Não tive de pensar muito nisso porque não sou um ser de muita frequência social. Quando estou num desses planos, sou tão social que pareço aquelas pessoas que não são "ninguém" mas que, por irem às festas todas, até aparecem nas revistas. Não digo nomes, só porque não sei. Mas, a verdade é que não sou de sair.
Porém, reparei que a minha vida levou uma reviravolta também a nível social. Não sei se terá sido por ter, primeiro, enveredado por uma relação séria (esta) e isso ter dado origem a uma bebé, ou se terá sido o facto de ser mãe e de isso afastar algumas pessoas.
Sei, em conversa com outras mães, que é normal perderem-se alguns amigos. Talvez os da rambóia. Aqueles com quem nunca privámos muito sobre os nossos sentimentos, aqueles mais profundos do que "tenho sede, já bebia alguma coisa".
Eu gosto sempre de "limar arestas", de acabar com coisas, de diminuir o número... gosto de filtrar. Porém, confesso que, desta vez, não foi uma acto de minha escolha. Aconteceu normalmente. Houve mesmo pessoas que se afastaram.
E também houve pessoas que me deixaram triste por não terem acompanhado toda a gravidez e o até agora crescimento da minha filha. Não sei porquê, fiquei muito sensível em relação a isto e comparo a ausência destes momentos quase como se eu tivesse internada no hospital à beira da morte e não irem ter comigo na mesma.
Não quero que o façam por obrigação, mas já passaram 10 meses. Dez meses em que, alguns, já viram uma vez a miúda, outros nem por isso (escusado será dizer que já nem sei quem são).
A surpresa agradável é que, passados uns bons 7 anos e muito por ter engravidado e ter a Irene, também voltei a ter uma amiga. Era minha amiga do secundário, deixámos de falar por "coisas da vida" (que nenhuma das duas se lembra bem, mas provavelmente ciumeira de uma outra amiga minha, sabem como são as amizades entre grupos de mulheres). A Inês voltou a falar comigo e, agora, é uma das tias da Irene. Uma que vejo praticamente todas as semanas desde que voltamos a falar.
Fomos ao parque no outro dia e soube muito bem. Até a Irene começar a fazer das suas, claro.
É bom sentir que se ganhou algo tão importante. Sei tanta coisa sobre a Inês, mas tanta. Informação que não usei durante os últimos 7 anos, mas que ainda cá está, sempre esteve.
Obrigada por teres voltado, Inês. <3
Alguém que também tenha tido de fazer contas às amizades?