3.02.2018

Um ano depois, o que nos diz a Irene sobre os pais se terem separado?

Já vos contei o que tivemos em conta como estratégia para responder às dúvidas da Irene relativamente ao pai deixar de morar lá em casa. Dissemos, ambos (não muitas vezes, nem me lembro de serem mais do que duas), "a mãe e o pai são muito muito amigos, mas já não são namorados". 

Fez mais uma pergunta aqui e acolá, mas nada que me tivesse deixado sem fôlego ou que me fizesse sentir muito triste - talvez por ter mesmo a certeza da decisão que foi tomada. 

No outro dia, quando abracei o Frederico no final de uma conversa importante e à frente dela, ela disse, confusa: "mas vocês não são namorados, parem com isso!!". Acabamos por lanchar os três e fiquei contente por ela ter a sorte disso acontecer. Ponho-me sempre no lugar dela e no quão confuso é parecer que cada pai pertence a um mundo diferente e que nunca se cruzam. É importante para ela, julgo eu, ver que somos uma equipa mesmo que não vivamos juntos ou que já não sejamos namorados. 



Não tem feito grandes perguntas, o que não sei se será bom ou mau. Sei que pergunta sempre quem é que a vai buscar à escola e praticamente todos os dias, apesar de termos uma rotina, mas ainda não compreende os dias da semana. Já aconteceu, ao vir embora da casa do pai dizer que não o quer deixar sozinho e, desde aí, que lhe tentamos passar mais informação sobre os dias do pai sem ela: "o pai não está sozinho, está cheio de amigos, olha aqui o tal e tal e tal". 

Agora, o que tem sido mais complicado para ela (do que nos diz) é perceber porque é que não posso ir para a casa de férias para onde já fomos todos juntos um ano. Ela continua a ir lá com o pai e os avós, no Verão, mas eu não "posso ir". Quer muito que eu fique lá e que não seja "só para um beijinho". Aqui confesso que ainda ando um bocadinho às apalpadelas e desconfortável. Talvez me toque um pouco mais fundo. Seria mais fácil se a casa fosse outra, talvez. Talvez não associasse tanto a "todos juntos", mas não é essa a questão, claro. 



Tem sido muito mais "simples" do que a minha cabeça tinha imaginado. E fico genuinamente feliz quando me diz que tem saudades do pai. Quer dizer que não só que tem saudades do pai, mas também que se sente à vontade comigo para partilhar isso. Que não nos vê em equipas diferentes. 


Mais sobre a separação e a Irene: 



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8 comentários:

  1. Joana, obrigada por quer tu, quer o Frederico serem pessoas decentes que põem a vossa filha acima das diferenças, do fim da relação e dos vossos motivos pessoais. Não sou divorciada, mas conheço tantos casos lamentáveis e diferentes do vosso... E obrigada por partilhares a tua experiência quanto a este assunto.

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  2. Adorei! Estou a passar por algo muito parecido e tentar o meu melhor. E sim, está a correr melhor do que imaginava. Fico muito feliz de ver que vos está a correr bem também :) Um beijinho de nós as duas para vocês as duas :)

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  3. Totalmente fora do contexto, desculpe Joana: lembro há séculos ter visto cá um post sobre uma espuma de banho ou gel de banho ou assim que era colorido e duma marca com produtos ecológicos. Já me fartei de procurar mas não encontro o post. Consegue ajudar, por favor? :*

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    1. Aiii será da marca tinti?

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    2. Uau!!! Não conhecia! Mas tem exactamente o tipo de produtos que procuro. Obrigada Joana! :)

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  4. Já passou 1 ano??

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  5. Já pensou tirar estas dúvidas com uma Psicóloga Infantil quando a vossa filha faz estas observações ou perguntas.....ou seja lá o que for

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