5.24.2015

A última foto antes de ser mãe.

Vocês só me conhecem como mãe da Irene, mas antes eu era a grávida da Irene. Era uma menina que passou de ansiosa por engravidar, a ansiosa por estar grávida, a grávida e cheia de dores durante imenso tempo e, afinal, era só falta de uma vitamina, a grávida e prestes a ser internada (para parir, não por problemas de cabeça - ainda).  Adoro dizer parir. Parir. Parir. Parir. Já de parir, não gostei tanto.

Aqui a minha felicidade estava intercalada com dores agudas, contracções muito grandes. Tinha acabado de entrar, mas o Frederico tinha de ficar na sala de espera até eu estar com a epidural em ordem e deitada. Ele foi buscar o saquinho com a primeira roupa da Irene. Rimo-nos e chorámos na sala de espera. Ai, esperem. Acho que só eu é que chorei. 

Já andava há mais de uma semana a achar que era o dia. No dia, comecei de manhã a tomar conta das contracções com uma aplicação manhosa qualquer. E estavam, desde cedo, na "velocidade" certa para indicar que tudo iria acontecer. O problema é que depois paravam durante uma hora ou duas. Não sabia o que fazer à minha vida. 

Até foram lá duas agentes imobiliárias ver a casa e eu consegui ser simpática. Fomos para lá. Fiz o CTG, mandaram-me ir jantar, tomar um banho e voltar. Tomei o banho mais rápido de sempre, não comi nada de jeito, deitei-me no sofá a ver "As Desavergonhadas" (Sic Radical) com o Frederico enquanto gemia de dores e não aguentei mais. Supliquei para voltarmos. Já chorava. Ah! Esqueci-me de dizer que moravamos a 2 minutos de carro do São Francisco Xavier. 

Fomos. Fui logo atendida e logo internada. 

O resto não interessa que já contei. Se gostarem de histórias de partos demorados e traumatizantes, está aqui.

Esta foi a última fotografia antes de ser mãe. E adoro que tenha sido. Foi para mandar ao Frederico que estava nervoso por mim e que ainda não podia estar comigo.



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