8.18.2016

Um dia isto acaba.

Não estou a falar do blogue, não se preocupem. Quer dizer, pelo menos, por mim, não acaba tão cedo. Acho que, pela Joana também não. Aliás, espero que não, porque se ela não escrever neste blog, ele vai mirrando e ficam só as 15 pessoas que gostam de mim. Sendo que 10 dessas ainda não perceberam que são duas a escrever. 

Quero dizer-vos que "um dia isto acaba". Um dia, a fase má, de falta de controlo, de privação de sono, de loucura ao extremo, de culpa sempre presente, de ansiedade extrema... um dia acaba. 

Tenho tentando ajudar amigas minhas que estão agora a passar pelos primeiros meses com um recém-nascido. Tenho tentado não meter muito o bedelho. Tento falar só quando me perguntam alguma coisa e deixar sempre muito claro que "eu faria assim, não quer dizer que tu faças" e tento, acima de tudo, passar confiança. 

Ainda ontem, uma delas (assim parece que tenho imensas amigas - o que é esquisito porque não tenho) me falou sobre a "alcofa ter picos" que, quando mete lá o miúdo, ele volta a chorar. Isso trouxe-me "tão atrás". Está entre aspas porque a Irene dois anos e meio, apesar de ter parecido que foi há 10 anos. 

Era horrível para mim adormecer a Irene, passá-la para a cama, sair do quarto de fininho, chegar à porta cheia de esperança e, depois, ela começar a chorar outra vez. Escrevi imenso sobre sono no blog (vejam aqui). 

Era terrível ela começar a chorar perfeitamente desnorteada e não parar com nada. Nem a maminha aceitava... o que fazer? Cantar? Tantos Hakuna Matatas que cantei pelo meio de soluços e de lágrimas, na esperança de que ela se acalmasse, que sentisse que a mãe estava calma, apesar de estar a reagir como se estivesse a família inteira sob fogo. 

Chorava, suava, ficava zangada, depois ficava zangada comigo por ter ficado zangada, ficava desesperada, chorava, enchia-me de esperança, ficava triste, ficava a sentir-me perdida, questionava-me se merecia ser mãe... 

Um dia isto acaba. 

Todo esse volume tão alto, um dia baixa. Se tudo correr bem - o normal é correr, baixa. Hoje, a Irene acordou às 6h da manhã e eu, cheia de pica, fui AO GINÁSIO a uma aula de BODYCOMBAT. Quando, alguma vez na minha vida, enquanto passava por tudo isso, alguma vez conseguiria imaginar que iria conseguir voltar a ter este espacinho na minha vida em que sinto que consigo fazer tudo e que amo viver? 

Por isso, vocês, mães, que agora se sentem perdidas, lutadoras, abandonadas por vocês mesmas, que parece que não conhecem esse ser que saiu fora de vocês e que quase vos parece, às vezes, ter sido um erro... 

UM DIA ISTO ACABA. 

Outras missões virão mas, até agora, nada tão complicado como tudo isso. É como um jogo de computador, mas em que parece que estão a começar pelo boss. 

Força. 


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8.17.2016

*Que péssima mãe, Carolina Patrocínio!

*Que péssima mãe, Carolina! Que irresponsável! Se não fosses figura pública já te tinham tirado os filhos! Não só te puseste com as manias do exercício físico na gravidez, pondo em causa a saúde das bebés, como agora pões em causa a integridade física da tua filha mais nova, com esse espírito radical e - repito - irresponsável? 


Assim não, Carolina. Não faço ideia se esse carrinho é seguro ou não. Não sei se estavas ou não só a experimentar. Não sei se estava mais alguém do outro lado da rua a garantir que não vinha um carro. Não sei se estás bastante à vontade com longboards, ski, skate ou macramé. Não sei se a rua até estava cortada ao trânsito pela polícia porque havia umas gravações do outro lado. Não sei nada sobre ti nem sobre as tuas circunstancias. Mas eu, que estou confortavelmente atrás de um computador, vou dizer-te umas coisinhas, minha menina, porque EU POSSO.

Eu, que até já agarrei no telemóvel ao volante, com as minhas filhas no ovinho lá atrás, viradas no sentido da marcha, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que preferi estar, sem indicação médica, alapada ao sofá a comer donuts e croissants com nutela e beber coca-cola quando estava grávida, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que dou um tablet para as mãos do meu filho para que ele chateie menos às refeições, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que despacho a minha filha para os avós sempre que posso para poder ir à praia e estar com os meus amigos, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que compro os meus filhos com brinquedos e chocapic, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que não deixo a minha filha ir à praia com os colegas da escola, porque nunca se sabe o que lhe pode acontecer, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que dou uns açoites ao meu filho quando ele se põe com birras, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que nem pus protector solar à minha filha porque "era só um bocadinho e não valia a pena", digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca faria igual.
Eu, que não tenho filhos, mas sei muito bem já o que vou ou não fazer, digo-te já que és uma péssima mãe e que nunca farei igual.


Eu, que experimento, que me arrependo, que testo, que me engano, que escondo, que encolho os ombros, que às vezes nem quero saber, que digo "um dia não são dias", que arrisco, que complico, que erro e volto a errar... EU POSSO sobranceiramente dizer o que TU podes ou não fazer, o que és e o que merecias que te acontecesse.


*texto escrito com ironia e sarcasmo.


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10 coisas que uma recém-mamã não quer ouvir

Se és uma recém-mamã, parabéns. Se és uma recém-mamã e ainda não adormeceste a ler a segunda linha, parabéns outra vez (e diz-me já o que andas a tomar!). 
Parabéns e muita paciência, claro! E não estou a falar da dificuldade em voltar a ter noites calmas ou em conseguir ter tempo para lavar os dentes, paciência para todas as vozes que te cercam, até mesmo da senhora com quem te cruzas de raspão na rua. Se te vêem com um bebé no sling ou no carrinho, passas a saber o que é ser uma figura pública, abordada por todos! 

imagem weheartit.com

Deixo-te uma lista das coisinhas que nós não queremos ouvir (imprime e cola na testa ou publica-a discretamente no teu mural: pode ser que certas pessoas se toquem):

  • é menino, não é? 
A probabilidade de acertar é 50/50 mas se calhar não vale a pena arriscar (uma dica: "como se chama?" cai sempre melhor) e não, não é menino. "Ah como está de azul...". E eu a pensar que estávamos em 2016...

  • está só a leite materno? 
Caso respondas que sim, provavelmente vai perguntar-te se dorme bem. Ou se chega. Ou contar-te a história do enteado da prima que foi-se a ver e andava a passar fome ou da filha da vizinha que fazia da mama chucha e foi um problema tirar-lhe o vício. 
Caso respondas que não, vai dizer-te que é normal, que ela nunca teve leite e o filho bebeu logo leite de vaca e não morreu ou que não tarda nada habitua-se ao biberão e deixas de ter leite, mas é melhor assim porque ficas mais liberta.

  • para quando é? 
Nasceu há 3 meses. [Silêncio constrangedor]

  • já dorme a noite toda?
Não coloquem este nível de expectativas em ninguém, muito menos numa recém-mamã que provavelmente acorda 4 ou 5 vezes por noite e que nem sabe bem de que terra é. A seguir a esta pergunta vem normalmente o conselho de dar papa no leite à noite para aconchegar ou então a história do "ensinar a dormir" com técnicas de se lhe tirar o chapéu 

  • já dorme na caminha dele?
Mania de querer que um bebé que mal passou pelo estreito de Gibraltar, que estava até há tão pouco tempo no quentinho, protegido, aconchegado, vá já a correr para a universidade! Apetece responder: "Já, só que a caminha dele calha a ser a dos pais também."

  • é tão parecido com o pai!
Obrigadinha. Então andamos com eles 9 meses no bucho, salvo seja, temos de fazer o teste da glicose (bleccc), chichi a cada 5 minutos, os pés aumentam de número, ficamos a andar como pinguins e depois é isto? 

  • está sempre ao colo?
Está. Já tinha tapetes suficientes em casa, desta vez quis um bebé. 

  • quando lhe vais dar comida? Assim ainda enjoa.
[provavelmente dito pela mesma pessoa lá de cima, orgulhosa porque deu alheira ao filho logo com 1 mês e meio]

  • isso é fome/ sede (não lhe dás água?!)/ frio/ calor/ sono
 ... cólicas/ mimo/ manha/ vício/ chichi/ nenúfar/ alguidar.

  • não usa chucha? olha que depois põe o dedo e não lho consegues tirar. /e quando não tiver mama, como vai ser? / e na creche?

Inspira. Expira. Sorri e acena (ao fim de algum tempo já vais ter vontade de rir, garanto!)

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8.16.2016

Missão cumprida!

Desde sempre que tento incentivar a Irene a que lave os dentes sozinha e que sinta que é uma necessidade (para não ser obrigação). Expliquei-lhe que há uns "bichinhos na boca que comem os dentes" e... acho que andou a ter pesadelos com isso durante imenso tempo - receio parvo meu, mas é que uma vez acordou a dizer que tinha bichos na boca... 

Além dela lavar sempre os dentes sozinha (e de nós darmos só "uns toques" no final), comecei a preocupar-me com a espuma toda da pasta de dentes que ela andava a engolir. Claro que não "faz mal", que "ninguém morre disso", mas qual seria a idade certa para ela aprender a cuspir a água? 

Não sei, mas decidi ensinar. Foram 5 noites ou 6 em que tentava três ou quatro vezes que ela aprendesse. Foi difícil para ela resistir ao instinto de engolir a água, mas agora já consegue e estou toda orgulhosa! ;)

Deviam vê-la com o peito todo para fora a dizer "a Necas já consegue, sozinha!". Confesso que talvez não tivesse ensinado antes por preguiça e algum... descrédito na miúda, mas tal como li num livro qualquer (um óptimo que se chama: Como falar para as crianças ouvirem e ouvir para as crianças falarem): nunca subestimar as crianças, antes esperar "mais" delas do que "menos". 

Conseguimos!

Próxima lição? Arrumar a loiça na máquina, ehehehehehehehehe. 


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A encantadora de cavalos

Os avós de Évora sempre foram "os avós dos cavalos". Acho lindamente, pecêbe? Dá um ar, sei lá, supé bem, supé chique, supé monte no alentejo. A verdade é que não há cá cavalos nenhuns. Quer dizer, há, mas não são dos meus sogros. Vivem num monte, no alentejo, mas um monte partilhado por mais alguns vizinhos e os cavalos são de um deles, e fazem as delícias da Isabel, que adora animais. Todas as crianças gostam? Certo. Ela gosta tanto que até me dá um certo medo: ela não tem medo, passo a redundância. Zero. E eles parecem gostar dela, por acaso.





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8.15.2016

O que é bom...

...acaba depressa. Foram dias diferentes, com birras e lágrimas à mistura, mas muito, muito bons. Daqueles em família, que marcam, que ficam. Até tenho medo agora da gestão das rotinas, do regresso à rotina dela, do regresso à rotina dele, de passar a maior parte do dia com a Luísa. Espero que mais calminha, como tem estado, que torna tudo tão mais fácil...
Esta vai ser uma semana de adaptação, de desfazer as malas, de organizar a roupa e de (re)organizar a cabecinha. A minha e a da Isabel, que dormiu, em duas semanas, em 5 camas diferentes, que não comeu sopa praticamente nem foi dormir sempre à mesma hora. Respirar fundo e tentar levar tudo com muita calma, que a coisa vai ao sítio. 

Adorei as fotografias do final de tarde na Comporta, com a Luisinha (a Isabel foi passar o fim-de-semana com as primas, a tia e os avós paternos), para mais tarde recordar o primeiro verão da caçula.








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Tivemos medo. As duas.

Ontem, à saída de casa para ir ter com o tio Pedro (meu irmão), como sempre, deixei a Irene carregar para chamar o elevador. Entrou à minha frente rapidamente - coisa que um familiar nosso odeia, porque viu algures (claro que foi na internet) que, às vezes, as portas do elevador até se podem abrir mas não estar lá elevador nenhum (só não digo quem é porque não quero revelar pormenores tão medricas de quem não perguntei se podia hehehe) e perguntou se podia carrregar no zero. Deixei. 

Chegámos ao zero e saí. A porta fechou-se a Irene continuou dentro do elevador. Desceu até ao menos um, para onde também tinha carregado. Gritei, com a boca colada ao elevador "não saias do elevador, Irene, não saias!", pensei que assim voltaria logo para cima. Nem me lembrei da possibilidade se ela sair demasiado tarde e poder ficar entalada na porta (o nosso elevador é um bocadinho bruto a fechar as portas). 

Enquanto o elevador descia, com a minha filha lá dentro, ela gritava "ANDA COMIGO, MÃE!". Ainda não estava minimamente assustada, creio que estava só a explicar que não entendia porque é que não estaríamos juntas. 

"A mãe vai já, só um minuto! Não saias do elevador, Irene, não saias!". 

Saiu. 

Desci eu e fui ter com ela. Ainda demorou - quer dizer, não deve ter demorado, mas para nós sim. Cheguei lá no timing perfeito em que ela começou a ficar assustada. A luz do hall onde ela tinha ficado, por causa do sensor, já se tinha apagado. Chegou a mamã. 

Sei que é um episódio com nenhuma gravidade, mas ao contar, sei que HOJE vão ter atenção a isso e, por isso, talvez vos poupe a uns segundos de coração acelerado. 


O dia continuou como sempre. Não foi nada. Especialmente para ela, digo eu. 

Tive de lhe comprar estas boias, porque as de plástico estavam a magoa-la nas axilas. Aconselho vivamente!


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8.13.2016

O melhor do fim-de-semana!

Ui que já me perdi. Já passei oficialmente para o lado das bloggers pipis (só que com uma continha com 1/100000000 do dinheiro). 

Sim, estreei um vestido novo a pensar nas fotografias que ia tirar. Sim, fui para Belém às 7 da manhã (a Irene acordou às 6 e tal) com a família e fomos tomar pequeno almoço fora, mas o "pior" de tudo, foi dizer que isto foi o melhor do fim-de-semana. 

Aqui entre nós, não foi. Parece, mas não foi. O melhor foi (até à escrita deste post), a tarde de sábado em que a Irene, toda nua, andou a fazer moche para cima de mim no sofá com 30 graus em casa (não temos ar condicionado) e eu tive imensa oportunidade de a abraçar e de sentir as axilas dela todas suadinhas (eu sei, sou esquisita), etc. 

Há várias coisas importantes a reter nestas fotografias: 

- Tenho umas pernas óptimas, quase que compensam a barriga.

- Não passa despercebido - achei que sim - que o amarelo da mala não é o amarelo dos sapatos.

- A Irene é bonita, mas com a luz do nascer do sol fica um abuso.

- Eu sei que os sapatos não sei quê, mas sou péssima a andar de saltos-altos (pareço uma arca da Olá) e estes tolero MUITO bem. 

- As fotografias do Frederico estão a ficar mais aceitáveis. 





 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
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Não tenho fotografias na praia!

Não tenho fotografias na praia. Umas duas ou três no meu instagram, tiradas à pressão. Se já é um filme conseguir sair de casa, os cremes, meter nas cadeirinhas, a viagem, estacionar, levar a casa às costas para a praia, as miúdas, o chapéu, estar lá uma hora, um passeio ultra-rápido à beira-mar, a Luísa dorme, a Luísa mama, a Isabel vai à água com o pai (foi uma vez com a mãe! yeah), a areia, chegar ao carro, vir para casa, deixar as horas de maior calor passar e voltar à praia ao final do dia é uma lufa lufa, é uma logística do caraças. Não há tempo para fotografias, há que aproveitar o pouco tempo que temos juntos. Para o ano, tento, juro! Até porque adoro fotografar, adoro registar os momentos em família, o crescimento das minhas meninas... mas, vocês sabem...

Vá lá, ainda tenho umas de reserva da nossa semana no Norte para vos mostrar, onde tínhamos mais tempo para tudo, mais calma, onde o calor não era tão abrasador e dava para aproveitar melhor a rua. Adoro praia, a sério que adoro, mas com a Luísa tão pequenina ainda não consigo desfrutar bem... Fica para o ano!



Nas Casas de Campo Vila Marim

Luisinha bem-disposta com um fofo Tsuru <3

No Castas e Pratos, na Régua



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Que amor!

Que amor, que doçura... Fiquei absolutamente rendida a estas fotografias da Susana Cabaço. Eu que nem era grande fã de sessões de recém-nascido, fiquei surpreendida pela delicadeza e pela ternura que estas imagens transmitem. Ainda bem que deixei que a Susana, que tem uns olhos meigos e uma serenidade que nos contagia, captasse estes momentos da Luisinha, com apenas 21 dias.













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8.12.2016

Abriu-me o lábio.

Não, não foi esse. Esse foi há dois anos e meio quando nasceu (ehhhh, imagem desnecessária, eu sei). Ontem, a adormecer a Irene, levei com uma cabeçada das antigas (daquelas tipo rixa no Too Fast Too Furious ou 8 Mile) no focinho. Era só uma questão de tempo até que isto acontecesse. Aliás, sou vítima de maus-tratos frequentemente pela minha filha - é melhor especificar que o Frederico tem um ar muito macho e poder-se-ia, erradamente, associar uma coisa à outra.

Ela precisa de deitar cá para fora a bateria que lhe resta e, aí pelo meio, estou eu a fingir-me de morta para que ela adormeça. Ao que parece, fingir não é necessário e ela tenta assegurar-se de que eu faleço mesmo, para não me armar em esperta.


Parece mesmo uma mugshot: lábio aberto, rímel todo borrado (odeio este verbo, odeio), colar ao pescoço que bem pode acabar num penduricalho de um gang qualquer. Só me falta um Ford Fiesta lá atrás - associo estes carros a tuning, o que querem?

Por acaso, ia escrever Seat Ibiza, mas como anunciaram aqui há uns tempos, prefiro fazer esta referência um pouco mais discreta assim. Ai que rebelde que sou.

Também se fartam de levar tareia? A miúda levou uma "lamparina que nem sabe de que terra era", coisas que se diziam lá em casa, mãe de Melgaço.

Não levou, não. E não pretendo que alguma vez leve. Ela também ajuda ;).

- Se recorrerem à palmada, existem situações muito mais eficazes e que não danificam nem a auto-estima dos vossos filhos, nem a vossa relação, nem vos fazem sentir mal convosco próprias, posso sugerir-vos a disciplina positiva/parentalidade positiva que até já fizemos uns posts sobre isso no blog aqui. E força, mas não nessas palmadas! ;)

O sumo de laranja faz mal?

Claro que beber de vez em quando não deve fazer mal algum, mas a Irene anda louca com sumo de laranja e quer beber todos os dias ao pequeno-almoço e lanche. 

Tenho tentado variar e fazer sumos de mais frutas (ananás, melancia, meloa, melão...), mas noto que o que lhe enche mesmo os olhos (e nós sabemos que é difícil deixar um copo de sumo de laranja a meio) é o de laranja. 

Faz mal a alguma coisa? Tudo o que é demais faz mal, bem sei, mas... a quê? E quanto é demais? Alguma de vocês sabe de alguma coisa?


(bom fim-de-semana!!!)

Olha m'esta (#03) - As gordas

Já tinham saudades minhas, não tinham? Tinham que eu sei, sempre prontas para cortar na casaca das outras. Gostam pouco... 


Então as gordas do a mãe é que sabe* agora lembraram-se de fazer um movimento do "ai somos gordas, mas o que é que isso importa, o que importa é sermos felizes"?... Claro que sim, mas podemos tentar ser felizes sem parecermos uma carrinha de farturas gordurosas.

A mãe da Irene (já agora, escusavam de ter escolhido o nome na noite de Las Vegas em que se embebedaram os dois, depois de casar - ai tão "diferente" ir casar à terra onde a Celine Dion dá espetáculos...) deve ter voltado a trocar a dieta por baldes de gelado porque a pobrezinha já tem mais barriga que eu nas minhas 42 semanas de gestação. 

A outra agora usa a desculpa da gravidez para justificar a gordura: como se fosse magra antes de engravidar. E lá andam elas todas orgulhosas a enfiar as banhas pelos nossos olhinhos adentro. E ninguém me tira da ideia que só teve mais um filho para dar visualizações ao blogue, que estas duas nunca me enganaram.
"Ai o meu parto correu mal": cá para mim teve uma dor de cabeça a seguir mas faz todo um drama porque sabe que isto é como o Correio da Manhã, quanto mais sangue melhor.

A Isabel que tem franja e nunca me enganou: tem monocelha e a mãe não consegue lidar com isso.

A Irene anda sempre com roupas de miúdo porque "é tão linda que até com um saco do lixo de 3 dias fica bem". Tão enganadinhas.

A Luísa que nunca aparece porque "ai que ela chora muito e só quer colo e não dá para grandes fotos". Ninguém me diz que a miúda não nasceu com um braço no meio da testa para não enxergar bem a fronha da mãe, que deve ter ficado ainda mais linda quando se esbardalhou toda no outro dia.

E agora vão todas de férias esfregar a felicidade na nossa cara. A felicidade e as banhas, para não nos sentirmos mal. Eu sinto, fico mal disposta, nunca me dei bem com gorduras, nem na picanha.


*atenção [para não haver mal-entendidos]: esta rubrica de humor é escrita pelas autoras, num exercício semelhante ao que as nossas haters fazem - e de facto, o único exercício que fazemos. ;) - somos nós a falarmos de nós próprias, como se fossemos uma das haters que nos enviam estas pérolas fofinhas...

8.10.2016

"Mãe, quero um mini-milks!"

Eu! Quem haveria de dizer! Eu! Eu, a mãe que raramente permito excepções (acho mesmo que excepções têm de ser excepcionais), eu que era muito robótica em tudo e que não admitia nem um grama a mais de sal que o necessário...

... propus um mini milk à Irene. 

Claro que não foi "assim do nada". Tenho dito que os gelados são "só para os crescidos" e lixei-me. No outro dia fomos ao jardim com uma amiga minha e o filho dela que é mais novo que a Irene. O filho dela começou a lambuzar-se todo um mini-milk. 

Pronto. Eis a excepção. Ali o gelado "não era só para os crescidos" e não queria que a Irene se sentisse "diferente". Nunca tinha percebido muito bem este argumento até ver a cara da Irene a tentar deliciar-se com a expressão do Diogo a comer o mini-milk, a tentar perceber a que saberia. 

Mini-milk para a menina. Ela adorou e eu também (tinha de ir dando um jeitinho para não derreter nas mãos dela, sabem como é heheh). 

Agora, à noite, está sempre a pedir mais "um mini-milks". Também gosta dos gelados de fruta que faço em casa, mas hei de arranjar uma maneira de não tornar a "exepção habitual". 

A senhora do café diz que uma mãe que costuma lá ir, nega gelados com o fundamento de "não ser domingo". Comer só guloseimas a um dia da semana, parece engraçado, mas isso não as tornará mais "proibidas" e uma coisa que eles sonharão alcançar quando deveriam ser encaradas "normalmente"? 

Como tantas coisas na maternidade, é um "logo se vê", vamos vendo como é que ela reage sempre que vir uma arca de gelados, etc. 

Gosto de ter gostado de lhe dar um gelado.




Avós da Irene, calma com os cavalos, só a mãe é que pode dar gelados e, mesmo assim, ainda está a ver como é que isto funciona, está bem? ;) E cuidado que ela já fala muito bem! 

Pedido: mães nutricionistas e afins, qual é o gelado "menos mau" para as crianças comerem? É mesmo o mini-milk ou é tanga? 

O vestido

Lembro-me de alguns dos meus vestidos de infância. Não tinha uma irmã para ir a combinar mas a mãe da minha melhor amiga, a Priscila, que vivia no rés-do-chão, tinha um gosto muito parecido com o da minha mãe e às vezes calhava termos peças iguais, da Benneton. Ou do mesmo modelo com tons diferentes. Era quase como andar nos Onda Choc, todos a combinar: adorava. Não posso dizer que tenha sido uma Maria Rapaz, sempre gostei muito destas mariquices todas. E assim continuo enquanto mãe de meninas: levam com muito laço e muito frufru. Mas agora já começo a variar mais, muito mais. 

Aliás, é cada vez mais raro vestir-lhe um vestido. Nunca pensei que chegaria aqui, mas rendi-me, neste verão, às t-shirts, aos tops de alças, aos calções de algodão. Não que sinta que prenda os movimentos, nem que seja desconfortável, que ela continua a macaquinha aventureira de sempre. É mais por mim: não me apetece perder muito tempo a passar roupa a ferro. Mas há casos que compensam e este foi um deles.

Adorei vê-la com este vestido, fresquinho e com pormenores muito bonitos. Ela adorou também, que eu percebi, sem que precisasse de o dizer. Gostou mais ainda quando percebeu que podia combinar com os sapatos cor-de-rosa. "Igau!", dizia, entusiasmada. Delirou quando viu que a mana também tinha uma roupa parecida. E lá andou ela a espalhar charme pela Invicta. :) Sim, é cada vez mais raro vestir-lhe um vestido, mas quando acontece é lindo ver a alegria (e vaidosice) dela.


 

Vestido - Petit Biscuit
Sapatos Victoria (os preferidos da Isabel) - Pegada Doce


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8.09.2016

a Mãe dá - Livro de Magia das Mães - Constança Cordeiro Ferreira

A questão é mesmo essa. Trata-se de felicidade. 

É impossível que, depois daquilo que passámos com a gravidez, o nascimento da criança, o pós parto, os primeiros meses das crianças, não sintamos o nosso coração aos pulos de vontade de ajudar uma mãe que esteja a passar pelo mesmo. Às vezes somos desastradas e, pela vontade de falar, acabamos por não dizer nada de jeito ou acabamos por espalhar conclusões que não são assim tão óbvias para outras mulheres, com outras almas, com outras histórias. 

O meu parto e os primeiros meses... (quem é que eu estou a enganar... para aí o primeiro ano) da Irene foram uma explosão na minha cara e no meu corpo. O meu coração continuava no sítio certo, mas estava preso, estava enterrado sob os estilhaços. Sentia-me partida e culpada por estar assim na altura em que queria estar mais compostinha para dar um início de vida perfeito para a minha filha. 

Em vez disso, quando ela nasceu, senti nada. E depois, quando comecei a sentir, continuei a esparramar-me com imensas rasteiras, reflectindo-se tudo na amamentação. A Irene eu estávamos a dançar, mas a pisar os pés uma da outra e sem nos olharmos nos olhos, sem escutarmos a nossa música. Foi o baile mais longo da minha vida e o mais importante (continua a ser que ainda cá estamos as duas, claro). 

Quero conseguir dar amor e alento às mães que além de darem os seus abraços aos bebés, também precisem de ser abraçadas também. Nem todas temos uns braços enormes para conseguirmos abraçar-nos a nós mesmas, às vezes precisamos de quem nos dê uns beijinhos e que nos faça acreditar - que é verdade - que o amor traz a força. Porque traz. 

Já ajudei uma. 



Temos "só" de baixar o volume externo. 

Este "só". Este "só"... 

Este "só" é o que a Constança (as mães que foram tocadas pela sua magia tratam-na pelo primeiro nome) tenta explicar a milhares de mães. Não é explicar, é mostrar. Porque está ali. Está aqui. Connosco.

Este é o segundo livro que considero essencial. Fui uma papa livros de maternidade e todos os outros que li são "mariquices" comparado com o que aquele livro e este nos ensinam.

Quem quer saber se os olhos se limpam de dentro para fora ou de fora para dentro se estiver constantemente a culpar-se a si própria por não ser melhor mãe? 

Este livro assenta corações e permite-nos voar com os nossos filhos (e com os pais deles). É magia. 


Podemos ajudar a Constança na missão dela (que é de todas nós) e espalhar a palavra, a magia.

Temos 5 livros para oferecer. Querem participar?

1 - Terão de fazer like nas páginas de Facebook das respectivas marcas envolvidas e d'a Mãe é que sabe:




2 - Terão de partilhar publicamente o post do Facebook referente ao passatempo no vosso perfil, o que estará em baixo no ponto três-

3 - Terão de comentar o post do Facebook do passatempo, identificando três amigos.

                                       
                     
4 - Só se pode participar uma vez por perfil.

5 - O vencedor será apontado aleatoriamente através de random.org e anunciado, depois de uma semana, em comentário ao post do passatempo sendo identificado. Serão válidas as participações até às 23h59 do dia 17 de Agosto.

6 - O vencedor terá de enviar e-mail com os dados pessoais (morada e número de telefone) para amaeequesabeblog@gmail.com

7 - Só serão válidas as participações que tenham feito like nas páginas dos parceiros. O mais provável será o facebook retirar muitos dos likes ao longo do decorrer do passatempo por suspeitar de fraude (vão ser muitos e muito rapidamente), aconselhamos a que os revejam mais para o final do prazo para repor. 


Boa sorte!!! ;)

8.08.2016

Aos amigos sem filhos.

Obrigada.


Obrigada aos amigos sem filhos que nos acolhem. Que nos continuam a escolher para estarmos nas vossas vidas. Nós não somos os mesmos, nunca mais seremos. Seremos sempre dois, três, quatro corações: um dentro, os outros fora. Seremos sempre dois pratos de uma balança que alterna, qual baloiço do jardim, entre harmonia e rebaldaria (ou loucura). Tudo muda em segundos. E volta a mudar. Seremos sempre muitas vozes, várias vontades e, às vezes, poucos ouvidos.

Por vezes estamos mas a nossa cabeça não está. Podem ver pelas olheiras e pelas madeixas por fazer que não estamos a conseguir levar na mala de viagem todos os itens da lista. Uns ficam a faltar, ficam para depois. Paciência. Às vezes também vocês ficam para depois. A chamada fica por atender para não acordarmos a bebé que dorme no nosso colo. A sms fica por responder porque a mais velha pede atenção e depois é a hora do banho e a hora do jantar e depois lavar os dentes e história e cama. E às vezes adormecemos ou temos ainda a casa para arrumar. E depois esquecemo-nos. E dormimos mal e tornamo-nos a esquecer na manhã seguinte. Mas vocês sabem. Vocês sabem que não é por não querermos. Demora a conseguir pôr tudo em ordem, na vida e na cabeça.

Não somos os mesmos: somos os mesmos mas mais um bocadinho. Mais um bocadinho de emoção, mais um bocadinho de lágrimas, mais um bocadinho de desorganização, ou então mais um bocadinho de organização, onde nem sempre o acaso e o imprevisto podem entrar. Já não podemos andar ao sabor do vento nem fazer o que nos dá na telha. São poucas as vezes em que conseguimos, mas valem por dez, vivemo-las intensamente e aí vão poder ver que somos os mesmos, mesmo não sendo.
Obrigada por nos continuarem a mimar, a visitar, a mandar sms. Obrigada por nos receberem em vossa casa, mesmo correndo o risco de levarem com um Miró nas vossas paredes. Ou de quase vos rebentarem os tímpanos com as birras dos nossos pestinhas.
Obrigada, amigos.
(Obrigada, Sandra, por estes dias no Porto <3)

Ela dorme no chão.

Um dia, decidi pôr a Irene a dormir no chão. 

Por vários motivos que expliquei aqui:



  • Ela dormia muito mal, acordava imensas vezes durante a noite e poderia ter que ver com o facto de já não ter espaço para dormir à vontade (não foi isto que resolveu, mas acho que passou a dormir mais feliz, sim). 
  • Eu ouvia os pontapés e cabeçadas que ela dava na grade, mesmo com o contorno de berço e ficava sempre preocupada que ela se magoasse a sério. 
  • Era desesperante a gestão de adormecê-la toda curvada com ela no berço ou, então, o baile de pega ao colo e põe na cama e chora. 
  • Senti que ela estava a deixar de gostar de estar na cama por associar sempre ao stress que era adormecê-la para as sestas ou para a noite.

Li sobre Montessori e sobre o que isso implicaria no quarto dela e a cama no chão pareceu-me uma solução muito interessante. 

Foi muito complicado nos primeiros dias, porque a Irene, por se mexer muito, caia muito da cama. Apesar de me dizerem que "faz parte do processo", não aguentei mais vê-la no meio do quarto, mesmo com tapetes e afins. 

Rendi-me a umas protecções de cama que entalei entre o colchão e o estrado e, até agora (mais de um ano depois), só tenho a dizer maravilhas. A nossa vida mudou por completo. 

Vantagens de ter a cama no chão? 

  • Não existir uma separação física entre mim e ela. Posso adormecer com ela na cama, posso dormir com ela se me apetecer. Não existe um "largá-la" enquanto ainda está meio acordada. Estamos as duas ali, sem pressas. 
  • Ela tem autonomia para entrar e sair quando lhe apetecer (felizmente a Irene não tenta sair da cama quando sabe que é para dormir, mas também está tão escuro que ela não teria muito sítio para onde ir). 
  • Posso amamentá-la durante a noite e relaxada por estarmos deitadas, por ela adormecer e rebolar sozinha para o outro lado e eu, se adormecer, estar tranquila também. 
  • Ela tem espaço para dormir à vontade e para brincar. 
  • Por não ter que a levantar para a por junto a mim para consolar com maminha ou sem maminha, desperta menos durante a noite e, por isso, não se criam rotinas desnecessárias.
  • Se quisermos adormecê-la os dois, temos espaço para isso. Apertadinhos, mas podemos estar em família. Claro que também podíamos fazê-lo na nossa cama, claro.
Lembrei-me de vos escrever sobre isto porque, no outro dia, fui ao Parque da Serafina e uma leitora (a Vera, que adorei conhecer), veio ter comigo (OBRIGADA, VERA ;)) e falámos um pouco sobre a dificuldade em adormecê-los e os problemas do berço, etc. Pode ser que assim ajude mais pessoas a pensarem no assunto. 

 
Sempre que nos virem, venham falar connosco. Adoramos conhecer-vos, mesmo. ♥

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