7.08.2015

A minha filha roubou!

Pronto, começaram os disparates. No outro dia, andámos horas à procura do comando. Procurámos no sofá, nas caixas, nos brinquedos dela, debaixo da cama, nas gavetas. Estava no cesto da roupa suja. 

Então e no fim-de-semana passado, não estou eu a tirar umas coisas de um saco, depois de chegar a casa, e deparo-me com um sapato, nr. 23, cor-de-rosa, ali triste e abandonado?

Que vergonha.

Imaginei já a cara da senhora da loja umas mil vezes. Tenho de ir a Santarém o mais depressa possível devolver isto.


 Filha, se é para roubar, rouba o par. E o teu número, já agora.

(Anónima fofinha: estou a gozar, ok?!)

7.07.2015

Fui, apesar de não me apetecer.

Hoje fomos passear. Fomos almoçar fora, apesar do calor, apesar das horas das sestas, apesar de não me apetecer, apesar de tudo. Fomos e fizemos bem. 

Nós sabemos quando devemos contrariar a nossa vontade, não é? Lá fui.

É um restaurante que vale pela localização. Se quiserem saber, eu digo, mas preferia recomendar-vos restaurantes só mesmo muito bons. Aliás, até já escrevemos sobre alguns, vejam aqui

Aproveitei e levei a máquina, até para não incomodar mais ninguém com a minha papada ;) Ups, agora que vi as fotos, lá está ela outra vez! 












Tenho 62 sobrinhos.

Já vos falámos aqui do grupo bimbo no Facebook através do qual eu e a Joana Gama nos conhecemos. Isso, Mamãs de Março de 2014. No início, entrei contrariada porque um amigo que eu e a Joana temos em comum quase me obrigou. Para já, elas já se conheciam quase todas há meses. Depois, mostrar barrigas semana após semana? E pés inchados? E o que comem ao almoço? Really?

Fui apanhada na esquina. Em menos de nada, estava a adorar fazer parte daquilo. Aturar grávidas. Dividir com elas medos e desejos. Fazer amigas, reais, através da internet. Estava a acontecer e eu já não sabia viver sem aquilo. 

Quase dois anos depois, cá estamos. A mostrar os primeiros passos dos nossos filhotes umas às outras, a pedir conselhos para os que são piscos a comer, a divulgar promoções de fraldas... e a combinar encontros. É bom conhecer uma grupeta assim. Somos todas tão diferentes, mas une-nos o amor pelos nossos filhos, os de março e todos os outros (sim, porque nem todas somos mães de primeira viagem - expressão mais bimba de sempre). Umas usam trelas nos filhos, outras nem pensar, umas amamentam, outras já não, umas são assim, outras são assado. Mas conseguimos ser civilizadas, amigas, respeitadoras. Já somos praticamente família!

Mariana
Lucas
Isaac
Beatriz
Rita
Isabel

Mauro e Lia

Enzo e Marco

Martim
Martim e Beatriz
Sem esquecer, claro: a Irene, a Carolina, a Sofia, a Mia, a Inês, a Inês, a Inês, o Diogo, o Vicente, o Rafael, o Gabriel, o Pedro, a Ana Margarida, a Flor, o Simão, o Martim, a Eduarda, a Alicia, a Matilde, a Mariana, o Afonso, a Eva, o Levi, o Sebastião, a Luana, o Miguel, a Maria Francisca, o Rodrigo, a Lara, o Salvador, o André, o Emanuel, o Miguel, a Iara, o Bernardo, a Mafalda, o Francisco, Benedita, a Marta, a Lara, o André, o Dinis, o Afonso, o João, a Marta (aiiii espero não me estar a esquecer de nenhum!).

Papada - a saga das piores fotografias de sempre.

Não posso usufruir assim do meu poder. Num post que fiz recentemente publiquei as fotografias menos bonitas da minha filha (estas) e, apesar de ninguém me ter desafiado para fazer isto, achei justo também mostrar-vos o meu pior. Nada que, porém, ultrapasse as bonitas fotografias que vos mostrei no final deste post (vale MESMO a pena ver para se rirem um bocado), mas acho que é boa o suficiente para vos fazer sentir melhor convosco próprias se hoje tiverem uma daquelas borbulhas do lado de dentro do nariz que doem imenso. Quem saiba quem é a Honey BooBoo, aqui estou igual à Mama June, mas sem a bingo face e sem o sarro todo que ela esconde dentro da papada. De salientar o efeito do meu problema de pele (rosácea) até no queixo e uma bela cicatriz que fiz ao ser estúpida. 


Está bem eu conto! Foi em Moçambique. O meu pai foi para lá morar e dar aulas há uns anos. Fui lá passar férias e tinha de tomar todos os dias os anti-palúdicos ao jantar. Esqueci-me e toda aldrabona tomei de manhã em jejum, cheia de medo de morrer de paludismo (tinha 15 anos). Quando saí de casa e ia a andar no jardim para ir ter com eles que estavam no café a tomar o pequeno almoço, desmaiei e bati com o queixo na única pedra que lá estava. Depois passei o resto do dia a vomitar e a tremer, mas isso "já não interessa nada" (como falamos de queixos, lembrei-me da Teresa Guilherme). 

Ah! E eu juro que sei por fotografias direitas no computador, mas não tive coragem. Acho que assim as pessoas olham, riem-se, mas acho que metade do esquisitismo é da foto estar ao contrário. Não é.


7.06.2015

Já apanharam este susto?

Acho que só se apanha uma vez. E é quando se é mãe pela primeira vez. Por esta altura, no ano passado, a Irene começou a mexer-se na cama e a adoptar posições esquisitas. Uma vez, quando lá fui, estava assim. 


Fiquei moderadamente em pânico, porque diziam-me "ela tem de dormir de barriga para cima". Eu: "está bem, mas e agora? não vou acordá-la para a virar de papo para o ar". Dormi esta noite e a seguinte (ahah como se eu dormisse) algo preocupada, mas não sei bem porquê.
Esta é uma daquelas preocupações que as pessoas que têm mais do que um filho dizem: "é o primeiro, não é? Pois...".

Cada vez mais me apercebo de que eles só fazem o que conseguem e podem fazer. Ela, se se virou assim, é porque pode. E, se não pudesse, também o que podia eu fazer? Não lhe ia lá por daqueles cilindros para ela não se mexer porque os bebés não devem ter bonecos na cama (salvo um dou-dou) já que está provado que ter coisas na cama, tendo eles esta idade, pode provocar o pior dos acidentes.
Agora olho e penso: "que barriguinha tão deliciosa que tinha a minha moreninha" e "que bem que lhe ficava aquele pijama do Auchan". 


Mães para ser, não se preocupem com isto.

Mães que já são, é bom já não termos estas preocupações, não é? Imaginem o "descanso" mental do segundo! 



Estou a ser operada neste momento.

E não, não vos escrevo a esta hora. A esta hora devo estar em nenhures ou onde todos os cérebros estão quando sob o efeito da anestesia. 

Se estava cheia de medo? Estava. Nunca fui operada na vida (e o parto não conta porque estive sempre consciente). 

Mas agora já está. A esta hora (a que me lêem) já o bisturi abriu parte da minha mama e extraiu o que, ao que tudo indica, é um fibroadenoma. A biópsia foi inconclusiva, mas deve ser.

A Joana Gama perguntou-me no outro dia, entre outras coisas, se eu tinha receio do aspecto da cicatriz. Vi, com 12 anos, a minha avó Isabel morrer de cancro da mama, que se alastrou para os ossos. Lembro-me bem do corte que ela tinha, de uma ponta à outra da mama. Recordo-me de dormir a fazer "caixinha" com ela (sei que vocês dizem "conchinha" ou "colherzinha" mas nós dizíamos "caixinha"), de pôr a mão por cima dela e de ter medo de a magoar no peito. Lembro-me como se fosse hoje daquela cicatriz. A minha, ao pé daquela, vai ser um arranhão. Por isso não, não tenho pena nenhuma de ficar com uma cicatriz.

O meu medo não é esse. É uma estupidez, é irracional, mas tenho receio de não acordar da anestesia. Não me perguntem de onde é que isso vem, que eu não sei. Não sei que série vi, que filme, mas algo ficou aqui a pairar nesta cabecita. Sei bem que a probabilidade de me acontecer alguma coisa desse género é ínfima, que sou jovem e saudável, mas enfim. Despedi-me com uma lágrima da minha filha e nem a levei à creche para não dar espetáculo. Ontem tive vários momentos em que pensei "será a última vez que...", o que é estranho, porque sou uma pessoa optimista e não costumo ser tão tontinha. Deve ser por agora ter uma Isabel na minha vida e querer muito estar viva para vê-la crescer.


Bem, agora já está. Não tarda nada estarei a acordar. E assim que possa, venho dar-vos notícias. Ou dá a Joana por mim. E obrigada pelas boas energias. Sei que estão neste momento a torcer por mim.

7.05.2015

Mania de querermos que os nossos filhos sejam os primeiros.

Comecemos pelo fim. A minha filha está sempre em primeiro.

Mas só na minha vida. E na do pai. 

De resto, está no lugar em que estiver. Não quero ser daquelas mães que salta desvairada para dentro do campo de futebol para dar uma lição ao árbitro que marcou falta injustíssima ao filhinho. Não vou ser daquelas mães que, em casa, diz "podias ter feito muito melhor", quando o filho chega com um Bom. Nem daquelas que vaticinam sempre que a culpa é dos professores e que os filhos são uns incompreendidos. Não quero ser daquelas mães que dão na cabeça aos filhos porque lhes estão a pagar explicações, "não é para se darem ao luxo de terem menos de 18!". Não vou ser daquelas mães que cegam com a medalha de ouro. 

Quero que a minha filha fique no lugar em que ficar, desde que isso lhe dê prazer. Desde que se esforce. Desde que goste. Não a vou pressionar para ser a melhor, para chegar ao pódio. Pode ser a última, se for uma corrida suada. Se a fizer sorrir.



















Toda esta metáfora para dizer que a minha filha foi a última a chegar à meta no Kids Race. Não suou e quem sorriu fui eu, que ela não tem ainda noção nenhuma do que ali aconteceu. Esteve na rua, apanhou ar, esteve com as primas Alice e Laura, viu outras crianças, provou maçã desidratada, dançou. 

Não se assustem que não vou dizer que "o que importa é participar" (Ups! Já disse!) porque de clichés já está este texto cheio. Mas também ele cheio de verdades. As minhas. Desejo uma cultura de exigência (q.b.) cá em casa, não fui educada a paninhos quentes nem a palmadinhas nas costas, mas também não me identifico com uma educação assente no endeusamento dos filhos ou da exigência a todo o custo. Espero criar uma pessoa aguerrida, lutadora, mas espero que não seja uma adulta frustrada por não ficar em primeiro.

"Ui! Que ela está toda armada em Gustavo Santos e não sei quê."


Para descomprimir um bocadinho, conto-vos que a Filipa Silva, uma leitora fofinha, foi ter connosco ao Kids Race e apresentou-nos o rebento e o maridão. Fiquei tão, mas tão contente! Adoro conhecer-vos pessoalmente! Fico sempre a achar que nos devem curtir mesmo e que até somos boa onda para se virem meter connosco! Obrigada, Filipa!

A nossa primeira vez.

Bem sei que o título pode sugerir algo que mereceria uma bolinha vermelha no canto, mas não. Não estou a falar da primeira vez que o meu marido e eu tal e tal. Apesar de achar que haveria mais gente a ler, porque somos todas umas cuscas de primeira. :)

Estou a falar da primeira vez que me senti verdadeiramente grávida. Infelizmente, logo nos primeiros dias, tive uma infecção urinária (um clássico meu) e tive de ir ao hospital ver se estava tudo bem com a Irene e tal e tal (já é a segunda vez que estou a escrever tal e tal, não é?). Ela era menos que um pontinho, era um pixel. Apesar de ter ido a chorar no carro às 5h da manhã (ter uma infecção urinária é tão incómodo como as contracções de parto), acabei por sair de lá com as mesmas dores, mas com uma sensação diferente. 

Nada se compara a isto, claro. A primeira ecografia. 

Foi das coisas mais... chocantes pelas quais alguma vez passei. Saber que tinha em mim um mini-marido e mini-eu que eu irei amar o resto da minha vida. A minha maior responsabilidade. Tinha que, além de a fazer feliz, ensiná-la as ferramentas para saber ser feliz e ajudar os outros a serem felizes também. 

Claro que, nesta altura, ainda não sabíamos se era uma Irene ou um Lourenço. Spoiler: Irene. 

Chorei quando a vi, sim. Foi como um daqueles episódios do Ponto de Encontro de pai e filho que não se viam desde que as pulseiras do Sr do Bonfim estavam na moda. Desmanchei-me a chorar. O Frederico acho que ficou mais babado por me ver assim do que propriamente com a ecografia. Se calhar por ser eu quem estava (e estou ainda, provavelmente) encharcada de hormonas. Devo ainda estar tão desequilibrada que quase que choro quando vejo o anúncio do Cálcio +. Provavelmente porque a rapariga é lindíssima e eu acho que deveria ser apresentadora de televisão e não vão pegar nela. E não me refiro à velhota. Sim, Maria Helena, acho.




E quando ouvimos o coração? Aí, sim. Aí apercebemo-nos do privilégio que é podermos criar vida. Podermos ter o dom de gerar um ser humano tão pequenino e que, ainda dentro da mãe, é amado e desejado por tanta gente. 

Um amor que gera mais amor, mas em forma de bebé. 

Foi e é, de longe, a melhor coisa que fiz na minha vida. 

Deixei de ser menina e passei a ter uma. 

Vocês? Estavam preparadas para tanto amor e logo à primeira vista?

Não tenham medo de ir.

Ouço e leio algumas mães a queixarem-se dos receios que as assombram na hora de ir passear com os filhos. 
As primeiras vezes que saímos à rua com eles não são nada fáceis, é verdade. Tirando a primeira de todas, que foi, com três semanas, ao jardim que fica a 100 metros de casa, nas seguintes voltava umas 3 vezes atrás, para ir buscar coisas. "Mais uma muda de roupa, que o cocó é muito mole e pode haver estragos, mais uma mantinha, o chapéu também é melhor levar. Ou uma touca. Se calhar a touca é mais bem pensado." Mas depois, acreditem, tornam-se mais ágeis a preparar as malas e os lanches que a Telma Monteiro a dar cabo da húngara na semana passada. 

Com 28 dias, fomos até ao Príncipe Real

Quando já dominarem a arte do passeio de uma hora ou duas, podem arriscar um fim-de-semana em família. Palavra. Uma noite fora, para irem devagarinho.

A nossa primeira escapadela foi a Óbidos. Já tínhamos estado em Évora e em Santarém na casa dos avós. Escolhemos um destino próximo (1 hora de Lisboa), para não a maçarmos muito com a viagem, e posso dizer-vos que correu mesmo muito bem. Medo com birras? Fazem-nas em qualquer lugar e não têm de se sentir envergonhadas com isso. São bebés. Se vão para um hotel, pedem cama para eles, se forem para uma casa alugada, levam uma cama de viagem. Pronto, eles têm onde dormir as sestas. Tudo controlado. Se forem comichosas com a comida para os babies, como eu era, levam sopas e comidas simples numa mala geleira. Nesta altura levei também as mamas atrás, que resolvem muita coisa.

De resto, é ir. 







7.04.2015

Que horror!

Acho que está na altura de baixar um bocadinho a moral da Irene. Estou sempre a escrever o quanto gosto dela, o quanto ela é tudo para mim. Escrevi e publiquei um livro que fala do quanto já a amava antes dela nascer e tudo que acho que, quando ela ler isto tudo na adolescência, vai ficar muito com a mania e, por isso, cá vão as fotos em que ela ficou menos bonita de sempre. 

Eu continuo a achar que ela está linda e que me apetece morder-lhe as bochechas como se fossem um bom bife tártaro, mas tenho noção que é por ser mãe dela ;)

Além duma aparente estrabismo (os bebés podem tê-lo até ao primeiro ano sem ser motivo de "alarme") a lente, por ela estar muito perto, deformou-lhe a cara toda tadinha.

Isto para além de ter saído com a testa da mãe. 

Parece um gordo pervertido!

Pronto, Irene. Isto é só para te por no lugar. Tira lá a mãozinha da anca, sff. 





















Coisas de que não me devia ter queixado antes

Lembram-se de quando não eram mães? Vida tão sem graça, não era? Não, nem por isso.

Pelo menos eu gostava da minha vida antes de ser mãe. Nada se compara com a que tenho agora. Agora sinto que tenho razões inesgotáveis para viver. Passo a maior parte dos meus dias a rir. Acordo a rir (pelo menos quando chego à cama dela, mesmo com sono, desmancho-me logo), passo as horas com a minha filha a sorrir e a fazer macacadas. Sou muito mais feliz agora. Agora, sim, sou feliz.

Mas... não há cá mares de rosas. É difícil. Somos postas à prova, diariamente, seja por birras, privação de sono, roupa que se acumula, dúvidas existenciais, cansaço, falta de dinheiro, discussões à noite com o marido, causadas pelo sono...

Imaginemos que esta sou eu. Furiosa. E boa.


Cá está uma lista de coisas de que não me devia ter queixado antes:

#01 "Tanta roupa por passar" (três calças, duas camisas e duas t-shirts)
Agora, "caraças, o cesto da roupa chega ao tecto!"

#02 "Não tenho tido tempo para mim" (ir jantar fora com amigas, comprar um vestido ou acabar o livro da cabeceira)
Agora, "posso urinar em paz?"


#03 "Ai acordar às 07h para ir trabalhar!"
Agora, "ai acordar à 01h, às 03h, às 05h e às 06h30... Quero morreeeer!"


#04 "Já punha uns implantes..." (maminhas pequenas, mas no sítio e redondinhas)
Agora, "o que é que as minhas mamas estão a fazer num umbigo?"


#05 "Não está a dar nada de jeito na televisão..."
Agora, "ia bem era um rotativo nas trombas do Henrique."/ "calem-me a porcaria dos números!!!"


Querem acrescentar mais? :)