Depois de muito ter sofrido (3 anos a acordar mais de três vezes por noite) com o [não] dormir da Irene, acordo todos os dias muito feliz por ela já dormir noites seguidas e com o coração em todas vocês que andam tipo zombies durante o dia, sem poderem dar o vosso melhor em nada, sendo metade do que conseguem ser em tudo, apesar de saberem agora, mais do que nunca, o que é amar.
Depois de, pela primeira vez nas nossas vidas, a Irene precisar que eu a acordasse para ir para a escola (leiam aqui), percebi que - a par de outras mudanças na nossa vida como, por exemplo, a minha separação do pai - ela não estava particularmente equilibrada com o deitar-se "mais tarde" e acordar "mais tarde" que o habitual. Voltei aos horários habituais.
Deita-se agora por volta das 20h30 e tem acordado entre as 6 e as 7, o que tem sido fabuloso. Além de conseguir ter mais um tempinho para mim à noite (o que conta imenso, como vocês sabem), temos tempo de manhã, as duas, para fazermos tudo com calma e para vivermos tudo com mais prazer.
Não há cá berros, nem "anda lá com isso", nem "a mãe já chamou", nem frustrações. Estamos as duas calmas e felizes (nem sempre, claro que há birras, mas passamos do 80 para o 8) e, por isso, praticamente tudo o que daria em conflito é negociado mais calmamente e criativamente.
Consigo fazer ovos, panquecas, consigo cortar-lhe frutinha, estar com ela enquanto tomamos o pequeno-almoço, vesti-la com calma, fazer-lhe uma trança, lavar-lhe os dentes sem ter que a perseguir pela casa, preparar o lanche de manhã (menos uma coisa que tenho que fazer à noite) e até já tive tempo para passear pelo jardim de manhã, antes de ir para a escola.
Esta é a rotina que eu prefiro. Apesar de ter de deixar a Irene meia hora mais tarde para não ter que assistir aos colegas mais velhos irem para a praia (ela é das mais novas da turma e este ano ainda não podia ir) e de isso me complicar a rotina do ginásio, começo o meu dia com o que me deixa mais feliz. É um privilégio (até tenho tempo para passar uma gilette nas pernas se me apetecer ir de vestido nesse dia e não estar a contar).
Quanto a vocês, mães, que estão a passar pela tortura do sono: um dia vai passar. E vocês são as maiores! Quando a vossa vida voltar a ser vossa, farão tudo com uma perna às costas. Estou convosco!
Ler tudo o que já escrevemos no blog sobre "sono" aqui.
Coisinhas giras:
e