Uma mãe, como todas as mães, quis embelezar a sua filha. Vestiu-a com todo o prazer, como sempre. Brincou com ela enquanto a embonecava e pôs-lhe um simples gancho nos cabelos.
Esse gancho levou-lhe a filha.
Um simples gancho.
A Valentina tinha apenas 9 meses. Ninguém deu conta de ter engolido o seu gancho, situação tão normal, de segundos. Quem nunca desviou o olhar por uns segundos? Algum tempo depois, a pequenina deu entrada na urgência com convulsões e vómitos com sangue. Foi-lhe finalmente encontrado o objecto no esófago e a Valentina foi operada. A cirurgia correu bem, e teve alta finda a recuperação. Alguns dias depois os episódios sangrentos repetiram-se. Complicações com os pontos (não sei explicar) estiveram na origem de nova hemorragia e a bebé foi de novo operada. Coma induzido. Infecção generalizada. Morte.
Li este post da Anita Mamã que além de contar esta história miserável, conta-a com todo o coração e alma de uma mãe. Li e, primeiro, a agonia. Depois as lágrimas. Depois o vazio. Foram assim aqueles minutos para mim.
Não consigo sequer imaginar o que a mãe Amanda, que eu não conheço de lado nenhum, possa estar a sentir.
E se fosse o meu filho?
Não consigo imaginar.
Não quero.
Não posso.
Não consigo imaginar.
Não quero.
Não posso.
Estas palavras e este post são para ela, para a sua família, e para a sua, agora etérea, filha. Valentina.
Que a perda do seu querido e frágil tesouro não tenha sido completamente em vão. Se é que é possível tirar algum sentido disto...
Que aprendamos todos: mães, pais, familiares, educadores e cuidadores.
Um simples gancho.
Um simples gancho.
Fiquei de rastos.. Como é possivel? Algo tão simples e tão banal como colocar um gancho no cabelo de uma filha. Tudo de bom para esta familia.
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