Tenho-me vindo a aperceber (através de vários inputs) que o ser humano vai naturalmente pelo caminho mais fácil - não necessariamente o que lhe trará os resultados que ele precisa. Vai por aquilo que lhe parece apetecer ou por aquilo que lhe parece verdade.
Só que já estamos emoldurados pelas molduras dos nossos pais que foram as dos nossos avós ou que, então, foram precisamente o contrário.
A minha cabeça funciona por gavetas: a do bom e do mau, a do melhor e do pior, a do a favor e contra, a do branco e preto, a do rico e do pobre, a do gordo e do magro. Tanto quanto me tem parecido, é assim que a maior parte de nós funciona também.
Parece que nos facilita trabalho, mas só complica.
Complica porque quando falhamos, achamos que somos uma porcaria. E quem é uma porcaria nunca é bom. É horrível porque quando reparamos que não somos magras, achamos que somos gordas. É uma tristeza porque também o somos assim com os outros depois.
A Irene perguntou-me ser era má e eu respondi-lhe que toda a gente é tudo.
Tal como o lobo mau só tem fome, gosta é de comer porquinhos.
Aquele menino que te deu uma palmada não é mau porque te bateu, tem o "senhor medo e o senhor zangado" na cabeça tal como tu e eles falaram muito alto. Tu também já bateste nos teus amigos e não és má por isso.
Isso não faz com que deixe de doer. Dói quando se recebe uma palmada e não se deve magoar ninguém.
Dói quando a mãe grita por estar zangada, não é? A mãe não é má por ter gritado, mas como sabe que te dói, tenta não o fazer ao máximo.
Bom, não lhe disse tudo isto. Tenho vindo a dizer consoante as oportunidades.
Reparo que até a comida como por partes (a carne toda primeiro e só depois o arroz...) e que um dos meus maiores fascínios são artigos de papelaria, organizar coisas.
Nem tudo tem de ter uma gaveta, não somos uma coisa ou outra. Somos tudo, vamos sendo.
E o que sofremos com as etiquetas, até só na nossa cabeça...? Ao ponto de as impingirmos aos outros? E quanto disto se reflete naquilo que vivemos enquanto somos mães e nos dedos que apontamos às outras?
Unir.
Ui, Joana...Que confusão vai nessa cabeça!!!
ResponderEliminarNão teria sido mais simples (e também verdadeiro) responder à Irene:
- A mãe não é má, mas às vezes faz coisas erradas, coisas más, das quais às vezes se arrepende. Tal como todas as outras pessoas... Tu já fizeste coisas más, mas não és uma menina má, pois não Irene?
E se calhar relembrava-a de uma situação concreta em que isso tivesse acontecido. Ponto final. Parágrafo.
Não compliques o que pode ser simples...
Penso que cada mãe saberá a melhor forma de responder ao seu filho. Apenas a Joana sabe o que a Irene pode ou não compreender.
EliminarCada um sabe de si. Se não explicava assim ao seu filho, muito bem! A Joana explica como acha melhor!
De qualquer forma, a senhora percebeu mal, quem perguntou se era má foi a Irene acerca de si própria. E não dá mãe.
Enfim. Cada um sabe de si!
Precisamente! Unir. Resposta perfeita às haters no post da Joana Paixão 😊 Adorei
ResponderEliminarExcelente abordagem, Joana! Fossem mais como tu, e menos a seguir a lei do menor esforço onde realmente importa...
ResponderEliminarConcordo e obrigada por partilhares Joana. Coisas simples que vão minando a forma de nos avaliarmos e aos outros.
ResponderEliminarParabéns pela forma como falas com a Irene e como te expões num assnto com tendência a polémico.
Tão refrescante este texto! ❤
ResponderEliminarÉ isto mesmo!
Tenho 2 meninas e a minha abordagem a cada uma delas não podia ser mais diferente. Talvez porque elas são diferentes em tudo. Talvez porque sei o que resulta com uma e o que pode resultar com outra. Gostava de falar assim às duas, igualmente. Porém tenho visto e ouvido coisas de crianças, com os pais ao lado, que me fazem pensar se eles lhes explicam o que se deve ou não fazer, ou se não fizeram, porque não o fazem no momento imediato em que as crianças debitam ou fazem coisas cruéis.
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