português com o coreano, uma espertalhona. 

- Que engraçada! Mas a minha Márcia começou a fazer isso já há dois meses. Agora já salta do armário em duplo mortal e acaba em espargata no chão enquanto diz a tabuada.

- Que máximo a tua filha! A tua Márcia sempre foi muito despachada. Mas a Susana agora já faz cocó no bacio e saem com a forma de cupcakes. Aquela miúda... é uma peça! Já não suportava andar no carrinho, inscrevi-a nas aulas de condução.

- Opa, que fofura a tua filha! A minha Márcia é mais virada para os números. Foi tão rápida a fazer as contas aos 50% nos brinquedos do Continente, que a matriculei em contabilidade no ISEG.

- Quantos mesinhos?

- 6 meses.

- Que esperta, a tua filha! A minha só tem 5.


Regra nº.1 - elogiar sempre os filhos dos outros, mas depois espetar-lhe sempre um ovo a cavalo: o ovo é o nosso filho


Furar as orelhas. Sim ou não?

Porquê sujeitar uma bebé de meses ao sacrifício de furar as orelhas?

"Uma" bebé, quer dizer, também deve haver meninos de orelhas furadas. Há gostos para tudo...

Já tenho visto alguns bebés com brincos. Faz-me confusão. Até acho um bocado pirosinho, mas o que eu gostava mesmo de saber é: porquê?

Ah, é porque fica tão fofinha/gira/querida...
Chamem-lhe o que quiserem mas, então, deixem-me lá ver se entendi: a ideia é provocar dor e duas feridas abertas nas orelhas dos bebés por uma questão pura e simplesmente estética?

Epá... isso é PARVO!

Senão vejamos:

1. Andamos a esterilizar 8633820 coisas deles desde que nascem até, pelo menos, aos 6 meses, para não apanharem infecções, e depois abrimos-lhes duas feridas nas orelhas, de propósito?

2. Mães, a maioria de vocês deve ter as orelhas furadas. Muitas não se lembram, mas sabem uma coisa? Dói! Dói na altura e dói depois, enquanto não cicatriza. Lá está: tanto cuidado com almofadinhas para aqui e para acolá e depois infligimos-lhes dor, de propósito?

3. Tradição? Não me parece... Por essa lógica também era tradição dar sopas de cavalo cansado aos miúdos e "chuchas de açúcar" aos bebés e dar-lhes com o cinto vezes e vezes sem conta se se portassem mal. Seguir a tradição, mesmo sendo estúpida?

Estas são só três razões. E deveriam ser suficientes para não furarmos as orelhas aos nossos bebés.

Não me venham cá com merdas tretas e desculpas esfarrapadas!

Sim, sou contra.

11.16.2014

5 dicas para recusar sexo como uma mãe.

A autoria da frase "a melhor coisa do mundo são as crianças" é de uma mulher. É a de uma recém-mãe que se apercebeu que acabou de ganhar mais umas quantas desculpas para dizer que não ao sexo. 

Eles já descobriram a da dor de cabeça por esta altura, por isso há que inovar. 


5) Co-sleeping

Somos umas queridas, não somos? Diz-se que o mais natural é dormir-se acompanhado e que os bebés se sentem mais seguros  (e nós também) se dormirmos todos juntos. É uma ideia maravilhosa. O maior argumento a favor nem é o bebé sentir-se bem nem a mãe dormir melhor. Acho que nenhum animal teria a ideia de "chega-me para cá esses cocos" com um lactente no pikolin.

4) "Cheiro a azedo".

O bom da amamentação? Não, não é ser o melhor alimento para o bebé e o mais adequado. Reforçar as defesas? Para quê? O melhor da amamentação é que, a maior parte das vezes, nos deixa sujas de leite. E o que faz o leite ao ar livre? Não, não dá um concerto de tributo aos Queen. Azeda. Alguém quer fazer amor com um pedaço de fêmea no pós parto e que fede a vómito de cria? Não, tarados. Não é um convite, era só uma pergunta retórica para explicar que... deixem estar.

3) "Ainda sinto os pontos".

Eles ficam super sensibilizados por tudo o que passámos no parto. Fez-lhes impressão passarmos por tal sofrimento. Invoquemos essa altura em que fomos heroínas para nos safarmos às investidas. Os miúdos já têm 30 e tal anos e namoram com uma porquita qualquer e nós "ainda sentimos os pontos" e o "o sítio onde me espetaram a epidural". Como é que eles hão de saber se é verdade? 

2) "A noite foi um cocó".

Só nós estamos equipadas para acordar com o choro da nossa cria ou será o segredo mais bem guardado do género masculino? Seja como for, aproveitemo-nos disso. Passe a nossa cria a noite toda a dormir sem interrupções (aquelas noites em que achamos que, na volta, estão em coma) ou tenha aquelas noites em que mais parece uma fã dos One Direction, a nossa noite foi sempre horrível, estamos sempre de rastos. Não interessa também se é verdade ou não porque independentemente disso pareceremos sempre um bife de alcatra "médio mal" o que corroborá connosco.

1) Estar super pronta para isso. 

Deve ser a técnica mais infalível de sempre. Haverá algo que o nosso tipo ache mais estranho do que estarmos super prontas pelo momento?

- Anda, anda fazer amor, querida. 

E dizemos isto enquanto fazemos uma "corridinha de aquecimento":

- Vamos, pá! Ganhar, ganhar! Vamos para cima deles! Até comemos a relva! Até os comemos, pá! 


Obrigada, crianças, são mesmo o melhor do mundo.








11.15.2014

A minha filha é bimba (e eu também)

É quando somos mães que revelamos os nossos verdadeiros gostos musicais. Eu confesso já ser uma bimbinha aos olhos da normalidade com as minhas músicas de aeróbica dos anos 90 (esta ou esta ou ainda esta, só para terem uma noção da bimbalhada deste bicho que vos escreve), mas desde que tenho a Irene que as músicas que me vêm à cabeça para a entreter e para pôr no youtube são ainda mais vergonhosas. Adoramos as duas. Eu, com um bocadinho de vergonha. Mas, bom, também tenho vergonha dos meus pneus e tenho de continuar a andar a rebolar por aí, não é? É. 

Músicas do youtube para a menina Irene (as tais que me dão vontade de me ir abanar sentada na banheira com o chuveiro ligado). Top 3:

 
Lambada, sim. A lambada.

Bate forte o Tambor (eu quero é tic tic tic tic tac)
E o primeiro lugar vai para:

Prepara, agora é hora do Show Das Poderosas...

Quanto às músicas que lhe "canto"? 

Músicas da Disney em português do Brasil (lá está, vivam os anos 90). E parece que a minha cabeça não guardou mais nada. 

E vocês? São "bimbas e com muito gosto"? 

11.14.2014

Sugestões para o fim-de-semana (#01)

O fim-de-semana está à espreita. Se o tempo estiver manhoso, o dilema é sempre o mesmo: como ocupar os dias com actividades divertidas para toda a família? (ou como fazer com que os piratas gastem energias, é mais isto Hahaha)
A mãe é que sabe dá-vos sugestões para ocuparem os dias, sejam eles cinzentos ou solarengos.

EM CASA
- plasticina caseira

Estamos desertas para que os nossos filhos tenham idade para brincarem com plasticinas! E aqui encontrámos a receita de plasticina caseira. Queremos experimentar.

RECEITA:
- 355 ml de água
- 236g de amido de milho (maizena)
- 476g de bicarbonato de sódio
- 1 colher de sopa de óleo
- corantes alimentares

Vai tudo para uma panela - menos os corantes, que se misturam no final - em lume brando até começar a engrossar. Depois coloca-se numa bancada, amassa-se, divide-se em bolinhas e aplica-se o corante. E voilá, prontíssimo para os filhotes brincarem. E nós também não resistimos.


FORA DE CASA
- a hora do conto

Despertar o gosto pela leitura e estimular a criatividade dos filhos é uma das nossas preocupações.
A Hora do Conto na Cócegas nos Pés Amiga parece-nos uma excelente maneira de pais, filhos (dos 2 aos 8 anos), avós, tios passarem a manhã de Sábado, dia 15, em Lisboa. Tudo sobre o Evento aqui.

A entrada é livre.

Calma, mães e pais do Porto e arredores, também temos uma opção para vocês.
Na Biblioteca Municipal do Porto há Sábados a Contar, a partir das 15h30, para crianças a partir dos 3 anos. O conto é seguido de uma atividade de expressão plástica, escrita ou dramática para toda a família.

É gratuito mas a pré-inscrição é obrigatória, aqui. Para mais informações: 225 193 480


- concerto para bebés

Dia 16, Domingo, às 10 horas no Olga Cadaval, em Sintra, há concerto para bebés.
Electrónica pele na pele é o tema.

Para ficar a saber mais sobre estes concertos, é aqui.
Para comprar o bilhete, é aqui.

Divirtam-se!

O meu corpo é um saco de boxe

Calma! Não estou a ser vítima de violência doméstica! Pelo menos por parte do meu marido.

É mesmo o meu filho de 9 meses. Quando acorda às 6h da manhã e fica aos berros na cama porque não quer estar sozinho, trago-o para a nossa cama na esperança (AHAHAHAHAHA!!!!) de que durma mais um bocadinho.
Pois. Mas não. Sabem aquela música pimba que diz qualquer coisa do género "e mexe, remexe" e mais qualquer coisa? É o Lucas.
Não só não pára um segundo, como gosta de se agarrar a mim para se pôr de pé e fazer kung fu, entre outras coisas.

Aposto que não sou a única! Ou espero, ao menos. Deve haver aí mais mães que são violentadas todos os dias por um ser mais pequeno que o nosso fémur...

Partes várias do meu corpo são, por isso, vitimadas diariamente nas mais variadas situações:

Vítima número um: os cabelos. Adoro! Então quando ele agarra com aquelas micro-mãos os cabelos fininhos das têmporas... Gosto tanto que até me vêm as lágrimas aos olhos!
Vítima número dois: o nariz, por fora e por dentro. Regozijo-me de felicidade!  Que o queira arrancar à força e que, sem querer, no processo, me enfie o dedo na narina e aperte com a unha a mucosa até fazer sangue.
Vítima número três: a barriga, mesmo na zona do útero e da minha cicatriz da cesariana. Gosto imenso! São os pontapés quando lhe mudo a fralda ou o visto. E não são pontapezinhos, são bojardas dignas dos pés do Cristiano Ronaldo! Enfim, pode ser que um dia ganhe a Bota de Ouro. Uma vez já era giro.
Vítima número quatro: a pele, toda, em geral e em particular. Deliro! Beliscões no pescoço, nos braços, na cara, e onde aquelas mãos conseguirem... passo a redundância, deitar mão.

Isto leva aquela expressão "mãe sofre" a todo um novo nível de dor, a física. Que eu dispensava, obrigada. Já chegaram as poucas contracções que tive e as dores nas costas/ rins/ mamas/ pernas/ pés que me acompanharam na gravidez.