1.15.2018

Às vezes ainda acho que sou uma adolescente.

Juro que não sei como isto foi acontecer. Juro que ainda tenho 16 anos, cheia de sonhos. Juro que ainda estou ali a lamber o ombro, discretamente, para sorver o sal, da pele morena e quente do sol. Juro que ainda estou ali, cheia de dúvidas, mas cheia de esperanças. O mundo nas minhas mãos. Possibilidades infinitas. Posso ser jornalista. Posso ser cantora. Posso ser actriz e fazer só musicais. Posso viajar pelo mundo. Posso ser mãe de quatro filhos. Aos dezasseis anos pode-se tudo ainda. Aos 31, se calhar já não se pode tanto, mas ainda se quer muito.

Ou será que não é assim? Será que sou demasiado sonhadora? Ou serei demasiado intensa? Porque não assento, porque não acalmo, porque não consigo ser completamente feliz com o que tenho e com o que sou? Por que é que tenho uma cabeça de adolescente num corpo de adulta? Por que é que, nem já mãe, consigo render-me à passagem dos dias, ao conforto da rotina, à estabilidade de saber o dia de amanhã?

Às vezes ainda acho que sou uma adolescente, na forma como escolho não olhar para alguns problemas, na forma como escolho não saber fazer o IRS ou enfrentar outras tantas dores de cabeça. Às vezes sou mimada. Às vezes sou ingénua e confio demasiado nos outros. Às vezes tenho expectativas surreais do mundo.

Ainda sofro com o que se diz, com a forma como se diz, odeio discussões, odeio ver pessoas zangarem-se. Nem sempre consigo desvalorizar, não sentir, não me revoltar.

Às vezes ainda acho que sou uma adolescente, pela forma como sinto e como me sinto.

Às vezes quero alcançar a serenidade que dizem que a idade nos dá. Outras vezes não quero perder a loucura que a adolescência nos deixa viver. E ser.

Não sei, mas às vezes ainda acho que sou uma adolescente.




Macacão - B Simple

www.bsimple.pt

Ténis - Vans


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1.14.2018

Os perigos da SuperNanny, da SIC

Hoje ficámos a conhecer a Margarida e a mãe e a avó da Margarida. A Margarida tem uma atitude tirana perante a mãe. A Margarida bate e faz birras. A mãe da Margarida não tem autoridade nem é consistente. Palavras usadas no programa, SuperNanny, no qual uma psicóloga vai a casa desta família ajudá-las a controlar a rebeldia da filha e a superar esta crise. 

Este programa tem problemas. Muitos, diria.

1) A exposição de crianças em situações frágeis. Custa-me imaginar as repercussões que este episódio poderá ter na vida desta criança. "Ah! Mas ajudou-a." Tenho as minhas dúvidas. O programa é um reality show, não é um documentário, um estudo científico, uma reportagem. É encenado. Nos momentos de "birra", os tambores rufam. Nos momentos de serenidade, vem a pianada. É um programa de televisão, é uma história. Além disso, o que dirão os colegas da Margarida amanhã na escola? Ou daqui a uns anos, se lhe quiserem fazer bullying? Preocupa-me. Preocupa-me a auto-percepção com que a Margarida fica de si.

2) Os conselhos da SuperNanny. Gostei de ver que não recomenda a palmada, em situação alguma. De resto, pouco mais consegui aproveitar. Não concordo com o canto do castigo (ou da reflexão ou que outro eufemismo lhe derem). Não concordo com as recompensas. Não concordo com muitas das avaliações ali feitas, as expressões usadas. Achei que ficou tudo muito pela rama (e ainda bem, não queria saber mais da intimidade desta família escarrapachada num programa de televisão). As técnicas e a consistência simplesmente alicerçadas na ordem e na obediência, com a ajuda de castigos e recompensas. Ali o que é importante é acabar com alguns comportamentos, repor a ordem, mas sem uma visão a longo prazo. E mais, sem o entendimento e análise das principais razões para os comportamentos. Sem um processo que assente na dignidade da criança.

3) Vamos continuar a veicular, nos meios de comunicação social, esta forma de educação, que vê as crianças como animais a domesticar, a todo o custo, de forma behaviourista, para instaurar a calma, mas sem reflectirmos sobre os processos e sem vermos que poderá haver outras formas de chegar a bons resultados, sem rotularmos as crianças como "tiranas" e os pais como "soberanos", que estão a falhar e a ser permissivos. Há outras formas de lhes transmitir regras, mas sem que eles se esqueçam que os amamos incondicionalmente.

"Esse tipo de programa eleva a arte de manipular os espectadores para um nível nunca antes imaginado. Para começar, a escolha de crianças incrivelmente “mal-comportadas” dá-nos um certo sentimento de sucesso: “Pelo menos meus filhos – e minha capacidade enquanto pai ou mãe – não são tão maus!” Indo directo ao ponto, estas famílias problemáticas fazem-nos torcer por soluções totalitárias. Qualquer coisa para acabar com o tumulto." Alfie Kohn
Este artigo sobre o programa americano está muito bom. 

Leiam sobre disciplina positiva, caso se interessem, leiam sobre parentalidade consciente, e espalhem amor, muito amor (e regras e disciplina, que nada disto tem a ver com ser permissivo). 




 O que acharam?

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1.13.2018

Farta de limpezas!

Perdoem-me este tema nada sexy, mas ando num dilema totó: qual será a melhor altura para fazer as limpezas cá de casa e tratar da roupa e afins. Custa-me muito passar um fim-de-semana de volta da casa: acho o tempo mais mal gasto do mundo, mesmo que tente envolvê-las nas tarefas para não sentir que não lhes estou a dar atenção. Preferia, no entanto, estar três horas sozinha em casa (ou com o David ou alguém) para dar conta de tudo mais rapidamente e não ter de estar a arrumar, de um lado, e a ver desarrumarem, do outro. O que eu preferia mesmo, mesmo, era ter quem me tratasse da casa, pois está claro, mas, pelo menos por enquanto, não entra no nosso orçamento.
No outro dia, no domingo, experimentámos, pela primeira vez, levar roupa para secar a uma daquelas máquinas, à filme americano, e foi dinheiro muito bem gasto: a roupa seca num instante e muita dela nem precisa de ser passada a ferro. Mesmo assim, perdi tempo de volta de camisas e roupa mais "pipi" (ODEIO passar a ferro).

Durante a semana é-me muito difícil ter tempo para grandes limpezas e arrumações, ponho, no máximo, o robot a aspirar a casa, arruma-se a cozinha (tem sido sempre o David) e pouco mais. Ao fim-de-semana, custa-me prescindir do nosso tempo livre e do nosso tempo para elas para estar de volta da casa (e a casa até é pequena e tem pouca tralha, mas demora!). Às vezes estamos a arrumar a louça do almoço e já é hora de fazer jantar. Uma desgraça. Até já sonho em passar todos os fins de semana a passear ou em casa dos avós para tentar esquecer-me da casa e ter as refeições feitas e isso. Eheh
Como gerem vocês esse tempo? Têm ajuda de uma empregada ou são vocês e os senhores vossos esposos que tratam de tudo? E almoços e jantares, como é?

A minha expressão quando tenho a casa de pantanas é mais ou menos esta. :) Mas queria acreditar em unicórnios.
Camisola C&A

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1.12.2018

Não sei se já vos disseram isto, mas vocês são a melhor mãe do mundo!

Mesmo quando achamos que falhamos, que não damos conta, que temos menos um parafuso.
Mesmo quando dizemos "desisto".
Mesmo quando ouvimos as têmporas de tal maneira a fumegar que achamos que nos vai dar um piripaque.
Mesmo quando só os queremos é largar em casa da avó/tio/primo/madrinha/amigo.
Mesmo quando nos perguntamos o que fomos nós fazer à nossa vidinha.
Mesmo quando mordemos o lábio debaixo para não desatar aos gritos.
Mesmo quando quando limpamos ranho seco com o nosso próprio cuspo antes de chegarem à escola. Mesmo quando ficamos felizes por ser segunda-feira e eles irem para a escola.
Mesmo quando preferimos uma conversa de chacha no whatsapp a ouvir o nosso filho.
Mesmo quando nos sentimos aliviadas porque eles finalmente adormeceram.
Mesmo quando inventamos uma desculpa qualquer porque não nos apetece ir ao parque.
Mesmo quando nos queixamos que "isto não são férias".
Mesmo quando queremos muito ir ver o StarWars mesmo sem gostar de StarWars, só para fugir à rotina.
Mesmo quando choramos, baixinho, com saudades do nosso "eu" antes de ser mãe.
Mesmo quando nos sentimos ofendidas por não termos reconhecimento do nosso papel, esforço e dedicação.

Somos as melhores mães do mundo! Somos, sim. E só percebemos e sabemos reconhecer o papel de uma mãe, da nossa Mãe, verdadeiramente, quando "passamos por elas". Há muito suor, muito cansaço, muitas dúvidas e, caraças!, damos o litro.

Não duvidem. Nunca. 




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Não queríamos que fossem de fim-de-semana sem ver isto.


Muito obrigada à Nicole do nosso grupo de Mães de Março de 2014 que decidiu presentear-nos com esta maravilha. 

A da esquerda sou eu, Joana Gama. Apanhei uma molha à procura da Padaria Portuguesa e, pelo caminho, também apanhei umas botas ortopédicas que ficavam lindamente nas minhas calças de grávida. 

A Joana Paixão Brás, da direita, não quis parar de mastigar o Pão de Deus para a fotografia e ainda devia estar a esconder uma caixinha de Palmiers atrás das costas. Na altura ainda não partilhavamos tudo - e ainda não partilhamos que algo que me diz que o David não teria paciência para mais uma. 

Pronto. Isto éramos nós grávidas da Irene e da Isabel. Nossa primeira gravidez. Sabíamos lá no que iria dar. Foi a primeira vez que vi a Joana também. Foi aqui que nos conhecemos. 

Isto para quem tivesse dúvidas de quem usa calças na relação. :)





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Porque não têm vocês mais filhos?

O número de bebés a nascer em Portugal tem vindo a reduzir cada vez mais. Em 2017, nasceram menos 7 bebés por dia relativamente ao ano anterior.

Eu sempre quis ter vários filhos. Na minha infância e adolescência sonhava com quatro, talvez incentivada pelos Natais e almoçaradas cheios de tios e primos, numa família de quatro irmãos (a minha mãe e os meus tios). 

Via-me mãe de muitos. 
Agora já não vejo. 

Ver-me-ia a ir ao terceiro, daqui a alguns anos, se tivesse outras condições. Uma rede de apoio, mais dinheiro, para ter essa rede de apoio, mais tempo e mais paciência (a paciência talvez viesse com as anteriores. Ou talvez não, não sei).

As razões apontadas pelos sociólogos para a redução do número de nascimentos tem a ver, essencialmente com:
 - redução das mulheres em idade fértil (basta pensar que a partir de 1982, deixa de haver substituição de gerações em Portugal, nascendo portanto menos mulheres, que seriam as possíveis mães actualmente)
- migração negativa: emigração (em idade activa e na idade fértil)
- falta de apoio à primeira infância
- desequilíbrio relativamente às tarefas domésticas (rrrrrrrr)

Ao contrário do que pudéssemos pensar, o dinheiro (ou falta dele) não é apontado como uma causa para esta decisão de homens e mulheres. E nesta decisão/postura não pesa o nível de escolaridade, nem a posição perante o trabalho. Nós, portugueses, gostávamos de ter três filhos, mas o resultado a que chegamos é a um. E temos esse filho mais tarde, tendo nós mais ou menos dinheiro (não sou eu que o digo, são os estudos na área). Temos a taxa mais baixa de fecundidade da Europa (menos que Itália e outros países "em crise", tal como nós). Há o desejo, não se cumpre. E o problema, em Portugal, está na passagem do primeiro para o segundo filho.

E vocês, conseguem identificar as razões para não ter mais filhos?
O que gostariam e o qual o número de filhos que acham que vão ter?
Porquê?

(Mais dados aqui no DN).

Fotografia: Susana Cabaço

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1.11.2018

O que está errado comigo?

Ui que as haters já estão a esfregar as mãos para responderem 88 respostas a dizer que sou stressada, ansiosa que, por causa do divórcio, não sei o quê e que a Irene não é uma miúda normal porque eu, eu, eu e a culpa é minha. Whatever.

Faço esta pergunta porque tenho finalmente percebido que a percepção que tenho do meu corpo não é justa. É  mesmo muito muito cruel.


Fotografia - The Love Project


Só me lembro de me achar gorda. Muito gorda. Trocava milhares de vezes de calças antes de ir para a escola de manhã, passava o dia a encolher a barriga, às vezes fazia dietas loucas no Verão de não comer durante horas e de fazer desporto durante o máximo de horas que conseguisse...  Cheguei a dormir com um cinto a apertar-me a barriga para me lembrar de a encolher para "fazer abdominais enquanto dormia". Tentei milhares de vezes obrigar-me a vomitar e - ainda bem - nunca consegui. 

E quando, num dia destes, fui ver fotografias minhas dessa altura... estava óptima. Não estava nada gorda. Não só estava bem, como estava muito bem. Era muita boazona, até. Nunca tive a barriga flat e com 6 pack, mas... não tinha motivos nenhuns para sofrer como sofri.

No outro dia, quando encomendei roupa da Zara e abri a caixa no trabalho, houve uma colega que me olhou nos olhos e disse: "porque é que compras roupa tão acima do teu tamanho?". Tinha comprado Ms e Ls. O L comprei para estar à vontade porque tenho sempre medo que não me apertem os casacos ou nos braços que não passem... 

- São acima do meu tamanho?

- São, Joana. Tens um problema (sim, haters, tenho muitos problemas) e isso tem um nome. - Ela disse isto a "brincar", mas a chamar-me à atenção para isso. Foi uma querida.

E, realmente, não tenho noção nenhuma do meu tamanho. É um facto. No outro dia ofereceram-me uma t-shirt lindíssima que era um S (obrigada :)) e eu jurava a pé juntos que não me iria servir. Até andava a adiar experimentá-la para não ficar triste. 

Experimentei umas calças e o meu número não é tão grande quanto imagino. Afinal pessoas cujo corpo visualmente me agrada no dia-a-dia vestem o mesmo número que eu. Porque será que me "odeio" tanto? 

Sei que isto não acontece só comigo, sei que acontecerá com muitas de vós. Sei que há muitas por aí que odeiam aquela prega extra que não cabe nas calças ou que odeia que os tops de lycra não assentem perfeitamente. Que odeiam os braços, a celulite nas pernas, a forma como são os dedos dos pés, os dentes... 

Somos óptimas a odiar-nos, mas temos mesmo de mudar o mindset para aquele que é menos fácil: o que temos em nós que gostemos? E será que esta nossa percepção é real? 


Vou partilhar convosco o meu exercício: 

- Adoro os meus olhos, são verdes e tristes. Tenho pestanas grandes, é uma sorte.

- Gosto muito da minha boca, parece de boneca. Tenho lábios carnudos.

- Adoro os meus dentes - só os tenho por ter usado aparelho (e ainda usar contenção), mas acho que são uma parte importante da minha cara e do meu sorriso.

- Gosto muito das minhas costas. Fiz natação durante muitos anos e gosto muito de ter ombros largos e alguns músculos mais saídos.

- Gosto do meu rabo. Em tempos pensei que o tivesse perdido, mas com um pouco de exercício voltei a ter o rabo redondo e empinado que gosto. 

- Gosto dos meus pés. São pequeninos. Gosto deles assim. 

- Também gosto das minhas orelhas, por serem pequeninas. 

- Gosto das minhas pernas quando faço um pouco de exercício. São grandes, coxudas. 

Estou a fazer um esforço enorme para não escrever "mas". 


E vocês? Se tiveram 3 minutinhos para ler isto, o que acham de fazerem agora o exercício aqui nos comments? Em anónimo, se preferirem :)

Sabem qual é a parte mais esquisita disto tudo? Quando estou nua e me vejo ao espelho consigo adorar-me! Vestida é que não consigo! 




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1.09.2018

6 dicas para haver menos stress até sair de casa de manhã.

Como vos contei neste post, as manhãs andavam a ser cada vez mais complicadas e dramáticas, o que influenciava um dia inteiro de stress e uma noite inteira de culpa por sentir que estava longe de ser "a melhor mãe possível". 


Hoje, durante a manhã, dei por mim a pensar nas várias técnicas que estou a utilizar neste momento para que tudo corra pelo melhor (e que, até hoje, resultam) - além de estar a tentar cuidar melhor de mim com uma alimentação mais saudável (sopa, vegetais, água, fruta, variedade...) e higiéne de sono (tenho a sorte de a Irene já fazer uma noite inteira de sono - FINALMENTE, estou convosco, mães que sofrem). Quero partilhar convosco: 

1- Acordar antes dela e "despachar-me" primeiro. 

Mesmo que isso implique acordar uma hora antes e deitarmo-nos uma hora mais cedo. No meu caso é: tomar banho (pinto-me depois na casa de banho no trabalho - até tem melhor luz), preparar o lanche dela com um desenho, escolher a minha mala, fazer a minha cama, tratar da areia dos gatos e dar um jeito à cozinha.

2- Não há televisão

A televisão hipnotiza e faz com que os nossos timings se tenham de reger pela duração dos episódios. Faz também com que comam mais lentamente. Sem televisão é mais rápido, ainda dá para conversa, para algum tempo de qualidade, dependendo da hora a que se levantem. Conheço famílias que têm de fazer longas viagens de manhã e acordar bem cedo e aí não sei mesmo onde "enfiar" a conversa. 

3- Música

Muda a disposição. Tanto. Hoje, em vez de birras, dançámos as duas juntas. Foram 30 segundos, mas que, de certeza, fizeram com que 30 outros "nãos" só porque sim não existissem. Além de estar a educá-la para a variedade (senão teria de por sempre o Bum Bum Tam Tam ou assim todos os dias e já me enjoei). 

4- Preparar a roupa dela no dia anterior

Não há sonos e pressas à mistura e, de manhã, é só equipar. Easy.

5- Usar o boneco preferido dela a nosso favor. 

"Repara, a Luisinha quer pentear-te agora e lavar-te os dentes... deixa a Luisinha". O que é giro é que funciona - pelo menos com a Irene - com todos os bonecos por isso a duração disto tem sido surpreendente

6- Verbalizar sempre a vantagem de progredir na missão "sair de casa".

"Anda que hoje vais levar o Spider Man para mostrar aos amigos". "Penteia-te que a seguir eu deixo-te escolher o teu gancho preferido".

Agora, daquilo que me lembro, muito depende também da forma como os acordarmos. Eu faço muitas festinhas pelo corpo e mostro-me bem disposta, ponho música calminha... A ver se continua a funcionar amanhã.

Fotografia Yellow Savages
Roupa - Little Jack 




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1.08.2018

Como ser a melhor mãe possível.

Sendo que "possível" aqui é a palavra chave. Todas nós temos desafios que poderão ser invisíveis aos olhos dos outros e que nos impedem de atingir aquele grau de perfeição/satisfação, o que for. Eu abrigo-me dentro da ideia de querer que a Irene conheça a "imperfeição" para ter espaço para ela mesma não se pressionar assim: a mãe às vezes suja tudo, a mãe esquece-se de coisas... 

E ultimamente vim a reparar que a minha vida estava a voltar a ser um drama enorme. O pouco tempo que tinhamos de manhã estava repleto de discussões constantes, o deitar era um stress enorme, ir buscá-la à escola, deixá-la... Não havia nada que não fosse difícil e que não me consumisse. Consumia-me e quando me passava a "neura", sentia-me culpada por não ter agido melhor mas no dia seguinte era a mesma coisa.

Sem paciência nenhuma para a adormecer, sem paciência para os 38 pedidos de manhã antes de sair para a escola, sem paciência para dar o jantar com imensa conversa pelo meio e a adormecer na cama dela, sem ter tempo para mim. Acabando o meu dia por volta das 21h30 e acordando novamente stressada.

Estive assim tempo demais. Até, na semana passada, ter tido um ataque de choro depois de ter deixado a Irene na escola. Estava exausta, farta e infeliz. E fiz um zoom out. "O que é que se passa, Joana?".



O que se passava? É simples.

Mesmo acordando antes da Irene, não tinha tempo para fazer "tudo" com calma. Com ela a acordar e eu ainda meia por despachar punha-a a ver televisão o que faz com que coma o pequeno-almoço mais devagar. Nem nos dá "tempo para estarmos juntas". Cada segundo que passa é mais um segundo para chegarmos atrasadas e, pelo meio, uma miúda que foi apressada a manhã toda começa a deixar de ser tão cooperante. A mãe, irritada, stressada e exausta, faz birras. 

Deixar a miúda na esccola também não era pacífico. Estamos as duas stressadíssimas e nenhuma sente que está a ter o que quer e precisa. Não há tempo para a "largar com calma" como ambas preferimos.

Passava o dia sem me conseguir concentrar e organizar. Parecendo que "não havia trabalho" mas por estar no meu registo de mínimo. Tinha só o modo "executar pedidos" e pronto. 

Ia buscar a Irene à escola e começava o stress: querer cozinhar e ter a miúda a tocar mil instrumentos musicais, dar jantar no meio da loucura dela, adormecer no meio dos tais pedidos... 

Os dias estavam a ser... horríveis. Estava cansada, mas não passava por dormir mais porque até me deitava às 21h30.

- Reparei que não jantava por não ter fome quando lhe estava a dar a comida e depois adormecer. 

- Almoçava no bar da empresa e, por não gostar da comida, fazia sempre refeições fracas ou com pouca variedade. 

- Não bebia água, 0. 

Como espero que o meu corpo (cérebro incluído) funcione se não lhe dou o combustível que ele precisa? É normal que comece a ficar mais depressiva, cansada, impaciente... 



Tive oportunidade de - neste timing - ir a uma clínica onde trabalha uma amiga em Lisboa e fiz umas análises (sem picar, apenas por as mãos e os pés numa espécie de painéis) que deram resultados que me deixaram ainda mais motivada: tenho falta de vitaminas do complexo B, desidratadíssima, o fígado podia estar melhor, etc... 

Ainda não tive o plano para seguir para ficar toda saudável com estas análises mas já comecei o que posso por mim (sem indicação de ninguém) e - talvez seja placebo - senti os efeitos logo. 

Comecei a tomar umas vitaminas que tinha lá em casa da última vez que me senti assim, beber muita mais água e comer sopa a todas as refeições. Sinto-me melhor. E até pus o despertador para mais cedo e deixei-me de "merdas" e comecei a acordar a Irene mais cedo também.

Depois dou-vos updates em relação ao plano, sempre que tiver algo giro para dizer, mas queria só deixar-vos este "alerta".

Andam a comer bem? 

Todas conseguimos chegar à conclusão que o tipo de comida que comemos muda muuuito a nossa disposição e energia, não é? Porque é que não estamos mais atentas a isto? 





Fotografia
- Yellow Savages
Roupa - Little Jack 




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1.07.2018

Quando não souberem o que oferecer a crianças... ofereçam livros!

Um livro é a prenda mais revisitada lá em casa. A par da família dos coelhinhos e dos lápis e canetas para pintar, é ao que mais "brincamos".

Comecei a fazer a biblioteca da Isabel quando ela estava na minha barriga. Começámos o ritual da história antes de ir dormir com meses, talvez uns 6, se não me falha a memória. Desde cedo que vi nela interesse em acompanhar o que lhe queríamos contar, com variações na voz, com diferentes sons e personagens. Com a Luísa, nem sempre foi assim, nem sempre consegui que ficasse concentrada a escutar uma história e a acompanhar as imagens, mas agora já lá chegámos. Mais ou menos. Ainda acontece não termos acabado e já estar a ir buscar outro. Mas este ritual, o ritual de ler, é algo que sempre fiz questão de lhes incutir (e começa logo, ainda antes de acharmos que estão preparados). Vou rezar para que o mantenham, sempre, mesmo quando isto concorrer com os desportos, a música, os jogos, os amigos, os festivais, os telemóveis. Que guardem sempre uma vontade de se evadirem com histórias e personagens. Que levem sempre um livro para a praia. Que tenham vários de cabeceira.

Este é o livro do momento cá em casa (pedi a uma tia delas no Natal, quando me perguntaram o que elas queriam. Elas não sabem mas querem muito livros! eheh). Comecei a fazer a biblioteca da Isabel quando ela estava na minha barriga.





O Cuquedo uma lengalenga muito divertida que a Isabel já sabe de cor e salteado. É simples e tem piada. As ilustrações são bonitas. É fácil de contar. E já há a sequela (O Cuquedo e Um Amor que Mete Medo) que tenho de lhe oferecer nos anos. No outro dia, quando fui buscar a Isabel à escola, estavam a desenhar o cuquedo e a senhora cuquedo por isso já percebi que há romance no ar.

Fica a dica, quando estiverem, como nós, sempre à procura de livros para eles. São os "brinquedos" que faço questão que tenham.



Depois, um que mostrei nos stories do instagram e que estaríamos a adorar não tivesse a Luísa dado cabo de duas páginas é este, O Monstro das Cores, em que as emoções são explicadas através das cores. [A personagem principal é um monstro que muda de cor consoante o que está a sentir e a sua amiga explica-lhe o que significa estar triste, estar alegre, ter medo, estar calmo e sentir raiva.] Organiza os sentimentos em frasquinhos. Giro, giro. 

Ainda nesta onda de explicar os sentimentos, este. O Livro Zangado ajuda a explicar a raiva, a ira, e ajuda a lidar com as zangas. Quando a Isabel está zangada, normalmente pergunto-lhe de que cor acha que está e lá se lembra do livro e da cor vermelha e lembra-se de contar até 10. (Temos também O Livro com Sono).

Hoje ofereci este à prima da Isabel e da Luísa, que fez anos, e espero que ela goste muito. Conheci este autor, o Hervé Tullet, através da Joana Gama e, coincidentemente, foi uma das histórias na hora do conto lá em Santarém, que deixou os miúdos todos super atentos. Oh! Um Livro com Sons! leva-nos ao mundo da imaginação através das cores e quem faz os sons somos nós, carregando o dedo na página). Muito divertido, muito estimulante e um óptimo passatempo para pais e filhos (a prima fez 5 anos e acho mais apropriado para essa idade, ou a partir dessa idade).

Só mais um! Nas nossas férias em Azeitão os nossos amigos tinham este e foi risada garantida: A Toupeira que Queria Saber Quem lhe Fizera Aquilo na Cabeça. Aquilo é um cocó. Risadas garantidas, com um tema tão escatológico abordado de forma tão natural e divertida. Não temos, mas está na lista.



Pronto, já têm aqui uma listinha bem jeitosa para a vossa biblioteca. Quando não souberem o que oferecer, ofereçam livros! Livros nunca são demais.

Quero ideias para a troca. Digam-me coisas: quais são os vossos preferidos?


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1.06.2018

Afinal vou ter 4 filhos

Isabel, Luísa, Manel e o João. Foi o que a Isabel disse, com todas as certezas,  na quinta feira. Disse-me ainda que me ia ajudar a adormecê-los, o que faz toda a diferença na minha decisão, como devem imaginar. Eheh
Além disso, declarou que vai ser professora, médica, astronauta e patrulha pata. E mãe. Disse-me que vai ter um bebé na barriga. 

Tudo isto no caminho da escola para casa, que é quando temos as conversas mais filosóficas e reveladoras.

Anda numa fase fantástica e muito desafiante. Já sabe como nos dar a volta, a manhosa, basta colocar a voz e fazer olhinhos. Anda todos os dias a perguntar quando faz anos, quer saber se já só faltam 80 ou 70 dias. Esta vontade de ser mais crescida, de ser mais alta, de ser como a mãe e como o pai. E eu a querer tê-la pequenina mais tempo e que cresça devagarinho.

Tem dito, todos os dias, que tem saudades da Luísa na escola. E minhas e da avó e de todos. 

E nós tuas, miúda.




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1.05.2018

As análises. Temidas análises.

Torço-me toda sempre que é para ir fazer análises ao sangue com a Irene. Infelizmente tive uma muito má experiência quando ela era bebé (falei disso aqui), em que até parou de chorar enquanto era picada, enfim. Ainda hoje me custa voltar àquele dia. 

Tirando essa vez, das outras foram algo "inesperadas": idas de urgência ao hospital em que foi mesmo necessário fazer análises (sempre um cenário Dantesco para mim e para o pai - o que também piora as coisas para a Irene...). 

Desta vez, por estar sempre entupida ao ponto de até perder parte da audição e tal, foi pedido pelo otorrino e pela pediatra que ela fosse fazer análises também. Confesso que - péssimo da minha parte, bem sei - que andei a adiar o máximo de tempo que podia. Entrei em negação e tudo... Fomos aos Lusíadas e não podia ter corrido melhor. Houve choradeira? Houve. Mas houve também uma menina chamada Joana e a sua colega (não me lembro do nome, já estava em pânico, desculpe) que tornaram tudo muito menos difícil. 

Obrigada também à colega da recepção que percebeu que a Irene também já tinha fome e por nos ter ajudado. 

Os olhos meigos, a paciência, o penso do Garfield no fim, os mimos. Foram espectaculares tanto para mim, como para a Irene. 

O meu agradecimento a todas e fica a minha experiência ali, especialmente para quem ande à procura de um sítio para fazer análises com os filhos, aqui têm a probabilidade de vos correr bastante bem. 

Escrevo este post também para vos dizer que existe uma pomada anestésica chamada EMLA e que - não sei se resultou - me ajudou a sentir que fiz o possível para minimizar a situação. Sendo que, claro, é uma questão de ansiedade e não propriamente da dor física. 

Já está. Já foi e obrigada a toda a gente, a sério. Obrigada também a toda a gente a quem não lhe deve apetecer picar crianças que depois se apercebem do que se passa e que começam a chorar e que o consegue fazer com esta calma, dedicação e carinho. 



Foi muito importante para nós. Obrigada.

Casaco - Boboli 




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