5.07.2015

Leiam rápido antes que a outra apague isto. (#01)

Ai, filhas. Ai, filhotas. Ai, ai, ai. É por isto que este blogue existe. Não é para entreter mães, não. É, acima de tudo para humilhar uma das autoras.

(se não estiverem com paciência, carreguem aqui e façam um like para a Joana apanhar um cagaço)

Ai tão bom. Quando uma pessoa pensa que andar nos Onda Choc já era material suficiente para gozar com a Joana, eis senão quando houve quem se lembrasse de ir buscar os vídeos do Ídolos. Sim, ela participou no Ídolos (eu já sabia, mas não pensei que estivessem online, não sei porquê). Obrigada, à nossa querida leitora Daniela.

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Esperem, esperem que já ponho o link para não terem que procurar. Vale a pena. Não por ela cantar bem (que canta), mas sim por causa do pior macacão que já alguma vez vi na minha vida. Eu é que, das duas, não me sei vestir e ela é que vai assim para a televisão? Parece um pedaço de mecônio.  

Pelos vistos a menina Joana quer ser estrela. Foi ao Ídolos e hoje armou-se em pimpona e pediu amiguinhas no instagram. Que linda. 


Ai a fofa quer ser estrela? Vamos, então, ser estrelas.

Criei uma página de FÃS para a Joana Paixão Brás. Criei, criei. Agora já está. Façam like aqui e vamos pregar-lhe um cagaço - ou, se calhar, até vai às lágrimas de satisfação, sabemos lá. 


Não me esqueci das belezas. A brincar a brincar tem mais de 80 mil views no youtube. O panda a espirrar quase que fica ciumento. Mais uma vez, de notar, o macacão, que fez mesmo jus ao nome e fez com que a Joana parecesse um macaquinho. Está certo. ;)


                                  

Joana. Gosto muito de ti. Gosto mais agora. Sei que tens mais vídeos palermas na net, daí estar ali a o indicativo de que isto será uma rubrica. Lamento, mas há liberdade de expressão. ;)

5 coisas para fazer em Évora


1. Engordar 1 quilo e meio no Pão de Rala

Um outro roteiro turístico qualquer não começaria por aqui, mas gulosa que se preze nem põe em causa esta minha sugestão. Não sei como andei alheada do mundo e só descobri isto agora. Vá, vão lá deixando a baba escorrer com estes doces conventuais.

2. Ir ao Jardim Público


Além do parque infantil muito bem equipado, é um sítio lindíssimo, com ruínas, coretos, lagos, espaços para piqueniques, pavões e é tudo muito, muito verdinho. Desconhecia a existência disto antes de ser mãe e vale muito a pena ir lá com as crias.


3. Encher o bandulho no Monte da Graciete
(e aproveitar para descansar depois no jardim)



É um restaurante fresco, espaçoso, daqueles onde há sempre espaço para carrinhos, cadeirinhas e para eles andarem a passear pelas mesas. Funciona em buffet e tem todos os petiscos alentejanos e mais alguns: até torresmos (blhec, não me convencem, ok?). As migas são uma delícia e tem uma mesa de doces digna de casamento. O atendimento é impecável. Único contra: pedi Coca-cola Zero e veio uma Pepsi Light. Nada a ver.


4. Ir à Praça do Giraldo
(se bem que, pelas fotos, podíamos estar na Conchichina, que ninguém duvidava)

É a praça principal de Évora, com lojinhas (e umas de roupa de criança maravilhosas), esplanadas e com o famoso Café Arcada. Não fica muito longe do Templo de Diana (onde podem deixar o carro) e fazem perfeitamente o percurso a pé com as crianças. Sim, a Isabel era minúscula nestas imagens!


5. Ficar em algum sítio de molho


Évora é das cidades mais quentes no verão. Ainda este fim-de-semana, com chuva em várias partes do país, estava lá um calor que pedia piscina. Por isso, aconselho-vos a arrendarem uma casinha de campo ou a verem algum destino de turismo rural.
O airbnb é, para mim, um dos melhores sites com casas para se arrendar por uns dias, onde quer que se vá, com preços para várias carteiras (e coisas muito em conta) e com aquela sensação de que se vive mesmo nos sítios.


Bons passeios!


a Mãe desbronca-se (#07) - Ficar só a cuidar da filha


Olá Isabel :) 

Fico toda contente por ter uma pergunta direccionada só para mim, senti-me especial. No bom sentido, não no outro. Estou há muito tempo em casa a tomar conta da Irene, é verdade. O "muito tempo" é por não ser habitual e não por já estar farta. Em alguns países da Europa as mães têm direito a um ano de licença de maternidade para estarem com os filhos (e, a verdade, pelo menos do que ouvi dizer, alguns são os países em que se goza menos tempo de licença de maternidade porque vão logo trabalhar).  Eu tenho fases. Sou muito caseira, gosto muito de estar em casa, sempre gostei. Nunca tive daquelas vidas todas doidas de ir para a discoteca todas as semanas e, portanto, não me sinto a fazer um desmame de nada. Compreendo perfeitamente essa necessidade que tem de se sentir útil. Sinto-a todos os dias. Escrevi um manual para as mães que ficam em casa que talvez seja engraçado ler (está aqui). Pareço uma médica a receitar coisas :)

Eu, apesar de estar "parada", estou a fazer uns biscates aqui e ali, tirei um curso online, estou a ler coisas para ver se começo um outro projecto, o que também me ajuda. Já experimentaste ver se há algum curso online que te entusiasme e que te dê alguns objectivos? Até te pode ajudar depois na carreira quando voltares e, assim, já não sentes tanto como "tempo inútil". 

Eu fico muito deprimida nas fases em que não há sintonia. Quando a Irene dorme pior durante a noite, quando custa pô-la a fazer as sestas, quando, por causa disso, come mal e anda birrenta, etc. É tudo um ciclo. Nas fases em que está tudo alinhadinho, tenho mais vontade e gosto de fazer pequenas coisas (que podem não ser grandemente úteis, mas sinto-as como tal). 

Ontem fui comprar pão de manhãzinha, levamos com o sol no focinho e sinto que determinou o correr do resto do dia, entendes? Depois fomos, à tarde, fazer uns "recadinhos" ao centro comercial (por umas calças a arranjar, ir ao correio). E, assim, todos os dias vão sendo diferentes e vamos tendo uma pequena cenoura à frente. Tem é de ser pequena, para não ficarmos frustradas. Lê aquilo que pus ali em cima, acho que pode mesmo ajudar. 



Aproveita agora também para fazer tudo aquilo que dantes não tinhas tempo para fazer. Sendo que, não te esqueças, deves dormir sempre que o bebé dormir se for daquele género de não dormir à noite. Senão a tua cabeça é a primeira coisa a ir embora e toda a família se ressente. Arruma o armário. Separa roupas para dar. Organiza os sapatos. Põe os talheres todos a lavar. Lava os armários da cozinha por dentro. Sei que estás a pensar: "não é bem a minha ideia de diversão". Acredito, mas sabem tão bem quando estão feitas. Somos animais e isso já ajuda nisso que estás a sentir. Acredita. Cá em casa instituí a quinta-feira como o dia da limpeza da casa e isso também me ajudou a diferenciar os dias (dispensei a empregada da limpeza da casa, visto que cá estou eu e poupamos dinheiro). 

Começa um livro (escrever ou ler). Compra cremes para a cara e começa a tratar mais de ti. 

Aproveita para o bebé, aproveita para ti e o primeiro passo já está dado: sabes perfeitamente o que estás a sentir e porquê. Isso é óptimo. 

Ajudei nalguma coisa? ;)




5.06.2015

Afinal Havia Outra (#23) - O meu parto durou 40 dias.

Nem gosto muito de escrever, mas gosto tanto do vosso blog que quis contar a minha/nossa história.
Tive uma primeira gravidez, mas o coraçãozinho da nossa estrelinha deixou de bater às 10 semanas e tive que ser internada para fazer um aborto com direito a raspagem, crises, asmas, muitas infecções, mas sempre com esperança que, dali a um ano, estaria naquele mesmo hospital de barriga grande para ter o meu bebé.

​Finalmente fico grávida novame​nte, mas até às 12 semanas não vivi a gravidez. Tive algumas perdas de sangue e andava sempre a ouvir o coração do bebé. Pensava eu que depois das 12 semanas é que ia andar tranquila. Errado.
Depois das 12 semanas começaram umas dores difíceis de explicar, parecia que estava com cólicas de período, daquelas em que temos vontade de nos deitarmos no chão, mas não o fazemos com vergonha... Várias idas à GO, às urgências, nada de contracções, bebé a evoluir bem, análises óptimas, só poderiam ser os músculos que estava a custar esticarem. Apesar do meu trabalho ser sedentário, às 20 semanas fico de baixa, mas como as dores não passavam, nem todo dia deitada na cama, a minha GO internou-me, por precaução, no dia antes das 23 semanas.

No dia a seguir, nova equipa médica, e vamos lá dar alta à menina, que isto não é um hotel e ela só tem umas dorzinhas, nada de especial. Mas pelo sim pelo não decidiram fazer uma ecografia antes de ir, por descarga de consciência... Ligam o aparelho e os dois médicos gelam, ficam brancos mesmo. Vi logo que algo se passava. Antes de dizerem uma palavra, ligaram o som para ouvir o coração, mas nem o som forte de um coração a bater conseguiu quebrar aquele gelo. Pouco depois, diz um para outro: "vamos dar já as injecções de maturação de pulmões". Resposta do outro médico: "és louca, o bebé só tem 300 gramas, 23 semanas, é impossível sobreviver". Não sei como mantive a calma e não desci pela cadeira...
Nesse instante viraram o monitor para mim e explicam-me que o bebé está bem, mas a bolsa está a descer pelo canal vaginal e pode rebentar a qualquer segundo e o bebé nascer, sendo que, com aquelas semanas, estou a ter um aborto. Nem consigo explicar os sentimentos que tive...
Disseram que não havia nada a fazer e que era esperar por um milagre. Se não rebentasse, seria mesmo milagre, pois a bolsa estava a sofrer pressão, como se fosse um balão cheio de ar a ser esmagado...
Perante tal cenário, fui novamente para o quarto, a acreditar que ia haver um milagre e ele ia aguentar assim até, no mínimo, às 35 semanas (muito positiva, eu). Fui para o quarto, fiquei deitada, pernas erguidas ao máximo, não me podia mexer nem para comer, não podia rir, necessidades era deitada e cocó era rezar para que não tivesse que fazer força...

Acaba a hora das visitas e o marido tem que ir embora. Estávamos sem chão. Eis que, pouco depois, sinto um balão a rebentar dentro de mim e fico toda molhada.
No dia em que fazia as 23 semanas, no dia em que fazia um ano que eu tinha estado naquele mesmo hospital para fazer um aborto retido, foi o dia em que a bolsa rompeu. Irónica, a vida. Lembrei-me do que tinha dito um ano antes: "daqui a um ano estarei aqui novamente para ter o meu bebé", mas, naquele momento, era tudo o que eu não queria...
Toquei a campainha e veio logo um batalhão de médicos e enfermeiros. Estava a ter um aborto e iríamos deixar o corpo fazer o trabalho dele. Fiquei a soro. Mas teimoso como o meu rapaz é, passou um dia, passou outro, e entre análises e medicação, cheguei às 24 semanas com a bolsa rota e o seu coração forte a bater.

Nesse dia, se nascesse, já teriam que investir nele. Deram-me as injecções para maturação de pulmões e enviaram-nos para o hospital distrital, que tinha neonatologia. Lá fomos nós na ambulância de cuidados intensivos, com toda a equipa que nos acompanhou nervosa, com medo que o bebé nascesse ali...
Chegámos ao hospital, nova ecografia. O bebé nem 400 gramas teria, e veio outra realidade, as estatísticas: o nosso tão desejado bebé só teria 0.01% de sobreviver e 99.9% de ficar vegetal. Só tinha líquido amniótico à volta da cara (que foi o que o ajudou a não sufocar).
Ficando na barriga a probabilidade era morrer sufocado, mas se nascesse, também teria morte certa, pois nem nos limiares de sobrevivência estava.
Então, como estava tudo perdido, iria ficar 100% acamada, com as pernas erguidas o mais possível e aguardar um milagre...
Lá fui para o quarto: pernas erguidas, davam-me de comer, banho à gato, punham-me a fazer xixi, análises ao sangue uma a duas vezes ao dia, soro sempre a correr, várias injeções (que nem sei para que eram), ecografias diárias, cintas várias vezes ao dia, vários comprimidos com vitaminas, 2 antibióticos para prevenir infecções e as horas foram passando. Três litros de água diária, músculos todos a atrofiar (já não tinha músculos nas pernas, parecia os braços de uma velhinha), dores de cabeça da mesma posição, sempre toda molhada mesmo com pensos enormes, pois todo o líquido amniótico que repunha, perdia. O pouco que o bebé se mexia doía horrores pois, sem líquido, não tinha o amortecedor nem espaço para ele se mover à vontade...

Milagrosamente lá fomos aguentando, até que numa das análises ao sangue, foi detectada uma bactéria. Teria que fazer uma cesariana, pois não era viável nascer de parto normal, mas nesse dia não podia ser, pois não havia incubadoras. Teriam que aguardar pelo dia seguinte para conseguirem uma. No dia seguinte, novas análises e os níveis da bactéria baixaram, por isso iríamos adiar mais um dia, por falta de incubadoras...
Na madrugada seguinte comecei com dores, mas fui aguentando e não disse nada. De manhã, vem o médico com o resultado das novas análises, com valores mais baixos, por isso iríamos aguardar mais um dia. Fez uma ecografia muito rápida e o peso estimado era igual ao do dia anterior, cerca de 800g. Eu digo-lhe que tinha a sensação que desse dia não passava, pois estava a ter umas dores que eram contrações, apesar do aparelho não marcar. Ele responde que era de estar acamada. As dores não passavam, até que deixaram de ser suportáveis. Não conseguia recuperar de uma, pois tinha outra seguida. Toco a campainha, vem a enfermeira com uma médica, e eis que estava já com a dilatação feita, mas teria que ser cesariana para o meu bebé não apanhar nenhum bicho... Foi uma verdadeira correria depois, cesariana de urgência, ninguém estava à espera, tinha que fazer força para apertar as pernas para o bebé não nascer por baixo e ligaram para a neo para preparem a incubadora...

E eis que, passadas duas horas, nasce o nosso herói M., às 27 semanas e 6 dias, muito inchado, com 1100g (quando o previsto eram 800g). O nosso milagre nasceu vivo e chorou, tipo gatinho, muito baixinho mesmo, mas a melhor das melodias. Não o toquei, não o beijei, não o cheirei. Só o vi de touquinha branca a sair num castelo de cristal...

Depois daquele dia tivemos ainda três longos meses de batalhas e vitórias, mas hoje o herói M., como gostamos de lhe chamar, tem 21 meses e é feliz, cheio de energia e com uma evolução fantástica!

Ana Ferreira

Adivinhem onde vamos estar este fim-de-semana!

Já devem ter percebido que eu gosto de andar a passear o meu belo corpinho por este Portugal fora. Também adoro um fim-de-semana calminho, os três de pijama, a fazer bolos e a brincar no chão da sala. Mas sinto que o fim-de-semana é mais produtivo e bem-aproveitado se for em passeio.
No próximo fim-de-semana vamos para:

 


O a Mãe é que sabe foi um dos blogues convidados pelo Barrigas de Amor a estar neste fim-de-semana especial, dedicado à Família.

Piscina, vinho (eu não disse isto), campo, animaizinhos e tiro com arco, entre muitas outras atividades com a piolha e com o maridão? Mal posso esperar.

Já adivinharam onde será?

As mães são as minhas mulheres preferidas.

É que são mesmo. Não sou daquelas mulheres que odeia mulheres, mas sempre tive mais problemas com mulheres do que com homens. Agora que sou mãe, passou-me tudo. Agora perdoo tudo a todas as mães porque não sei se têm sono, se têm saudades dos filhos, se têm de fazer tudo sozinhas em casa, se são super-mulheres e, por acaso, foi neste momento que rebentaram. Agora é diferente. Eu sou das respondonas, das que diz logo, mesmo que seja de fininho. E sempre fui competitiva. Agora já não sou, com mães. 



Ontem fui ao Colombo e, no elevador, a Irene disse "olá" a toda a gente. A mãe de um bebé da mesma idade que estava no elevador, disse: 

Mãe anónima:  Pois, aprendeu agora a dizer olá e não pára, não é? 
Eu:  É, é. 

Não, não é. A minha filha é daqueles que aprendeu a falar cedo, mas que ainda se desloca como se tivesse meio intestino. Já aprendeu a falar há imenso tempo, mas para quê dizer-lhe isto? Tive medo que ficasse incomodada. Se calhar o filho dela ainda não diz olá. 

Mãe anónima: Como não sabe dizer mais nada, diz "olá" muitas vezes, que giro.
Eu: Pois, pois.

Não, não é nada disso. Ela sabe dizer IMENSAS coisas, mas não faziam sentido para a altura (parece que a filha é mais oportuna que a mãe), acho que ficaria preocupada se ela começasse a dizer urso, cão ou carro num elevador, sem nada disso. Não lhe iria dizer isso. Que ela fala imenso. Para quê? Se calhar iria para casa e iria ficar preocupada. 

Isto não é nada meu. Quer dizer, agora é. Só porque as mães são as minhas mulheres preferidas. 

E porque antes de eu ver a luz e de perceber (como a Joana Paixão Brás escreveu aqui) que cada bebé tem o seu ritmo, estava preocupada com a minha filha. Não quero que ninguém se preocupe, sem necessidade. Não preciso de exibir o que ela faz. Só em ambiente seguro. Cá em casa, em família, com amigos ou no instagram (aí não consigo evitar, c*guei) . ;)

Fiz a minha filha comer isto.

E ela comeu. Não tudo, mas quase.

Tinham-me dito na creche que ela gostava de tofu, então lá fui eu comprar o dito. À primeira colherada, cuspiu tudo. Resolvi provar. Ia-me vomitando. Devo ter feito alguma coisa mal, porque aquilo sabia a ameixas podres com peixe em avançado estado de decomposição.
O bulgur com ervilhas marchou todo, o tofu foi "disfarçado" no meio do bulgur. Adorou um bocadinho do pão de espelta (e eu também).
As lentilhas estavam mal cozidas (e não apreciei o sabor, o que é estranho, porque costumo gostar).
O esparregado com natas de soja estava bom, mas ela não apreciou e o abacate com umas gotas de limão estava óptimo e ela lá foi comendo.

Do que ela gostou mais? Da água.

A sério, não gozem com esta pobre mãe que quer inovar e sai tudo ao lado...

Pois...
Nem vamos comentar este aspecto...

Até as flores parecem mais comestíveis, não é?



O que safa isto ainda é a bela da maçã.


Next: bacalhau com grão, cenoura e batata doce cozidos a vapor e não tem nada que enganar. Assim espero.

5.05.2015

Sou um cliché


A sério que sou. Odeio, mas sou. Agora, para além de blogger, também comecei a correr? Não, me armei em pássaro e comecei a comer sementes. Eu gosto demasiado de Oreo para isso. Aproveito e desabafo convosco. Lembram-se da "alergia" que eu tinha, que não parava de me coçar? Pronto. É obviamente uma coisa de nada na pele mas que foi despoletada (se é assim que se escreve, por que é que me está a dar erro no Chrome) por ansiedade. Tive falta de ar enquanto tinha a comichão e, portanto, pensei que estivesse perante uma alergia grave. Não. Afinal é só a minha ansiedade a fazer das suas. Como nunca tinha feito antes. 

Acho que estar há um ano e tal em casa e um ano focada na Irene tem disto também. Nem sei se é disso, mas talvez desfocar-me de vez em quando seja giro. Não gosto de correr, mas gosto de ouvir música e de ter corrido. Não estou a fazer isto para emagrecer. Nunca hei de ser modelo, por isso não vou ser parva e passar o resto da minha vida a tentar. 

Mais mães ansiosas por aí? Conselhos? 




Ela só precisava de tempo.

Este é um texto sobre o tempo. Sobre dar-lhes tempo. Deixá-los viver, e crescer, ao ritmo deles.

No sábado, em casa dos avós paternos em Évora, o David foi com a Isabel até à zona da piscina. Não levou o fato de banho dela, nem toalha. Foi vestida com a roupa que tinha, chapéu e protector nas zonas a descoberto. Achou ele que ela ia molhar a mão, fazer um "shap shap" e ficar a ver a prima na piscina a dar às pernas, a dar gargalhadas e a fazer birra para sair. A Isabel nunca foi a maior fã de água, molhava o pézinho, as mãos e pronto, estava feito. Desta vez não. Quando ele lhe molhava as perninhas, ela ria-se entusiasmada. Pedia-lhe para repetir. Quando o David me pediu o fato de banho e o creme, que ela queria ir para a piscina, primeiro duvidei, depois senti-me a explodir de emoção. É um passo. Um passo que ela dá, sem pressões, sem nunca a termos feito chorar e sem nunca a termos pressionado. Ela não estava "muito mimada". Ela apenas não gostava da sensação da água fria no corpo. De se sentir desprotegida. Ela só precisava de tempo. De ganhar confiança. Um dia iria gostar. E nós só teríamos de esperar. Sem forçar. Sem nos lamentarmos por termos uma filha "medricas". Ou "mimada". Ela tem tempo. Tem o tempo dela. E foi tão melhor assim.

Este raciocínio é válido para tudo na vida. Não acredito em tratamentos de choque. Acredito em respeito por eles, pelos ritmos deles, pelas vontades deles. Não quer dizer que não os estimulemos, que não puxemos por eles, que não os desafiemos. Mas se ela não está ainda preparada para andar, um dia estará. Se ela ainda não diz mais do que "mamã", "dada", "olá" e "ão ão", um dia dirá "idiossincrasia", "veleidade" ou "evenemencial". Ou "bué" e "totil". Mas o que eu quero que ela diga muitas vezes - e que o pratique - é "amor", "respeito" e "dignidade". Não é digno deixá-los a chorar numa piscina para se habituarem. Nem tirar-lhes aos mãos de repente para que eles caminhem sozinhos. Nem deixá-los sem colo, quando nos pedem. Não estamos a mimá-los demasiado. Estamos a fazer com que tenham confiança em nós. E neles.












A fingir que tenho dinheiro e que paguei isto tudo na caixa.

Hoje é daqueles dias em que me apetecia gastar o dinheiro todo da conta. A verdade é que é como se já o tivesse feito - desde que pus uma licença de vencimento - e por isso agora mordo-me toda a ver sites. Fui ao da Zara só para me irritar. Não pensem que sou trend setter nem nada do género. A minha filha veste o quer que haja na Zara, graças às avós extremosas que tem.  Não tenho um estilo próprio nem ando à caça de tendências no instagram. A minha referência são as unhas da Joana Paixão Brás. A cor que ela tenha é a cor da moda.










5.04.2015

Inventam tudo! (#13)

Mas o que é isto, senhores? Não estou sequer grávida e a Isabel já não deve caber ali, mas quero. Quero já! 


1. Parece uma cápsula saída do 2001, Odisseia no Espaço, mas é um berço chamado Cambridge Crib

2. Além de levitar, basta abaná-lo 5 vezes que ele apanha o balanço e fica a embalar sozinho.

3. Controla a temperatura dentro do berço, diz o batimento cardíaco, os níveis de hidratação, os padrões respiratórios e até a humidade da fralda!

4. Podemos, literalmente, pôr o bebé a ver estrelas ou, até mesmo, fazer um FaceTime com o pai ou com os avós, porque vem com ecrã de vídeo.






A última funcionalidade parece-me parva, porque os bebés não precisam mesmo nada deste tipo de estímulos e também não sei se me sentiria confortável com um controlador de temperatura (as máquinas são apenas máquinas e podem dar o berro). Também não aprovo o preço.

O que vos parece esta geringonça? É um grande SIM ou um redondo NÃO?

Perdoe-me senhor, pois julguei.

Vi, há uns tempos e já não sei onde, um comentário de uma mãe num grupo qualquer que dizia qualquer coisa como isto (já agora vou divertir-me a inventar o "comentário"): 

"Aiiiii estou-me a passar!!!!!! Eu amo a minha filha, adoro ouvi-la chamar-me, adoro, mas cansada!! Ela não me deixa fazer nada. Se não está ao pé de mim, esperneia, se está ao pé de mim, esperneia e é sempre mamã para tudo, nem me consigo despedir dela sem que ela faça um chiqueiro."

É mais ou menos esta a fase em que se está cá em casa. Qual mais ou menos haha É mesmo esta a fase. Confesso que, quando li "aquele" comentário pensei: que ingrata do caraças, então a filha ama-te a esse ponto, precisa de ti e vens para aqui queixar-te? 

Ui. E muito bem fez ela. Eu adoro ouvir a minha filha a chamar por mim, mas como estou em casa com ela, os últimos dias têm sido ainda mais cansativos por causa disto . "Mamã, mamã, mamãaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!", "Mamiiii, Mamiiiiiiiii, Mamiiiiiiii". 

Vou tomar banho e é um chavascal (mas tenho tomado na mesma, juro), vou à bomba de gasolina... vou... Aliás, basta "ir". Até ir à cozinha. 

É muito giro, mas quando já passou. 

Já interrompi 12 vezes a escrita deste post. É tão querida, a SACANA!!!!!!

(tem 13 meses)




As minhas prendas do Dia da Mãe!

Podia simplesmente dizer que foi a minha filha quem fez esta prenda sozinha, inspirada na obra de Georges Seurat, já a usar a técnica do pontilhismo.


Ou que o meu marido me ofereceu esta pulseira, sem qualquer intervenção minha e me apanhou completamente de surpresa.




Podia dizer que vou fazer uma massagem relaxante, sem ter sequer referido isso 4598 vezes nos últimos dias.  

Podia dizer que o meu marido passou por uma loja e viu logo que esta almofada, pirosa como só uma mãe gosta, era a minha cara.



Podia dizer tudo isto, mas estaria a mentir. Tudo isto teve dedinho meu. Tudo, tudo não, que no bule (que tinha um íman giro para o frigorífico) não meti o bedelho. Nem acredito que já recebo presentes da minha filha!!! hehe

O marido perguntou-me o que eu queria receber no dia da Mãe e eu sabia que lhe estaria a tirar um peso dos ombros se encomendasse a pulseira. E assim foi. Tem pouca paciência e criatividade para estas lamechices, mas é o melhor marido do mundo à mesma.

Bule - Creche da Filha (obrigada!)
Almofada - MaryDoll (obrigada!)
 

5.03.2015

A Velha irritante e o Pavão.

Parece o nome de uma lenda, mas não é. São apenas dois episódios que aconteceram no mesmo jardim, que tive a infelicidade de assistir, mas que me fizeram bem. Gostaria que vos fizessem bem também. Sei que não é um post fofinho do Dia da Mãe, mas não tinha que ser, pois não?



Falemos da velha. A velha era uma velha normal. Uma velha portuguesa, das magras, daquelas que não conseguimos tirar logo a pinta se são amarguradas ou queridas até abrirem a boca. Não sei quanto tempo a Irene esteve no baloiço, mas não há de ter sido muito. Estávamos mesmo confinadas àquele lugar, daí ter ficado a ouvir. E o que ouvi? Ouvi tudo aquilo que não quero ser um dia, nem hoje. Isto dito do banco do parque para o outro lado do jardim.


- Ó João Miguel, anda mais devagar no baloiço porque senão podes cair. João Miguel, já viste que sujaste a camisola de terra, João Miguel? Foi a camisola que a a mãe te deu na semana passada. Ai meu Deus, eu é que não vou lavar isso, que já não lavo mais a tua roupa. Já disse à tua mãe. Não sou vossa empregada. João Miguel, não andes nisso tão rápido que ainda vomitas o sumo todo. Agora vais correr, João Miguel? Ainda ficas todo suado e depois constipas-te, João Miguel. João Miguel, para de correr atrás dos pombos, João Miguel. Ainda cais e eu não vou contigo ao hospital. Era só o que me faltava. Já lá estive na semana passada por causa do meu joelho, não vou agora contigo só por teres sido teimoso. Não corras atrás dos pombos, João Miguel!! Olha, diz ao teu amigo para parar de andar tão rápido no baloiço! João Miguel, diz ao teu amigo para parar de andar tão rápido no baloiço!! Anda cá apertar as sapatilhas, João Miguel. Anda cá. João Miguel, olha para isto, estás todo suado. Agora ficas aqui no banco um bocadinho. João Miguel, senta-te direito, João Miguel! Estás todo sujo, todo suado. Que horror. És mesmo mal educado. A tua mãe faz-te as vontades todas e dá nisto. João Miguel, já te disse que te podias levantar, João Miguel? Anda cá! João Miguel, onde vais??? Vais cair, João Miguel

Não entendo. Ir ao parque é como largar um animal na Natureza. É deixá-lo correr, cansar-se, suar, gritar, ter areia nos ténis. Se não houver paciência para isso, para quê ir com ele ao parque? Mais vale deixá-lo em casa em frente à televisão e atirar-lhe com uma torrada ou duas.

Lição que retirei: Equacionar bem os "Nãos". NÃO dizer NÃO a torto e a direito. Obrigada velha (e João Miguel...).



E o pavão? O pavão, coitado, não tem culpa nenhuma, mas se tivesse um bocadinho pequenino de cérebro que fosse achar-se-ia culpado daquilo que aconteceu. Mais ou menos como o "cliché" do filho se sentir culpado pelo divórcio dos pais. O pavão estava a fazer o que faz todos os dias. Estava por ali, a exibir-se de vez em quando tipo aqueles taradões que estão nus por baixo das gabardinas. Encontrou um miúdo que tinha dois paus nas mãos e desatou a fugir. Desatou a fugir porque o miúdo, que tinha dois paus nas mãos,  estava a correr atrás dele. Fugiu como fazem os pombos.  Do banco do jardim ouve-se o pai do Ruben, gritando, sem nunca se levantar: 

- Olha lá ó Ruben, só podes estar a brincar comigo, pá! Não vais bater no pavão, ouviste? Larga a porcaria dos paus, não vais bater no pavão. Ruben, olha para mim, pá! Estás a ouvir? Que mal educado, pá. Ruuubennn!!!! 

O Ruben, às tantas, cansou-se de correr atrás do pavão e vai brincar com a irmã para aquela espécie de carrossel de miúdos. Já tinha passado um minuto, apesar disso não importar. A mãe tinha saído do banco ela que, até ali nada tinha dito e, sorrateiramente, emboscou o Ruben. Deu-lhe uma palmada no rabo e disse-lhe bem alto e com os olhos bem abertos: 

- Ruben, não ouviste o teu pai a falar contigo? Quando o teu pai fala, é para o ouvires!!! Malcriado. [Mais uma palmada]. Não se bate no pavão, Ruben. Para a próxima é melhor ouvires o teu pai. 

O Ruben não bateu no pavão. A mãe bateu no Ruben, o pai gritou com ele. A mãe chateou-se com o Ruben pelo Ruben não ter ouvido o pai e porque ele não pode bater no pavão e então bateu-lhe. Bateu-lhe. E bateu-lhe com todos a ver. 

Lição que retirei: Não sei bem. Não se bate no pavão (porquê?), mas bate-se no Ruben (porquê?). Quando o Pai grita, zangado, do banco (porquê?) é para ouvir, senão a mãe assusta o Ruben e bate-lhe (porquê?) quando ele menos esperar (porquê?).  Quanto ao gritar, acho que deve ser como morar ao pé da linha do comboio: tanto barulho depois deixa-se de ouvir e fala-se mais alto para que toda a gente se oiça, depois toda a gente grita e toda a família se sente mal. Quanto ao bater: coitadinho do pavão que não fez nada de mal, mas o Ruben não deu ouvidos ao pai que gritava e, portanto, já merece uma palmada? Quando o pai não der ouvidos ao Ruben, o Ruben pode ir bater ao pai ou à mãe? Provavelmente não e levará a seguir.


É o meu segundo dia da Mãe, sei que podem dizer que não percebo nada disto e que "lá chegarei", mas estou a tentar. Estas foram as lições da Velha Irritante e do Pavão. Mais virão. 


*publicado no Up To Lisbon Kids.