6.29.2016

Saudades de conseguirem conversar com uma amiga?

Na quarta-feira fomos ao jardim de Belém. Nem me lembro há quantos anos não ia para aquela zona (a não ser para jantar na Enoteca de Belém que recomendo vivamente - sem crianças). A Bruna (minha amiga desde o 12º no Liceu Camões) e o Vicente (um dos seus três filhos) e nós (a Irene e eu) chegámos praticamente ao mesmo tempo (vou parar com isto dos parênteses, não é?). Levei um lanchinho para eles para comerem na relva enquanto púnhamos a conversa em dia e assim foi. Não resistimos em ir ao McDonalds, quais adolescentes e a Bruna mamou um smoothie (já não ia ao Mc há tempo suficiente para não saber que isso existia e que havia infra-vermelhos nas máquinas de despejar os tabuleiros - whaaat?) e eu um sundae de caramelo (acho que foi a primeira vez que comi um sundae até ao fim). Fomos até aos baloiços numa de "lhes dar o que eles querem", mas ficámos tão cansadas de estar a acompanhar e a restringir e a aconselhar que voltámos para a relva outra vez. 

A Irene comeu um pedacinho de pau, o Vicente fartou-se de cair (acho que vai ser duplo), atirou a Irene ao chão por ela ter sido chata e ter tentado roubar a bola dele (é uma das coisas que me preocupa na creche - a Irene levar safanões dos outros meninos), a Bruna e eu quase que conseguíamos acabar uma frase de vez em quando, mas foi maravilhoso: sentir o vento fresco (em vez de estar em casa a fabricar suor), ver tanto verde, ver os miúdos entretidos e estar com uma amiga de longa data. É sempre incrivelmente bom voltar a estar com amigos "de sempre" e ver que não mudaram, que a dinâmica continua igual. No nosso caso, até é assustador. Estamos mesmo iguais. 

Só tive mesmo pena que não desse para falarmos mais profundamente e disse-o à Bruna. Tivemos conversas de "quem está ali com os filhos", mas também foi muito melhor por eles estarem ali connosco. Compensa. 

























Macacão - Zippy (está grande demais, daí ter cortado um elástico e feito um nó atrás)
Sapatos - IGOR
Gancho - Claires
Chapéu - Zara

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Quando ir a um terapeuta da fala?

A Diana Lopes, nossa leitora (espero eu, senão é só esquisito ahah), propôs-se a dar alguns conselhos às mães sobre a área dela. Adorei. Por muito que achemos que "a Mãe é que sabe", sobre terapia da fala, a Diana é capaz de saber mais um bocadinho haha, mas só mais um bocadinho. 

Querem ler o que ela tem para dizer? Se conhecerem alguma mãe que ande com a pulga atrás da orelha sobre o desenvolvimento da fala do filhote, passem-lhe este artigo para ela ficar mais sossegada ou, então, para iniciar o percurso da terapia com ele! ;)


"Um dia, a Mãe acorda e começa a sussurrar aos ouvidos do seu bebé “Vá diz MÃ-MÃ, é fácil é só repetires MÃMÃ, MÃ-MÔ. A história repete-se com o pai, “PA-PÁ, diz PAPÁ”. Quem levará a vencida? A mãe ou o pai?

E quando a criança não faz a vontade a nenhum dos progenitores e aos dois anos nem o pai e/ou a mãe levam a vencida?



Antes da história do papá e da mamã, existe todo um processo que traduz o desenvolvimento linguístico da criança e, cada vez mais os pais devem estar atentos ao desenvolvimento da linguagem e da fala e tentar compreender qual a sua relação com as dificuldades na aprendizagem. Para tal, é importante que identifiquem alguns dos sinais de alerta que podem ajudar a entender qual a altura certa para procurar um profissional qualificado.

Ao longo do seu desenvolvimento as crianças vão aprendendo a comunicar de acordo com as regras da comunidade onde estão inseridas e o estímulo que recebem. O choro é a primeira e principal forma de comunicação do bebé e é através dele que o bebé vê as suas necessidades atendidas pelos pais nesta fase de vida. Designamos este período de pré linguístico, em que a criança comunica através de produções sonoras como, por exemplo, o choro (referido), o riso, o palreio e a lalação.

É através da interação de vários fatores (biológicos, psicossociais, cognitivos e biológicos) que as crianças desenvolvem a linguagem.

Por vezes ouvimos dos nossos vizinhos, amigos, familiares dizer que ela ou ele ainda “é um pouco espanhol a falar”, “fala um pouco à bebé”, “é um pouco sopinha de massa” ou ainda de forma mais específica “o teu filho fala mal”,  “ainda não diz os L’s, o S,…” mas na verdade a mãe é que sabe … a Mãe é que conhece a sua cria e melhor que ninguém conseguirá identificar os sinais de alerta manifestados.

Também é verdade que cada criança tem o seu ritmo. Mas quando devo agir? Deixo-vos aqui alguns sinais de alerta:

·     12 - 18 meses – o bebé é muito silencioso, não reage nem brinca com os sons, não aponta, não estabelece contacto ocular

·         18 – 24 meses – não compreende ordens simples, dificuldade em formar frases com duas palavras

·         2 – 3 anos – não forma frases simples

·         3 - 4 anos – apresenta um discurso ininteligível, não forma frases simples

·       4 - 5 anos – não relaciona acontecimentos simples e recentes, não compreende ordens simples, omite e troca sons nas palavras, discurso pouco estruturado, só os pais o compreendem

·        5 - 6 anos – utiliza frases mal estruturadas, tem um discurso incoerente

·        6 anos – alterações na articulação das palavras, trocas sons/letras ao falar, ler ou escrever.

O Terapeuta da Fala é o profissional habilitado para avaliar e aconselhar estas alterações. A intervenção precoce é a mais eficaz.

O Terapeuta da Fala

O Terapeuta da Fala é o profissional responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal. O Terapeuta da Fala intervém, ainda, ao nível da deglutição (passagem segura de alimentos e bebidas através da orofaringe de forma a garantir uma nutrição adequada). O Terapeuta da Fala avalia e intervém em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, tendo por objetivo geral otimizar as capacidades de comunicação e/ou deglutição do indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida (ASHA, 2007)."


Há poucos brinquedos melhores que este!

Ontem fui visitar a Joana a Santarém e uma das melhores coisas foi mesmo ver as miúdas finalmente a interagirem uma com a outra. Eles gostam de se ver uns aos outros mas, segundo li, só mais perto dos três anos é que interagem mesmo. Foi o caso. Consegui ver imensas diferenças. Estavam super felizes. 

Depois de um clássico banho no alguidar (mostro-vos em breve), não conseguimos resistir às bolinhas de sabão, mas sem nenhuma das mães ficar com uma quebra de tensão por estar a soprar durante horas ou sem nenhuma delas ficar totalmente encharcada de sabão por querer soprar e segurar no frasco ao mesmo tempo.

Estamos super fãs desta máquina. Óptima para o nosso descanso e consegue cumprir as expectativas das garotas de quererem 2000000 bolinhas de sabão ao mesmo tempo. Só mesmo algo sem pulmões para conseguir dar esta velocidade toda. 










Foi um daqueles momentos que, obviamente, a Irene se não se fartará de falar nos próximos dias...  "A Necas e a Isabel fizeu bolinhas de sabão!". 

Sabem o que gosto mesmo mesmo muito nesta máquina? Ao contrário de outra que já tive? Esta anima uma fotografia em vez de ter vontade que ela não apareça. Adoro as cores. Fica bonita, infantil, alegre. 

Claro que as nossas filhas ajudam. ;)

Máquina de Bolinhas de Sabão - Imaginarium 

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Não se aguenta!



Isto foi na despedida do dia de ontem. Se há coisa que vamos incentivar é esta amizade. 
Lindas, lindas, lindas! E tão nossas. <3





Não desculpei a Joana Gama


Não, não desculpei. Não desculpei porque não havia nada para desculpar. [Estou a falar do post da festa].

Somos bastante diferentes, agimos de formas diferentes e temos algumas prioridades diferentes. Mas uma coisa é certa: somos amigas. Amigas com o coração, daquelas que se riem até doerem as entranhas e que choram uma pela outra. Que se ajudam, que se preocupam, que dão na cabeça, que dizem a verdade. Eu digo a verdade de uma forma mais meiga ou com mais floridos, a Joana é mais despachada, mas nem por isso com falta de inteligência emocional. Já a achei agressiva (não necessariamente com as pessoas, mas com a vida, no geral), mas acho que fez um caminho fantástico de descoberta pessoal (esta frase quase poderia ter sido retirada de um qualquer vídeo do Gustavo Santos), depois que conheceu a Eugénia e que fez hipnose (e eu que era super céptica...). Ficou mais tranquila, menos ansiosa, mais feliz. 

A Joana não veio à minha festa, eu teria ido à dela, fizesse ela festa. Mas teria ido não por gostar mais dela do que ela de mim. Teria ido porque, para mim, faz sentido estar presente no dia dos anos dos meus amigos, porque ligo a datas e porque não seria esforço algum, por gostar de festejar. Não fiquei magoada, nem quando falámos, dias antes, nem no próprio dia, porque a conheço e porque conheço a nossa relação. Sei o quão forte é. E porque sei que a Joana está lá para mim, todos os dias, sempre que eu precisar. E porque sei que se lhe tivesse dito, na nossa conversa, que era muito importante para mim ela estar presente e que ficaria chateada ou triste, ela viria. Combinámos logo que viriam um dia inteiro, nas férias da Joana, e que aproveitaríamos o dia ao máximo.

Assim foi. Houve tempo para colo à recém chegada Luisinha, para danças parvas a quatro, para almoço debaixo do alpendre (obrigada, Frederico, pelo risotto, estava óptimo!), para piscina e para balde de água à sombra, para saltos na cama da Isabel e, ainda, para a Joana me arrumar a cozinha (!!!). Foi um dia bom, mas bom.


 
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6.28.2016

Como dar banho a um recém-nascido?

Estava eu na Maternidade toda desconjuntada e azamboada, com dores nos pontos (sim, tive um parto natural sem pontos, mas depois fui toda aberta na barriga, que é para não me armar em boa), com o Bobi atrás com soros e medicação, e um andar daqueles estranhos de quem está à procura de trocos no chão, mas fiz questão de dar o primeiro banho à Luisinha. Já da Isabel desmaiei, quando era a hora do banho, e teve de ser o pai a ter esse prazer. Prazer ou antes "a miúda vai escorregar, afogar-se ou desmembrar-se toda, ó meu Deus no que no que me fui meter?". 

Achava eu que com a segunda já seria toda uma descontracção e até lhe daria banho com os pés, mas não. Mesmo calmas, parece que nos esquecemos de tudo, é estranhíssimo. Tive ajuda da enfermeira Sofia que, para além de gira como um raio, é das pessoas mais talhadas para a profissão que há, super serena e a dar-nos imensa confiança, mesmo que eles já tenham engolido 5 litros de água. 



Não dá antes para lambê-los como se fossem um cãozinho e pronto?! Dar dá, mas sigam antes uma lista de passos que vou sugerir, que é capaz de resultar melhor, e eles escusam de ficar a cheirar a hambúrguer. 

1) Ter tudo à mão: banheira (de preferência num sítio alto para não ficarem corcundas), produtos do banho, toalha, fralda, muda de roupa, pente ou escova (se os vossos filhos tiverem mais cabelo do que o Tony Ramos tem no corpo todo, como é o caso da Luisinha). Aquela coisa do "é só meio segundo, vou ali e já venho" never, jamais. Lembrem-se, os desastres não acontecem só aos outros (mesmo na banca ou no trocador, eles têm reflexos e conseguem deslocar-se como recrutas na tropa, em menos de nada estatelam-se no chão). Se se tiverem de deslocar, vão com eles enroladinhos na toalha. 

2) Água a 38ºC, que é como quem diz, "o que vos parecer bem, mas mais para o quentinho". Se ficarem mais descansadas, usem termómetro nos primeiros tempos. Certifiquem-se que a água está misturada, a uma temperatura homogénea (infelizmente há casos de queimaduras parvas assim).

3) Caso eles protestem de outra forma, esqueçam a regra do menos sujo para o mais sujo: é começar o banho com eles de bruços, apoiados no nosso antebraço. A Luísa adora estar nessa posição no banho e começo logo por lhe lavar as costas, o rabo, os pézinhos e as pregas do pescoço (como é possível eles ficarem com uma bola de cutão nesses refegos?)


4) Depois, virar o frango, colocando-o no nosso antebraço e prendendo-o, com a nossa mão fechada, na axila. Confesso que prefiro colocar a mão por detrás do pescocinho dela. Desde que os sintam presos e estejam confiantes e eles confortáveis, siga.

5) Deixar a cabeça para o fim, que é onde eles arrefecem mais. Lavar só o cabelo, com algum cuidado para não escorrer para os olhos. A cara é lavada depois do banho (ou antes, como preferirem) só com compressas e soro e os olhos num só movimento, da zona menos suja para a mais suja, ou seja, de fora para dentro.

6) Depois de a retirar da água, gosto de embrulá-la bem e secá-la por alto ainda no meu colo. Depois, limpar bem as preguinhas, isto se não desatarem a berrar mais que um cantor de ópera. Pôr um creme hidratante se a pele estiver seca (há bebés que adoram até uma massagem - as minhas duas dispensam bem, querem é ter roupa o mais rápido possível no corpo). 

Mais dicas:

O banho deve ser rápido porque a água arrefece muito, mas podem aproveitar esse tempo para falar com os vossos bebés, explicarem o que lhes estão a fazer (com aquela voz melosa fofinha que tanto fazemos) ou até mesmo inventarem uma música para o banho, começando a criar uma rotina boa para ambos. 


Estamos a usar produtos Corine de Farme (gel de banho, champô e leite hidratante) e tenho gostado muito. São suaves, não têm cheiro intenso (é o que se quer), são 96% de origem natural, sem parabenos, álcool e porcarias acabadas em etanol e ftalatos e o diabo a quatro, e novidade para mim, o gel de banho tem recargas, o que é óptimo para o ambiente!

Há quem lhes dê banho todos os dias, mas enquanto eles são bebezinhos não vejo necessidade nenhuma disso (só percebo a parte da rotina, vá). Dou dia sim, dia não, mas às vezes até dou só duas, três vezes por semana. Vou avaliando.


Tirando o primeiro dia na Maternidade, acho que isto dos banhos é como andar de bicicleta. Mesmo que pareçamos enferrujadas, basta uma vez para nos voltarmos a ambientar à coisa e, com o tempo - se eles deixarem - torna-se um dos momentos mais bonitos que podemos viver com as nossas crias.


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6.27.2016

Ando insuportável.

Sinto, como já disse num post qualquer, que ando a dar rabias à idade. Ou, pelo menos, que vou crescendo mas que não dou por isso. Tenho praticamente 30 anos, mas sinto-me ainda aquela tonta que ouvia El Bosco e Wingfield num walkman da Sony no recreio. 

Por causa da sessão de que vos falei ontem aqui, acho que fiquei com a certeza de que estou numa fase maravilhosa. Nunca me senti tão bonita, tão cheia (vá, mãe, estou a falar do coração), tão alguém que me orgulho de ser e com maior consciência de si. Começo a acreditar naquelas "tretas" que ouvimos há anos de que "aos quarenta é que sabes o que é viver" ou que o "sexo na terceira idade é maravilhoso". É realmente inevitável achar-se que já se sabe tudo na adolescência, mas o sentir-se que não se sabe grande coisa é uma rendição que nos torna tão bonitas...

Sim, estou a falar de mim também. Sem vergonha digo que acho que estou bonita. Não só nestas fotos, mas um "ultimamente". Ser mãe, ao mesmo tempo que nos dá uma inquietude constante, também nos dá este ar "acabado". Não esse "acabado", este "acabado" de quem sente que não precisa de correr desenfreadamente para sentir tudo ao mesmo tempo por se sentir tanto todos os dias, tanto de muito.  Polido.

Ando insuportável de vaidosa, de feliz, de... não querer perder um segundo desta maravilhosa fase. Nem fase lhe deveria chamar porque ser mãe não é um pedacinho de tempo, é ter um pedacinho do mundo.

Obrigada, Inês, por me teres ajudado a sustentar as minhas suspeitas de que estou muita gira (ahah). 











Fotografia por Inês Ferraz - Yellow Savages (site aqui)
Macacões - Little Jack 
Local - Lx Factory


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Mãesura.

Nem acredito no impacto que isto tem no coração de alguém. Aos poucos tenho-me rendido a "isto" de ter fotografias tiradas por alguém que sente e vive fotografia. É daquelas profissões que toda a gente acha que consegue fazer "se tiver uma máquina", mas não é assim. Todos podemos divertir-nos com fotografia, todos podemos sacar uma "maravilhosa" fotografia com o telemóvel, mas a fotografia é mais do que uma fotografia. A fotografia é um juramento silencioso de apreciar a vida, recuada uns centímetros e muito mais devagar do que qualquer outra pessoa. 

O que sinto que há nestas fotografias é alguém que nos observa com um carinho enorme. Alguém que vibra por querer retratar o que me corre nas veias quando olho para a minha filha e as cores dela. 

Sinto que nos foi feita justiça. Que se vê a nossa ligação. 

Sofro de mãesura. Como sou eu que geralmente ando com a máquina, sou eu quem é cortada das fotografias da maior parte dos eventos especiais, dos momentos mais bonitos das memórias da minha filha. 

O nosso coração bate nestas fotografias. Daqui a muitos anos, quando a Irene se quiser recordar da mãe, quero que ela oiça a música que estão nelas, porque é aquela que nos faz dançar todos os dias desde que nos apaixonamos uma pela outra. 
























Fotografia por Inês Ferraz - Yellow Savages (site aqui)
Macacões - Little Jack 
Local - Lx Factory


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6.26.2016

Xô daqui, cólicas!


A Isabel foi um recém-nascido calminho. Os amigos até diziam que nunca a ouviam chorar e a Joana Gama chegou mesmo a dizer que ela chorava em mute. Mas recordo-me de nem sempre ser assim. Tenho uma imagem do David, meio desesperado, a andar com ela de um lado para o outro nos corredores da casa, como se estivesse a desfilar. Era, às vezes, a única maneira dela se acalmar e parar de chorar. Lembro-me de uma noite em que desatei também eu a chorar, por já não saber o que fazer. Vi-a inconsolável: nem o colinho, nem o som da minha voz, nem o swaddling, nem o white noise a ajudavam. Sofreu um pouco de cólicas nos primeiros tempos, se não me falha a memória até aos 3 meses. É normal, o sistema digestivo está muito imaturo. Por mais que eu tentasse ter cuidado com o que comia (há listas por todo o lado com os alimentos mais propensos a provocar-lhes cólicas), não vi nunca grande correlação. Agora sei que muito provavelmente, muitas das vezes, não seriam bem cólicas, mas ela a expressar-se, a comunicar, e que aquela manifestação de sofrimento – mais ao final do dia – seria a forma dela libertar o stress dos estímulos visuais e sonoros do dia. Eles são tão pequeninos que precisam muito de estar ao nosso colo, até para a temperatura se auto-regular. O nascimento deve ser um choque e tanto...

No entanto, havia dias em que não tínhamos grandes dúvidas de que seriam cólicas. Se agora com a Luisinha voltarmos a passar pelo mesmo, já tenho uma listinha de coisas a pôr em prática [além de já estar com mais estaleca e estar menos ansiosa]:

- na amamentação, há que corrigir a pega, de forma a que não entre ar desnecessariamente

- fazer massagens circulares e ginástica com as perninhas, tipo bicicleta (ajudava imenso a Isabel a soltar os puns)

- muito mimo e muito colo, pô-la mais vezes na postura vertical, coladinha a nós e fazer pele com pele, ou colocá-la de bruços, com a barriga pousada no meu braço

- usar mais vezes o sling/ pano elástico (vai ser como estar de novo na minha barriga e ali a ouvir bem perto o coração da mãe)

- fazer muito swaddling

- usar white noise (era incrível como aquele som, que remetia para o tempo no útero acalmava a Isabel)

- metê-la numa banheira shantala (nunca experimentei com a Isabel, mas desta vez tenho mesmo muita curiosidade)

- usar aqueles saquinhos de sementes que se aquecem no micro-ondas

Se nada disto for suficiente (muitas vezes não é...), irei pedir novamente instruções à pediatra, de forma a que me aconselhe um probiótico. Deverei usar o Bivos, em gotas, que é dos mais estudados em todo o mundo e dos mais recomendados nas cólicas e diarreia dos bebés.


Como não sou médica nem trabalho na área da saúde - nem os nossos filhos são todos iguais - o que vos recomendo são apenas as minhas experiências e truques. Por isso, caso estejam nesta luta contras as malfadadas cólicas, aconselhem-se com o pediatra dos vossos filhos, antes de administrar o que quer que seja, além do leite materno. E, já sabem, muita calma nessa hora! Uma certeza vos dou: vai passar!


Isabelinha com 10 dias

Se tiverem mais dicas, apitem.


*post escrito em parceria com a agência de comunicação