5.01.2019

Gostavam de ter sido (mais) ajudadas?

O pós-parto é uma fase complicada para muita gente. Queremos estar bem, ter forças para fazer tudo e mais alguma coisa, voltar ao nosso corpo, enquanto a nossa mente ainda está aos ziguezagues, há um ou dois ou três filhos para cuidar, roupa com cocó para lavar e mal temos tempo para lavar os dentes. Claro que haverá bebés e bebés, mães e mães... mas, numa casa com poucas ou nenhumas ajudas, é, muitas vezes, difícil dar conta de tudo.


Eu tive a minha avó uma semana em casa - acho - a minha mãe aos fins-de-semana - acho. Não quero ser injusta, mas essa fase da minha vida está um pouco desfocada. Acho que até tive bastante ajuda. Lembro-me de ver a minha avó e a minha mãe a lavarem-me roupinhas da Isabel à mão e a fazerem comida. Não sei quantas vezes nem quanto tempo, mas tenho umas imagens.

Mas durante a semana, sentia-me sozinha às vezes. Quando o David saiu porta fora para ir trabalhar (só teve direito a uma semana em casa), caiu-me tudo. Senti-me uma criança, até. Achei-me incapaz. Mas tudo se compôs. Lembro-me que demorava imenso até sair de casa e de uma vez em que estávamos prontas e ela fez cocó em esguicho (sorry pela imagem gráfica) e me sujou toda. Ou da vez em que eu caí das escadas com ela no ovo (consegui travá-la). Ou de quando comecei a chorar num parque de estacionamento por não estar a conseguir fechar o carrinho e ela estava a berrar no ovo. Lembro-me de às vezes não conseguir comer. De escolher "mal" o tempo em que ela fazia sestas - que eram curtinhas! - e de tudo se encavalitar.


Da segunda filha, tive muito mas muito mais ajuda, ou não estivesse em casa da minha mãe. Foi incrível. O David teve de ir trabalhar também cedo, a minha mãe também trabalhava, mas foi uma ajuda enorme. No entanto, tentava ir buscar a Isabel à escola relativamente cedo, e o dia passava a correr. Mas aproveitei muito essa fase a minha bebé - dormia sestas e tudo. Acho que poder dormir sestas com os nossos bebés devia ser obrigatório. 

Nem toda a gente consegue. E, por isso, foi por todo o caos que pode ser estar na fase final da gravidez (principalmente se se tiver mais filhos já) e o pós-parto que surgiu o A MÃE É QUE SABE AJUDAR.



Eu e a Joana Gama vamos a vossa casa e levamos sopa, limpamos a casa, damos colo ao(s) vosso(s) filho(s) para irem tomar um banho demorado: tudo o que precisarem. 

E ainda levamos presentes: produtos para um ano de banhos da família toda, cosmética e maquilhagem para andarem todas vaidosas, electrodomésticos, uma semana num carro atestado para irem passear, tudo o que precisarem para o desfralde dos bebés... 

Um dia em vossa casa a dar-vos uma ajudinha - é isto que vos propomos! Para isso, só têm de se inscrever aqui e ser a contemplada. Sim?

Gostavam de ser mais ajudadas? Gostavam de ter sido mais ajudadas?


Não tenho saudades de amamentar

É uma das coisas por que eu não esperava. Se tenho saudades de estar grávida, se tenho saudades de ter um bebé pequenino, talvez fosse expectável que tivesse saudades de amamentar. Eu que gostei tanto de o fazer, principalmente na segunda leva. Mas não. Nenhumas. Tenho saudades de ter um bebé coladinho a mim só a fazer aqueles esgares e com aquele cheirinho e aquela pele de seda, mas de amamentar propriamente não.

É como se tivesse tido a sua fase, que foi boa para ambas mas que no fim já me estava a começar a causar uma certa... (como dizer isto sem parecer brusco mas sem falinhas mansas?) aversão. É isto mesmo, vou chamar os bois pelos nomes. Assim que comecei a sentir que aquilo já não estava a ser bom para mim, assim que me começou a causar repulsa, eu que ADORAVA dar de mamar, decidi começar a deixar de fazê-lo, quando ela tinha dois anos e picos: primeiro fiz o desmame nocturno; depois aproveitei uns dias de férias só com o pai para tentar o desmame completo - e assim foi. Contei-vos aqui a minha intenção e aqui o resultado. Assim contado parece que foi algo brusco, mas foi feito com cabeça tronco e membros, com muito coração e calma. Tive sorte. Ela estava preparada e foi muito pacífico e até emocionante, para mim. 

Por isso, ficou tudo muito bem resolvido: para ela e para mim. Foi um percurso muito importante, já que com a primeira filha foi tudo muito atribulado. Teve momentos terríveis até. Outros foram lindos. Aos 9 meses, acabou-se e ficou uma sensação agridoce a pairar. 

Da segunda, teve um princípio um bocadinho difícil, ainda com algumas dores, mas lá demos a volta: Como sobrevivi ao primeiro mês de amamentação ajudou algumas mães e ainda bem.

Agora, se vejo um bebé e se o pego ao colo fico cheia de saudades de ter um ou de voltar a ter as minhas assim pequeninas - nem sei bem - mas não de amamentar. Foi bonito enquanto durou, mas não sinto falta. Está lá. Faz parte da nossa história.


4.30.2019

Não costumava acreditar em coisas boas.

Não era meu costume. Não costumava acreditar em coisas boas. De alguma maneira sempre foi mais fácil resguardar-me de acreditar nas coisas para que, quando corressem mal, sentisse o conforto de, pelo menos, ter previsto. 

Desta vez decidi acreditar. Decidi acreditar que merecíamos estas férias e que iria correr tudo bem. Para muitas de vocês, isto não é nada de especial, mas estou no meu primeiro ano sem emprego e não é só doce gastar dinheiro em férias. Sinto-me sufocada mas, afinal de contas, o dinheiro também é para gastar. 

Há algum tempo disse-vos que ia passar a parar mais vezes por uma questão de sanidade mental e porque as lembranças não se constroem sozinhas. Sou muito apegada a rotinas mas gostava muito que a Irene fosse mais equilibrada ou que sentisse liberdade de escolha nesse campo. 

Cá estamos, em Cabo Verde, menos de meio ano depois de ter deixado de trabalhar na empresa onde trabalhei mais de uma década e tão mas tão mais feliz. 

Temos muito medo das mudanças e é natural.

Mesmo para aqueles em que, por alguma ou muitas razões, parece ser improvável que as coisas boas também existam... acreditam que dependem de nós?

Temos que acreditar para construir para acreditar mais e voltar a construir. O difícil é ser acreditar o primeiro passo, mas se eu estou a conseguir, vocês também vão conseguir. 

Acreditam em mim? :)



4.29.2019

A Joana Paixão Brás e eu vamos à vossa casa e levamos prendas :)

Já chega :) Já chega de protelar. Vamos avançar com o nosso novo bebé e sem medinhos. 

A Joana Paixão Brás e eu queremos conhecer-vos e queremos dar-vos uma ajudinha. Durante um dia podem por-nos com pasta de dentes a esfregar umas pratas que tenham herdado de alguma avó ou, então, podem só ir retocar as madeixas que nós embuchamos o vosso miúdo de papas de aveia. 

Toda a gente pode ajudar toda a gente, mas queremos - tal como vocês - ver mais entre-ajuda, ver mais mães a ajudar outras mães e com coisas tão simples como levar sopa nos primeiros meses de vida do bebé. Ou nos últimos da gravidez, vá. 

Durante um dia vamos estar ao vosso dispôr e já temos graaaaaandes parceiros que irão tornar este dia ainda mais memorável. Vou dar-vos dicas... 

A nível de beleza vão ter tudo o que precisam, garantimos.  

Algum electrodoméstico que vos faça falta? Esperem até serem seleccionadas, vá. 

Boleia para andarem a passear durante uma semana? Desde que prometam tratar bem do carro... ;)

Os rabinhos dos vossos bebés vão cheirar a fruta... 

E o corpinho dos vossos bebés também vai estar sempre super lavadinho e a cheirar tão bem... ;) e mais? Mais... para ver e ouvir depois! 

Inscrevam-se e partilhem pelas vossas amigas que nos queiram lá em casa. Especialmente as que estejam quase a ser mães ou as que acabaram de ser que achamos que são os casos mais emergentes. 
Pulseirinha vermelha, vá. 

Se quiserem saber mais sobre o nosso projecto "a Mãe é que sabe... ajudar", carreguem aqui. Se forem marcas ainda podem inscrever-se. Enviem-nos um e-mail com "condições" no assunto que respondemos. ;)

Carreguem aqui na imagem em baixo para se inscreverem e... boa sorte ;)




4.28.2019

Opero a minha filha?

Há uns tempos partilhei convosco que houve quem dissesse que deveria operar a Irene. Não eu em particular que não sou médica, né? Mas um otorrino por causa das amígdalas e os adenóides e tudo o resto. Agora que chegou a Primavera tanto eu como ela temos de lidar com os nossos espirros matinais graças à uma alergia ao pólen e gramíneas, mas felizmente houve um pai que decidiu ir além de uma ideia e lançar as mãos à obra.

Surgiu assim o esterilizador de ar Airfree, uma marca portuguesa que esteriliza o ar a 200ºC e que depois o devolve arrefecido. Não é fantástico?

Além de ser bonito e dar dar para mudar as cores também é TOTALMENTE SILENCIOSO. Para mim está em maiúsculas porque é a diferença entre usar e não usar, confesso. 

Podem saber mais no site Airfree, mas só depois de verem o nosso vídeo a três (nunca pensei vir a dizer isto neste contexto, mas a vida dá muitas voltas :)) 





Quanto à operação, vou esperar que ela cresça mais um pouco para me decidir. Até lá iremos fazer exercícios respiratórios, muito soro, ter cuidados extra com a alimentação e agora, o nosso Airfree :) 





4.26.2019

Estas são três das minhas memórias mais queridas.

Não estive a pensar durante meia hora, convesso. 

Simplesmente foram as primeiras que me vieram à cabeça. O que se chama "top of mind", vá. 

Lembro-me de estar por baixo de umas escadas numa das casas onde a minha mãe e eu moramos (eram casas onde morávamos temporariamente enquanto ela tinha de estagiar em vários tribunais pelo país fora) a pintar-me toda com maquilhagem daquela super rasca e cheia de glitter. Não sei quantos anos tinha, mas ainda nem na primária andava. Sei que vivi aquilo muito à séria e que foi dos melhores momentos. 



Ainda na mesma casa, acho que foi Santiago do Cacém, lembro-me do orgulho gigante que tive em conseguir calçar-me sozinha. Eram ténis e eram de velcro, mas fiquei tão mas tão vaidosa. Nem imaginam. 

Lembro-me também de, numa das vezes em que o meu pai me foi levar à casa da minha mãe, me ter dado uma caixa de mini-pastilhas e ter escondido no meu blusão. Ter dito: agora têm um valor mas, quando te esqueceres delas e voltares a encontrar, vão ter um valor ainda maior. E tinha razão. 

Sei que é sexta-feira, que poucas serão as pessoas que abrirão este post, mas quis deixar-vos com um pouco de nostalgia e com um sorriso nas vossas caras quando pensarem nas vossas memórias mais queridas ou, pelo menos, as que primeiro vos vierem à cabeça. 




Tive uma ideia!

Estava eu a fazer a lista dos 20 livros preferidos cá de casa, para 2 e 5 anos (difícil, difícil, mas dei o meu melhor) e lembrei-me de vos desafiar para algo que poderia resultar na escola dos vossos filhos. Caso haja educadoras desse lado, esta ideia também é para vocês.

Já vos contei que tenho um viciozito com livros infantis (e elas pelos vistos também já foram contagiadas) e que uma coisa boa foi ter descoberto que havia biblioteca muito boa perto de casa (procurem nas vossas imediações e se calhar até se vão surpreender!).

A par disso, a escola das miúdas começou há um mês e pouco uma biblioteca! Um projecto muito giro, com alguns livros (um armário), um cartaz ao lado para se escrever o nome da criança e que livro leva: todas as 5as feiras leva para casa e todas as 2as feiras devolve. A par disto, inventaram uns saquinhos de pano - feitos de t-shirts recicladas, pareceu-me, em que das mangas/alças fizeram as asas do saco e amarraram a parte de baixo [imaginem fizeram umas tiras em baixo às quais deram nós]. ADOREI a IDEIA! Não é algo giro a implementar?


Não sei qual a facilidade que as escolas têm em comprar livros, mas imaginem que cada criança levava um livro para oferecer à escola, novo ou em segunda mão, quantas possibilidades não haveria de rodar livros por todas as casas, todas as semanas?



Segundo dados recentes, em 2018 venderam-se apenas 11,7 M de livros, quando em 2009 eram 14,9 M... isto é preocupante! Daí que seja muitíssimo importante estimular-lhes o gosto pela leitura desde pequeninos. É o nosso momento, antes de apagar as luzes e ir dormir, todos os dias. 

O que acham da ideia? Faz sentido? Propunham? 



4.25.2019

As coisas que as minhas filhas me ensinaram

Ser mãe era o meu grande sonho, o meu grande projecto. Mal sabia eu que iria açambarcar quase tudo na minha vida e que um dia teria um trabalho que girava em torno desse sonho. 

Sempre achei que iria conciliar um trabalho, para o qual me formei, com as minhas filhas. Mas, afinal, pelo menos por agora (nunca digo nunca), o meu trabalho é o meu blogue, onde falo sobre as minhas filhas e sobre isto de ser mãe. A ele, junto outros projectos paralelos. Abro portas a inúmeras possibilidades.




#01 Por isso, a primeira coisa que as minhas filhas me ensinaram, mesmo sem querer, foi que não vale a pena fazer grandes planos, que a vida encarrega-se de nos fazer chegar aonde teremos de chegar.

#02 A segunda foi que, afinal, uma pessoa consegue desdobrar-se, reinventar-se, criar as próprias oportunidades. Não é fácil, correr o risco não será possível para todos, mas tenho visto tantos casos de pessoas a criarem empresas e negócios (sai-lhes do pêlo, claro), que acho que o paradigma está a mudar. 

#03 É preciso saber esperar. De nada vale querermos apressar as coisas. Querer que eles durmam sozinhos quando não estão preparados; querer que andem quando ainda não sentem confiança; querer voltar ao nosso corpo antigo quando está tudo ainda, devagarinho, a ir ao sítio; querer recuperar a vida e o desprendimento que tínhamos antes. Calma. 

#04 O coração cresce desmesuradamente. Não há limites para o amor que sentimos pelos nossos filhos. É visceral. Não é nada parecido com qualquer outra coisa que tenhamos sentido. E cresce a cada dia que passa. Está em tudo e em pequenos nadas. Naquele olhar puro, naquela voz de desenho animado a dizer que gostam muito de nós, naquela mão dada durante a noite, quando vêm ter à nossa cama para se sentirem aconchegados e protegidos de um sonho mau. 

#05 Tomar um banho sossegada e em silêncio é dos maiores luxos do mundo. Pensavam que a lista era só fofinha, não? Nem pensar. Aqui há sempre aquele toquezinho de realidade que é para não enjoarmos. Concordam ou não? Ter a casa de banho só para nós sem estarmos a ouvir chamar por nós ou sem assaltarem a retrete quando estamos a fazer o número um sabe ou não como uma massagem?


Ser mãe é tudo aquilo com que sonhei, mas ainda mais intenso ainda. Uma coisa é certa: aprendi imenso e sinto que ainda tenho muito para aprender com as minhas filhas. E vocês? O que já aprenderam desde que foram mães? (E pais, se estiverem por aí!, claro)




Nem acredito que isto acabou de acontecer!

Já sei o que estão a pensar: "'tá bem, mais um título sensacionalista". Epá, mas não. Vocês vão compreender. De toda a gente do mundo, são vocês. Eu sei que sim.

A Irene tem 5 anos e tenho-a adormecido desde sempre (menos nas noites em casa do pai). Vocês sabem o que isso significa, não sabem? Passar pela brincadeira do colo e da mama, deitar no berço e chorarem, acordar milhares de vezes, depois só pararem de chorar quando abanados ou enquanto dermos a mão durante 12 horas seguidas...

Sei que há mães diferentes e abordagens diferentes, mas não consigo fazer de uma forma em que ela sinta que sou eu quem se afasta. Tenho tentado guiar-me pelos timings que parecem de ambas e não me tenho dado muito mal com isso. Até aqui foi muito... duro. Guiar-me por timings de livros, timings de bitaites, de amigas, de pessoas da net, sei lá. 

Está errado? Não poderá estar. 



E até poderá dar-se o caso disto não voltar a acontecer tão cedo mas... a Irene acordou ao final do primeiro ciclo de sono, chamou por mim e eu disse-lhe: "filha, está tudo bem, a mãe não está aqui porque está a trabalhar na sala". Acrescentei: "não fujo, a mãe já vem para aqui, vou só trabalhar mais um bocadinho". 

E não é que disse "ok", virou-se para o outro lado e voltou a adormecer? Ainda fiquei em modo estátua à porta numa "vá, isto não pode ser verdade", mas é. 


Lembro-me tão bem das noites em que passei mais de 40 minutos a abanar-lhe o rabo enquanto lhe cantava várias canções.

Ela está a crescer... e uma das missões mais difíceis até agora está a melhorar, está a acabar... nem acredito. 

Mas vá, tudo são fases... amanhã vou fazer esta jogada outra vez e já sei que, por ter escrito o post que me vou "lixar". 

Vou festejar por dentro mais uns instantes, vá hehehe. 

Mães que ainda não vêem o fundo do túnel ... já escrevemos kms e kms de textos aqui sobre o sono das nossas filhas (especialmente eu, credo). Têm aqui pano para... mangas (ahah estou tão cansada que demorei ainda 1 minuto para me aperceber que isto se refere a mangas da camisola e não a mangas de fruta - estava a estranhar um pouco). 

Conseguem ficar contentes por mim? Consegueeeeeem?




4.24.2019

Prontas para ficarem viciadas em mais uma série?

Por um lado vou ter que vos pedir desculpa, porque sei que quando estamos viciadas numa série não dá para fazermos mais nada nem durante o dia, nem durante a noite. Esqueçam aquela resolução "aiii agora vou ler mais", porque não vai acontecer. 

Quem me recomendou esta série foi o Unas e que lhe foi recomendada pela Susana Romana (para quem não saiba é... uma entidade da comédia em Portugal). Só por essas duas pessoas é que eu passaria à frente do facto de ser uma série de comédia com alguns momentos musicais. Vomito musicais e momentos musicais a meio de comédias ou do quer que seja.


Rebecca Bunch é a protagonista que, por muito que isto pareça fútil da minha parte, tem um notório excesso de peso para aquilo que estamos acostumadas a ver na televisão. Vê-la a ser e ser tão bonita e tão sedutora na série tem feito maravilhas pela forma como me vejo e como me aceito. Já estou meia conformada que nada irá resolver, mas tem ajudado mesmo muito. 

A série chama-se My Crazy Ex-Girlfriend é dá para ver na Netflix. Além de ter mesmo muito, muito humor consegue, mesmo assim, passar mensagens muito importantes e úteis. Não só no que toca à nossa auto-imagem, mas também à maneira como nos julgamos e aos outros pelas nossas atitudes. 

A protagonista é apresentada de forma muito íntima, indo desde os maiores traumas da infância ao seu diálogo interno mais profundo. Creio que a diferença entre ela e a maior parte de nós é que ela parte para acção, tendo como mote aqueles pensamentos que a maioria de nós sabe pôr de parte por serem "absurdos" ou... ilegais. 

Quem nunca quis enviar um pacote de cupcakes feitos com as suas próprias fezes a um ex-namorado? Bom, estou sozinha nisto, não é?

Outra das coisas que também me tem feito muito bem ver - isto sempre a par de uma comédia desalmada com uma entrega incrível de TODOS os actores envolvidos (excepto um ou outro actor mais secundário do escritório de advogados) - é que a protagonista é uma advogada extremamente bem sucedida, muito inteligente mas que isso não diz nada da sua sanidade mental ou do seu índice de felicidade. 

Faz-nos pensar em muita coisa (pelo menos a mim, faz, vá), ajuda a perceber muita coisa. Não é necessário estarmos sempre só a aprender com os nossos erros e com os dos nossos amigos, certo? Esta série poupa uns quantos. E incita-nos a estarmos mais atentas à nossa saúde mental e aos padrões que vamos seguindo. Quanto menor for a consciência que temos de nós mesmas, menos controlo temos sobre as nossas vidas e tantas serão as vezes que as nossas maiores dores se vão repetir que nos iremos sentir constantemente desgastadas e desesperadas. 

Sou um bocadinho intensa, eu sei. E quem nos segue sabe também, eheh. 

Já agora, fica novamente o testemunho que faço terapia. Neste momento (já há uns anos) estou a fazer psicanálise e as diferenças na minha vida têm sido... INCRÍVEIS. Aconselho a quem possa e queira que seja acompanhado. 

Quem conheça soluções em conta, às quais tenhamos todos direito, escreva aqui em baixo nos comentários. 

Quem diria que este post acabaria assim? Pois, eu sei. Sorry ;)






Quem já viu, gostou? 


Sou viciada em ter filhos!

Acho que sou viciada em ter filhos. 

Pode parecer incoerente vindo de alguém que só tem duas, mas sabem lá o que eu peno por ter uma cabeça e um corpo que me "pedem" mais. 

É uma luta interior entre um "nem pensar, agora não" com uma vontade assolapada por mais um bebé na família. É uma luta interior entre um "era já que tudo se faz" e um "quero ter mais tempo agora que elas estão a ficar cada vez mais independentes e podemos aproveitar tudo melhor e com mais calma". 

Três é a conta que Deus fez mas Deus não contou com o carro, que tem de ser diferente, com mais uma escola, com as férias que saem mais caras ou com a loucura em que as nossas vidas se tornariam com três. 

Estas confrontações só são boas porque me fazem analisar o que a nossa vida tem de bom, valorizar cada coisinha e deixar-me de projectar coisas. 

Mas digo-vos já que é uma sensação muito estranha de que ainda não estou completa, e, por outro lado, a sensação de que nem mais um bebé iria trazer-me isso. 

Adoro ser mãe e gostava de ser mãe de mais uma pessoa. De aumentar a família e de aprendermos todos uns com os outros lições fantásticas, construir relações para a vida e de rir com mais e mais disparates. Sou muito visual e imagino as conversas à mesa, as viagens de carro, a cama cheia de gente de manhã, os abraços que não acabariam nunca, a paixão assolapada por mais uma pessoa, o crescimento pessoal de todos por contar com mais uma personalidade, mais uma forma de ver o mundo. 



Somos uma família de quatro e somos felizes, sabem? Se por um lado não vejo forma de isto melhorar muito mais, por outro tenho aqui umas hormonas malucas a quererem procriar e trazer ao mundo mais amor. 

É vício? Se calhar é.



4.23.2019

20 livros dos 2 aos 5 anos

Já devem saber da minha predilecção por livros. Não tenho assim grande pancada por mais nada, não perco a cabeça com brinquedos e também já não perco a cabeça com roupa para elas (estou muito mais contida),  mas livros infantis SIM SIM SIM! Ando a melhorar bastante e até já descobrimos que a biblioteca ao pé de casa é fantástica (ah! e a escola das miúdas também já tem: vejam aqui a ideia que eu tive para sugerirem nas vossas!).

Mas se vejo um livro que penso que elas vão gostar, que me vai ajudar a explicar alguma coisa ou que nos vai fazer bem, nem sempre resisto a comprar. É o nosso momento antes de ir dormir, sempre.

Comecei a comprar livros ainda grávida e temos uma biblioteca que "sim, senhor".



Vai daí, se também estão comigo na luta ou se precisam de alguma dica para oferecer num aniversário ou numa data especial, escolhi 5 livros recentes (cá em casa),  de que gostamos muito.


Cuquedo e Um Amor que Mete Medo 

Se já conhecem o Cuquedo, este é a sequela, mas desta vez com romance pelo meio. Uma espécie de “quem quer casar com a Carochinha?” com humor e com sustos. Divertido e muito fácil de entender, acho-o perfeito logo para os 2 anos [a Luísa gosta imenso das repetições e dos sustos], mas com 4 também se torna giro porque o decoram e contam na boa.




A lagartinha muito comilona

Este é bom logo para os 2 anos: além de aprenderem como uma lagartinha nasce de um ovinho e se transforma em borboleta, aprendem os nomes dos alimentos mas também a contar (e depois a borboelta fica com as cores de tudo o que consumiu. Giro, colorido, didático.




Truz Truz

"Truz Truz! Quem é?! É a menina pequenina que tem uma meia rota no pé!" É assim que começa uma lengalenga com muitas personagens diferentes que batem à porta, em diferentes estações do ano, num texto sempre em rima para que eles adivinhem tudo o que aí vem. Escusado será dizer que cá em casa já sabem completar tudo. Ideal a partir dos 2 anos também. [Há outro livro com o mesmo nome que me parece giro giro também, alguém conhece?]




Meninas Pequenas, Grandes Sonhos: 
Frida Kahlo
Este tem entrada directa no meu coração, já que a Frida é uma das minhas personagens históricas preferidas (desde que vi o filme que fiquei absolutamente rendida). A Isabel ficou fascinada com a história dela que, apesar de algo violenta, tem esperança, tem poder, tem luta. Adoramos. Este é a apontar mais ali para os 4, 5, 6 anos (se bem que a Luísa ouve e não se queixa ahah). Fiquei super curiosa com a restante coleção. Women power!




Há um tigre no Jardim
É só maravilhoso. Quando a avó lhe diz que viu um tigre no jardim, a Nora acha que está demasiado crescida para acreditar nessas tontices. Afinal, toda a gente sabe que os tigres vivem na selva e não em jardins! Até pode haver libelinhas do tamanho de pássaros, plantas que tentam comer girafas de peluche, ou um urso-polar que gosta de pescar… Mas a Nora continua a ter a certeza, certezinha, de que é impossível existir um tigre no jardim… Ou será que existe mesmo?" Óptima forma de lhes mostrar que, nos momentos "aborrecidos" e de tédio basta usar a imaginação, que tudo é possível!





Não sou rabugento!
Este foi comprado um bocado ao acaso mas revelou-se uma história bem gira. O que é isso de ser rabugento? E será que quem é "rabugento" não terá razões para isso? O que estará por detrás do "mau feitio"? Óptima forma de lhes ensinar que não devemos rotular os outros e que há bons corações por detrás das capas. Sobre a amizade e a falta que isso nos faz. Entre os 3 e os 5. 




O Livro Zangado, O Livro com Sono, O Livro com Medo

Se tivesse de eleger o que mais as ajuda a lidar com as emoções, esta trilogia ficava em primeiro lugar, empatado com O Monstro das Cores. A literacia emocional para mim é das coisas mais importantes de todas e se trabalharmos bem o reconhecimento das emoções estamos a treinar a empatia, o amor-próprio e a ajudá-los até na auto-regulação. Estes são logo para os 2 anos e ajudam-nos a encontrar técnicas para se acalmarem nas birras, a deixar de ter medo antes de dormir, a acalmarem-se antes de adormecer, etc. 



O Monstro das Cores vai à Escola

E por falar em O Monstro das Cores - talvez o meu preferido de todos -, há um novo para ajudar os miúdos na entrada numa nova escola: "O Monstro das Cores está um bocadinho nervoso. Hoje é o seu primeiro dia de escola e não faz ideia do que isso seja. Não tenhas medo, Monstro! Esperam-te muitas aventuras e muitos novos amigos." Talvez o tema muito específico, mas não deixa de ser giro para todos - diria que 5, 6 anos seja o ideal.



A Ovelha que Chocou um Ovo
Esta é a história de uma ovelha muito vaidosa da sua lã, mas depois de ser tosquiada perde a suavidade e fica um autêntico ninho de ratos. Só que isso até lhe trouxe vantagens: amigos que surgem de forma inesperada. Bonita lição: mais vale grandes amizades do que um cabelo perfeito. Dos 2/3 anos aos 5 anos à vontadinha.



A toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça

Este é para rir, puro entretenimento. Muito divertido e dá logo para os 2 anos, claro, que é quando eles entram nesta fase mais escatológica, mas tem interesse até bem mais tarde. O livro tem mais de 30 anos mas só agora entrou nas nossas vidas. vale pena. Então a toupeira percorre o campo todo à procura de quem lhe teria feito aquele bonito serviço na cabeça: se a pomba, se o cavalo, se a lebre e por aí fora, imaginem...





Sozinho em Casa e E.T.

Que saudosismo que estes livros me trouxeram, Deus meu! Estes são claramente daqueles que nos dão um prazer enorme em contar-lhes porque trazem muito da nossa infância com eles.

Adoro tudo: apesar de adaptados (imaginem, o senhor velhote que limpava a neve e aterrorizava a criança no Sozinho em Casa aparece de outra forma na história - e ainda bem), estão uma delícia! As ilustrações são muito giras e as histórias são aquelas que já conhecemos. A partir dos 4 anos, funcionam muito bem.



Adivinhas Coloridas

Não sei se os vossos se interessam por adivinhas, provérbios e lengalengas mas a Isabel começou a gostar muito já para o fim dos quatro anos. Destes três que lhe ofereceram nos anos, o preferido é o das adivinhas - tem de acertar nos animais, alimentos, pelas descrições (normalmente em rima). Não esperava que tivesse tanto sucesso, mas ainda ontem foi o livro que escolheu antes de ir dormir. Este é, na minha opinião, para putos a partir dos 5 anos.




Bem-Vindos ao Nosso Mundo
E, por fim, um livro que é mais uma enciclopédia mas que não deixa de ser maravilhoso. Desde comidas, animais de estimação e brincadeiras, passando por saudações, roupas ou chapéus, há tantas maneiras de dizer e fazer as coisas no mundo inteiro. O problema deste livro é ser impossível chegar ao fim, por isso NUNCA o leio antes de ir dormir (ou então negoceio muito bem que são só 3 páginas). Desde que começámos a viajar para outros países (e desde que tem colegas do Brasil, por exemplo), que a Isabel tem muita curiosidade em saber palavras e costumes do mundo inteiro. Tem muito interesse em saber as bandeiras também [se souberem de um livro ou jogo sobre bandeiras, digam - que ela ia adorar e eu bem preciso ahah]. 



Espero que tenham gostado, que vos seja útil e partilhem também os vossos livros e as histórias que mais os cativam! 


Mais de 40 minutos à espera de uma ambulância... morri por dentro de novo.

E a culpa, no fundo, não é de ninguém. 

No sábado, a Irene voltou a ter uma convulsão febril. Desta vez demorou uma hora inteira até recuperar consciência. Até para mim, que me "gabo" de já ter ganho calo no que toca a este tipo de situações... perdi-me por completo. 

Ainda para mais porque houve quem me tivesse dito que, com estas convulsões, acima dos 5 minutos já poderiam gerar danos cerebrais. Imaginem quando passaram 30 minutos... 

Chamei o 112 e, mais uma vez, demoraram imenso tempo a chegar. Os bombeiros até estavam cá perto, mas infelizmente a minha morada não consta no sistema do 112. Nem o nome antigo da minha rua (um provisório), nem o novo. 



Bem à tuga, acabo por só me preocupar com isso nos dias a seguir a ter acontecido mas, neste caso, não pode ser. Até porque o caso da Irene, apesar de super aparatoso, não é o mais urgente do mundo. 

Poderá haver mesmo casos de vida ou de morte e uma coisa é o senhor da pizza e das compras online nunca saber onde é que isto fica, a outra é a ambulância não conseguir.

O que se faz? Liga-se para onde? Alguém desse lado que perceba como é que isto funciona? 

Entretanto, não sei se perceberam, mas lá não fui para Cabo Verde. Perdemos a viagem, a ver se o seguro devolve o dinheiro... 

Bom, "antes cá do que lá", blá, blá, blá... Ainda bem que está tudo bem... Só acontece a quem marca viagens e tal e tal. Mesmo assim estou irritadinha e com alarmes no telemóvel para ver como está a febre.




4.22.2019

Não à mala dos filhos de pais divorciados.

Tenho um dia que escrever um post mais alongado sobre todas as dicas que posso dar sobre isto do divórcio. Tanto na perspectiva de quem se divorcia, como na perspectiva de quem é filha de pais divorciados - desde os meus 6 anos. 

Porém, lembrei-me recentemente - até quando fomos entrevistar a Madalena Abecasis (estará disponível para o mês que vem o vídeo, senão temos um esgotamento a tentar fazer tudo, ahah) que seria interessante falar disto: é porreiro que os miúdos andem com as suas coisas às costas?

Na minha perspectiva, não. Podemos convidar as mães que nos estão a ler e que têm alguma formação na área da psicologia e afins o que pensarão elas disso e até outras filhas e filhos de pais divorciados. Querem opinar? 

Claro que é como tudo: "depende dos pais", "depende dos filhos", blá blá. 

Porém, quero explicar-vos: acho que o mais importante é que a criança se sinta segura. No meu caso e, para já, acho que é indispensável que ela tenha um pouso principal. Na nossa família, decidiu-se que fosse a minha casa. Mais tarde, quando ela for mais crescida e quando a vida der outras voltas, logo se verá o que vai ser decidido em conjunto mas nesta fase é aquilo em que acreditamos que seja o melhor para ela. 


Agora, ainda dentro do tema da segurança e até "desejabilidade", sinto que a criança deverá sentir que ambas as casas são suas também. E nós sentimo-nos em casa rodeados das nossas coisas e memórias. Ao levarmos as nossas coisas connosco, como quando vamos para um hotel, é muito giro, mas não para vivermos lá. 

Implica que o outro progenitor tenha de comprar roupa? Implica que se faça um esforço para adaptar a casa à criança? Sim e sim. Se calhar essa roupa até poderá ser comprada a meias - cada casal sua sentença - já que vai sempre andar a passear de um lado para o outro. Porém, terá de ser a criança a carregar "o peso" da separação às costas? Isto, literalmente? 

Terá que levar os livros e os estojos e afins que normalmente já levaria da escola para casa, mas e o resto? 

Sou totalmente a favor de ambas as casas estarem mobiladas, equipadas e recheadas de tudo o que a criança precise para se sentir bem-vinda, desejada e que não é ela quem tem de gerir essa questão. 

Quando for mais velha e tiver os seus "eventos" lá saberá o que quer andar a vestir num lado e noutro e ela própria fará essa gestão. Até lá... serão mesmo eles que têm de andar com a mala às costas?

Já agora, ainda na temática do divórcio, fica aqui um vídeo que fizemos em que respondi às vossas perguntas no instagram sobre o meu:







Agora sim: começaram as férias!!! [Quem é pai saberá do que falo]

Agora sim, aqueles segundos no carro, depois de os deixarmos sabem a pato. Começamos com borboletas na barriga, palpitações e lágrimas espreitam de emoção. Até nos esquecemos de mudar a música deles, que continua a dar na rádio mais uns quantos minutos. 

Agora sim, qualquer pouso de trabalho, qualquer conversa de corredor, qualquer almoço requentado numa qualquer imitação de tupperware nos saberá a férias, mesmo que não tenhamos luz natural nas próximas horas...

Agora sim, conseguimos respirar fundo, comer sem termos de nos levantar 4 vezes para ir buscar mais água ou apanhar coisas do chão ou gerir uma qualquer birra por qualquer coisinha que seja.

Aiiii começaram as férias! 

Essa Páscoa, já passou, não foi? :)



4.21.2019

4 conselhos para o bebé dormir bem.

Olá miúdas,

Vamos fingir que ainda vou para Cabo Verde hoje (não vai para acontecer, depois conto-vos tudo, mas envolve mais uma ida ao São Francisco Xavier...).

A Joana Paixão Brás, em conversa com Constança Ferreira do Centro do Bebé (sigam no instagram em @centrodobebe) ficou a saber 4 conselhos importantíssimos para que o bebé (e a sua família) durmam bem. 

Acima de tudo saber que o sono do bebé não pode ser separado de tudo o resto que o bebé está a viver. 

Ajudou? Esperamos que sim :) 


Partilhem por todas as mães que estão a passar pela tortura do sono... 

De resto, se quiserem sentir-se menos bicho do mato, podem sempre ler tudo o que já escrevemos sobre "o sono" aqui. Deve ser dos capítulos mais longos deste blog, a sério.