2.25.2015

O circo já está montado

O meu homem chegou a casa e perguntou se não tinha sido convidado para a festa. Montei este circo só porque me dá gozo ver tudo e imaginar, imaginar, imaginar. E para vos mostrar também, qual blogue super trendy que dita tendências. Haha

Preparar a primeira festa de anos da Isabel (da Alice, sobrinha, e da Irene, que é como se fosse minha sobrinha) está quase ao nível de fazer o ninho, quando estava grávida. Passava horas agachada a arrumar as gavetas, a passar a ferro as roupinhas e a decorar o quarto, imaginando-a nele. Agora é mais ou menos o mesmo, mas com gritos de crianças histéricas a correr por todo o lado - os primos delas, porque das aniversariantes só uma anda, outra gatinha e a outra... a outra... "gatinha como se tivesse sido alvejada na guerra", palavras da mãe dela que eu não quero cá confusões. Imagino sumo a ser derramado sobre a mesa e dedos lambuzados de creme do bolo, mas tudo isso faz parte, se assim não fosse, íamos antes visitar um museu (para as nossas filhas era igual).

A verdade é que esta festa não é para elas, é para nós. Mas nós também merecemos celebrar 1 ano da maior experiência da nossa vida: ser mãe. Para elas, ficam as fotografias, que, tenho a certeza, vão adorar ver mais tarde, como eu sempre adorei ver as minhas. Então as fotos da minha festa dos dois anos e batizado, com um bolo de palhaço cheio de smarties, foram revisitadas vezes sem conta!

E foi este o tema escolhido para a festa: flores e passarinhos e , agora que vejo bem, riscas e bolinhas e xadrez e tudo e tudo. Parece o circo, mas eu cá gosto assim, até porque as coisas vão estar dispersas e misturadas com muito branquinho.






Gostam? Digam que sim só para mostrar ao meu marido e para ele ver que foram óptimas compras, por favor! :)

2.24.2015

Antes e depois de ser Mãe



Hahaha!
Obrigada, Sara-a-dias!

Afinal havia outra (#10) - Ansiedade da separação


Esta semana fui tomar banho e fechei a porta e liguei o aquecedor porque queria que a casa-de-banho ficasse cheia de vapor, quentinha, uma maravilha de sauna mas sem a falta de ar. Entrei na banheira e pus-me debaixo do duche a ferver. Suspirei. Maravilha. Três segundos depois alguém a bater na porta e a dizer “mamã”. “Mamã, mamã, mã, mamã, mã” sempre intercalado com pequenos murros na porta. O banho todo. Ouvia o meu marido a dizer “ó filha, deixa a mãe, anda para ao pé do pai” mas é o vais. Pelo menos não chorou. Aquela história de não conseguir fazer xixi em paz? É verdadeira. Mas além da criança, também há um cão que adora beber água do bidé, pelo que normalmente somos três seres na casa de banho, uma na sanita, um a beber água e a outra a apontar ora para o cão, ora para as minhas pernas, ora para a sanita. “Sim, a mãe está a fazer xixi.” “É”, responde ela enquanto aponta para a fralda.

Quer colo a toda a hora, chora se eu saio da sala, se eu não lhe dou a atenção que ela acha que merece, abraça-se a mim quando vê outras pessoas, pendura-se nas minhas pernas e não me larga. Não me larga um bocadinho, só eu é que sirvo, só eu é que sei ler-lhe os livros, montar a torre de cubos. E é espectacular. O meu ego está mais insuflado do que as minhas pernas (pernas? Eu queria dizer mamas) durante a gravidez e eu estou a aproveitar cada momento desta coisa de ser o universo inteiro de uma pessoa porque sei que vai durar pouco tempo. Mesmo quando me queixo que não consigo ter tempo para mim, é tudo mentira quero lá saber de mim, só quero aquela miúda ao meu colo a rir-se e a dar-me festas sem que eu as peça, antes que se transforme numa parvalhona enjoada que não me suporta. 

Se alguma mãe se queixar que os filhos não a largam e que é uma chatice e que não pode ser, não acreditem. Está só a fazer género, por dentro o coração está em pleno carnaval.

Leididi

Come a bolonhesa, Irene come a bolonhesa

E não é que é desta que vou começar a cozinhar?

Pelos vistos, já deveria ter introduzido a segunda parte da refeição da Irene e "ninguém me disse nada". Sei que não há timings perfeitamente certos para estas coisas, mas o facto de ela nunca estar entusiasmada com a sopa pareceu-me ser um sinal e, realmente, tem comido muito melhor.

Lembram-se daquele livro da alimentação infantil que demos um a Mãe dá há uns tempos? Este? Deicidi dar mais uma vista de olhos, sem ser para as sopas e decidi fazer a bolonhesa que há lá nas receitas dos 9-12 meses. 

Muito aldrabada, claro, porque me faltavam alguns ingredientes. Curiosamente, o mais esquisito era o que eu tinha: aipo. Coisas do meu marido. Ter aipo. Nem sequer sabia que isso existia. 

Quando era solteira, o meu jantar resumia-se a Coríntias e Chocapics (e não me custava muito hehe).

Agora dou por mil a fazer imensas sopas (para a míuda) e a tentar fazer comidinhas para ela. Gosto tanto. Odeio cozinhar, mas gosto imenso de vê-la a comer o que cozinho ou preparo. Já percebo as mães. 







Já que me estava a sentir toda super-mãe decidi experimentar pôr o resguardo da mesa no chão e ver como é que ela se entretinha a comer com as mãos. Valente estúpida (eu, não ela). Claro que a primeira coisa que fez foi virar o prato ao contrário.

Agora que penso nisso: qual é o problema? Que parvoíce. Devia tê-la deixado fazer um chavascal enorme. Era para isso que tinha lá a porcaria do resguardo... Grrr!!! Nós e a mania das limpezas. Ainda por cima com um resguardo!! A sério que só me apercebi disto agora. Bem, não é grave. Amanhã é outro dia e visto-lhe um bikini. 

Outra: já viram a quantidade de comida que lhe pus no prato? Ahah! Às vezes a minha cabeça não funciona. Ahah Aquilo é quase uma refeição normal para nós. 

Enfim. 

Mais comidinhas virão! 

Algumas receitas giras que os vossos miúdos com esta idade gostavam?


2.23.2015

10 coisas que te quero ensinar, filha

Nem sei bem por onde começar, filha. Há muitas coisas que te quero mostrar e tantas outras que te quero ensinar. Gostava de poder preparar-te para tudo, mas não posso. E a verdade é que a vida, cheia de surpresas, perderia o encanto.

Mas há 10 coisas que te quero ensinar:

#01 És capaz. Mesmo que te digam que não serás. Só tu poderás provar isso. Um dia um professor do 9º. ano disse-me que eu não poderia nunca ser jornalista porque era gaga. Provei (a mim mesma, estou a marimbar-me para ele) que sou capaz. Basta fazer por isso.

#02 Há pessoas parvas. Há quem goste de fazer mal, de dizer mal, só porque isso lhe dá mais gozo ou porque não conhece outra forma. É passar ao lado, afastarmo-nos ou simplesmente rirmo-nos disso. Não alimentar. Ou então, faz como eu, filha, que raramente me apercebo que elas existem, porque não as procuro e até me esqueço que as há. A ingenuidade às vezes ajuda: torna-as invisíveis e só elas bebem o veneno.

#03 Não te leves demasiado a sério. Não há pachorra para pessoas que têm os ombros sempre em tensão, que fervem em pouca água, que se alteram por dá cá aquela palha e que não têm um pingo de sentido de humor. Podes ser a primeira pessoa a gozar contigo e isso não significa pouca auto-estima, muito pelo contrário, significa que és confiante de tal forma que te dás ao luxo de poder errar.

#04 És bonita. Nem sempre irás concordar, nem sempre vais gostar do que vês ao espelho, mas se souberes que o és, mesmo que não o estejas, vais contornar o reflexo. Não faças como eu que uma vez chamei "assassina" à minha mãe porque ela me ofereceu uns calções, tinha eu uns 14 anos e dezenas de complexos em cima por ser "gorda". Do que é que isso me serviu? De nada. És bonita como és e ninguém to poderá negar. Nem tu, que eu não deixo. Nunca.

#05 É normal chorar. Ouviste-me chorar quando estavas ainda na minha barriga? Perdi o meu tio querido inesperadamente e chorei, chorei muito. Comigo funciona como catarse, liberta-me dos pesos e da garganta apertada. Não resolve nada, mas ajuda-me. Chora as vezes que for preciso. Mas não percas muito tempo nisso sozinha, pede-me ajuda, não há nada que um colo morno não amenize.

#06 Não escrevas "hades" nem "fizes-te". Ninguém é melhor do que ninguém por escrever bem, mas não dar erros não custa assim tanto e demora o mesmo tempo. Para isso, aplica-te nas aulas, erra muito, mas aprende. Não te recrimines, mas sê exigente e esforçada pela vida fora. Em tudo. Vais ver que compensa, mais tarde ou mais cedo.

#07 Brinca muito. A vida toda. Ver o mundo de forma pueril e divertida faz bem à alma. Canta, dança, suja-te, diz disparates, faz um strip ao teu namorado (mas só com uns 40 anos, antes não te dou permissão), não tenhas vergonha. Diverte-te, brinca, ri-te alto, bem alto.

#08 Ama. Ama muito, de coração cheio. Confia, entrega-te, desilude-te e volta a amar. Não há amores para vida, apesar de todos eles o serem. Todos eles te constroem, te acrescentam algo, mesmo que alguns só pareçam uma conta de subtracção.

#09 Muda. As vezes que forem precisas. Muda de casa, de trabalho, de opinião. Só assim se cresce, só assim se aprende. Não há nada mais digno do que humildemente recuar. Recuar para depois avançar, sem medo.

#10 Vai. Mesmo que isso me possa custar, vai, filha. Vai, vai viver, vai ser. Viaja, parte, recomeça. Aventura-te, arrisca, sê corajosa. No meu coração a palavra "regresso" vai estar gravada, mesmo que dele nunca partas.


Joana Paixão Brás

Até as princesas fazem cocó!

É por me ter rido quando vi este livro na FNAC que às vezes ainda penso que não tenho maturidade suficiente nem para ser mulher, quanto mais para ser mãe. O livro tem o óptimo propósito do desfralde com desenhos muito giros, é verdade.


A minha filha sai a mim e esta foi a cara dela quando leu o título do livro.



Sim. Até as princesas fazem cocó. Temo muito que ela ainda não tivesse pensado seriamente no assunto e, portanto, achei que fazia bem lembrar-lhe ou ensinar-lhe que toda a gente dispõe dum ânus e que tal serve para fazer poias. Se Deus quiser poias molinhas que as outras parece que temos a colecção inteira dos "Mineirais e Pedras Preciosas" dos anos 90  a sair-nos do esfíncter e não queremos. Eu não quero.

Irene: 

Vamos lá a ver do que se trata este belo livro que a minha mãe comprou por ser infantil já que eu nem estou ainda na fase do desfralde.


Ai que engraçado. Parece-me perfeito para babar isto tudo com a sopa de trampa que a minha mãe faz na Yammi. Ela julga que aquilo é um contentor e atira tudo lá para dentro, sem fazer separação. Como a mesma sopa todos os dias há um ano, caca de Mãe. Bem, vamos em frente. Não eu, que apesar de ter 11 meses gatinho como se tivesse sido alvejada na guerra. 


Olha e não é que está aqui algo que me faz lembrar da sopa da mãe? Serão poias? Ai... Queres ver? 


Mesmo que não queiras ver, aqui está. São mesmo poias. Afinal o livro tem o formato de uma retrete (sim, a mãe diz retrete e não sanita e o pai acha delicioso por ela parecer "da terrinha") e acharam giro por lá ou poias ou Kinders Surpresa.


São. Confirmado. São mesmo poias. Obrigada pelo livro, Mãe. Gostava de dizer que é um livro de merda, mas ainda não tenho idade para piadas tão cocós. 


Não precisamos de dia dos namorados para nada!

As maiores lições de vida às vezes aprendem-se nos testes ranhosos do Facebook. Sim, acabaste de ler isto. Nunca fui moça para prestar atenção a essas coisas, nem nas revistas quando era mais nova, mas isto de estar em casa todos os dias com a miúda faz com que até esses testes me pareçam divertidos. É mais ou menos a síndrome do tipo menos feio numa discoteca (mas que é horrível na mesma): mesmo sem álcool passa a parecer um tipo normal pelos outros parecerem vomitáveis. 

Isto tudo para dizer que sim, fiz um teste no Facebook. Era um teste para dizer, se não me engano, qual era a palavra que melhor me definia. E eu, em vez de perguntar a alguém que me conheça, não. Tive curiosidade para ver o que um teste engendrado por alguém que, provavelmente só percebe de informática, fez. 

Acho que a palavra foi guerreira. Aqui entre nós, adorei que fosse essa. Senti-me toda pumped up e cheia de forças. 

Bom... qual foi a lição de vida que aprendi? Uma das perguntas do teste era: "gosta de ser surpreendido?". E eu pensei: "Duh! Claro, quando são coisas boas!". 

Depois veio outra pergunta que era: "gosta de fazer surpresas?". E eu respondi que não. Não gosto. Não gosto porque ou dão trabalho ou não correm bem ou tenho medo que a pessoa não aprecie o suficiente e fico amuada. Qualquer coisa.

Não me pareceu justo gostar de surpresas e não as fazer. É normal que as pessoas não nos dêem se não lhes dermos também.  Não podemos esperar maçãs se não plantarmos uma árvore. Certo? Certo? 



Acho que devíamos dar mais miminhos aos nossos amores (maridos, namorados, o que for) e esquecermo-nos um bocado de nós. De que nós é que gostaríamos que eles nos convidassem para jantar fora, para passear, para um fim-de-semana romântico, etc. 

Nós somos as maiores, sabemos disso. Apesar de sermos nós as "mães" e as Mães é que sabem, eles passam por muito também. Basicamente, aturam-nos para caramba e o que nós conseguimos ser insuportáveis. Ui. Se conseguimos. E sabemos enquanto estamos a sê-lo. Sabemos tão bem, mas continuamos. Porque podemos. 

Era o que dizia um artigo qualquer aqui na net: "Ela vai descontar em você, mas porque não pode ralhar com o bebé". Eles levam por tabela. Claro que nunca vamos admitir que às vezes errámos (estou a brincar, vocês podem admitir à vontade), mas subtilmente podemos dar-lhes uns miminhos fora dos aniversários, dos dias dos namorados, etc. 

Que tal?

Se nos sabe tão bem, a eles também saberá. 

Se forem de comprar coisas, o meu marido reagiu muito bem ao Call of Duty para a PS4. 


Outra história: Por falar nisso do Call of Duty, nem estão bem a ver o que aconteceu. Comprei-o na FNAC. Trouxe-o para casa, ofereci-o ao Frederico e ele, quando o abriu, encontrou, em vez do cd original, um cd gravado e todo riscado do filme REC2. Wtf? Imaginem a minha cara quando pensei que tinha de ir lá trocar aquilo: "Ah, comprei agora este jogo e lá dentro tinha um cd gravado de um filme de terror espanhol!". Por acaso foi tranquilo (foi o Frederico trocar), mas acho que o empregado fez uma cara do género: "Erm... sim... claro...". 

*imagem We Heart It

2.22.2015

Sexo? Prefiro dormir!

Calma, não fui eu quem disse isto. E se fosse, também ninguém tinha nada a ver com isso.


Na já tão badalada grupeta privada que temos no Facebook (mamãs de março de 2014), fala-se de tudo. Um dos últimos temas foi sexo depois de se ser mãe.


(Pedi à Isabel para me ajudar aqui a manter o anonimato da publicação e a minha filha nunca me desilude.)

Neste criterioso e científico estudo com p'ra lá de 16 participações (upa upa), cerca de 90% das inquiridas confirma que prefere uma boa noite de sono a uma noite de sexo. As restantes 10% falam de barriguinha cheia (e pelas noites de sexo às tantas a expressão já é literal hehe) porque os filhos lhes dão umas belas noites. Cerca de 20% diz que vontade não lhes falta, mas que se sentem cansadas.


Ora bem, este já não é um assunto novo aqui no blogue. A Joana Gama deu, de forma humorística, dicas para recusar fazer sexo aqui (Dicas para fazer recusar sexo como uma mãe) e eu já falei no sexo depois do parto aqui (Sexo depois do parto?).

Agora algo que nunca aqui foi falado: eles. Eles, os maridos, os namorados, os pais das crianças, os companheiros, o que for. A pessoa com quem dividimos a vida e a cama.

(Voltei a pedir a colaboração da minha filha para preservar o anonimato desta mãe. hehe)

Muitas mães diziam o mesmo: que eles contavam as vezes, que se sentiam mal, mas que o cansaço muitas vezes vencia. Percebo que não seja fácil lidar com a situação e que para alguns casais este possa ser um motivo de afastamento e que a relação possa esmorecer. Quantas histórias já ouvimos de que a relação arrefece depois de sermos pais? Mas também não cola aquele discurso machista, como se a mulher tivesse de estar à disposição do seu amo e senhor, do "ah! mas ela não lhe deu o que ele precisava, foi procurar fora" ou "se eles não têm em casa, mijam fora do penico". Se isso acontece nesta fase de grandes transformações das nossas vidas, então não me parece que ele seja O homem da nossa vida. 

Mães que têm preferido uma noite de sono (ou umas horas) a fazer amor, já perceberam, não estão sozinhas. Façam, todas juntas, umas rezas e esperem que isto passe (ou façam por isso, se for o caso, porque às vezes o segredo está em (re)começar).

Mães que andam a ter uma vida sexual mais activa que a do Redtube, dicas para as outras mães, ófaxavor.


Vá, tambem podem comentar este texto como anónimas, não se apoquentem.

Afinal havia outra (#09) - Martim

O teu primeiro toque em mim, embora leve e tímido, representou o maior dos terramotos, o mais impactante e estrondoso tsunami. Foi um toque de vida, de dar vida e receber ainda mais de volta. Ninguém está completamente preparado para a responsabilidade de, apenas para todo o sempre, ter a preocupação com lugar cativo no coração, ter o sono mais leve que um balão e, lançar a sua imagem para segundo plano, em todas as decisões, em tudo o que respeita a este mundo.

Nada continua igual e ainda bem, ser mãe é difícil  mas é o difícil mais feliz. O teu toque é, não digo mágico, porque isso é demasiado esotérico e tu és tão real. O teu toque tem uma base de bondade e um efeito reparador em todos os meus poros. Por ti e graças a ti a minha existência é mais atenta, mais generosa, mais ambiciosa e lutadora.

Não consigo prever o futuro como cobiço, e nisto de ser mãe o futuro pode trazer angústia, medo do desconhecido e a vontade avassaladora de te proteger. Nos meus sonhos entoamos sempre em uníssono, a simbiose perfeita como já fomos outrora. Tu cresces a olhos vistos e o teu toque será cada vez menos frequente, sou egoísta em sofrer com a tua liberdade.

A ideia de saber que um dia não serás somente meu, que não estarei a amparar as tuas quedas, que não partilharemos o mesmo ar e o que o papel principal irá fugir-me entre os dedos é tenebrosa. Dou-te tudo de mim e isso implica perder parte de mim, essa estará sempre contigo, nos caminhos que percorreres, nas decisões que tomares, nos valores que escolheres e nas conquistas que alcançares. Não me percas pois eu, no nosso ninho, permanecerei até ao último suspiro.

Lénia Freitas
mãe do Martim

2.21.2015

SOCORRO! Estou in...continente!

Não, não estou num supermercado, nem fui aos Açores e voltei. É mesmo isso. Perceberam bem.

Pensei muito se escreveria isto e estou a rezar para que os meus progenitores não leiam este post. Andaram com a menina para a trás e para a frente, ele foi aulas de música, coro, teatro, explicações de inglês e de alemão porque "ai, não posso ter 17", de dança, uma lufa lufa para a rapariga ficar supé culta e ter uma mega carreira e acaba a escrever sobre xixi. Ou chichi, como preferirem, que fui confirmar e dá das duas formas. 

Mas é verdade, acontece, e se ninguém o assume (pelo menos ainda não vi a mãe da Carlota a escrever sobre nada disto no blogue dela Hehe), dou o primeiro passo. 

Estou incontinente. Desde que fui mãe que preciso de usar fraldas. Não uso, mas se calhar devia. Quando estou aflitinha e não consigo chegar ao WC a tempo, a coisa dá-se. Calma, também não abro a comporta totalmente. Acho que não preciso de ser mais gráfica, certo? Vocês agradecem (e mãe, desculpa! lol)

Somos um blogue que fala sobre tudo, qual programa do Goucha ou da Júlia. Há tempos falou-se lá de tipos de cocós e levaram mesmo os espécimes. Juro! Por aqui vamos tentar que cheire menos mal, mas não prometemos nada.

Se quiserem comentar como anónimas, percebo perfeitamente. Não deve ser fácil assumir que se faz xixi pelas pernas abaixo quando não somos nem concorrentes da Casa dos Segredos nem temos 80 anos. Mas preciso muito de dicas. Cá vão as dúvidas:

1) é caso para ir à ginecologista?

2) além de exercícios com o períneo (já faço a história do elevador, sabem?), o que aconselham?

3) alguém já passou por isto e voltou ao normal?

Obrigada, suas... mijonas!

A mãe dá (#09) - Um mês no Gymboree Carnaxide

É certo que andamos mais vendedoras que as Televendas às quatro da manhã e do que os cartões de sonho e o Roda Você (nem sei se isto ainda existe), mas gostamos mesmo disto. 
Além de nos divertirmos e de aprendermos muito com o blogue, se pudermos dar coisinhas às outras mães e, ao mesmo tempo, divulgarmos marcas com as quais nos identificamos, por que não?  Ficamos todos a ganhar, por isso, vamos lá! E já sabem, aqui é tudo preto no branco, se somos patrocinadas ou se temos parcerias, assumimos.

Já vos falei do Gymboree, neste post. Para as preguiçosinhas que não cliquem no link, eu faço-vos a papinha, vá: sucintamente, é um ginásio para bebés. Não, não andam a levantar halteres. Andam a subir e a descer escorregas, atrás de bolas, a rebentar bolinhas de sabão, a aprender canções, a desenvolverem capacidades motoras, tudo na presença do pai ou da mãe, para que seja um momento em família.

Vá, eu faço-vos o desenho:

A Isabel adora. E os vossos filhos também vão adorar. Para isso, só têm de estar muito atentas durante o dia de amanhã ao nosso Facebook, porque vamos fazer uma pergunta. Só uma.

A primeira pessoa a responder acertadamente, ganha um mês de aulas no Gymboree de Carnaxide (mamãs do norte, dos algarves e das ilhas, não fiquem tristes, mas foi quem se chegou à frente).

Vamos a isso?

a Mãe dá (#07) - Coffrets Mustela - Vencedor

Temos vencedor para o coffret exclusivo da Mustela que vem com o perfume e com o Musti em azul!
Foi o Zé Maria que, para bebé, tem o cabelo um bocadinho grisalho. Ehehehe.




Parabéns Zé Maria e mamã Joana (vai acabar a usar o Musti como seu perfume tal como nós as duas, vai ver)!

Já enviámos a morada para a Mustela e eles procederão ao envio. :)

a Mãe dá (#06) - Bomba de leite Bébéconfort® - Vencedores

Hã? Depois não digam que não sei quê.

Mãos livres, não precisamos de estar direitas, dá para por por dentro do soutien, é mais silenciosa... parece que a Bébéconfort® fez um focus-group com gente que sabia do que estava a falar.

Para quem já costuma tirar leite, sabe perfeitamente que estas características são uma bênção. São, são! 

Ora, quem ganhou este "magnífico automóvel"?

Vou fazer agora aquilo do random.org, só um momento!






Ana Filipa A. Augusto de Almancil 


e



Natália Miranda de Póvoa de Varzim!



Parabéns!! ;)




Vamos passar as vossas moradas à Bébéconfort® e eles procederão ao envio, ok? 


2.20.2015

Inventam tudo (#09) - Sem água nojólhos!

Se os vossos filhos forem esquisitinhos como o meu irmão era, que praticamente não queria tomar banho para não levar com a água nojólhos, das duas uma: ou vai de banho à gato, com toalhetes ou compressas com água lavante ou compram uma coisa destas:


Skip Hop
Dizem eles que a borda é flexível e que se ajusta ao encostar à cabeça dos putos. Fiquei curiosa.

Já alguém experimentou isto? Resulta ou é tanga?

Gastei 20 euros por causa do meu duplo queixo.

Vale a sempre a pena sair. Nem que se vá completamente enroladas naquilo a que chamamos kispos, mas que não passam de edredões para pessoas.

Aproveitamos para ir ao Alvito. Ela adorou ver os patinhos logo à entrada. Perguntei "como fazem os patinhos" e ela respondeu "ão, ão, ão", por isso pude verificar que sim, era minha filha (como se o facto de ter saído de dentro do meu pipi, não fosse suficiente). 

Estava muito frio e muito vento, mas fomos devidamente equipadas, julgo. Eramos as mais agasalhadas do jardim, mas nem foi por aí que demos muito nas vistas. Demos porque eu sou muita linda. 

Não, não foi por causa disso (mas sou, claro). 

Foi porque cometi a atrocidade de usar um selfie stick (aqueles tripés que são monopés para, supostamente, podermos filmar de outras perspectivas mas que o próprio fabricante sabia que ia ser mais utilizado para massajar o nosso ego) e isso deixava as pessoas em choque.

Eu sei que é esquisito. Sei. Parece que a pessoa tem um braço biónico e que, ainda por cima, não dá para perceber como é que as fotografias se tiram sozinhas (a Irene tinha o comando), mas não houve ninguém que não tivesse reparado na nossa presença. Se calhar foi só mesmo pelo facto de ser muita linda, nem teve nada que ver com o selfiestick.





Bom, isto para dizer que os pauzinhos já voltaram a estar à venda na Fnac se andavam doidas para comprar um. Para mim dá jeito porque, na maior parte das vezes, saímos sozinhas e quero que ambas apareçamos nas fotografias sem que eu pareça ter uma papada enorme por causa da posição a segurar o telefone. Sim gastei 20 euros nisto por causa da minha papada. Ridículo.



Borrifei-me para o vento. Dá fotos giras. E não só por eu ser muita linda.



Daqui a uns anos, a Irene vai perguntar o que é que a mãe tinha sempre na mão nas fotografias e eu vou dizer que, dantes, há 20 anos, para as pessoas tirarem fotos a elas próprias mais distantes (algumas pessoas mais parvas como eu), andavam com um ferro. Ela vai rir-se. 


O selfiestick? Nem se nota na foto! Só parece que fui amputada e que a minha prótese é uma muleta. 



Vale sempre a pena, sempre a pena. 

Ainda não sei se falo também do selfie stick,...

a Mãe dá (#08) - Bodies com Rosa com Canela

Vocês nem sonham a panca que eu tenho por artigos de papelaria/de escritório. Antes da defunta Papelaria Fernandes ter coiso, eu passaria lá os dias. Só a imaginar a quantidade de projectos que teria para todos os cadernos. Os desenhos a fazer com as canetas... e atenção! Isto ainda dura e já estive mais longe dos 30! Seja vergonha ou não, é um fetiche. Adoro. E conheci a Rosa com Canela no Facebook. Têm uma loja toda catita e tal aqui

Para quem sofra do mesmo mal que eu, a experiência de encomendar é incrível. Vem num saco todo giro, com estes embrulhos amorosos, cheios, cheios de amor de quem gosta mesmo daquilo que faz. 

Sim, estou a elogiar os embrulhos, mas o que querem? Gostei mesmo. Confesso que os meus gatos também adoraram os elásticos à volta deles... eheh.




Fui mendigar que eles nos oferecessem uma coisinha ou duas. Não tenho vergonha de admitir que quero tirar o máximo partido disto de ter um blog, sou parva? Se calhar sou, mas não nisto hehe. 





Achámos giro, tanto a Mãe como a Rosa com Canela oferecer-vos não os blocos e cadernos mas uma grande novidade e para os vossos bebés!

Eles também podiam "usar" os artigos de papelaria, mas já sabíamos que não iriam durar muito, não é? E, além disso, podem não saber lá muito bem. ;)


A novidade são os bodies que a Rosa com Canela tem para meninas e meninos bonitos! Gostam? 








Temos um body de menina e um de menino para oferecer! :)

Para participar é preciso:
1) Fazer like na página da Rosa com Canela
2) Fazer like na página d'a Mãe é que sabe (mas isso já está, não é?)
3) Partilhar publicamente este link no perfil do Facebook
4) Preencher o formulário em baixo (o link da partilha é o endereço do seu perfil do Facebook)

Condições:
O vencedor será anunciado dia 6 de março, sendo aceites inscrições até às 23h59min de dia 5 do mesmo mês.
Os vencedores serão escolhidos aleatoriamente através de random.org.
Só é válida uma participação por endereço de e-mail.


2.19.2015

Lambada ou abracinho?

Um dia a minha sobrinha, na altura de dois anos, deu-me uma estalada. E eu retribuí, zangada, naquele instante.

Gosto de aprender coisas novas, de ter bons argumentos nas discussões, mas acima de tudo quero desempenhar da melhor forma o meu papel de mãe. E acho que aquela coisa de confiarmos cegamente no instinto nem sempre poderá ser o mais acertado porque muitas das coisas que fazemos "por instinto" (quase todas) foi porque vimos alguém fazer e fomos construindo e moldando a nossa noção de certo e errado baseados nessa experiência.

Onde é que eu quero chegar com isto? Muitos acharão que tenho tempo livre a mais, mas o que é certo é que, se quando estava grávida me preocupava com as roupinhas, o quarto, o parto e se me preparava para os primeiros meses, agora ando a ler sobre educação. Disciplina positiva, mais especificamente.

Um dia a minha sobrinha, na altura de dois anos, deu-me uma estalada. E eu retribuí, zangada, naquele instante. O meu instinto assim mo ditou. A mãe dela estava ali e pedi imediatamente desculpa, mas ao mesmo tempo achei que aquilo era o correcto, que era "para o bem dela", tinha de lhe mostrar quem mandava ali.  

Mas que direito tinha eu de bater na minha sobrinha? Ou noutra pessoa qualquer? Mesmo tendo sido "só" um chega p'ra lá na mão, a intenção foi mostrar quem mandava ali. E que tal ter falado com ela, explicar-lhe que não se bate? Que exemplo estava eu a dar-lhe se respondi na mesma moeda? E porque é que achamos que "sacudir-lhes o pó" é legítimo e "para o bem deles"?

Agora questiono-me, porque, como mãe, não me imagino a bater na minha filha, nem a castigá-la.

Mas será que conseguirei manter a calma? É que para educar serenamente é preciso muita paciência e isso é coisa que às vezes não abunda por aqui.

Quem pensa que a disciplina positiva tem a ver com permissividade e que se está criar um tirano, está muito enganado. Ali há firmeza, mas com respeito pelo outro. Há "nãos", mas não há nãos "PORQUE EU MANDO!!!". Não há educação pelo medo. Há respeito, há dignidade e há muito amor.

Na teoria, parece-me fantástico. E na prática? . Li este caso e adorei. Acho que toda a família sai a ganhar, a curto e a longo prazo.


Alguém que aplique isto no dia-a-dia pode contar-me como está a ser a experiência?


*imagem weheartit.com

Está constipadinha? Dentes? Fome?

ou nenhuma das anteriores? A minha sogra diz que os dentes de cima a romper podem dar nariz a pingar e espirros, mas estou mais inclinada para estar constipada, sinceramente. Acho que muitas vezes atribuímos aos dentes muita coisa que não tem nada que ver. O meu marido bem me chama a atenção para isso, mas sempre que sou eu a fazê-lo "é porque é" e não quero saber. ;)

Isto de ser tudo dentes é como umas mães que li por aí na internet que dizem que a pílula que se toma no pós parto e durante a amamentação dá queda de cabelo, grandes dores de barriga, algumas hemorragias esporádicas, etc. Ninguém lhes terá dito que é mesmo assim o pós parto? Não é da pílula! Então, depois de fermentarmos um ser dentro de nós, acham que volta tudo ao sítio? Não. Daí recomendarem o intervalo de um ano e meio (se não estou em erro) até mandarmos vir o próximo... 



Voltando à Irene: tem muitos espirros, muito ranho, nada de especturação e o olho do lado do nariz entupido algo congestionado. Tirando isso, está birrenta, pronto. Odeio vê-la assim, incomodada e pouco feliz. :(

Infelizmente amanhã temos/tinhamos a entrevista para a tal revista de que temos vindo a falar e obviamente que se isto continuar assim que a Irene não vai para não pegar nada à Isabel. 

Já mandei mensagem à pediatra (sim, sou dessas), a ver o que ela diz. 

Sei que parece que estou a exagerar e, muito provavelmente, estou, mas ela em 11 meses a única coisa que teve foi uma febre de dois dias. 

O que posso fazer para a deixar mais confortável? O que acham que é?


*imagem do site We Heart It

Eu tenho um sonho

No meu sonho estou de pijama durante um fim-de-semana inteiro. E durmo, durmo, durmo, entregam-me em casa um pequeno-almoço digno de novela brasileira, leio uma revista da tanga, durmo, vejo um filme, entregam-me almoço em casa, não limpo nada, lavo os dentes - contrariada - vejo um episódio de uma série, durmo, durmo, durmo, entregam-me uma caixa de pastéis de Belém em casa, vejo mais dois episódios e adormeço, durmo, durmo, durmo e tomo um banho de espuma. Depois, levam-me sushi a casa, como e não arrumo nada, vou para o sofá, vejo um filme, vou para a cama, durmo, durmo, durmo. No dia seguinte, igual, mas em vez dos pastéis de Belém, croissants do Careca e em vez do sushi, uma pizza. 
Era só isto. 

[Entra um daqueles clichês para mostrar que se é boa mãe: "mas depois não acordava com o melhor sorriso do mundo" ou "mas não trocava a minha vida por nada", etc, etc]

Mas a sério, eram só 2 dias. 2 dias assim, até me cansar de não me sentir cansada.