1.05.2015

Cinderela descalça!

O que vale é que não somos muito de sair já por natureza, mas uma das coisas que às vezes faz com que tenha menos "vontade" é o facto de não haver sapato que a Irene não descalce. 

Já tivemos uns ténis giros da Zara (que já não lhe servem, claro), que tinham velcro e mesmo assim ela conseguia descalçar. Comprei uma espécie de UGG na H&M por recomendação da Joana Paixão Brás (a outra do blogue) e tanto a versão sem sola (até ao nr 19) como a versão com sola (a partir daí) são facilmente atiradas ao chão pela miúda.

Até compraria outro género de sapatos, mas nada me garante que não tenham o mesmo fim.

Ainda há bocado, o meu marido perguntou: "mas não há nada que ela possa calçar que seja mais meia que outra coisa, tenha um bocadinho de sola, mas que seja muito quente?". 

Não lhe sei responder, vocês sabem?

É que o pior é que a Joana (a tal outra do blogue) já leu tudo aquilo que tenha que ver com bebés e sapatos e diz que não convém mesmo nada agora elas andarem com sapatos duros e com solas duras.

Não sei o que fazer. Ela fica com os pés gelados, apesar dos 3 ou 4 conjuntos de meias... Além de que me lixa o conjuntinho todo (foram uns amigos de família, franceses que ofereceram). Reconheço que o gorro não fica bem ali, mas com esta problemática das meias, quem é que tem vontade de caprichar no resto?

Olhem para isto, coitadinha. Quase nem sorriu por ter as patinhas em gelo (e se calhar por ter um body, leggins, long sleeve, macacão edredão e ainda o casaco por cima).






Não sou muito de usar gorro, mas tinha o cabelo oleoso e combinava com os meus ténis novos. Novos porque, ao contrário da criatura, eu não me descalço feita parva. 


A prisão do arroto.

Sim, passei a maior parte da minha infância e adolescência e vá, também, alguma da minha vida adulta a idolatrar o arroto e as suas propriedades cómicas em determinados contextos, nomeadamente quando existe a tentativa de dizer algumas palavras como: autocarro, selim, nuvem, retrógrado e omnívoro.

Mais depressa me lembro do dia em que estava sentada em casa da minha avó materna na Rinchoa e que aprendi a engolir o ar e a arrotar de propósito do que o meu primeiro dia de aulas ou de quando descobri que o Pai Natal, afinal, é jajão (gosto desta palavra, o que querem?).  E, no meio disto tudo, o que tem mais piada é eu ter vivido na Rinchoa.

Mais tarde vim a relacionar o facto da minha barriga ser tão, mas tão proeminente à quantidade enorme de ar que engolia e que, talvez, me esquecesse de arrotar a seguir, mas isso é porque sou parva (e barriguda). 

Depois de ser mãe? A minha relação com o arroto é de amor-ódio. Só que sem a parte do amor.

Porquê? É ler mais.


1.04.2015

Mães que tudo sabem (#02) - Margarida Neuparth


A Margarida Neuparth, para mim, era uma rapariga muito simpática que conheci num trabalho que fizemos as duas no Algarve para a rádio onde trabalho (aturou-me durante 15 dias, coitadinha).

Depois, aos poucos, fiquei a saber que além de professora de dança, era modelo fotográfico e que estava apaixonadíssima pelo namorado que era jogador de futebol. 

Agora é mãe do Santiago ("Santi") e o pai é o tal namorado da altura: Adrien Silva. Grande Adrien que ontem marcou dois grandes golos contra o Estoril. Um deles foi uma autêntica obra de arte! 


1 - O que é que o Santiago está a fazer enquanto respondes a isto? 

Está a dormir. Caso contrário não conseguia pegar no telemóvel sem ter que o dividir com ele! 

2 - Que cuidados tiveste durante a gravidez ou... que crimes cometeste e que até te souberam bem? 

Segui à risca aquilo do "não comer saladas fora de casa, o que até me deu algum jeito porque não gosto lá muito de saladas e assim tinha uma desculpa! De resto, fiz todas as asneiras a nível alimentar a que tinha direito (tipo comer dois croissants de seguida e dizer que um era para o bebé).



3 - Tanto te dava ou até preferias um menino? Qual era o nome pensado para menina? Preferes não dizer para não te roubarem a ideia?

Sinceramente, preferia uma menina, chamava a minha barriga de "Matilde" e tudo. Todos os dias conversava com a minha "Matilde", até ao dia em que soube que vinha aí um rapaz. Fiquei um um pouco em choque e até me custou um bocadinho mudar o nome... Agora, já estou completamente rendida (excepto quando vou as lojas e vejo a roupa de menina).


4 - Disseste numa entrevista (aqui) que o Adrien é um pai muito atento, mas... aqui entre nós: tens que lhe pedir para ele ir mudar as fraldas ou vai a correr sozinho (e com o miúdo, senão.. não dava, claro)?

Por acaso, na maior parte das vezes, pega mesmo no Santiago e faz sozinho! I'm a lucky woman! A verdade é que também depende muito de que hora do dia é que estamos a falar... Se é que me entendes! 




5 - Preferias que o Santiago fosse jogador de futebol como o pai ou professor de dança, como a mãe? 

Vou ter que responder a típica resposta de mãe: "quero que ele seja o que quiser, e o que o fizer mais feliz", mas claro que se puder ser isso e ganhar um bom ordenado é melhor para não ter que nos "cravar".

6 - Não te vou perguntar se já recuperaste a tua forma física, porque te tenho no Facebook e só me apetece esganar-te. Posso esganar-te? Só um bocadinho? Isso é tudo genética ou é muita dança no bucho?

Também não é bem assim, porque os efeitos do Instagram me têm ajudado e muito (ehehe). Começar a dar aulas outra vez tem sido uma grande ajuda a voltar à minha boa forma física e também já fiz algumas dietas daquelas malucas, que só consigo fazer uma semana (uma semana duma, 4 dias de outra). A verdade é que ajudou, na mesma, a ir ao lugar mais rápido! 


7 - Farta de que associem futebol ao Santi? Aposto que tens aí uns quantos comentários que ouviste de imensa gente que achou que estava a ser super original e criativa... Conta! 

Não há NINGUÉM que não diga "ahhh vai ser jogador de futebol como o pai?!". O coitado do miúdo não pode abanar as pernas que dizem logo "já ta a dar pontapés como o pai!". Neste Natal recebemos 8 bolas (mais do que os meses do Santiago), uma baliza e uma mochila que diz "quando for grande vou ser jogador de futebol". Por este andar, acho que daqui a uns tempos, vou ter a minha casa transformada num estádio! 

8 - O que foi o mais difícil até agora nesta aventura da maternidade? O parto correu muito bem, por isso... o que foi/é mais desafiante?

Acho que o mais difícil são as noites. Apesar de ter alguma sorte, porque o Santi só come as 6h da manhã, ele perde muitas vezes a chucha e o meu sono nunca mais foi o mesmo e logo eu que sempre fui muito preguiçosa e muito amiga da minha cama, por isso é realmente o que me continua a custar mais!




9 - O que dirias a uma Margarida que estivesse agora a pensar em ter o primeiro filho?

Tem, vais ver que é realmente o melhor do Mundo, mas aproveita e dorme tudo o que podes agora antes que ele nasça! 


10 - O que achas do nosso blogue? Estou só à pesca de elogios porque já me tinhas dito que gostavas e vejo os teus likes nas publicações... Quero que assumas isso publicamente, percebes? Percebes? 

Posso assumir publicamente que dou verdadeiras gargalhadas sozinha em frente ao telemóvel a ler o vosso blog! Adoro, leio tantas coisas que me identifico e isso faz me sentir tão bem e que não estou sozinha... 
De manhã é leitura obrigatória na minha rotina! Faz me realmente sentir bem!




11 - No início não publicavas fotografias da cara do Santiago, mas depois não resististe. O que achas de publicarmos fotografias dos nossos bebés na Internet e o que te fez mudar de opinião?

No início não queria porque não gostava muito de ver o Santiago nos jornais desportivos, mas desde o momento em que o Adrien decidiu levá-lo para a apresentação da equipa no estádio de Alvalade (e esse momento apareceu na televisão e jornais) que achei que já não valia mais a pena "esconder" o meu filho. Não vejo mal em publicarmos os nossos filhos na internet, mas claro em situações que não sejam demasiado íntimas... Respeito, porém, que haja pessoas que não gostam. Acho é "estúpido"  quando põem a foto inteira e depois usam o "paint" ou uma "desfocagem" para tapar a cara: ou põem ou não põem! 

12 - Fica aqui oficializado que o Santiago vai ser namorado da Irene ou dizes isso a todas? 

A verdade é que o Santi já tem varias pretendentes, mas sim, a Irene está no topo da lista!




13 - Já andas a pensar no próximo filho de fininho ou... queres ainda ver se dormes uns bons mesinhos em paz antes de te meteres no próximo?

Eu queria dormir uns bons mesinhos, mas acho que nos próximos anos isso não vai ser possível porque queremos uma família grande. O Adrien antes de ter o Santiago queria 5 filhos, agora já mudou para 3 ou 4, por isso pensamos em ter já  outro no próximo ano!

14 - O vosso restaurante (La Dolce Vita) é bom para levarmos lá os nossos miúdos? Porquê?

Temos dois: um na Expo e outro no Chiado. 
O da Expo é um restaurante que consegue receber muitas pessoas  e, por isso, tem muito espaço para as crianças, tem esplanada, estacionamento fácil, etc.  É muito agradável para ir com a família. 
O do Chiado tem um ambiente mais "chique". É claro que também acolhe muito bem as crianças, mas é melhor para um jantar romântico com o pai, por exemplo!
Em ambos os restaurantes há pizza, por isso podemos dar-lhes o rebordo para eles se "calarem" um bocadinho e ficarem a mastigar aquilo ou, então, podem também dar um pouco de massa da pizza crua  para se entreterem a fazer moldes! Na expo temos muda fraldas e posso dizer que o Santiago já o usou muitas vezes!




15- A mãe é que sabe?

Sem dúvida alguma que a mãe e que sabe! Sinto me que me tornei numa "super" mulher, sinto que há poderes em mim que não tinha dantes e agora sou capaz de tudo. Sinto que mesmo quando estou a explodir, há sempre uma força extra que nunca existiu e agora veio de não sei onde e me ajuda sempre que preciso! 
Sou mais feliz, sou mais completa, tenho mais olheiras, tenho o coração mais cheio, não sei tudo..... Mas sou mãe e a Mãe e que sabe!! 



Coração de mãe é elástico

Quando achava que não havia mais espaço no meu coração para amar-te, eis que ele esticou e continua a esticar.
O meu coração é elástico, filha.

Quando te ouvi do outro lado da sala a guinchar de dor com a recolha de sangue para análises, o meu coração disparou.

Quando a tosse não deu tréguas até ficares engasgada, a sufocar e a chorar, o meu coração parou.

Quando te vi incomodada com o cateter, queixosa e sem conseguir dormir, o meu coração mirrou.

Quando mudaram o catater de mão e ficaste sem respirar de tanta dor, o meu coração chorou.

Quando depois adormeceste na segurança do meu colo, o meu coração foram dois num.

Quando no dia seguinte acordaste com um sorriso assim que me viste, o meu coração explodiu.

Quando, durante os dias que estivemos juntas, eu dei tudo por tudo para te fazer um bocadinho mais feliz, para te distrair da dor, para que não percebesses a minha aflição... o meu coração esticou. Esticou, esticou e não vai parar de esticar.

Ali, naquele quarto de hospital eu fui tua. Só tua. E amei-te ainda mais. Quis o teu futuro como nunca. Desejei ser tua Mãe para sempre. Fui só a tua Mãe. Nada mais importava, estava ali para ti, minuto atrás de minuto, e só queria ver-te sorrir. Nunca fui tão tua Mãe, nunca aproveitei tão bem todos os segundos. Nunca te amei tanto. O meu coração é elástico, filha.

Aprendi que não te posso proteger sempre nem segurar-te sempre que caíres, mas posso sempre ajudar-te a levantar. E posso sempre amar-te mais.

1.03.2015

Oh tão querida, parece um macaquinho!

"A tua filha tem tantos pêlos! Hahaha Que querida!"
"Opá que maravilha, tem pêlos nas pernas e nas costas, parece um macaquinho!"

"Tanto cabelinho!"
"Já com as sobrancelhas tão definidas, que engraçado!" (meaning: uma monocelha)


EU SEI! EU JÁ VI! ACABEI DE PARIR MAS NÃO FIQUEI CEGA! Isto era o que me apetecia responder a toda a gente. Em vez disso, as piadas secas do costume: "é o meu Tony Ramos!", "já viste, vai gastar-me o dinheiro todo na esteticista!", "ao menos fica protegida do frio!", "comprar cera já!".

Por que será que a pilosidade é um dos maiores temas de conversa das primeiras visitas? Percebo que não se queira falar do ponto cruz no pipi nem da cara de peixe balão da mãe, mas é preciso tentar adivinhar com que animal o bebé se parece?

Mães que estão prestes a confrontarem-se com um repolhozinho que acabou de se espremer para passar pelo túnel do Marquês em hora de ponta e que, ainda por cima, tem lanugo por tudo o que é poro e começa a medrar, cheio de acne juvenil, sejam fortes!
Tentem não levar uma pinça convosco nem a máquina de barbear do pai para a Maternidade. É que depois de 40 pessoas a festejarem a pelaria do vosso bebé, é preciso saber resistir à tentação.

E sim, os pêlos caem. Alguns, pelo menos.

Crosta láctea

Parece que todos os problemas da minha filha têm, de alguma maneira, a ver com leite.

É alérgica à porcaria da proteína do leite de vaca (que até já em botões existe, vejam lá! - soube pelo blog O Copinho de Leite) e teve imensa crosta láctea quando era bebé.

Sinceramente, estava um bocadinho a borrifar-me para isso. Se não lhe fazia mal, se não lhe dava comichão, o que interessava?

Uma das avós é que estava a dar em doida por ela ficar "tão feia" e lá cedi, pedi um creme à pediatra e resultou logo passada uma utilização.

Tive a sorte dela ter cabelo e de não se reparar a crosta por toda a cabeça mas, mesmo assim, usei um champô para recém nascido que também ajudava a diminuir a crosta láctea. Está impecável. As únicas crostas lácteas que agora tem é depois de adormecer na mama à noite e o leite ficar seco no focinho até de manhã! ;)


Tadinha, parece um cágado assustado. Aqui ainda tinha crosta láctea mas a objectiva da câmera do David da Joana Paixão Brás parece que disfarçou um bocado. 


Nome do creme e do champô?



Kelual emulsão da Ducray, 30 minutos antes do banho.*

Espuma/champô para recém nascido da Mustela.

* falem com o vosso pediatra que os vossos bebés podem ter características diferentes e precisarem de outro tipo de creme.

Ajuda!

Acham que a minha filha sorri mesmo assim ou será dos dentes a romper?

Gostava que sorrisse desta maneira para sempre, mas assim nunca sei quando é que está a sorrir ou a fazer cocó.

1.02.2015

O pânico com a porcaria da mala da maternidade

Lembro-me de ficar em pânico com isto quando estava grávida. Havia imensas listas por todo o lado na internet (porque eu as procurava, é verdade) e cada item que lá estava ou que, por comparação, faltava, deixava-me cheia de nervos. Pior: as listas podem mudar de hospital para hospital. Pior: nas aulas de preparação para o parto do meu hospital, avisaram-me que podia nem haver compressas... pelo que me apeteceu transportar uma farmácia para lá no dia do parto. 

Não precisa de ser nenhuma mala em especial, por amor de Deus. Claro que há mães (como a outra Joana) que gostam de caprichar em tudo o que levam e usam por serem muito visuais e por tudo ficar bem numa fotografia para depois comover os próprios filhos quando as revirem ou as mães porque "dantes ainda tinham paciência para isso". 

Eu levei a minha mala normal de viagem. Sim, nada romântica. Ao menos tem umas riscas cor-de-rosa, já não parecia propriamente que ia para um treino de futebol feminino (e que tinha engolido a bola). Não interessa o que levei lá dentro. Interessa, sim, o que levaria hoje, já com a experiência de uma estadia anterior.


Duas dicas importantes :

- O pai, ou os avós podem muito bem ir e voltar todos os dias e trazer o que precisamos. Não é necessário enfardarmos a mala de tralhas como se fossemos para uma zona recôndita no Alentejo onde nem há bomba de gasolina. 

- Está um calor só estúpido na maternidade. Só para terem noção, tinha as maminhas todas carcomidas da Irene ser uma parvalhona a mamar e eu não ter jeito nenhum, estavam besuntadas de pomada (a Purelan da Medela - muito peganhenta, quase nem saia da roupa ao lavar) e ao léu. Sem frio. Zero. 


Chata da minha mãe

Mãe, tenho uns pedidos a fazer-te para este novo ano. Vê lá o que achas.

Gostava que parasses um segundo de me tirar fotografias. Eu sei que sou absolutamente espetacular mas podes deixar-me em paz de vez em quando? É que - olha que curioso - eu não mudo assim tanto de segunda para terça-feira! 

Gostava que parasses de me enfeitar como se eu fosse uma dançarina de CanCan do século XIX. Ele é folhos e laços e golas e rendas. Conheces as t-shirts e os pullovers? São umas coisas que inventaram entretanto e - vê só como eles pensam em tudo - também fazem números pequenos!

Gostava que parasses um segundo de fazer de mim uma artista de circo. Se me pedes palminhas, tenta logo a seguir não me dizer "adeus" e "dá à mãe" e perguntar-me "onde a galinha põe o ovo?", seguido de um "carapau fresquinho" e "dá cá beijinho". Tens algum problema de hiperactividade

Gostava que parasses de me chacoalhar no teu colo quando eu não quero dormir. Eu até quero, mas não estou a conseguir e a abanares-me como se estivesses a fazer um milkshake não me vai acalmar e acho que é fácil perceber porquê. E, já agora, não cantes. Consigo perceber a raiva na tua voz e o Vitinho fica a parecer uma música dos Rammstein.

Gostava que parasses de te espantar quando me vês louca para agarrar o teu telemóvel ou tablet. Juras que não sabes por que é que isso acontece? Pensa comigo: será porque te vejo 60% do teu tempo agarrada a eles?

Gostava que parasses de dar desculpas aos teus amigos para não fazer o que fazias antes. Se não vais ao cinema há meses e tens a minha avó disponível para ficar comigo, é simplesmente porque não te apetece! Podes não por as culpas sempre em mim?

Gostava que parasses de fazer o avião, "truztruz", de abrir a boca feita parva e cantar quando queres que eu continue a comer a sopa. Já fiz o esforço de comer 15 colheres dessa coisa nojenta a que chamas carinhosamente "sopinha da mamã". Se é da mamã por que não a comes tu?

Vá, 'cá beijinho. Queres umas palminhas?

Como limpar ranho do nariz da criatura

Ora vamos lá agora a um momento daqueles de fino recorte como eu tanto gosto. "Ranho? Ai que nojo! O meu filho não tem disso!" Pois, a Isabel deve ser uma porcalhona porque tem bastante, de todas as cores e feitos (isto é mentira, mas não vos vou estar a descrever cada macaquinho, isso seria ainda mais estúpido).

Como está a fazer fisioterapia respiratória para tentar recuperar da pneumonia, aproveitei para tentar aprender umas coisas e uma delas é a limpar ranho.
Já sabia que devia esguichar o soro para a narina com a cabeça deitada. Cara virada para a esquerda, narina da direita. Cara para a direita, narina na esquerda. De vez em quando lá se via o ranho a sair, mas às vezes ficava ali a fazer bungee jumping e regressava à narina. Com o próximo método, garanto-vos que resulta. Se não resultar, é porque não consegui explicar bem.

1. Cara da criatura (que parece que já está a adivinhar e esperneia, bate-nos e guincha) virada para a esquerda, soro individual para a narina da esquerda.
2. Logo depois, esguichar soro para a narina da direita.
2. Tapar imediatamente a narina direita com o indicador.
3. Tentar fechar a boca da criatura, com o polegar, para obrigá-la a expulsar o ranho na narina esquerda, já que é a única via disponível para a criatura respirar.
4. Ver um rio de ranho a sair. Limpar, já agora.

Repetir para o outro lado. Garanto-vos que resulta. É chato? É. Eles queixam-se? Queixam. Mas ficam ali limpinhos, limpinhos que até dá gosto.

Boa sorte!

1.01.2015

Restaurantes onde ir com os filhos #2 - Las Brasitas (Docas)

Se são como nós, se andam sempre à procura de restaurantes onde se coma bem, onde haja lugar para estacionar facilmente, onde haja cadeiras para bebés, onde os bebés possam fazer "estrilho" sem ficarmos muito envergonhados, aqui está mais uma sugestão: 

Las Brasitas, nas Docas. 

Sim, ao que parece ainda há la restaurantes. Pensei que as Docas tivessem morrido durante a minha adolescência, mas não. Eu é que deixei de lá ir. 

Além de ter um espaço enorme para crianças maiores poderem gastar as pilhas à vontade (o caso de um dos meus irmãos que foi a este almoço), é óptimo para se fumar uns cigarros cá fora depois da refeição (para quem fume, para quem fume, mas não fume desde que engravidou, fica só a ver e a chorar para dentro). 

Têm fumadores e não fumadores, óptima vista, boa comidinha, preços aceitáveis, boa vista, já tinha dito? E empregados muito simpáticos. Há um que até faz teatrinho para os bebés (o que pode ser um pouco sinistro quando se empolga demais). 

 Vista: muito agradável, são as docas, acho que toda a gente conhece a vista.

 Estacionamento: parque aberto dos dois lados das docas, não precisam de apanhar muito frio, a não ser que estacionem no lado oposto por serem totós como eu.  

 Comida: eu cá gostei, mas quando voltar não será por isso. 

 Preço: quanto menos se comer, menos se paga.

 Crianças: bem recebidas e com cadeiras do Ikea para os bebés, zona para não fumadores no andar de cima (têm de levar o carrinho lá para cima, mas os senhores ajudam porque, como disseram, "já estão habituados". 

✔  Serviço: simpáticos, o normal, à excepção do senhor do bigode que fazia o tal teatrinho para a Irene. 

O "após-almoço" dá boas fotos! :)











12.31.2014

É o que vai acontecer, não é?

Bom ano!


O melhor ano de sempre

2014 foi o melhor ano da minha vida. 
Vi nascer o meu maior amor, tive medo, dei as maiores gargalhadas, voltei a ser criança e tornei-me responsável por alguém que não eu. Fui mãe. Fui duas. Fomos três. 


Bolha de baba. Colo do pai. Cheiro bom. Pés na praia. Coração na barriga. Primeira Páscoa. Mão da bisavó. É quase Natal. Amor do tio. Primas. No centro, sempre, três.


Cavalinho da mãe. Évora. Na barriga. Beicinho. Hora da história. Beijo da mãe. Primeiro dia de escola. Praia. Na relva. Vem aí o Natal. No centro, sempre, nós.


Na barriga. Em casa. Na piscina da avó. A dormir. O anjo do Natal. Depois do susto. Colo da avó Béu. Praga. Monte das pedras. Hora da birra. No centro, sempre, juntos. Três.

Que 2015 consiga igualar 2014. Superar vai ser difícil! 

"Resoluções" da Irene para 2015

Esta foi uma conversa que tive com a minha filha (não tive nada, ela tem apenas 9 meses, mas alinhem nisto): 

- Mãe, estive a pensar...

- Deves ter estado.

- E já sei quais vão ser as minhas soluções para 2015.

- Resoluções.

- 'Tá bem. Queres saber ou não?

- Nem por isso. A mãe está para aqui a contar a enormidade de dinheiro que tem na conta por ser tão bem sucedida profissionalmente e hoje é capaz de sair para ir comprar uma moradia no Restelo. 

- Tu? Dinheiro? Granda lol.  Não me queres ouvir? Então, vou ter com o pai!

- Não, não! Deixa estar! Conta aqui à mãe que ela é mais amiga! Quais são, então, as tuas resoluções para 2015?

- Olha, estava a pensar e vou continuar a acordar umas cinco vezes por noite.

- Por algum motivo em especial?

- Só porque posso. E porque, se chamar, tu vens. É divertido. És a minha bitch, entendes? 

- Sim, entendo.

- E depois, o que achas de passar a comer só peixe para os cocós serem sempre os piores de todos? Gosto muito de ver a tua cara de nojo quando me mudas a fralda e foi a sopa com peixe que calhou.

- Gostas muito da mãe, não gostas?

- Pode ser. Outra que eu estava aqui a pensar: vou demorar sempre uma horinha ou duas a adormecer antes das sestas. 

- Vou perguntar porquê, mas já sei que...

- Porque posso. Já te disse que és a minha bitch? Enquanto eu estiver aquelas duas horas para adormecer, tu estás sempre a dar-me atenção, enquanto que quandou estou a brincar na sala ou estás agarrada àquele bloguinho manhoso ou estás a comer bolachas. 

- Tu terás, por acaso, pensado nalguma resolução mais agradável?

- A mim parecem-me todas agradáveis!


A vida de um bicho de uma mãe "caseira" muito caseira.

Há as mães que trabalham fora de casa, há as mães que trabalham na casa, há as mães que trabalham em casa, há todo o tipo de mães. E aqui, já elogiámos dois tipos de mães: este e este. Só não continuamos a elogiar as outras porque achámos que mais um post e já parecia graxinha e da barata. 

Eu vou contar-vos como é o dia de um bicho de 9 meses de uma mãe "caseira", muito caseira. 

Para quem não conheça a minha estória, é o seguinte: tive a Irene, licença de 5 meses, fui trabalhar, pedi licença sem vencimento durante um ano e estou em casa, com ela, todos os dias (e também com o meu marido que é freelancer e, portanto, são muitos mais os dias em que estamos juntos - o que às vezes é bom e, noutras vezes, é muito bom). 



8:00 - O bicho acorda. Geralmente acorda bem disposto e a experimentar um som qualquer estúpido que aprendeu no dia anterior. Costumamos achar que ela está numa motinha pelo quarto por causa dos barulhos que faz: brrrrrr brrrrr. 

8:20 - Bicho começa a ficar irrequieto na cama e a mãe ganha coragem de se levantar da cama apesar da noite ter sido um valente cocó. Muitas vezes acorda mal disposta e cheia de vontade que o pai do bicho diga que ela é uma coitadinha e uma valente por passar por tudo isto todas as noites. 

8:25 - Bicho é salvo da cama, dentro do saco de dormir do Ikea. Depois de ter visto os pais a olhar para ela, ainda na sua caminha e de ter dado uns 20 pontapés ao colchão de entusiasmo, escolhemos qual de nós lhe pega primeiro ao colo. Costuma ser o pai. 

8:26 - Pai passa o bicho à mãe porque tem a fralda suja e "é para trocar". Mãe troca, passa creme, põe pomada para o eczema atópico em todo o lado, limpa a cara com soro, aspira os macacos do nariz, tenta pentear o cabelo do bicho, mas sem sucesso. Pega nele, dá-lhe de mamar e leva-o para a cozinha. Sendo que, no caminho, o bicho arrota que nem um velho gordo. 

8:35 - Pai está a preparar "o comer" (como ele adora dizer). Enquanto torra duas torradas de panrico na torradeira e as besunta de manteiga do Auchan, o bicho está ao colo da mãe, ainda estremunhado e a tentar perceber o que se passa (sim, todos os dias). 

8:40 - Pai acaba de encharcar a torrada dele de manteiga. 

9:00 - Pai no sofá a fazer as "suas coisinhas" enquanto o bicho brinca no seu parque com brinquedos com som demasiado alto para a hora (por que é que os da Chicco não dão para regular o volume???) e a mãe vai "dar um jeito à casa". 

9:30 - Mãe volta para a sala, dá miminho ao bicho e o pai também. Pai e mãe costumam ver televisão enquanto o bicho brinca sozinho no parque e vai olhando sempre para a mãe e para o pai para lhes mostrar os brinquedos (são os mesmos todos os dias) ou para ficar 40 minutos a bater palmas e à espera que os pais batam com ela (ficamos imenso tempo nisto). 

10:10 - Bicho começa a ficar enervado com soninho e não se acalma com quase nada. Pai e mãe tentam acalmar, põem na espreguiçadeira e cantam para ela ou falam com ela para ver se lhe passa a neura e, quando se acalma.

10:30 - Pomo-la na cama. Bom, o plural aqui não se aplica com frequência. A mãe é quem tenta mais vezes levá-la para a cama. O pai tem um método e timings diferentes. 

10:35 - Birra. 

10:40 - Maminha para o bucho. 

E agora... 

Opção A: Ou o bicho fica a dormir e a mãe quase que não cabe em si de alegria (e de... banha, mas isso já está habituada). 

Opção B (e mais frequente): 

10:45 - Volta para a sala, para a esprequiçadeira.

10:55 - Já começa a fechar um olho de cada vez e vai para a caminha que até anda de lado (não anda nada, nem gatinhar ainda sabe). 

11:00 - Mãe ou aproveita para ser muito produtiva e trabalha um bocadinho nas "suas coisinhas" nomeadamente blogue ou vai dormir. Também pode tentar ver televisão com o pai do bicho, mas o mais normal é que adormeça. 

12:30/13:00 - Bicho acorda. Muda-se fralda. Tem bónus. Vai papar. Papa. 

13:30 - Pais almoçam e bicho brinca enquanto vai interagindo com os pais, sempre em "conversação". 

14:00 - Mãe e/ou pai brincam com o bicho. Mãe pede ao pai para parar de a abanar como se ela fosse uma vending machine estragada porque, senão, a maravilhosa sopinha de pescada vai para a carinha do pai (seria engraçado de se ver, mas depois não seria engraçado  nem limpar o sofá, nem voltar a dar comida à bebé). 

15:10 - Bicho começa a ficar insuportável, demasiado parecido com a mãe quando ela dorme pouco ou quando dorme muito ou quando dorme mais ou menos. Repete-se rotina da manhã. 

15:30 - Pomo-la na cama. Bom, o plural aqui não se aplica com frequência. A mãe é quem tenta mais vezes levá-la para a cama. O pai tem um método e timings diferentes. 

15:35 - Birra. 

15:40 - Maminha para o bucho. 

E agora... 

Opção A: Ou o bicho fica a dormir e a mãe quase que não cabe em si de alegria (e de... banha, mas isso já está habituada). 

Opção B (e mais frequente): 

15:45 - Volta para a sala, para a esprequiçadeira.

15:55 - Já começa a fechar um olho de cada vez e vai para a caminha que até anda de lado (não anda nada, nem gatinhar ainda sabe). 

16:00 - Mãe ou aproveita para ser muito produtiva e trabalha um bocadinho nas "suas coisinhas" nomeadamente blogue ou vai dormir. Também pode tentar ver televisão com o pai do bicho, mas o mais normal é que adormeça. 

17:30 - Bicho acorda. Hora de brincadeira. Muitos miminhos de toda a gente cá de casa (somos imensos! - Não somos nada, mas pesamos como se fossemos). 

18:10 - Papa. 

18:35 - Brincadeira com mãe e pai para a comida descer e para fazer tempo para o banho. E claro que não só, também porque gostamos do bicho, que parvoíce. 

19:00 - Hora do banho. Creme. Pomadas. Desentupir nariz. Tentar pentear o bicho. Ler o livro. 

19:30 - Caminha. 

19:35 - Birra.

19:35 - Maminha para o bucho.

19:40 - Bicho está em pause. Dorme.

22:30/23:00 - Bicho acorda: quer maminhas.

1:00/2:00 - Bicho acorda. A mãe não sabe o que ele quer. Se não se calar com chucha, espeta-lhe uma das chuchas dela na boca do bicho.

5:00/6:00 - Bicho acorda. A fralda já cheira mal a quem esteja a entrar no quarto. Mãe põe em prática a arte de trocar fraldas a dormir (já explicada neste post) e sai de fininho do quarto. Se não resultar, espeta-lhe novamente os biberões de xixa pela boca adentro. 

E voltamos ao início: 

8:00 - O bicho acorda. Geralmente acorda bem disposto e a experimentar o um som qualquer estúpido que aprendeu no dia anterior. Costumamos achar que ela está numa motinha pelo quarto por causa dos barulhos que faz: brrrrrr brrrrr. 


Nem sei por que é que estou a escrever no final deste post se ninguém vai ler isto até ao fim. É claro que nem todos os dias são assim. Às vezes temos cá visitas (os avós), às vezes vamos passear, mas o normal é isto. Principalmente agora no Inverno :) 

*imagem do site We Heart It.

12.30.2014

Ficas p'raí a chorar sozinho!

Se há coisa que eu nunca vou perceber são mães que deixam os filhos chorar uma hora, duas horas até eles adormecerem. Para mim, é contra-natura. Se o nosso instinto nos impele a protegê-los, para quê contrariar isso? Estamos a criar ditadores e bestas prepotentes? Chorar só faz é bem e abre o pulmão? Palmadas nesses vossos rabos gordos! Levantem-nos mas é e vão mimar os vossos filhos, abraçá-los, dizer-lhes palavras de conforto, levem-nos para a vossa cama, fiquem lá a dormir com eles, façam o pino. Deixar chorar um filho: NÃO! 

"Ah! Mas ele não tem fome, nem a fralda suja, nem frio, é só manha!" Mas por que é que ele querer protecção não há de ser uma necessidade tão importante de suprir como todas as outras? Por que é que havemos de querer bebés de seis meses já autónomos e independentes?

"Olha para esta a falar de barriguinha cheia! Vê-se mesmo que não está privada de sono há meses! Se soubesses o que é não dormir três horas seguidas, ias ver se não tinhas vontade de o mandar pela janela..."

De facto, tenho sorte. A Isabel dorme bem, faz noites de 7 ou 8 horas seguidas, consegue readormecer sozinha, nem sempre, mas quase sempre. Só que o normal é um bebé não conseguir. Ainda por cima, com as diversas fases de desenvolvimento por que passam, as noites podem ficar comprometidas. Se vão para a creche ou se a mãe vai trabalhar, precisam desse conforto extra. Se a minha bebé acordasse de duas em duas horas eu não conseguiria deixá-la a chorar no quarto ao lado para ela aprender a dormir sozinha, simplesmente porque isso não faz sentido! Preferia fazer trinta por uma linha, co-sleeping, dormir a dar-lhe a mão, ler livros e procurar vinte mil especialistas que não me propusessem deixá-los chorar até adormecerem de cansaço ou até vomitarem, tentar alterar a rotina durante o dia, mas nunca deixar chorar!

Até porque é perigoso! O nível de stress é tão grande, que eles produzem elevados níveis de cortisol, uma hormona perigosa para o desenvolvimento saudável do cérebro. Até especialistas que defendiam esse método (Estivill, por exemplo) já se retrataram e disseram que afinal não deveria ser usado para crianças com menos de 3 anos. 
 
"Mas resulta. O meu mais velho deixou de chorar numa semana!" 

O problema é que até pode deixar de chorar amanhã ou para a semana, mas isso não vai significar que não continue a acordar e a ficar stressado e inseguro sozinho! Só vai aprender que não vai valer a pena chorar porque ninguém o vem ajudar. 
Quão triste é isto: um filho sentir-se perdido, precisar da Mãe, mas simplesmente desistir de pedir ajuda?


Atenção: fraldas com faísca!

Epá, isto aconteceu-me no outro dia quando estava a mudar a gorda e achei piada. 

E não é que as Dodot fazem faísca (electricidade estática, presumo)? 

Sim, estive meia hora na cozinha, às escuras, a tentar filmar isto a acontecer outra vez. O que faço por vocês. Sou um amor, não sou? Sou? Então comprem o meu livro. Pronto. 




Correu muita bem, não correu?

Será que foi um devaneio meu a meio da noite tal a minha moca de sono? Ou tal o fedor a peixe do saralhoto da Irene? 

Isto tem de já ter acontecido a alguém. 

Ainda por cima aconteceu-me duas vezes!

Aconteceu?






5 coisas parvas que gostava de ter sabido antes


Sabem aquelas coisas que gostávamos de ter sabido antes, mas que no fundo não mudava quase nada se as soubéssemos? Coisas que na altura parecem o fim do mundo, mas depois vai-se a ver e são só parvas?

Cá está uma lista mais ou menos aleatória de idiotices que nos podem moer nos primeiros dias na maternidade:

#05 olhos tortos
É normal que os recém-nascidos tenham um olho a olhar para o burro e outro para o infinito. Por isso, nada de, ainda na maternidade, ficarem cheínhas de medo que a vossa filha se pareça com a Rita Pereira (se bem que até não ficavam mal servidos, que é gira que se farta).

#04 ventosa
Quando o vosso filho não está a querer sair nem por nada pelo vosso pipi por variadíssimas razões, a equipa médica pode ter de usar ventosa - tipo desentupidor de canos, estão a ver? E como é que a médica pede a dita? Achavam que dizia "ventosa, ófaxavor?" Não, não. Fala em código, neste caso com um som "bahbah" (onomatopeia inventada agora com som de desentupir canos).

#03 miauffff
O vosso filho pode nascer com uma cara que parece ter sido arranhada por um gato ou ficar com ela assim logo nas primeiras horas. A Isabel nasceu com unhas de fazer inveja a muitas mães e uma cara que parecia um quadro de Miró. Não sei se já alguém concorreu ao Guiness com isto, mas eu posso apostar que foram as unhas mais compridas de um recém-nascido. Comprei logo uma lima (wrong! tesoura, tesoura, tesoura) e ainda tentei solucionar aquilo, mas já foi tarde.

#02 calor tropical
Como nasce no Inverno, três babygrows quentinhos, três casaquinhos, três pares de colants, botinhas de lã, gorrinhos, mantas. Mala de maternidade pronta. Danger, senhoras! Perigo de verem os vossos filhos a derreter! Encarem a maternidade como uma viagem ali ao Brasil, estejam preparadas para temperaturas a rondar os 60 graus e para as visitas que ainda aquecem mais o ambiente. (Ou seria eu que estava em brasa? Digam-me: não sentiram que estavam numa sauna?)

#01 mecónio
Meconiquê? Na maternidade, uma enfermeira vai fazer um número de contorcionismo com o vosso bebé, para o ajudar a fazer cocó, e vai parecer que o estão a tentar encaixar numa mala de viagem a abarrotar. Agarra as pernas, encolhe as pernas, espreme o puto, até começar a sair o mecónio. Não, não descobriram uma reserva de petróleo, aquela é a cor do primeiro cocó dos bebés.


Mães grávidas, que tempo mais bem gasto das vossas vidas com dicas e alertas importantíssimos! Só que não. Este foi talvez o texto mais estúpido que já leram. Comprem mas é o livro do Mário Cordeiro, que aqui não se aprende nada.

12.29.2014

A culpa é sempre da mãe

Lembro-me de estar grávida e de ter o maior susto da minha vida, até ali. Vi sangue. Saí, em pânico, a correr da casa de banho e fui às urgências. Fui o caminho todo a chorar e a suplicar para que tudo não passasse de um pesadelo. Lembro-me da culpa. Que não devia ter feito tanto esforço, tantas horas a trabalhar, quem é que eu pensava que era? Uma super-mulher? Que mãe ia ser eu? Assim que ouvi aquele coraçãozinho a bater, desfiz-me em lágrimas à frente de todos e soube: coração de mãe vai andar nisto a vida toda. Entre a alegria e a tristeza. Entre a euforia e a preocupação. Entre o cuidado e a culpa.

A culpa, essa maldita que nos assola nos momentos em que algo não corre bem. Voltei a senti-la na semana passada. Quando fui três dias para Praga e a Isabel ficou com a avó. No Facetime, deu um pulo quando me viu e eu senti culpa. Quando a minha mãe me ligou a dizer que ela estava bem, mas queria muito colinho e chucha, senti culpa. Ela estava com saudades minhas. Quando dei por mim feliz, a namorar, senti culpa.

Mas o pior ainda estava para vir. Quando cheguei a casa, a minha mãe disse-me que tinha tido febre nesse dia e vomitado o almoço. Tentei engolir o choro. Depois, quando adormeceu no meu colo e vi que a respiração dela não estava bem, a culpa apoderou-se de mim. A minha filha está doente e eu andei no bem-bom a passear e a dormir? Hospital, já.
No hospital, ouvi o que não esperava ouvir: pneumonia. 

-"Há quanto tempo está assim com tosse?" 
-"Há um mês e tal, doutora".
- Mas só agora...
- Só agora fez febre. Fui ao Centro de Saúde com ela há um mês, auscultaram-na e disseram-me para continuar a fazer aerossóis, mais nada. Fui à pediatra há uma semana e meia e disse-me que a expecturação estava alta e que não se fazia nada por enquanto, continuar a limpar com soro, aspirar pontualmente e aerossóis só com soro", tentava esquivar-me ao olhar da médica e ao meu sentimento de culpa. 

Eu sabia que a minha filha tinha tosse. Eu fui com ela ao Centro de Saúde. Eu enviei várias SMS à pediatra. Eu fui com ela à pediatra. Que mais poderia eu ter feito? Será que o meu instinto não funcionou? Por que é que não a consegui proteger daquela bronquiolite que se transformou em pneumonia? Fui má mãe? Fui negligente? Estas questões atropelaram-se na minha cabeça vezes sem conta. Quis trocar com ela. Quis que ela me perdoasse. Senti culpa, muita culpa, mesmo fazendo um esforço para racionalizar tudo aquilo.

Será que estando cá teria notado que ela estava mesmo doente, sem ter febre? Ou teria esperado pela febre para ir com ela às urgências? Tenho quase a certeza que só assim teria tomado esse passo. Então por que é que a minha consciência me continuava a perseguir? 

Digam-me, mães experientes, vai ser sempre assim vida fora? Vamos achar que podíamos ter feito sempre mais alguma coisa? A culpa é sempre da mãe?