6.16.2015

Como sair do quarto de fininho.

As coisas mudaram cá em casa. Para quem não saiba, as mães que dão mama são umas sortudas e normalmente têm a vida muito facilitada quando é para adormecer os bebés. Foi o meu caso até há pouco tempo. À noite, para a adormececer, punha-a à mama, ainda a punha acordada na cama, saía do quarto descontraidamente e pronto.

Agora não. Agora a mama não está a funcionar (talvez porque ande a comer melhor e perca o interesse mais rápido quando a vou por a dormir, sei lá) e, por isso, pela primeira vez tive de ganhar skills para a adormecer. Grrr. Agora sou como aqueles pais que têm de sair do quarto de fininho, sem fazer barulho algum, senão o bicho volta a acordar. 



Para quem se esteja a iniciar nesta viagem de ter de sair do quarto "de fino", aqui vão algumas dicas: 

- MEIAS SEM ANTI-DERRAPANTES - Não se metam em pantufas ou de saltos altos. Muito menos daquelas meias com aqueles coisinhos por baixo. Acreditem que não querem ter feito o trabalho todo e depois, quando precisam de sair em silêncio, fazer o som de beijinhos com os pés. Se forem como o Frederico (meu marido) que sua tanto dos pés como eu do bigode quando ponho hidratante e tenho de subir a rua que vai do Rossio ao Chiado, têm mesmo de por umas meias, até para não deixar o chão todo suadinho - nojo.

- TER TUDO PREPARADO - Antes de pegarem ao serviço, verifiquem se têm tudo o que precisam convosco e ligado/desligado. Não há pior que ter tudo feito, ir a sair e termos que voltar atrás para ligar o intercomunicador. No meu caso, quase que arranco cabelos de nervos. Só não arranco na realidade porque prezo muito os meus 3/4 cabelinhos. 

- ESTAR ESCURO - A saída do quarto tem de estar minimamente protegida da luz. Estar a querer sair de fininho e o miúdo levar com um chapão na fronha não é agradável para ninguém. Eu cá não gosto. Tento sempre que o corredor esteja o mais escuro possível. Tanto quanto possível sem que o Frederico me diga "tu és só manias, só mariquices, ela adormeceria na mesma, agora tenho de fechar as janelas porque vais adormecer a miúda... ai!!" e depois dá-me um soco no cóccix. 

- ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO CONTROLADOS - Eu amo os meus gatos, mas se me acordam a miúda, estão a candidatar-se seriamente a uma espécie de tratamento Amish quanto saem da religião. Geralmente ficam na sala com o Frederico, para assegurar que está tudo em ordem. 

- PORTA ENTREABERTA E SEM BARULHOS - Se a vossa porta for daquelas que range tanto quanto a cara toda da Lili quando vai espirrar, o melhor é mesmo tratarem disso e olearem as (não sei o nome) coisas que seguram a porta à ombreira, pronto. Dobradiças? Será? E não fechem a porta porque o simples facto de a abrir pode fazer com que acorde o monstrinho. 

- VIZINHOS QUE NÃO SE ARMEM EM PARVOS - Têm vizinhos com vida social activa? Mudem-se. Se há coisa que me deixe louca é quando estou a adormecer a Irene e chegam uns 20 marmanjos à casa de cima para um jantar ou então para uma orgia esquisita que envolva loiça e talheres. 

Tenho andado com os braços colados

E está aqui a razão:


Quem nunca andou com os braços colados ao tronco, sem bracejar muito para não se notar que somos todas Rosa Mota (#somostodasRosaMota), que atire a primeira pedra. 

Já sei que vão dizer que o laser foi a melhor coisa que vos aconteceu na vida, logo a seguir ao nascimento do vosso filho. Ou que se estão a marimbar e fazem com gillette. Normalmente é o que faço, passo a gillette. Menos na parte de cima das pernas. E no buço. Mas arrependo-me sempre. Odeio sentir que tenho barba. Pronto, qualquer dia, junto dinheiro e dou no laser.

Primeiro gelado da Irene

Apesar da alergologista ter dito: "já não é alérgica à proteína do leite de vaca, já pode comer gelados". Não tenciono dar-lhe gelados tão cedo. Não entendo o motivo pelo qual lhe devo dar coisas que lhe fazem mal e que ela não sabe que existem. 

A não ser que seja assim.

Comprei os coisos de gelados da Primark e aproveitei uma meloa. 

Sucesso!

Não sou a autora do blog "Na Cadeira da Papa" (genial, visitem), mas também fiz um geladinho!


                

6.15.2015

Lista de Essenciais para o Bebé (e para nós)

Tenho uma amiga que tem uma amiga que está grávida. (A sério que estás a começar este texto assim?, pergunta o grilinho dentro da minha cabeça.) E essa amiga da amiga, a Carla, pediu-me que a ajudasse com a lista de essenciais para o bebé. "Mas queres a lista para a maternidade ou para ter em casa?" "Tudo, por favor." Vou dar o meu melhor.

Já vos fomos dando algumas dicas, aqui e aqui. Mas cá fica a minha lista:

MALA DE MATERNIDADE DO(A) FILHO(A)

- Três babygrows fáceis de vestir (nada destes para os quais a Joana Gama chamou a atenção aqui que, por sinal, eram do género do primeiro que a Isabel vestiu e tive as enfermeiras em stress a tentarem vestir-lhe aquilo). Acho que, no verão, de algodão serão suficientes.
A primeira roupa da Isabel
- Três bodies de manga comprida, de algodão (compro os interiores e os pijamas todos na Primark)

- Três calças interiores ou collants

- Um casaquinho de malha

- Um gorro (perdem muito calor pela cabeça), mas depende muito do calor do hospital (o meu era uma estufa e só usou na primeira noite).

- Quatro pares de meias

- Fraldas q.b. (alguns hospitais dão as fraldas. E mesmo que sejam precisas mais, há sempre um pai ou um avô para ir buscar mais). Eu comprei Dodot, mas dizem que as Libero para recém-nascido são muito boas.

- Compressas (não usei toalhitas nos primeiros meses), limpava apenas com compressas com água quente

- Fraldas de pano (uma ou duas): no meu caso, fiz uns envelopes com as fraldas de pano para cada uma das mudas de roupa, selados com alfinetes de ama.

- Toalha para o banho

Não é necessário:

- Chucha (para não atrapalhar a amamentação) nem biberon
- Sapatos nem gangas e coisas desconfortáveis

Eu sou betinha, por isso levei uns conjuntos todos mariquinhas - mas práticos - com cueiros, divididos por dias, mas duvido que haja por aqui muita gente com paciência para isso, daí ter simplificado a coisa


MALA DE MATERNIDADE DA MÃE

- Três camisas de dormir (ou aquilo que for mais confortável para vocês, equacionando que têm de  despir para dar mama)

- Chinelos (de banho e de quarto, ou só de banho)

- Kit higiene + cremes 

- Soutiens de amamentação (dois ou três)

- Discos absorventes para pôr no soutien (caso tenham a subida do leite logo lá)

- Purelan, da Medela - pomada para os mamilos - os primeiros tempos da amamentação podem não ser a coisa mais maravilhosa do mundo, porque nem sempre a pega está a ser bem feita, por isso, usar Purelan ajudou-me bastante.

- Carregador telemóvel + máquina fotográfica (com cartão e bateria carregada)

EXTRAS QUE ME SALVARAM A VIDA:

- Elástico para o cabelo (parece ridículo, mas depois esquecem-se e dá tanto jeito!)

- Spray de água termal da Vichy - naquelas longas horas de espera em trabalho de parto em que não se pode comer nem beber, borrifar-me foi o que me safou, palavra! Sentia a cara e os lábios sempre hidratados.

- Tena Pants - Ah, pois é, minhas amigas, também eu pensava que me ia guardar lá para os 70 anos, mas segui o conselho não sei de quem, experimentei e não quis outra coisa (quer dizer, quis, quis outra coisa, mas enfim, teve de ser). Ainda experimentei uma vez um penso numa daquelas cuecas de rede que nos dão no hospital e não tem nada a ver, deslocam-se, saem de sítio e é desconfortável. Com estas cuecas-penso não há risco de nada sair de sítio, ajustam-se bem e estamos sempre confortáveis. Além de que se rasgam para despir, não tendo de fazer grande esforço para nos baixarmos. Recomendo, sem dúvida! 


COISAS QUE ME SALVARAM AS MAMAS EM CASA:

Além do Purelan e do leitinho materno aplicado nos mamilos, as almofadas de hidrogel (que vão ao micro-ondas e ao congelador) e as conchas colectoras foram tão minhas amigas! Andar com as mamas ao ar-livre também. Aconselho, aconselho, aconselho (mesmo que pinguem LOL).



EM CASA:

- Berço para estar coladinho à nossa cama: nos primeiros meses, pelo menos, o lugar do bebé é bem pertinho de nós. Emprestaram-me um antigo, de verga, lindão, mas há já imensa oferta por aí. Gostei deste da Chicco, por exemplo. Se quiserem poupar uns trocos, ou não puderem meter-se em mais despesas, a cama de grades colada à nossa também funciona, claro.

- Cama de grades: comprei a cama no IKEA e adoro. Barata e bonita. O colchão também é do IKEA, mas investi no melhorzinho que lá havia. Vão precisar também de resgardo para a cama, lençóis e uma manta. Ou um saco-cama, como preferirem.


- Trocador: é dispensável, se tiverem um armário de gavetas com uma largura considerável, onde possam pôr um muda-fraldas. Eu comprei o trocador no IKEA (Gulliver), com 3 prateleiras, que além do apoio à higiene (com fraldas e produtos dentro de cestas de vime da Zara Home), tem também, ao nível da Isabel, a biblioteca dela.
Como não apreciei as forras do muda-fraldas do IKEA, comprei uma linda da Blu Home.  Além desta forra de tecido, apercebi-me que teria de ter resguardos descartáveis, que se mudam assim que há alguém que decide mexer-se um bocadinho e “borrar a pintura” durante a muda da fralda. 

- Cadeira/ poltrona para amamentar e dar colinho.
Andei meses à procura de uma poltrona para o quarto dela, mas acabei por comprar uma cadeira de balouço branca que “forrei” com almofadas. Não sabia se seria prática, mas é! Era onde amamentava quando a mudei de quarto e onde lhe conto histórias e onde a embalo, nos dias em que se torna impossível adormecê-la na cama. 

- Tapete: quis o mais simples possível e encontrei na Quadrinhos da Mó um creme, fácil de lavar, que é só pôr na máquina.

- Almofada de amamentação: deu-me um jeitaço nos primeiros meses para a amamentar na minha cama e no sofá da sala

- Banheira: como não tínhamos espaço na casa de banho, pusemos uma banheira à nossa altura (acho fundamental para as nossas costas), que era simultaneamente trocador, no nosso quarto. Comprámos em segunda mão. Quando começou a nadar na banheira, e a molhar o chão todo, mudámos só a banheira (sem a estrutura alta) para o nosso WC, encaixando-a na nossa banheira.

CASA/RUA:

- Ovo para o automóvel: usei o do carrinho da Chicco que me emprestaram, mas nunca fui fã (comprei uma forra também na Blue Home, na imagem acima).
- Carrinho (se fosse agora, teria o que ando sempre a apregoar, porque é leve e prático, da Greentom)
- Espreguiçadeira (para quando precisamos de ir fazer um xixi, comer ou tomar banho e tê-los sempre debaixo de olho)
- Sling/pano/marsúpio: emprestaram-me um sling de argolas e adorei tê-la sempre pertinho de mim, levá-la a passear e até para fazer algumas coisas em casa
- Pano para Swaddle (neste vídeo mostra como fazê-lo: garanto-vos que os acalma muito!)

Não é necessário: esterilizador, biberons, leite adaptado, brinquedos (no primeiro mês não ligam e vão oferecer-vos também).

Mais alguma coisa a acrescentar à lista? O que tirariam da lista? ;)

A Joana Paixão Brás usou a palavra ODIAR!!!!

Chocante? Também achei. Acho que a única vez que a tinha "ouvido" dizer que odiava alguma coisa era algo do género: "odeio pessoas más". Ou: "odeio que eu tenha imenso prazer e gosto em fazer fotografias todas pipis e depois venhas para aqui publicar fotografias rascas de telemóvel". Isto ela não disse, mas pensa que eu sei. A solução é simples, Joana "Pipi" Brás: oferece-me uma máquina. 

Bom. Está aqui a prova de que efectivamente foi esse o vocábulo usado pela menina: 


Fomos almoçar fora há pouco e enviei a nossa roupa para a Joana. Ela até foi simpática e não comentou o facto da minha camisola parecer uma tenda, eu não ter ancas para usar calças justas e de se reparar perfeitamente que os meus sapatos foram 10€ e no Jumbo. Em vez disso odiou o vestido que eu adorei (claro) da Irene. Se é um bocado pop electric (seja lá o que isso for)? É. Mas eu acho que está linda. Está, está!!! Não ligar sff à mama que fica pendurada sempre que usamos malas a tiracolo.


Nem à desarrumação da casa. As coisas que estão do lado direito são as coisas que estão em modo "já vou por isso lá abaixo, Joana, já vou" há 3 meses.  Eu podia lá ir, é verdade, mas não sei quê e depois tal e tal. 


Recomendo vivamente o restaurante por tudo. Comida, empregados, localização... Fomos ao Espelho D'Água em Belém. Pesquisem que vale a pena. Um dia destes faço um post sobre isso.

Quanto ao vestido, Joana "Pipi" Brás, é lindo. Lá por não ser de lojas do Facebook e de não ter uma gola que a fizesse parecer um cupcake...




6.14.2015

Post com pilinhas e pipis. Mesmo.

Confesso que a primeira vez que vi isto fiquei chocada. A segunda parti-me a rir. A terceira comecei a sentir que até faz sentido explicar as coisas assim.

É um livro para crianças que explica "de onde vêm os bebés", sem lhes mentir, sem pudores.

Vi aqui.


É de 1975 e chama-se "How a baby is made".





Acho amoroso. Diz que se amam muito mutuamente e que se "ajudaram mutuamente" a ter um bebé. 


Acho bem que se ensine o nome das coisas. Mas não quero depois andar a dizer à Irene depois da natação para limpar bem a vagina à toalha. Algo me parece errado nisto. Até porque não se limpa a vagina a não ser que levemos um daqueles coisos para os biberões. 


A verdade é que é isto que acontece. Não necessariamente nesta posição, claro. Não sei por que há de se parar por aqui e não por umas fotografias de outras posições para também já começar a dar ideias aos mais novos. Estou a brincar, claramente. Não chamem a protecção de menores. 


Acho amoroso que ponham os pais a dar beijinhos depois de fazerem amor e não que o pai e a mãe tenham adormecido. Se são tão realistas em tudo, também deviam ser nesta parte. Ou que a mãe tem de fazer xixi a seguir. +


Também não ficamos à espera que a criança nasça, todos nus. 





O bebé não sai a sorrir. As vezes nem sai por aí.


Muito menos a pedir um abracinho a quem o está a ver de frente. Quanto ao olhar do pai nesta situação acredito que sim. Que seja mais ou menos essa a expressão. 



Vá, vamos fazer uma contagem: quem é a favor e quem está contra? Se houver mercado para isto, eu própria penso em fazer um livro para bebés sobre isto. Prometo.




Quero que a minha filha seja aquilo que ela for.

Princesa ou super-herói. Frágil ou implacável. Que gosta de desporto ou que prefere ler. Que se veste de cor-de-rosa e plumas e pinta as unhas. Ou que prefere andar de ténis ou Dr. Martens. Até se se quiser vestir à rapaz, e ser tratada como tal, como a filha da Angelina Jolie e do Brad Pitt (aqui). Apesar da minha panca por roupas femininas e pelo quarto cor-de-rosa, cá em casa há carrinhos e há bolas, que ela adora.

Não escrevo isto para ficar bem na fotografia. É mesmo, mesmo o que eu sinto. Quero que a minha filha seja a minha filha. Que não seja feita à minha imagem. Que não faça escolhas para me agradar. A vida é a dela. Eu já fiz as minhas escolhas. Já me deram margem para ser aquilo que sou. Deixaram-me ser chorona, sensível, meiga. Deixaram-me gostar de princesas, de ginástica, de danças de salão. Deixaram-me andar de poupa com gel no cabelo e com saias rodadas. Depois deixaram-me vestir calças de veludo e Dr. Martens. Um dia apareci em casa com um brinco no nariz e não criticaram a minha escolha. Deixaram-me experimentar o Cardio Kick Boxing, as aulas de guitarra e o basquetebol. Deram-me margens para eu ser o que eu quisesse. 

Tento, mas não consigo imaginá-la, daqui a uns anos, de maneira nenhuma. Só sei que vai ter olhos grandes e pestanudos, cabelos escorridos, provavelmente será alta. De resto, está tudo indefinido. Acho que é por não ter grandes expectativas em relação aos detalhes da personalidade dela, dos gostos pessoais, da profissão. Só a imagino com um grande sorriso. Quero-a feliz. Todos os pais o desejam. Vou educá-la para gostar dos animais, para gostar da natureza e da rua, para gostar de música. Vou ensiná-la a dançar para afastar as neuras e a tristeza. Vou educá-la para que goste de abraços e de pessoas, para saber pedir desculpa e para ser trabalhadora e esforçada. Poderá vir a ser tudo isto. Poderá não vir a ser nada disto. Será ela. Tímida ou extrovertida. A preferir ficar em casa ou a gostar de rua. A ser cientista ou dançarina. Vou estar a assistir, da primeira fila. A dar-lhe conselhos, mas a deixá-la ir. Se quiser voltar à estaca zero e recomeçar, cá estarei para apoiá-la.



Fotografia -  The Love Project Fotografia

Não quero cá princesas.

Não sei bem explicar porquê, tal como a maioria das opiniões estúpidas que tenho. 

Não gostava nada que a Irene fosse uma daquelas raparigas das "princesas" e dos "brilhantes". Claro que, se for, não vou não lhe dar as coisas só porque eu não goste delas. Até se ela quiser brincar com carros eu dou, não tenho medo de lhe dar e que ela fique machona por causa disso. 

Aliás, ela já vai ficar um bocado machona só por ser minha filha. Espero. Se não ficar, claro que é bem aceite, mas preferia ficasse mais machona que "florzinha". 

Gosto das meninas que fazem imenso desporto, que se dão bem com rapazes e que não têm problemas com raparigas. 

Gosto das meninas que se esfolem num jogo de basquete (nunca hei de gostar de ver isto em português) e queiram retomar o jogo minutos depois, em vez de ficarem o resto do jogo a fungar com algo nos joelhos que já nem lhes dói. 

Claro que tudo isto é baseado em estereótipos imbecis para os quais não tenho fundamentação, mas é algo que sinto. 

Talvez até por eu ter receio de não conseguir partilhar o mesmo entusiasmo pelas coisas que ela poderá gostar. 

Associo as meninas dos brilhantes e dos cor-de-rosa àqueles cães pequeninos. Muito dependentes. 



Claro que todas as meninas são queridas, mesmo as mais delicadas, as mais frágeis, as mais mimosas. 

Seja a minha filha como for, vou amá-la da mesma maneira. Posso é precisar de treinar o meu sorriso amarelo sempre que ela quiser andar de tule. :)

6.13.2015

Furar as orelhas de bebés: Sim ou Não?

Uma petição no Reino Unido quer impedir os pais de furarem as orelhas de bebés e crianças pequenas, uma "forma de crueldade e abuso infantil", segundo o documento.

"Dor severa e medo são infligidos às crianças desnecessariamente para satisfazer a uma vaidade dos pais. Outras formas de danos físicos às crianças são ilegais - então não deveria ser diferente".
Se quiserem ler mais sobre esta petição, a informação está aqui, na revista Crescer, da Globo.

Muitos dos pais que optam por furar as orelhas das filhas, em bebé, fazem-no por acharem que dói menos, uma vez que o lóbulo da orelha é mais fino. Outros por considerarem que, mesmo que doa, se vão esquecer mais facilmente da dor. 


Até ter sido mãe, nunca tinha pensado muito nisto. Sou daquelas que até achava graça e não me chocava minimamente. Agora ainda não choca, não fico exaltada, mas quero dar essa escolha à Isabel. Ela até pode não querer nunca usar brincos. Já faço tantas escolhas por ela, sem saber se têm a ver com a futura personalidade, que acho que não tenho de fazer mais uma. Ela pode não se identificar. Não lhe quero impingir mais nada.

Além de não me imaginar a fazer-lhe furos (feridas por cicatrizar), que lhe possam causar dor (eu acredito que dói, durante e depois, por experiência própria), por razão nenhuma que eu considere forte o suficiente. É capricho, é vaidade.

Vi estes vídeos (e mais alguns...) que só reforçaram mais a minha postura neste assunto:




Seja por dor, por susto com o barulho, pelo aparato, as crianças choram. Não gostei de ouvir os risos dos adultos, confesso. Nem o "vai ficar linda!". Nem o "tadinha", num tom de pena, misturado com risinhos, nervosos, presumo. No fundo, sabemos que não está ali nada de bom, mas são "males que vêm por bem", para evitar dores maiores no futuro.


Claro que há outros assuntos que nos deveriam inspirar maior preocupação e não sei sequer se faz sentido esta petição. Mas pensar sobre as coisas nunca fez mal a ninguém, não é verdade?

Qual a vossa sensibilidade sobre este assunto? Faz-vos confusão, acham normal, ou nim? O que dizem os pediatras sobre isto?


Começaste há seis anos, Isabel

Faz hoje seis anos. Seis anos desde que comecei a namorar com o teu pai, Isabel. Somos amantes de Santo António. O nosso amor é fácil, é leve, calmo. Nem sempre, quase sempre.

Desde que chegaste, a nossa história mudou. Já não somos só nós dois. Somos três, para sempre. Vamos ser sempre três, por mais voltas que a vida dê. Os laços que nos unem atam em ti e não desatam. Vamos ser sempre os teus pais.

Hoje celebramos este dia pela primeira vez a três. No ano passado, o pai estava a trabalhar no Brasil. Ficámos só as duas, enamoradas, agarradinhas, cheias de saudades. Este ano, acordaste e brincámos os três na cama. Dançaste agarrada às minhas pernas e deste gargalhadas que se ouviram pelo prédio todo com as cócegas do pai. Brincaste na tua cozinha e fizeste-me olhinhos bonitos.

A noite não foi fácil, como eu previa. Acordaste muitas vezes. Durante a noite, eu e o teu pai discutimos. É a única altura do dia em que isso acontece. Ficamos vulneráveis, estamos cansados, batemos com o punho cerrado na cama, assim que te ouvimos chorar. "Vai lá tu". "Não, não, vais tu". Parecemos crianças. Mas sabemos que, de manhã, vai estar tudo bem. O amor é mais forte. O nosso amor é mais forte. E começou há seis anos atrás. Começaste há seis anos atrás, Isabel.












Vestido e bolero - PetitAmour

6.12.2015

E almoçar fora com eles? É muita giro é..

Hã? Hã? Hã?

Vamos lá a ver quais são as dificuldades.




Pelo menos para mim (e, atenção, para vocês isto pode não ser nada, mas para mim que sofro de ansiedade, parece o final do mundo, embora não saiba explicar bem porquê):

- Ir numa boa altura de acordo com o sono dela. Ela ainda faz, maioritariamente duas sestas. Quando não faz, a única sesta calha em cima do almoço.

- Dar-lhe o almoço em casa é desperdiçar tempo dela num bom intervalo de sono. Quando chegar ao restaurante já pouco tempo de vigília com boa disposição lhe resta.

- Dar-lhe o almoço enquanto almoço no restaurante é uma chatice, porque queria estar a comer em paz.

- Ela não fica quieta e embuchá-la de pão não serve para aguentar o almoço todo.

- Até já cedi aos vídeos no youtube e também não. O meu rico telefone já está rachado ao meio.

- Ela querer mama e para não impressionar as pessoas mais sensíveis, ter que me ausentar e ir para a casa de banho (até prefiro para lhe dar maior atenção e estar tudo mais calmo, sinceramente).

- Ela estar sempre a pedir-nos para ir andar e não se calar até um de nós se levantar da mesa e ir com ela passear à porta e voltar, passear à porta e voltar.

- Já não fica confortável na cadeira do Ikea que os restaurantes têm e não adora ficar parada no carrinho.



Isto vai ser assim para sempre? Preciso de truques e de apoio, sinceramente. Não só porque não estou a usar soutien neste momento, mas acima de tudo palavras de apoio, vá.

Não me digam para me borrifar para a questão do sono porque já tentei e foram os piores almoços da minha vida.

Tem mais sapatos do que eu!

A minha filha tem mais sapatos do que eu. O facto de eu calçar o 41 forma grande também deve explicar esta equação. 

Não lhe comprei um único par de sapatos nos primeiros - quê? oito? - meses da vida dela, para agora me perder. Só não me perdi muito porque a avó ofereceu uns, uma amiga outros, e há ali alguns que custaram 6 euros, outros 8 e outros com 50% de desconto em cartão. Até sou poupadinha, afinal. Hehe Também é verdade que não me ando a preocupar muito com a ergonomia da coisa, mas não a deixo mais de uma hora por dia calçada, se tanto. Anda descalça ou com meias antiderrapantes o dia todo. Os sapatos, no fundo, são só para fazer número nos bocadinhos que vamos à rua e tirar umas fotos todas bimbas, como já estão habituadas a ver por aqui. Acho que ela anda mesmo, mesmo confortável é descalça, em casa e na creche.

Mas vamos ao que interessa, o mega closet a la Carrie Bradshaw?











Claro que a arrumação nesta casa só dura uns segundos. Vocês sabem como é, não preciso de vos fazer um desenho, pois não?

6.11.2015

É muito cedo para lhe dar um telemóvel?

É que ela já tem um.



É cedo, claro. Até porque não estou a trabalhar e não teria dinheiro para lhe pagar a conta do telefone. Quer um telefone, tem de ir trabalhar. 

Lembro-me que tive um telemóvel bastante cedo, pelo menos para o que seria desejável para a minha mãe. Os meus pais divorciaram-se quando eu tinha 6 anos, nunca mais se falaram decentemente desde aí e, portanto, o meu pai para evitar intermediários e falar directamente comigo quando me ligasse (ao contrário do que aconteceria se ligasse para o fixo), deu-me um telemóvel. Tive de o esconder. Escondia-o no armário por baixo das almofadas extra. Ainda consegui escondê-lo um bom tempo. Não sei como achamos que iria ser possível que eu falasse ao telefone sem que alguém notasse algo esquisito lá em casa, especialmente porque ainda não se usavam os sms, mas pronto. Houve uma explicação. 

Levava-o para a escola, escondia-o dentro de umas capas enormes que havia tipo ursinho de peluche. Depois continuei a ter telemóvel mas tinha de entregá-lo lá em baixo (vivia num duplex com a minha mãe, padrasto e irmão Pedro) às 21h. Houve um aniversário em que fiz muita questão (ou seja... uma birra enorme ou armei grande discussão) porque queria ver quem se lembraria de mim à meia-noite e a minha mãe não deixou. 

Ainda é cedo para pensar sobre estas coisas, mas lembrei-me disto. Se todas as amigas da Irene já tiverem telemóvel não vou privá-la de ter também. Quero que ela faça parte da cusquice de toda a gente e não tenham que a por a par no dia seguinte sobre o que foi dito na noite anterior. Se ela puder passar imenso tempo a falar com o namorado, melhor. 

O meu problema é que não sei em que idades é que isto acontece. 

Não vejo motivo para a minha filha não ter telemóvel...

Ai, esperem! E a internet?!

Os telemóveis agora têm internet... A primeira frase que me veio à cabeça foi: "só se vê o que se procura". Por isso, se a Irene se puser a procurar coisas malandras, o problema não está na internet, certo? E deve haver boas aplicações para bloquear isso. Senão de certeza que até há telefones todos castradores desse tipo de actividades e "próprios" para crianças, certo?

Eu sofro de ansiedade e só de pensar nisto tudo... caramba! Que decisões difíceis vou ter que enfrentar. 

Vou tentar manter a minha promessa: nunca farei nada que não seja devidamente justificável. Nunca será "porque sim". Isso cria raiva, ódio e distanciamento. É o contrário do que quero para nós. 

O que pensam vocês de tudo isto? 

Perdi o pio!

Este é um daqueles momentos em que mais vale ficar calada. Recebi as fotos da sessão que fiz com a talentosíssima (e queridíssima e todas as "íssimas" que houver, mas convém moderar os adjectivos, não vá ser chamada de bajuladora) Joana Sepulveda Bandeira, do Love Lab e foi mesmo muito, muito difícil escolher só algumas. Tenho fotos tão bonitas que daria para ilustrar posts até 2016.

Sei que muitas de vocês às vezes andam à procura de fotógrafo para um momento especial, para captar aqueles momentos inesquecíveis e que querem ver emoldurados e espalhados pela vossa casa e a com a Joana ficam muito bem servidos.

Além dos sítios ajudarem muito, claro (não sou grande fã de fotografias de estúdio), era sexta-feira ao final da tarde e estávamos, mãe e filha, com muito bom humor. A Joaninha teve uma paciência do caraças e c'um caraças! é que estão mesmo giras, o raio das fotos!














Pensavam que ficávamos por aqui? Não, não. Há mais.












E para terminar...











Não estão qualquer coisa? Não tenho álbuns suficientes para tantas fotos bonitas.


Roupas da Isabel (três looks a la top model, hein?): Laranjinha

(em breve, "a mãe dá" com a Laranjinha, p'ro menino e p'ro menina!)