É óbvio que não vos estou a dar este conselho assim gratuitamente e do pé para a mão. Cada família tem de apalpar bem o terreno, fazer contas à vida, pensar bem, que isto de se ter filhos não é propriamente algo que se possa decidir irreflectidamente. Queremos que nada lhes falte, antecipamos de certa forma o futuro e todos os custos inerentes e queremos estar numa boa fase da nossa vida, com paciência e disponibilidade, tempo e muito amor. No nosso caso, foi também com uma boa dose de loucura. Numa fase em que a Isabel estava a dormir melhor - e desde sempre com a ideia de que não queríamos deixar muito tempo entre ambos os filhos - pumbas. Foi tão rápido que nem tivemos tempo de digerir bem a novidade (sorte a nossa, claro). Houve dias em que duvidei, dias em que disse para mim que devíamos ter esperado mais, dias em que achei que ia pirar, mas no fundo sabendo que foi o melhor que podíamos ter feito.
Ontem às noite demorei quase uma hora a adormecê-las (já ficam num pagode e querem é converseta, uma mete a perna por cima da outra e ri-se (a Luísa, danadinha), a outra manda a irmã calar-se e faz queixinhas e andam naquilo não sei quanto tempo até eu me enervar (costumo meter a Luísa no meio a mamar e vou dando festinhas à Isabel mas acho que vou ter de mudar de estratégia porque fico com uma veia da testa a querer sair de tanto me enervar). É giro assim visto de fora e lá nos primeiros minutos mas quando vejo que não mando nada e que não consigo meter ordem naquilo começo a ficar quentinha e lá tenho de partir para as ameaças fofinhas de as separar e de dizer que vão ter de adormecer cada uma no seu quarto. É, neste momento, o único momento em que me enervo mais por serem duas (mas mais porque sou eu que quero sair dali e ter um tempo só para mim, elas não têm culpa...). De resto, já se faz (quase) tudo com uma perna às costas - até almoçar com as duas sozinha já fui, coisa que até aqui era impensável. Já tive um ano de treino também (1 ano!!!). Vamos ganhando calo e o melhor dos nossos dias sobressai mais! Adoro ver as dinâmicas entre elas, a Luísa a pedir "dá" à irmã e ela a partilhar (ou não eheh), a Isabel a contar-lhe histórias ou a ensinar-lhe coisas (ou a ralhar ou até com uma mãozinha mais leve...), os abraços e os beijos que me deixam uma aguinha nos olhos... E a Isabel a defender a irmã?... É maravilhoso. Por isso - tendo as condições todas que acham que têm de estar reunidas - vos digo: tenham dois filhos, já! É bom demais.