4.02.2015

À falta de melhor, passeia-se no terraço

Nunca gostei tanto desta mudança da hora. Sinto que quando chegamos a casa ainda há tempo para passear. Vamos aos baloiços ali no bairro, vamos ao jardim mas, às vezes, ficamo-nos mesmo pelo terraço. Para mim, é um luxo. As plantas têm ervas daninhas, há musgo a nascer no chão e precisava de uma intervenção a la Querido, Mudei a Casa, mas para a Isabel tanto lhe dá.


Ainda não deu o grito do Ipiranga no que a andar sozinha diz respeito, mas não deve faltar muito (e as minhas costas vão agradecer tanto, mas tanto...). Enquanto isso, passeia o "bebebé" de um lado para o outro, volta atrás, choca com a parede e com as cadeiras e tudo é uma diversão.

Olhar para ela a divertir-se com tão pouco é uma lição.







Estou a adorar esta fase dela (gosto de todas, e Meu Deus! que saudades dela recém-nascida!) e estou desejosa de vê-la a andar à pinguim. Com que idade começaram os vossos filhos a andar?

4.01.2015

Se morresse agora, morria feliz.

É um daqueles momentos em que pensamos: "pronto, se morresse agora, morria feliz". Claro que não quero morrer já, mas o dia de hoje está a ser dos melhores da minha vida. De manhã, fomos à praia (eu, o Frederico e a Irene), como vos mostrei neste post. 

Ah! Estou super chateada porque queria ter as fotos da praia de hoje, das minhas máquinas analógicas, para vos mostrar mas a FNAC do Alegro demora a porcaria de uma semana... Vou ter que esperar. Finjam-se interessadas, vá. 

Pronto. De manhã fomos à praia - já parece uma composição da escola básica. Depois a menina fez a sesta, almoçou e fomos ter com um dos meus irmãos: o Pedro. 

O Pedro tem 10 anos a menos que eu e sinto-me mais do que irmã dele. Não quero estar aqui a dizer tudo o que acho que sou porque ele vai ler e pensar "granda moral", mas posso dizer que ser irmã dele como fui e sou, preparou o meu coração para agora amar a Irene como amo. É tão parecido. Assustadoramente parecido.








Ver a foto seguinte faz com que me venham quase lágrimas aos olhos. O meu irmão sempre adorou crianças e sempre teve muito jeito (apesar de hoje ter assustado a Irene e ela ter começado a chorar). Sempre adorei este lado dócil dele. Aliás, não há nada que não goste nele. E não podemos alegar que é por não o conhecer. 







Ele está de férias da faculdade, os pais dele foram de férias e, portanto, está praticamente de pijama com umas pantufas que terá furtado num hotel qualquer. Mesmo sabendo que ia ser sujeito a uma sessão fotográfica, não mudou de roupa. Foi à boss.


O dia de hoje foi mesmo muito bom. Dos melhores de sempre. Divertimo-nos todos de manhã. Ela dormiu a sesta da manhã. Almoçou bem. Eu também, o marido fez um grande risotto só para mim. Esteve com irmão Pedro no jardim lá de casa e dormiu a sesta da tarde. 

O que se pode pedir mais? 

Obrigada Primavera. 




Já agora porque há sempre quem queira saber: 
Laço - Acessorize
Macacão - Zara colecção actual
Body -Primark 
Collants -H&M
Chapéu - Jumbo
Toalha - Quiksilver de há 10 anos
Irmão - Pedro 


Não fui ao Mercadito da Carlota...

... mas fui ao Continente.

Pronto, vão dizer-me que não é a mesma coisa. No Mercadito as roupas não estão perto do pão, nem se misturam no carrinho com um robalo. No Continente as mães não são todas umas bombas, há gente em fato de treino e não são sete cães a um osso, mas também se encontram coisas bem giras.

Comprei estes sapatos mimosos para fazer conjunto (ou "kit", ouvir-se-ia no Mercadito) com o vestido da Zara que ofereceram à Isabel no aniversário.





E comprei esta camisa para vestir com os calções da Primark, que a tia Ana ofereceu nos anos.



Se bem que estes calções até com uma t-shirt básica branca ficam bem. São tão, mas tão lindos.

Voltando ao Continente e à Zippy, a sério, estes 50% de desconto em cartão levam-me à falência. Sim, porque comprei mais umas quantas coisinhas que "dão sempre jeito" e "fazem sempre falta". Pois, pois...

A mãe dá (#15) - Vencedor

Temos as melhores leitoras do mundo! O Fernando Mendes que se cuide, que as belas das alheiras de Mirandela e os ovos moles de Aveiro qualquer dia vêm todos parar é cá a casa!

A Estefânia, que nos segue de terras de sua Majestade, enviou-nos uns produtos maravilhosos da Sweet Blossom Natura e agora uma leitora vai poder fingir por uns minutos que está num Spa.




Queremos que andem cheirosinhas e que finjam por uns minutos que isto da maternidade é uma calmaria. Quanto não faz um bom banho por nós, não é mães?


 A vencedora é...
Dina Escaleira Fernandes!

Parabéns! A Sweet Blossom Natura vai entrar em contacto consigo para fazer um kit personalizado com os seus cheirinhos preferidos e de acordo com o seu tipo de pele.

8h30 e já estávamos na praia.

Como sabem (presumo eu que sigam muito aquilo que eu escrevo e não abram os meus posts só por engano a pensar que são da outra Joana) estou em casa com a minha filha até Outubro deste ano. E uma das coisas que me passa todos os dias pela cabeça é aproveitar este ano ao máximo. Já começo a ficar com saudades e a sofrer por antecipação - acho que me vai custar muito mais agora voltar a trabalhar do que quando ela tinha 6 meses. A única vantagem de sofrer por antecipação é a de ter consciência que o tempo escasseia. Que ela nunca mais voltará a ter 1 ano e 15 dias. Que, provavelmente, nunca mais terá a mãe tão disponível para ela a não ser quando se reformar (e aí não quer a mãe por perto) ou quando a mãe for despedida. 

Todos os dias penso que tenho de aproveitar. Que tenho de sair. Que ela não pode estar em casa sempre a babar o mesmo pedaço de chão. Nem sempre dá por causa dos sonos, das birras, dos almoços, mas sempre que dá, vai-se (às vezes não me apetece despir o pijama, confesso). 

Hoje fomos à praia. E tenho a certeza que não fui a única a gostar. Gostámos os três. 


Ela adorou arrastar-se pela areia. Não teve medo nenhum, ao contrário de quando a lá levei aos 7 meses. Claro que ficou um autêntico panado, mas do que se está à espera?

Depois mostro as fotografias que tirei com as minhas máquinas lomo, tenho de ir revelar! Estou cheia de piquinhos para ir, mas agora tenho de ver se a miúda dorme e depois se come e talvez à tarde.  Assim parece que sou daquelas mães que não quero mostrar a cara da minha filha. 











3.31.2015

Comer à grande e à francesa


Cá em casa é assim todos os dias. 
Babete de folhos imaculado, calçada com os seus melhores sapatos, 
a comer sozinha e nem um grão de arroz no chão.





Acham mesmo? Esta cara diz tudo! 
O babete foi só para vos mostrar (sim, porque tenho babetes bonitos só para fazer número na rua e outros à séria para usar em casa) e, escusado será dizer, ficou todo cagado. 

A sopa, não somos assim tão malucos, somos nós que lhe damos. E já é o que é, com VRUUUMS e mãos que passam e esfregam tudo nos olhos e nos cabelos.




A colher, lá a vamos dando para a mão para ela ir fazendo experiências e 
ora come com as mãos, ora manda comida para a cadeira, para o sofá, para o chão. Tem tempo. Temos tempo.


O chão da sala fica assim. 


E ela sabe que sim.

Sacaninha.


Apesar de tudo, vale a pena.
E nem sempre come à grande e à francesa.
Mas damos o nosso melhor para que ela goste do momento das refeições.

A minha mãe acha que fui trocada à nascença.



Eis o nosso segundo livro. 
Gosto de pensar que o primeiro é o meu (este) que lancei o ano passado e que foi um êxito tão grande que já não se vende em lado algum (acho que só enviaram meio exemplar para cada loja) e que o segundo é aquele do qual vou falar agora da Sara-a-Dias.

Apesar da Sara não ser uma das autoras do blog, o blog não seria tão sexy sem ela. Acho que ninguém nos teria dado uma primeira oportunidade tão facilmente. Vestiu-nos o blog, espremeu-nos as borbulhas, pôs-nos base, fez-nos a monocelha e tornou-nos muito bonitas. Isto tudo para dizer que é a ilustradora que nos montou o blog. 

Além de me estar a colar desmesuradamente e sem vergonha nenhuma ao sucesso da Sara-a-Dias com este livro, associando-o a nós, acho que este livro também é nosso por outros motivos.




O livro da Sara-a-Dias é a Sara (e a sua família) com as entranhas todas de fora. Ela revela coisas que, se fosse eu, levaria meia dúzia de tabefes mas, ao que parece, a família da Sara tem tão bom humor como ela e a mãe não me parece não estar a gostar de ser a segunda protagonista desta trama toda. A mãe foi com boa cara, pelo menos, ao Há Tarde da RTP com a Vanessa Oliveira e o Herman José. 



É o nosso livro porque a Sara fala de tudo aquilo que as crianças da época viveram. Qual das Spice Girls era a nossa preferida? As brincadeiras às lojinhas. A professora que se roçava nos cantos da mesa da sala. O miúdo que tinha uns dentes enormes. Ser apanhada a passar um bilhetinho na aula. Ter um bocadinho de vergonha da nossa mãe quando tenta ser engraçada. 

Não tenho uma irmã mais nova como ela, mas sinto ter passado quase por tudo o que está por lá, neste livro. Não é um Fausto de Goethe, mas ainda bem. É um livro que nos faz sentir coisas e pensar noutras e isso, para mim, é arte (wooowww, por esta ordem de ideias até um folheto de compra e venda de carros é arte, mas... e não será? Hmmmm)



Ah! E estava a referir-me só ao conteúdo, que estúpida! A Sara-a-Dias é ilustradora. É uma novela gráfica. Não. Isto não quer dizer que são gráficos a curtirem uns com os outros e a engravidarem alternadamente do jardineiro. Quer dizer que a Sara-a-Dias ilustrou à sua maneira toda a sua história. Só para que vejam, mesmo que não houvesse ilustrações, teria adorado o livro na mesma. 

Aqui entre nós (que estupidez), acho que ela tem tanto jeito para fazer rir como para ilustrar. 

Óptima, óptima prenda para dar a alguém (como se houvesse prendas para não dar alguém). Uma coisa diferente. 

É um livro que fica bonito na estante. É um livro que se lê tranquilamente mesmo sendo daquelas mães que não dorme muito e faz-nos sentir coisas boas.

Obrigada, Sara-a-Dias



Nota: Espero que, apesar do livro não ser nosso, não te importes que esteja ali do lado direito do blogue. É mesmo como se fosse. <3




Não há saco!!!

Não há saco para tantos brinquedos espalhados pelo chão da sala.

Eis que uma alminha iluminada pensou numa solução.



Isso filha, a girafa no sítio da tartaruga. Boa, boa!


Concentração. Ou cocó.



Que filha inteligente que eu tenho. 
Meia hora a dizer-lhe para não enfiar a cruz no quadrado e ela vai de insistir. 
Sai mesmo à mamã.


E ainda se ri, a safada, antes de levantar o rabo para fecharmos o saco em cima do qual estava sentada. Parece um tapete, mas é um saco.


"Tudo arrumado antes de ir dormir! 
Assim pode ser que os meus pais tenham tempo para me dar um maninho!"


"Tão giro!"


"Está escuro aqui. Mãaaaae"


Saco da Bica Kids

3.30.2015

Somos umas autênticas vacas?

Calma, isto não é um post em resposta àquele livro da outra senhora que diz que muitas mulheres se sentem umas autênticas vacas por amamentarem. Ando há quase 15 dias a dar o meu melhor para não me meter a escrever sobre isso. Não queria dar-lhe mais publicidade e, acima de tudo, não queria revelar novamente o meu lado muito pouco tolerante, principalmente a tentativas mal conseguidas de humor ou comentários leves não assumidamente humorísticos para não serem rotulados de fraquinhos. 

Ai, caramba. Queres ver que vai ser mesmo um post em resposta àquele livro da outra senhora que diz que muitas mulheres se sentem umas autênticas vacas por amamentarem? E que diz que o sexo piora quando se amamenta porque os homens deixam de nos mexer nas mamas? 

Eu juro que ia escrever sobre outra coisa qualquer, mas que agora não me lembro. Que raiva! 

Não, não, não e não. Não vou fazer com que mais pessoas vejam o vídeo da senhora no Você na TV, não quero fazer com que mais pessoas debatam esse tipo de separação entre mães que são assim e mães que são assado - apesar de eu ter uma opinião um bocadinho bitchy sobre o assunto, mas não quero dar. Aiiiii não estou a conseguir controlar-me. Vou dar? Não. Já da outra vez que fui estupidamente franca e transparente em relação às minhas crenças criei problemas e depois fiquei mal disposta o dia inteiro com a onda de ódio que se gerou porque, infelizmente, parece que discutir "maternidade" transmitindo-se opiniões é proibido. Estamos sempre a ferir susceptibilidades. 

É uma chatice. É uma chatice porque, acima de tudo, se lida muito com culpa e com orgulho. Queremos viver na ilusão de que tudo o que fazemos está certo ou que é o melhor para os nossos filhos. Se vem alguém dizer o contrário, estando nós inseguras, rebentamos. Se soubéssemos mesmo a 100% que o que estávamos a fazer era certo, não venham com coisas e não me venham dizer que reagiam igual. 

Acabei de me contradizer. Se me irrita o facto de não se poder falar à vontade de maternidade sem se ferir susceptibilidades em todo o lado, por que é que não apoio esta autora nas afirmações, aos meus olhos, parvalhonas? 

Tenho cá um feeling (que não passa disso) que a senhora "sabe é muito". A senhora sabe que iria gerar polémica fazendo essas afirmações parvalhonas e decidiu dar "o corpo ao manifesto". A primeira portuguesa a estar no Top 100 na Amazon tem de ter truques na manga. Não digo truques à la Sócrates, mas que não anda aqui a brincar, não anda. 

Conseguiu o que queria, é um facto. O livro se não vai ser muito mais vendido por causa disto, o blog dela será mais conhecido, mais visualizações, etc. E bem, nem que seja por ter ganho um elogio do meu marido que disse (quando a viu na televisão) que é uma mulher "bem gira". Já está a ganhar. 

Eu acho que se deve falar abertamente sobre a maternidade, mas com cuidado. Acho que devemos ser menos maricas quando lemos coisas que não nos agradam porque, no fundo, é assim que nos distinguimos umas das outras: pelos gostos e pelas as opiniões. 

O que já me enerva um bocadinho é o papel que aquele livro vai ter na cabeça de algumas mães menos informadas. Se já o que a vizinha nos diz nos influencia grandemente numa coisa tão importante como, por exemplo, a amamentação ou os horários de sono dos nossos filhos, um livro publicado e depois de anunciado na televisão que diz que amamentar dói, que piora o sexo, que nos sentimos umas autênticas vacas, etc, não me parece que vá fazer grande serviço público. Claro que a autora não se propôs a isso, mas não terá, pelo menos, equacionado? Ela sabia que ia causar polémica. Sabia porque o disse, mas e o impacto negativo noutras mulheres? Não importa?

Acho bem que queira libertar as mães que sintam que (era qualquer coisa como isto) "estar de férias com os filhos é melhor, mas sem eles a beber uma vodka numa ilha algures não fica muito atrás". Apesar de achar que essas mães, se realmente não se sentissem já livres, que não fariam esse tipo de coisas por terem receios das opiniões alheias ou até das suas próprias opiniões. 

Sinto que poderá ser um livro despropositado tendo em conta esta vaga de boa informação que tem havido ou que, pelo menos, me tenho apercebido ultimamente. Mais pessoas estão a saber mais sobre os bebés. Estão a perceber melhor os seus instintos, a aprender a contornar erros culturais milenares, estamos a tentar criar indivíduos mais seguros de si, mais amados, mais felizes. 

Cabe a cada uma encontrar não UM equilíbrio mas, o SEU equilíbrio para se sentir feliz (não temos de ser todas iguais). Uma autora que alega querer fazer com que as mães se sintam menos mal com elas próprias por não serem tão galinhas como as outras e acaba por chamar às mães que mais se dedicam (é o termo certo e não tem mal algum a não ser que haja culpa por aí) aos filhos, parece-me contraditório e palerminha. 

Não li o livro. Estou a morrer de curiosidade, por isso a Sra. fez um óptimo trabalho nas suas apresentações (fez mesmo, sem ironias). Porém, o que achei foi que se era para ter piada, não teve. Se era para ser engraçado, não foi.  Se era para criar bom ambiente, não criou. Se era para unir as mães e fazer com que fossemos mais solidárias umas com as outras, não uniu. Se era para vender, provavelmente venderá. 

O sucesso mede-se pelos objectivos propostos. Não sei quais foram ao certo os da autora, mas lamento que evidentemente não tenham sido os de ajudar todas as mães, mas só uma parte. 

Ia escrever que, se calhar, só se ajudou a ela própria, mas não li o livro. Na volta ainda há algum capítulo que tenha um pedido de desculpas pelo conteúdo, por ser tão totó. Diz que há um disclaimer na contra-capa a que avisa não ser indicado para as mães sensíveis e dedicadas (as tais aleijadinhas sociais) o que me faz querer que a senhora, além de blogger, terá ali também uma carreira em marketing/publicidade. 

Ah. Fui agora ver e é mesmo publicitária. Pena que, pelo vistos, tenha a publicidade sido o mais importante. O que é facto, e disso tenho experiência, é que para se ganhar dinheiro com livros é preciso vender muito. 

Ah! Fui ver agora e diz que o livro está cheio de humor e sarcasmo. Sarcasmo não é só tentar fazer humor, espezinhando uma das partes e não ter piada na mesma, mas isso digo eu que toda a minha carreira profissional se centra nisso (do humor) e não um "vaipe" que só agora se me deu. 

Acho que se queremos que a nossa melhor amiga se sinta melhor com ela própria, que não precisamos de dizer que a do lado parece um boi. Podemos tentar fazê-la rir sobre ela mesma, mas para isso é preciso ter talento.

Eu rio-me com coisas más. Têm é de ter piada.