12.14.2014

Blogger da semana (#02) - Cocó na Fralda

É só um dos blogues mais lidos em Portugal e é fácil perceber porquê: uma mãe com quatro filhos - sim, 4! - com muito sentido de humor e que escreve sobre tudo e mais alguma coisa.

Cocó na Fralda

Se não conhecem, não sabemos o que ainda estão aqui a fazer. Psiiit, quietinhos! Vão lá visitar depois de lerem a entrevista que a Sónia Morais Santos, mais conhecida por Cocó, deu ao a mãe é que sabe.


Sónia, é verdade que és conhecida na blogosfera como "a Cocó"? Gostas? (não de cocó, entenda-se)
E não é que gosto? Nunca pensei vir a gostar que me chamassem "cocó" mas acabei a achar querido. E quem quiser ofender-me tem a vida facilitada! Chama-me Cocó com má intenção e eu respondo toda satisfeita. :) 

Tens um dos blogues mais lidos de Portugal e 4 filhos, um deles recém-nascido. Como é que consegues? (estamos de boca aberta porque sabemos o trabalho que (só) um filho dá e calculamos que não tenhas amas de leite, babás ou um ghostwriter)
Não tenho nada disso, é verdade. Neste momento, por exemplo, estou a responder a esta entrevista com o Mateus deitado nas minhas pernas. E na verdade não tenho só o blogue! Também trabalho. Continuo a ser jornalista (enquanto não tiver que pagar para trabalhar - e está quase - continuarei na profissão) e já retomei um dos meus trabalhos. Acho que ser eléctrica ajuda muito. Quando não estou a fazer mil coisas sinto-me inútil e começo a deprimir. Excepto quando estou de férias - aí gosto mesmo de não fazer nada!

"Manel, Martim, Madalena e Mateus... o quinto, será Moisés, Marco, Maria ou Mariana?" ou "Estás a criar uma equipa de futebol?" Estás fartinha de ouvir bocas deste género?
Ahahahaahah. Não estou farta. Acho graça. E, falando sério, se houvesse quinto e pudesse ser uma menina, seria a Maria do Mar.


Sempre sonhaste com uma família numerosa? 
Sim. Lembro-me de inventar um irmão (antes de a minha irmã nascer, o que só aconteceu quando eu já tinha 11 anos), ao qual a minha mãe tinha de dar beijinho de boa noite. Queria tanto ter irmãos! E sonhava que vivia num orfanato, cheeeeeeeio de miúdos por todos os lados. Quando comecei a brincar aos pais e às mães, eu tinha sempre uma grande família. 

Quando parar? Quando se chega aos 4, fará assim tanta diferença chegar aos 5?
Não creio que faça muita diferença, sobretudo porque os mais velhos já estão crescidos e noutra etapa da vida. Às vezes as pessoas pensam "4 filhos???" mas esquecem-se que não são 4 bebés! O Manel já tem 13 anos, tem um nível de autonomia enorme. O Martim vai fazer 10 em Janeiro… Além disso, ajudam imenso, bem como o Martim. De resto, acho que ter uma família numerosa faz com que cada filho aprenda a importância de todos ajudarem. Só assim é possível.

Qual a diferença de idades entre irmãos? Como soubeste que seria uma boa altura para o segundo filho e assim por diante?
O Manel e o Martim têm 3 anos de diferença, a Madalena tem 4 anos de diferença para o Martim, e o Mateus tem 5 anos de diferença para a Madalena. Eu acho 3 anos uma boa idade de diferença. No caso do Mateus, ele devia ter chegado mais cedo mas demorámos um bocadinho a conseguir. :) Agora também acho girissima a diferença de idades entre o Manel e o Mateus, por exemplo. 13 anos. O Manel já olha para ele com um paternalismo que reconheço, uma vez que a minha irmã é mais nova que eu 11 anos.

Quatro filhos: quando um quer gelado, querem todos? E se não houver 4 epás? Como gerem esses "quereres"? (pronto, sabemos que o bebé Mateus ainda não tem "quereres", desde que tenha o estômago cheio, está tudo ok)
Sim, quando um come é uma guerra: têm todos de comer, senão "é uma injustiça" e fica tudo amuadíssimo. O que vale, no caso dos gelados, é que cada um gosta de um diferente. Em relação a outras coisas, roupa por exemplo, às vezes um recebe e os outros não e basta explicar que aquele recebeu porque estava a precisar. 

Sentá-los à mesa nos restaurantes é como jogar mikado? Ao mais pequeno erro, vai tudo abaixo?
Nada disso. É facílimo. Eu e o pai à frente um do outro, o resto é só sentar. Nunca demos abébias a fitas do tipo "eu quero ser aqui, tu és ali".


Há algum que se arme em esperto e que diga que não quer usar as roupas do irmão, mas que quer roupas novas?
Não. O Manel é que, sendo o mais velho (e por isso, não herdando de ninguém), agora só quer roupas de marca. Nós damos uma ou outra mas depois, vemos o preço de camisolas da Zara, damos-lhe o dinheiro e ele põe o resto, com as mesadas e dinheiro que vai ganhando, para comprar as de marca. Tem de perceber que não há cá manias. Uma ou outra sim senhor, mas todas? Só com o dinheiro dele. Os outros não são esquisitos. 

O teu seguro tem um prémio mais elevado por não se calarem um bocadinho no carro quando vais a conduzir?
Devia ter, devia. "Falta muito? Falta muito? Falta muito? Falta muito? Oh, mãeeee, ele bateu-me! Não ele é que começou!" Nem sei como é que não tenho acidentes… :) 

Como é ter os miúdos todos em actividades e dar conta do recado sem se esquecer de nenhum num sítio qualquer?
Nem sei. Há um dia da semana em que a Madalena tem Inglês e o Martim tem ténis. Tenho de a deixar, de o levar, de voltar para a ir buscar e, às vezes, de seguir para o ir buscar a seguir (outras vezes vai o pai). Depois há 3 dias por semana em que o Manel tem futebol, em dois deles a Madalena também tem natação. Aí é outra confusão. Tenho de a deixar na natação, sair com o Manel (que se equipou na casa de banho da piscina), levá-lo, e depois voltar. E há outro dia em que os dois rapazes têm guitarra. Agora, com o Mateus, ando para todos estes sitios com ele atrás. O que vale é que ele dorme o tempo todo. Mas é verdade: às vezes tenho medo de me esquecer de algum e estou sempre a rever mentalmente onde é que deixei cada um, para não correr o risco de deixar alguém para trás (ou no carro, que é o meu pânico).

Para conciliar tudo com alguma sanidade mental, tens de ser rígida nas regras ou precisas de desdramatizar a confusão e ser mais liberal?
Completamente descontraída. Há um caos organizado, digamos. Sou muito pouco rígida, caso contrário já teria enlouquecido.  

Começaste o blogue em 2008. Como é que tens tido paciência para gerir as pessoas mais... "especiais", vá, que vêem na caixa de comentários um ringue de boxe? 
É uma questão de hábito. No início doía-me imenso. Queria que percebessem que estavam erradas a meu respeito, que eu não era aquilo que estavam a dizer. Depois percebi que há pessoas que querem odiar e escolher um alvo. Por isso, podemos dar voltas e mais voltas que elas já têm aquela ideia pré-concebida sobre nós. De maneira que aprendi a desvalorizar. Esqueço. Mas esqueço mesmo. Ao fim de um minuto já nem me lembro da idiotice. Acho que é um bocado como os médicos: ganha-se calo. E eu prefiro concentrar-me em quem vem por bem, em quem tem boas energias. 

Qual o balanço que fazes do blogue?
Um balanço muito bom. Conheci muitas pessoas que hoje são amigas, mas amigas mesmo, publiquei um livro (Cocó na Fralda, da editora Matéria Prima), depois o "A Culpa não é sempre da Mãe (Esfera dos Livros), participei em causas importantes para ajudar pessoas ou instituições que precisam, procuro dar um empurrão a algumas pequenas marcas, consegui mudar a política de um hospital, que não deixava os pais assistirem às cesarianas e, depois de uma denúncia que fiz no blogue (de um pai VIP a quem se abriu uma excepção), o hospital passou a deixar todos os pais assistirem (o Ricardo, depois disso, já assistiu ao nascimento da Madalena e do Mateus)… enfim, acho que o blogue, que começou só para me divertir, acabou a trazer-me coisas que jamais imaginei e, como acho que devemos devolver o bem que nos acontece, tento sempre ajudar os outros.

Obrigada! Não te roubamos mais tempo, vai lá namorar o Mateus e os teus outros três filhotes! E muito sucesso com o blogue, somos fãs!

 

Nails 4 Moms

Há por aí muitas mães que gostam de andar com as mãos como se fossem para a ManiCam do canal E!, e eu sou uma delas. Nem sou de me maquilhar muito, só às vezes, quando se juntam 3 factores: apetece-me + tenho paciência + tenho tempo. Se algum deles falhar, é bye bye Marta sem olheiras e com pestanas maravilha. Anyway... Onde é que eu ia? Tenho a mania de divagar um bocado, por isso depois avisem nos comentários se for demais, ok? As unhas!!! Pois! Isso. Apesar de não ser de andar sempre pintada, se há coisa que não dispenso é de ter as unhas arranjadas. Gosto, acho que dá bom ar. Não sou fã de unhas cheias de rococós, mas uma cor, ou até mesmo aquele brilho transparente, tenho de ter.

Como sou muito multifacetada (modéstia à parte, cof cof), arranjava e pintava as minhas próprias unhas. Tinha muita paciência (e tempo) e era capaz de passar uma boa tarde de fim de semana de volta das mãos para as deixar bonitas. Claro que demorava imenso tempo (já disse que naquela altura tinha tempo?) e é por isso que até agora tem estado tudo escrito no Pretérito Imperfeito (Joana Gama, corrige-me se estiver errada, tu é que tens olho para estas tecnicalidades). Como hoje isto já não é nada assim (lá está, nasceu o bebé, o tempo foi-se), dou por mim a pensar se era ou não era "bué da fixe" se houvesse uma maneira de demorar aí uns 10 minutos, 15 no máximo, a fazer as unhas. Mas com verniz de gel, ainda por cima! Sim, porque, sendo eu o cúmulo da desastrice, o dia em que eu descobri o verniz de gel foi como se se tivesse aberto uma caixa de pandora e nunca mais quis outra coisa. Para isso já não era assim tão multifacetada (querias!!!), e ia, às vezes de propósito, ao Continente do Colombo fazer o tal do verniz de gel (sim, lá fazem disso). Mesmo sem tempo, lá o conseguia arranjar se coordenasse com o pai da criança e ele conseguisse ficar com ela uma hora que fosse, para eu ir fazer as minhas "néles".

Mas pronto, o que interessa, basicamente, é que recentemente tive de voltar a arranjar as minhas unhas, porque as "minhas duas moças" das nails não podiam, e as minha unhas já estavam tão más que eu estava quase a ter um ataque cardíaco. Mal sabia eu que ia ficar na mesma quase a ter o ataque cardíaco, já que tive de fazer cada etapa em vários períodos diferentes no tempo. Estou, por isso, há 4 dias para ter as mãos decentes, e isto está a dar cabo de mim.

Por isso apelo: Mães de todo o Portugal Continental e Ilhas e emigrantes que arranjam as unhas, como é que vocês fazem isso???

12.13.2014

Por que é que eles não falam, pá? Ca nerves.

Vou arrepender-me de dizer isto, não vou? Vou.

Por que é que eles não falam, pá? Estou cansada de tentar ir por tentativa e erro. Ou será melhor dizer: erro, erro, erro e erro?

Já consigo entender quando é que ela quer mamar porque pergunto "maminhas?" e ela começa a soluçar e a abrir a boca (é querido, não é?). Se calhar nem tem fome, mas vê "a comida" à frente e, como não tem nada que fazer, aceita. 

Já consegui entender quando é que ela está irritada por lhe estar a custar fazer cocó porque, enfim, já faz barulhos como se fosse um adulto sozinho em casa e sem noção do ridículo (invejo-vos!). Sou daquelas que faz tudo muito em silêncio. 

Sinto que estou certa quando acho que lhe doem os futuros dentes, quando ela está a fazer sons de falta de paciência e mexe muito a boca ou cerra com muita força com os lábios para dentro. Vai logo uma cenoura fria para a boca e, por acaso, costuma ficar distraída. É uma espécie de "snap out of it" a par de anestésico natural por estar fria.

Sei que acorda por causa do calor quando vou à cama dela e está a suar em bica (nem sei o que é que esta expressão quer mesmo dizer, mas acho que está bem aplicada - suar em bica, que parvoíce, suar em bica...curta? Eu sei, tinha de ser, desculpem). 

... mas e como sabemos que eles têm frio?


A Irene tem acordado praticamente de duas em duas horas ou de meia em meia. Já nem sei. Sei que ando a acordar tantas vezes durante a noite que já nem as conto para me fazer de vítima ao pai no dia seguinte (por isso imaginem). Já nem vejo as horas a que ela está a acordar. O que é que isso interessa? Enquanto não houver luz lá fora, é cedo ou, melhor, é tarde. 

Já não sei se é um pico de crescimento, um salto de desenvolvimento, se a miúda passou a ter este horário biológico naturalmente, não sei. 

Claro que já pensei em mil e uma coisas, entre elas: será frio?

Como é que sabemos se eles têm frio ou não? Ela agora tem dormido com um babygrow daqueles finos da Primark, um saco daqueles tipo urso que cobre o corpo todo cheio de pêlo e ainda leva com o edredão em cima. Se não suar é porque está bem? Como é que isto funciona?

Quando é que ela me poderá dizer: "mãe, tenho frio, trazes um cobertor?". 

Estou louca para lhe responder: "Mas pensas que eu sou o quê? A tua empregada? Está no armário do corredor, vá." 

Claro que não. A não ser que ela tenha 40 anos e continue a morar cá em casa!

O dia em que desovei a Isabel


O parto é o talvez o momento mais temido pelas mulheres. Nunca tinha pensado muito nisso, mas quando estava grávida adorava ouvir histórias de partos, desde que não me contassem que a criança teve de ser novamente empurrada para dentro e que tinham levado pontos até ao pescoço e coisas levezinhas do género. Adorava ver vídeos no Youtube de gente a desovar. Não sei bem o que desceu em mim, mas eu achava aquilo lindo, emocionava-me e não sentia medo nenhum. Queria estar ali, no lugar daquelas mulheres.

E no dia 15 de março, esse dia chegou. Lá fora estava um lindo dia de sol. Estava grávida de 39 semanas e três dias. Acordei cedo, fui lavar roupas da Isabel, estava a passar a ferro e senti algo diferente. Seria ruptura da bolsa? 

- “David, acho que me rebentaram as águas!”
- “E posso dormir só mais um bocadinho?”, ouvi da boca do pai da criança.
- “Podes, então não podes… seu preguiçoso insensível!” 

Incrível como eles absorvem só o que lhes interessa das aulas de preparação para o parto… Pelo sim pelo não, obriguei-o a levantar-se e fomos ao hospital. Parecia falso alarme. Mandaram-me caminhar e voltar lá uma hora depois. E lá fui eu, toda descontraída dar uma voltinha ao Colombo, com a pulseirinha do Hospital. 

Afinal estava mesmo a perder líquido, ia ficar internada. A Isabel vinha a caminho. Eram 13h30. Até às 02h48 do dia seguinte ficámos à espera da Isabel. Não posso dizer que tenham sido horas de sofrimento, porque adorei aquele dia. Para mim, foi um parto humanizado, mesmo sendo num hospital privado. O David estava ao meu lado, as enfermeiras eram óptimas conversadoras e muito gentis, e acho, pelo menos à distância, que o tempo passou bem rápido. Quer dizer, até ao momento daquelas contrações. Aquelas… Ai! Mas eu queria continuar na bola de pilates a acelerar a dilatação, por isso adiei a epidural ao máximo. 

Chegou a um momento em que não dava mais. Pensei “isto não é suportável!”. O David massajava-me as costas para que eu me distraísse da dor. “Chega, não consigo mais!” Pensei nas heroínas que aguentam tudo, até ao fim. Eu quis a epidural. Na televisão estava a dar o estoril-marítimo e demos algumas gargalhadas à conta disso. Epidural e todo o conforto do mundo, até passei pelas brasas. A espera, mas nunca o medo. Inspira, expira, inspira, expira. As dores a tornarem-se insuportáveis outra vez. Hora do reforço da epidural. Sede, tanta sede e tanta vontade de conhecer a Isabel. Nunca mais vinha. Aí sim, lembro-me do tempo ter abrandado. 

A nossa médica chegou, acabada de chegar da Alemanha. Por SMS disse-me “vou fazer o seu parto”. Quase chorei de emoção. Ela era obstetra com que sempre tinha sonhado para aquele momento. Calma, doce, de sorriso fácil. A deixar-me tranquila, sempre. Nunca duvidei dela, nunca. Eu dizia piadas e estava bem disposta. O ambiente era calmo, repleto de risos. As enfermeiras eram de uma alegria, entrega e dedicação que nunca esquecerei. 

Eu estava pronta. No caminho para a sala de partos, respirei fundo e pensei na sorte que tinha. Pedi para que tudo corresse bem. Foram 10 minutos, não mais. Tivemos a ajuda da ventosa, mas nada disso me assustou. Entreguei-me nas mãos da médica que 8 meses antes me tinha anunciado, numa consulta de rotina, "está grávida!". A primeira pessoa que soube que eu ia ser mãe e me viu chorar de alegria, no dia 29 de julho. Tinha a Isabel apenas 7 semanas e tanto podia ser Isabel, como Sofia, como Pedro. 

Vinha aí, agora é que era. O pai da Isabel ao meu lado e o milagre a acontecer. Eram 02h48. Senti um corpo quente e irrequieto em cima do meu corpo. Era a minha filha. Massajaram-na, chorou. Nunca esquecerei o primeiro choro. Ri-me, ri-me muito, descontroladamente. Eu que sempre fui chorona, naquele momento tive um ataque de riso. Uma adrenalina como nunca tinha sentido. Puseram-na junto a mim, no peito, estava a chorar e acalmou com o som da minha voz. Arrepiante. Emocionante. Inesquecível. Fiquei com o rosto com marcas de sangue de tanto a beijar. 

3,680kg, tudo perfeito. Prontas para ir para o quarto, fizemos o trajecto juntas, foi a mamar e ficámos a olhar uma para a outra, a conhecermo-nos. Já no quarto, o pai pegou-a ao colo. Ali sim, chorei, chorei muito. Que momento lindo! O pai, o meu amor, com a Isabel nos braços. Os meus grandes amores.




E o vosso parto, como foi? Contem-nos tudo!

12.12.2014

O miúdo é algum cão?

Esta é apenas uma das frases que conto ouvir no futuro. Porquê, perguntar-me-ão vocês. Porque eu vou ser, muito provavelmente, adepta de um pequeno objecto a que damos o nome de trela.

Ainda nem 10 meses tem e já percebi que o meu filho tem uma genica do caraças. Como tal, às vezes ponho-me a imaginar o futuro, principalmente quando formos à rua. Sabem aquela piada do Jean Michel, tu vas tomber? Pois estou sempre a imaginar-me nessa situação, seja com quedas ou com fugas. Se por acaso me vir sozinha com o Lucas num centro comercial e ele me resolve fugir? Ou se eu me distraio por dois segundos? E se alguém o leva? São tudo dúvidas que tenho e que me assustam. Tenho um medo tremendo de perder o meu filho, e acho que isso deve ser um sentimento normal para qualquer pai ou mãe.

Por isso, decidi que vou usar uma trela. Não sempre, mas quando achar necessário. Quando perceber que determinada situação pode ser um risco para o que descrevi anteriormente. Nem preciso de a comprar, pois posso usar a minha. Sim, a minha. Perceberam bem. Eu andei de trela. E não fui menos feliz por isso.

Já me pus a imaginar as milhentas bocas que vou ouvir e estou a preparar-me para ser forte. Para não deixar que o preconceito me afecte quando é a segurança do Lucas que pode estar em jogo. Mas o miúdo é algum cão? Ai coitadinho, vai ficar traumatizado... (eu fiquei imenso!) Se o deixas fugir não estás a ser boa mãe (acidentes acontecem e eu só estou a tentar evitar um). Alguém se lembra de mais alguma coisa? Se sim, peço-vos que me digam, para eu depois não ficar desprevenida quando mas atirarem à cara.

O que acham disto tudo? Qual é a vossa opinião? Se são contra, de forma sugerem que contorne este problema? E porque é que são contra?

a Mãe dá (#02) - Retrotagram

Confessamos que já andávamos de olho nisto há algum tempo. É daquelas ideias que a malta pensa: "realmente, que óptima ideia, por que é que não pensei nisto antes?" É o mesmo que se sente quando se vê o Shark Tank e vemos um tipo a ganhar milhões por ter inventado o clipe. Que nervos.

Seja como for, ainda bem que já há quem o faça porque assim é só mandar fazer ou, neste caso, concorrer. 

"Há quem o faça, o quê, exactamente?"

Várias coisas, cusquem no site aqui mas, neste caso, é um mini-poster personalizado com as fotografias do vosso instagram (seleccionadas por vocês, descansem que não vai aparecer aquela em que ficaram com um bocadinho de celulite a aparecer, deitadas na praia no Verão de 2013). 


Imaginem isto, mas com fotografias do vosso André ou Inês ou Mariana ou Carolina ou Filipa ou ... sei lá. Não vai ficar amoroso? Vai. 

Não vai dar uma boa prenda de Natal? Vai, mas esta é para vocês. Não se ponham a oferecer isto a alguém da família que depois, se ficarmos a saber, nunca mais vos falamos. 

Como participar: 

(têm de fazer tudo direitinho, ok?)

1) Fazer like aqui.

2) Fazer like aqui.

3) Seguir a Retrotagram aqui.

4) Partilhar publicamente este post no vosso perfil no Facebook.

5) Preencher o formulário amoroso que está em baixo. 


Condições:


O passatempo termina às 23:59 de sexta-feira, 19 de Dezembro.

A vencedora será contactada por e-mail e será escolhida aleatoriamente através de random.org.

Só é válida uma participação por endereço de e-mail.


Boa sorte!! :)


Carta à minha educadora

Lisboa, 12 de dezembro de 2021
Querida Educadora Margarida,

Escrevo-te esta carta para te dizer "obrigada". 

Sou uma criança feliz, também graças a ti.

Quando te conheci, com cinco meses e meio, sorri. Não sei se por seres lourinha como a minha mãe, ou por teres esse ar bem-disposto, mas gostei logo de ti e saltei para o teu colo.

A minha mãe Joana chorou nesse dia. Ela acha que eu não notei, mas nós damos sempre conta quando os nossos pais estão tristes. É que, sabes, eu sou a coisa mais importante na vida dela! Já estava na barriga dela e ela dizia que me ia proteger para sempre. E, nesse dia, ela sentiu que eu não era só dela: era do Mundo.

Mas depois começou a perceber que eu era feliz ao pé de ti, que tratavas bem de mim, me davas comidinha, brincavas comigo e me davas colinho, quando eu estava mais rabujenta. Desculpa se um dia quase te furei os tímpanos, mas não tinha como te explicar o quão chateada estava. Também te zangas de vez em quando, não é? Pois, comigo é igual, tens de me dar o desconto. 
A minha mãe já percebeu que eu ficava contente contigo, com a Lola - que eu adoro, tem uma voz alta e forte e faz-me rir! - e com todos os meus amigos. Comecei a gatinhar e fiquei imparável, disse-vos "olá" com 8 meses, protestei muitas vezes a mudar de roupa (odiava!), choramingava quando me metiam na cama (para quê dormir quando há tanto para fazer?!), mas também sei que vos dei muitas alegrias.

A minha mãe disse-me que vos admira muito.
Eu também. Se sou hoje uma criança feliz, meiga, confiante e desenrascada, devo-o também a vocês. Pelo menos é o que ela diz. Obrigada!

Um grande beijinho, 
Isabel

P.S. E aquelas bolachas que a minha mãe vos ofereceu no meu primeiro Natal, lembram-se? Ela armou-se em fada do lar e até nem se saiu mal! Ficaram com tão bom ar e eu não pude provar nem um bocadinho! A vida é tão injusta! ;) Espero que tenham gostado.












Receita do Glacê: 200g de icing sugar, 1 clara batida em castelo, umas gotas de limão
Misturar corantes alimentares









Massa de gengibre Ikea (sim, porque a mãe é preguiçosa e adora estas bolachas)
Formas de natal e envelopes com etiquetas El Corte Inglês
Frascos de Vidro Ikea
Pastas de Açúcar e decorações My Cake; decorações variadas: Jumbo/Continente
Frascos do melhor doce de tomate do Mundo, feito pela avó Rosel. Obrigada, avó!










Que monstro é este?

Estava tudo tão bem há uma semana, não estava? Dormiam todos muito bem aí em casa (tirando o ressonar do homem, claro), a miúda (ou o miúdo, mas não estou para estar sempre a ressalvar senão o post é só isso) andava a dormir a noite quase toda, fartava-se de brincar durante o dia, quase que não birrava quando era hora da sesta e agora? De repente foi tudo para o galheiro.

O bebé (lembrei-me agora que, se calhar, em vez de dizer "a miúda", posso dizer o bebé, que estúpida) que antes era só sorrisos, que andava a entrar numa nova rotina e super agradável para toda a gente, agora está mais insuportável que nós quando acordamos com uma borbulha super evidente na ponta do nariz e que, disfarçada com base, parece uma verruga.

Que monstro é este? 

O que é que se passa para o bebé parecer que agora odeia viver e que faz cocó só para me obrigar a mexer em merd*? Parece que agora vive para me azucrinar! Não mama, não come, só chora, só geme, não está bem num sítio, não está bem no outro, acorda de hora em hora... 

E se o bebé vira monstro, a mãe vira dois! Não há pior que uma mãe que não tenha conseguido dormir, descansar e tenha que tomar conta de um bebé virado do avesso. As coisas escalam e contagiam-se mutuamente, são dias infernais. São esses dias que fazem com que depois digamos a quem ainda não tem um bebé: "tens tempo, aproveita a vida". Não é justo. 

Se compreendermos os motivos, talvez seja mais fácil não termos ataques de choro a meio do dia ou a meio da noite, com o cansaço.

Como preciso muito de compreender os motivos, porque senão sou aquela que chora muito, descobri esta aplicação: 

Sim, pela screenshot dá para ver que não tenho um iPhone, mas não me excluam da vossas vidas. Já tive, mas fartei-me. A aplicação é a pagar, mas prometo que vale a pena. Se não valer a pena e se decidiram comprá-la mesmo depois de eu explicar aqui o que é... Já foi uma decisão vossa! 



1) Adicionamos o nosso bebé, introduzindo o nome, uma fotografia e a data provável de parto (para fazer contas ao desenvolvimento do cérebro e não aos dias em que o cérebro está cá fora). Podemos adicionar várias crianças, o que dá imenso jeito (imaginem o jeito que dá à Jolie). Neste momento não tenho, porque troquei recentemente de telemóvel, mas tinha as DPP do Lucas (filho da Marta) e da Isabel (filha da Joana) para saber quando andam insuportáveis e evitar estar com eles! Estou só mais ou menos no gozo, ahah!


Aqui estão cronologicamente ordenados os saltos de desenvolvimento dos nossos bebés, com as aptidões que estão a aprender e a assimilar e os "sintomas" da sua aprendizagem ao longo do tempo. É giro ver que cumprem os "requisitos" ou que, não tarda estão a cumpri-los e, por isso, andamos mais atentas. 


O gráfico. Confesso que evito ir muitas vezes ao gráfico porque chego à conclusão que, durante o primeiro ano de vida, são mais os dias "maus" do que bons, mas é normal, certo? Eles estão a crescer, em todos os sentidos. Aquele quadradinho esquisito ali perto das 40 semanas é a fotografia da Irene (do meu marido com ela ao colo). Pus a fotografia em pequenino para não se andaram para aí a babar com o meu marido, suas gulosas. 



Já agora, ponho também a legenda e assim quase que não têm de comprar a aplicação para saberem em que "fase" está o bebé. Assim vêem a que corresponde o salto com as semanas, pesquisam na net e pronto. 

Quem é amiga, quem é? 

É a Rosinha ("a tua amiguinha, vamos dar as mãos e cantar uma canção!"). 





12.11.2014

Vai um mini-break?

Para que não seja bimbo, "mini-break" é o que diz a Teresa Guilherme quando vai para um (literal) pequeno intervalo durante a Casa dos Segredos. Achei por bem explicar, não vá haver gente aqui com mais do que um dedo de testa ;)

Não sei se leram o post em que, basicamente, me chibei toda de que estava louca para engravidar outra vez e que constituirá como motivo para me despedirem de fininho... Está aqui o post, está fofinho. Sim, eu sinto coisas!


Quando é que peço ao marido para me fecundar outra vez? Estou cheia de dúvidas. Quero que a Irene não tenha de ser privada do máximo da minha atenção (e quando digo do máximo, estou a falar a sério) por ter que estar a ser mãe de um recém nascido, mas também não queria que tivesse uma grande diferença de idades do irmão ou irmã. 

Não sei se prefiro "aviar tudo de enfiada" e ter uma lesão cerebral por passar tantos anos seguidos sem dormir tranquila ou se prefiro um "mini-break" e depois voltar a levar tareia no focinho. 

O meu marido já não vai para novo (temos uma diferença de 9 anos e não se ponham com coisas que foi ele que me veio falar de filhos, não fui eu que engravidei para prender o "velhote") e não queria que o meu próximo filho só conhecesse o pai já acamado e com uma algalia. 


E os ciúmes? Eu tenho dois irmãos, um com menos 10 anos que eu e o outro com menos 20! Já nem são bem irmãos, não é? São mais filhos! Eu nunca tive ciúmes dos meus irmãos. Até virou um bocado ao contrário: lembro-me de querer ser a mãe de um dos meus irmãos, queria que ele fosse meu. Sim, digno de terapiazinha. Fui, mas havia tanto para falar que isto de querer ser mãe do irmão acabou por ser esquecido. Era pior se quisesse ser namorada dele, digo eu. Apesar... do rapaz ser bastante atraente, não me escaparia se, bem, não fosse meu irmão. 

Qual é a idade certa para uma menina ter uma irmã ou irmão? A idade em que fica entusiasmada por ter um bebé para ajudar a cuidar e não um pedaço de carne que lhe rouba a mãe?

Sentimos culpa quando temos dois pequeninos por não dividirmos a atenção de forma igual, mesmo que um precise de mais atenção que o outro? Sou muito dada a isso da culpa e também não acho que me fizesse bem à cabeça. 



Queria que a Irene fosse tratada como filha única até deixar de ser. Foi mais ou menos o mesmo comigo, visto que só tive o primeiro irmão aos 10, mas aí o meu marido tem quase 47... E eu terei 38, já vai ser uma gravidez daquelas em que provavelmente me têm de furar a barriga para fazer aquele exame doloroso que tem o nome parecido com uma figura de estilo das aulas de português.

Mães que têm já uma ninhada ou filhas que têm irmãos a dar com pau ou com outra coisa qualquer... Preciso da vossa ajuda, não sei o que fazer, além de que quero botar outro lindo ser neste mundo porque tenho saudades do cheiro daqueles cocós de quem só bebia leitinho. Não estou a gozar. Adorava aquele cheiro a iogurte, mais um assunto para uma terapiazita, eu sei. 



Fotos do site We Heart It


Pilhas para o IPO

Já teve início o 6º Peditório Nacional de Pilhas e Baterias Usadas, promovido pela Ecopilhas, e que visa ajudar o Instituto Português de Oncologia.

Até ao dia 31 de Dezembro será possível doarmos as nossas pilhas e baterias usadas (e que normalmente já reciclávamos, não é?). O resultado desta recolha permitirá realizar a aquisição de dois aparelhos de tratamento para o IPO, à semelhança de edições anteriores. Não percebo nada dos aparelhos, pois não sou médica, mas poderão consultar mais informações aqui e aqui.

Podem depositar as pilhas e baterias nos balcões do Millennium BCP, que mais uma vez se associou a esta causa, ajudando na recolha e na divulgação da campanha. A dar uma mãozinha à divulgação estão também alguns locutores da RFM, por isso se os ouvirem por aí a apregoar qualquer coisa, já sabem do que se trata.

Agora é só ajudar! O que não deve faltar por aí são pilhas, sejam dos maravilhosos intercomunicadores e bombas de leite ou dos brinquedos irritantes... É só escolher e depositar no Pilhão! O IPO agradece.