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8.08.2017

"Tenho medo de não conseguir amar o segundo filho como amo este"

A frase não é minha, mas li por aí várias vezes escrita. Percebo-a. A primeira fase da gravidez da minha segunda filha foi vivida de uma forma tão pouco "dedicada", com tanto trabalho e cansaço, que chegava a ter receio de não vir a sentir o mesmo. Mas depois, pouco a pouco, fui-me apaixonando e aquele pequeno ser foi ganhando mais e mais espaço no meu coração. Quando nasceu, não tive qualquer dúvida. Que sentimento pleno, de pertença, que coisa arrebatadora! Depois do que me aconteceu no recobro, com operação de urgência e transfusões de sangue e todo aquele aparato e medo de morrer, que vos contei aqui, o amor pelas minhas filhas aumentou mais e mais (nunca achei ser possível sentir algo tão gigantesco), assim como o meu amor pela vida. Senti-me a ir e quando acordei, 6 horas depois, senti que me estava a ser dada uma segunda oportunidade. Chorei todas as lágrimas que tinha. Por não estar ao lado da minha cria, por não saber quanto tempo depois a ia ver e depois por ter medo do que me pudesse ainda acontecer e receio de demorar mais tempo a ir para casa, para a minha filha mais velha, de quem tinha muitas saudades. Accionei um modo qualquer de sobrevivência e, depois disso, não senti muito mais medo. Quis estar lá, bem e feliz, para as minhas filhas. Percebi, meses mais tarde, quando desatei a chorar quando me perguntaram pelo parto, que ainda havia algumas feridas por fechar. Agora que já não sinto mais nada de negativo em relação a esses dias, sinto que fechei esse capítulo, tanto é que fiquei meia triste (mas aliviada ah ah) quando fiz o teste de gravidez e tive a certeza de não estar grávida do terceiro. Agora só sinto amor. E cansaço (sim, porque ter dois filhos tem muito que se lhe diga).

E é sobre esse amor que vos quero falar. Ama-se o segundo filho tanto quanto se ama o primeiro. O amor não é mensurável, mas garanto-vos que o coração volta a bater com tanta força como com o primeiro filho. Que as lágrimas de emoção voltam a cair. Que a alegria de ver as pequenas conquistas deles é enorme. Que o desejo de os proteger de tudo chega a ser angustiante. Que o medo de não estar cá para os dois é gigante (mas mais vale nem pensar nisso). Que a vontade de lhes arrancar um pedaço das bochechas é praticamente incontrolável. Que o riso que nos sai, mal disfarçado, quando fazem asneiras é inevitável. Que as danças que fazemos juntas se prolongam cá dentro, mesmo quando a casa já está em silêncio.

Nada temam quanto a essa questão. Vão amar tanto o segundo filho quanto amam o primeiro. Podem amar diferente, apreciar coisas diferentes, aproveitar até melhor algumas coisas, por saberem que passa tão rápido, e pior outras, porque terão de repartir atenções. Mas esse sentimento inabalável de amor profundo, de amor que se sobrepõe a tudo, esse vai lá estar. Sempre.





Site aqui.
Podem ler também das nossas férias:
 
A mãe é que sabe VIAJAR: Azeitão e Arrábida


As férias na Fuzeta

Férias neste canto do algarve? Sim, sim sim

Quem está a trabalhar não devia abrir este post



 
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As 6 piores coisas de se ter dois filhos

Acusam-me muitas vezes de ser lamechas e romântica, que sou, mas acho que sou, também, realista. Por vezes realista queixosa e lamuriosa e, outras tantas, realista com sentido de humor. A melhor forma de encarar muitas vezes o sono, o cansaço, a falta de paciência é olhar para as coisas com um sorriso na cara e olhos rasgados, mesmo que cheios de olheiras. Já me aconteceu, muitas vezes, desmanchar-me a rir perante episódios que não lembram o diabo, por me colocar do lado de fora em vez de me ficar a consumir por dentro a vivê-los. Depois volto a eles, mas já descomprimi. A hora de adormecê-las é muito difícil, principalmente agora que a Luísa demora muito tempo e quer saltar na cama e meter-se com a irmã. Mas não só. Por isso, acreditem: ter dois filhos é o melhor que me podia ter acontecido, há momentos que me enternecem a alma, mas há alturas em que, se pudesse, preferia arrancar um mindinho do pé. :)

Quais são então as piores coisinhas de ter dois filhos?

1) Hora de dormir. 

Estão a ver quando têm um filho que demora 40 minutos, 1 hora a adormecer? Imaginem agora esse tempo a duplicar ou a triplicar. Se adormecem primeiro um e depois o outro, somam tempo. Se os adormecem aos dois ao mesmo tempo, ficam excitados e "querem conversa" e demoram ainda mais. O que resulta melhor por aqui é, quando há essa possibilidade, cada um dos pais adormecer um filho. À hora de dormir acrescento esta: quando se acordam uns aos outros (rrrrrrrrrrrr). Felizmente, a Isabel já dorme melhor e é raro acordar com a Luísa, mas o contrário já aconteceu (porque a Isabel fala - e ralha - durante os sonhos.

2) Duelo de titãs

Não se fiem nos primeiros tempos de namoro e colinhos e coisas boas. Chega ali a uma fase que é ver o mais velho a afiambrar no mais novo, o mais novo aprende e passa a afiambrar também no mais velho; ele é palmadas, beliscões, mordidelas, um cocktail explosivo de pancadaria que nos leva às lágrimas sem saber bem o que fazer.

3) Hora das refeições

Nem sempre é um caos, mas quase sempre. Uma começa a cuspir a comida, a outra acha que se pode levantar da mesa, a mesma que sempre gostou de ervilhas mas agora, como são verdes, diz que já não gosta (vai de fazer um coração com as ervilhas, se não as comeu logo que foi uma maravilha e no dia seguinte pediu mais), a outra mete as mãos na água, a mais velha acha piada e mete arroz no copo. É um espectáculo. Por isso, acabamos por ir comer pouco fora. Lá para 2021.

4) O segundo leva com açúcar, fritos e televisão bem mais cedo

Estão a ver aqueles cuidados todos que se têm com o primeiro filho? Com o segundo... (quase) tudo muda de figura. No início, o mais velho tem de perceber que não pode dar um bife ao bebé, mas, em passando aquele período inicial, torna-se mais difícil respeitar, porque o bebé já tem "quereres". Já não dá para ver a irmã a comer um epá e distraí-la com um elefante. Os segundos acabam por provar de tudo e acabam por conhecer o Panda também mais cedo. Paciência. O segredo está na moderação (é muito raro fazer batatas fritas em casa, por exemplo, e tento que a mais velha veja televisão só ao fim-de-semana).

5) As birras

Dizem-me que ainda não vi nada. Que vai piorar. Acredito que sim. Porém, já tive demonstrações do  potencial destas duas. O pior é quando uma está a chorar e a outra começa também, por contágio. Então se for a andar de carro, lá atrás, é de bradar aos céus. Já cheguei a fazer algo pouco ortodoxo como levantar o volume do rádio. Ufa, que alívio (e lá acalmaram).

6) Nem sempre conseguir estar lá para as duas.

Acontece, muitas vezes. Uma querer jogar às cartas, tarefa impossível com a mais nova por perto. A mais nova querer mama quando estou com a outra na água do mar. É arranjar estratégias, dar-lhes a volta, mostrar alternativas e explicar-lhes tudo. Converso muito com elas (às vezes achamos que não vão entender - e não entendem - mas com o tempo, vai lá), e as cedências, o ter paciência, o saber esperar farão parte da vida delas. Lá para 2025.


Posso estar a esquecer-me de alguma coisa. Por isso, sintam-se à vontade para completar a lista ;)








{Fatos de banho Principessa}


Ler também: 
Isto de se ter dois filhos (que escrevi quando a Luísa tinha 5 meses)


Texto original e comentários aqui.

 
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6.30.2017

Será que vou ao terceiro?

É inevitável sentir-me assim. Eu, que já jurei a pés juntos que não vou ter mais filhos - quem mais jura mais mente?-, fico de pernas a tremelicar só de estar perto de um recém-nascido. Se o tiver no colo então, quentinho, com aquele cheiro que só eles têm, é como se nada fosse mais sagrado. Fui conhecer o filho de uma das minhas melhores amigas, o Lourenço, e desejei, secretamente, ter mais um, meu. Não há nada mais doce, mais bonito, mais puro, do que um bebé acabado de chegar ao mundo. É luz, é redenção, é oportunidade, é recomeço... são páginas em branco por escrever. É enternecedor ver um ser tão pequenino no colo da sua mãe - e que mãe! Ver a minha amiga ser mãe, tão cheia de amor e instintos, a saber dançar já tão bem esta dança - mesmo que com todas as dúvidas e receios que qualquer mãe tem, sempre, a vida toda - deixa-me tão feliz! Ainda hoje os imaginei a darem colo um ao outro, a conhecerem-se melhor, a serem um. É mágico. Tem muito de difícil, sim, não me posso esquecer. Visto de fora, por apenas algumas horas, é um romance. De dentro, é romance, é drama, é trágico-cómico. Mas é um começo e os começos têm tanto de energia e corações palpitantes como de receios e hesitações e cansaço. Passa tão depressa. Passa mesmo. Ainda agora a Luísa me cabia num braço e já preciso do corpo todo para lhe dar colo. Já está a andar pelo próprio pé, a mandar beijinhos e a fazer birrinhas em que se manda para o chão e bate com a perna direita duas, três, quatro vezes e ainda ontem era só maminha e colo e maminha e colo. 

Adoro recém-nascidos. Adoro tudo o que eles representam e são. Adoro a fragilidade, o tamanho, a dependência, as boquinhas. 

Adorei conhecer o Lourenço. Que tenha a melhor das infâncias e um futuro brilhante. Meu sobrinho emprestado. Tudo começa agora. Para ele, mas também em cada um de nós há uma sensação de recomeço, ao sermos todos mais felizes por ele existir.




Ah! Mas e o título? Será que vou ao terceiro? A resposta mais provável é não. Um dia explico. 

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6.16.2017

Não se fiem em tudo o que vêem

Para o bem e para o mal. :)

A Luísa e a Isabel são a coisa mais querida juntas, dão muito mimo uma à outra, é uma maravilha vê-las juntas, MAS, como em todas as relações, há quezílias. As quezílias neste caso são motivadas por sabe-se lá o quê - ciúmes, posse, brinquedos ou só porque sim. E, por muito que pudessem pensar que era a Isabel que afiambrava na irmã, agora é, na maioria das vezes, a Luísa quem pega na sua mãozinha sapuda e STA STA - vai de palmada, de beliscão, de puxão de cabelo e até de mordidela. Seria de esperar que a Isabel respondesse na mesma moeda, mas por acaso não. Ou começa a fazer-nos queixa, ou a dizer "oh Luísa, isso dói!" ou a chorar (tem o nariz todo arranhado). E se dói! Também já fui vítima. Começou na semana passada a ser algo mais regular (já me tinha mordido na maminha algumas vezes) e eu espero que seja só uma fase.

- Dizemos que NÃO se faz
- passamos a mão na nossa cara a dar festinha
- e desviamos atenção para outra coisa

mas até agora não está (ainda?) a resultar.

Claro que não é propositado para aleijar, deve gostar de ver a reacção e a atenção que causa, mas custa-me vê-la a fazê-lo. Espero que passe rápido. Tempos melhores virão (e outros desafios).

Se tiverem conselhos, digam :)

Por acaso aqui a Luísa não lhe estava a fazer nada de mal, a Isabel é que percebeu que se fingisse que chorava, a irmã lhe ia dar mimo <3

Mas aqui, por exemplo, beliscou-a!

Fatos de banho Zippy


   
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5.10.2017

Tenham dois filhos, já!

É óbvio que não vos estou a dar este conselho assim gratuitamente e do pé para a mão. Cada família tem de apalpar bem o terreno, fazer contas à vida, pensar bem, que isto de se ter filhos não é propriamente algo que se possa decidir irreflectidamente. Queremos que nada lhes falte, antecipamos de certa forma o futuro e todos os custos inerentes e queremos estar numa boa fase da nossa vida, com paciência e disponibilidade, tempo e muito amor. No nosso caso, foi também com uma boa dose de loucura. Numa fase em que a Isabel estava a dormir melhor - e desde sempre com a ideia de que não queríamos deixar muito tempo entre ambos os filhos - pumbas. Foi tão rápido que nem tivemos tempo de digerir bem a novidade​ (sorte a nossa, claro). Houve dias em que duvidei, dias em que disse para mim que devíamos ter esperado mais, dias em que achei que ia pirar, mas no fundo sabendo que foi o melhor que podíamos ter feito. 

Ontem às noite demorei quase uma hora a adormecê-las (já ficam num pagode e querem é converseta, uma mete a perna por cima da outra e ri-se (a Luísa, danadinha), a outra manda a irmã calar-se e faz queixinhas e andam naquilo não sei quanto tempo até eu me enervar (costumo meter a Luísa no meio a mamar e vou dando festinhas à Isabel mas acho que vou ter de mudar de estratégia porque fico com uma veia da testa a querer sair de tanto me enervar). É giro assim visto de fora e lá nos primeiros minutos mas quando vejo que não mando nada e que não consigo meter ordem naquilo começo a ficar quentinha e lá tenho de partir para as ameaças fofinhas de as separar e de dizer que vão ter de adormecer cada uma no seu quarto. É, neste momento, o único momento em que me enervo mais por serem duas (mas mais porque sou eu que quero sair dali e ter um tempo só para mim, elas não têm culpa...). De resto, já se faz (quase) tudo com uma perna às costas - até almoçar com as duas sozinha já fui, coisa que até aqui era impensável. Já tive um ano de treino também (1 ano!!!). Vamos ganhando calo e o melhor dos nossos dias sobressai mais! Adoro ver as dinâmicas entre elas, a Luísa a pedir "dá" à irmã e ela a partilhar (ou não eheh), a Isabel a contar-lhe histórias ou a ensinar-lhe coisas (ou a ralhar ou até com uma mãozinha mais leve...), os abraços e os beijos que me deixam uma aguinha nos olhos... E a Isabel a defender a irmã?... É maravilhoso. Por isso - tendo as condições todas que acham que têm de estar reunidas  - vos digo: tenham dois filhos, já! É bom demais. 









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4.15.2017

Ela quer dois irmãos e agora?

Quem não quer? Não consigo imaginar nenhuma criança que pense que gostaria de ser filha única para o resto da vida. Eu sinto que tive as duas experiências, por acaso. O meu primeiro irmão nasceu quando eu tinha 10 anos e o outro quando eu tinha 20. 

Mesmo assim, apesar do primeiro irmão, sinto que sempre fui tratada como filha única pela minha mãe. E não vejo isso de ser "filha única" como uma desvantagem. Nunca percebi muito bem o "mimo demais", o "nota-se mesmo que és filho único". Acho que não é preciso ter irmãos para se perceber uma data de valores. Percebe-se também tendo-os, mas se não se tiver, pode-se chegar lá na mesma. 

No outro dia, quando conhecemos este cão maravilhoso de uns vizinhos nossos, ela fartou-se de dizer que "A Necas é irmã do cão". 

O Frederico olhou de lado para o cão e tentou encaixá-lo na minha agenda para conseguir averiguar onde é que o Melvin e eu tínhamos trocado algumas carícias. O que é facto é que tanto saindo ao Melvin como ao pai, teria o mesmo formato de olhos, mas não me vou alongar para ver se me escapo a esta questão como uma senhora. 


O mais giro foi, no outro dia, quando a Irene disse que queria ter dois irmãos: uma menina chamada Helena e um menino chamado Farmácia.


Quando antes me falava de irmãos e eu ainda estava indecisa, confesso que me tocava mais no coração. Agora, mais racional, percebo que é um grau de parentesco que está a perceber e que já vai reconhecendo nalguns amigos como a Luisinha e a Isabel. 

Já lhe tentei explicar que a mãe tem uma coisa no pipi chamada DIU, mas ela perguntou se dava pontapés e se um dia ia sair quando eu fizesse força. Expliquei que esperava que não que se quisesse que mais coisas saíssem do meu pipi, poderíamos experimentar ter um farmácia para ver até se deixava de ter de comprar Ben-u-Ron. 



Olhem lá se o rapaz não é sensual? Os donos que me perdoem estes innuendos. Senti que havia clima entre os dois, mas nunca fui avante, não se preocupem.


Outros textos: 

"Quando é que eu tenho o próximo?"

"Ela pediu-me um irmão." 

"Vou pôr um DIU."

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3.31.2017

10 meses de nós. As três.

Cada pessoa é um ser único e especial. A Luísa é das pessoas mais bonitas que o universo já criou (eu limito-me a fazê-la crescer o melhor que sei e consigo), mas apercebo-me de que ela É COM a Isabel. A ver se isto não resvala muito para o esoterismo nem fico a parecer um guru, mas a vida da Luísa, apesar de una, é-o com a irmã mais velha. Por isso, quando comemoro os 10 meses dela, não consigo separá-la da irmã, muito menos de mim. Temos sido um trio fantástico. Com o pai somos os fantastic four.
Nem nos meus sonhos de adolescente, que sonhava em ser mãe, eu imaginava que poderia ser isto. Nem nas minhas brincadeiras de infância, em que era mãe da Matilde e do Francisco, os meus bonecos de porcelana de olhos azuis e tão reais, cheios de canudos louros, que eu deixava no colégio - ali no cantinho do meu quarto - enquanto eu ia para a escola primária, eu poderia sonhar que ter uma família seria isto. É uma corrente inquebrável. É um porto seguro. É uma união que tem tanto de responsabilidade como de magia. Quando digo que me realizo a ser mãe, que sinto que foi para isto que eu nasci, tenho sempre uma ou duas pessoas a dizerem-me que sou obcecada ou que tenho de ter cuidado. Teria de ter cuidado, sim, se isto não me realizasse. Seria obcecada se este sentimento que me ultrapassa me desse para fazer o mal, para colocar as minhas filhas em redomas, com medos de tudo e de todos, se me levasse a ter ciúmes doentios, se isso colocasse a minha (e a delas) saúde mental em risco. Isto é o que me faz feliz, de coração. Dedicar-lhes o meu tempo, brincar com elas, dançar, conversar, passear com elas e com o David. Que mal poderá ter uma pessoa dedicar-se àquilo que mais gosta? Que mal poderá ter ser-se fiel ao que se sente? Em podendo, cumprir um sonho que só nos traz felicidade não é o ideal? Calma, eu tenho outros interesses, eu vejo filmes e séries (menos do que desejaria, mas é a vidinha!), leio artigos de jornal e revistas, namoro (ok, anónima preocupada com a minha relação?), cultivo as minhas amizades... No fundo, o que mudou - e não foi pouco - foi: a minha localização geográfica, não ter um trabalho convencional que me obrigue a cumprir horários ou a estar sempre disponível a qualquer hora, não ter ordenado fixo, estar em casa com a minha filha e dar mais apoio à mais velha e no meio disto tudo resistir a fazer coisas em casa (lavar, aspirar, arrumar) porque não faria mais nada. As prioridades mudaram, a minha disponibilidade mudou, mas o meu sonho cumpriu-se. Há 10 meses.

Nestes 10 meses fui mais feliz do que alguma vez achei que seria. Às vezes ainda tenho momentos em que me apetece beliscar para ter a certeza de que é real. Teve momentos duros, em que duvidei de mim, mas nunca deixei de acreditar que fiz a escolha certa. 

Obrigada Luisinha, por fazeres de mim a mãe de duas mais feliz do mundo. Obrigada, David. Porque sem ti este trio que aqui vemos nestas fotos não estaria tão feliz, tão unido e tão realizado. Escrevi-te numa mensagem esta semana "juntos somos bué fortes", como se de uma adolescente de 14 anos me tratasse e rimo-nos, mas é bom que este nosso amor mantenha sempre esse lado pueril. 
Obrigada, Isabel, por teres recebido a tua irmã como era esperado: com amor, com carinho, com um turbilhão de emoções que é bom que exteriorizes para que possamos ajudar-te sempre. 
















Fotografias - Yellow Savages

Obrigada à querida Inês por estas fotografias tiradas ali num instantinho no meio da festa. Adoro!

Vestidos das miúdas e calças e camisola da mãe - C&A

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11.23.2016

Ao meu irmão

Às vezes acho que devíamos estar mais. Abraçar mais, beijar mais, rir mais. Estamos demasiado afastados, apesar de à distância de uma chamada. Nunca gostámos muito de falar pelo telemóvel. Preferimos almoços ou esparramarmo-nos no sofá da sala, apesar de o fazermos poucas vezes. Eu fui mãe e vim morar (mais) longe, tu tens um restaurante e todos sabemos a dedicação que isso implica. Ambos sabemos que estamos no coração um do outro.

Mas eu não me quero desapegar de ti, mano. Não quero deixar de recordar os momentos em que nos dávamos como gato e rato, o teu espanhol até teres ido para a primária ou a forma como dizias "vitaminas" (menimeni), as batatas fritas que ficavam no prato porque odiavas, a vez em que partimos a televisão lá de casa com as nossas ginásticas acrobáticas ou a vez em que mandaste uma vassoura do sexto andar, que partiu um vidro de um carro, novo por sinal. A vez em que nos mascarámos, eu de índio e tu de cowboy. As vezes, aliás, que não havia dinheiro para comprar outras. Houve uma vez em que trocámos. A falta de paciência que eu tinha para te ajudar a fazer os trabalhos de casa. Aquela vez em que te esqueceste de avisar que tinhas um trabalho de colagens para a escola, para o dia seguinte, e ficámos a fazê-lo noite dentro (e ainda estraguei as calças emprestadas pela Priscila com cola!). As férias na Caparica na casa dos primos e, mais tarde, no Algarve. Sempre acompanhámos os pais em férias, mesmo já adultos, porque sempre adorámos estar em família. Continuo a adorar. 

Nem acredito que aquele miúdo que às vezes me dava umas valentes marretadas se tornou num homem maravilhoso de 28 anos e num tio "Fequico" cheio de paciência. 

Amo-te, querido mano. Nem consigo imaginar a minha vida sem te ter tido. 

Parabéns, Frederico. Para sempre "Tita", mesmo que não gostes. Foi assim que te baptizei por ser gaga e por ser tão difícil dizer o teu nome. Parabéns, meu Tita.

Sabes aquele dentinho preto que tinhas, depois de teres caído? Dá-me um jeitão agora com a Isabel - identifica-se contigo, por ter o dente partido! ;)

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11.09.2016

Isto de se ter dois filhos

Há dias difíceis. Duros. Intermináveis. 
Mas terminam. E, quase sempre, com um quentinho no peito. 
Mesmo que as lágrimas de cansaço teimem em cair.
Mesmo que achemos que podíamos ter feito mais, estado mais, sido mais.
Os dias são um comboio em alta velocidade que às vezes descarrila. Basta uma peça sair do lugar. Uma preguiça a falar mais alto. Um trabalho constantemente interrompido pela mais nova, sedenta de atenção. Não ter o jantar feito com antecedência. Uma sesta que não aconteceu na escola. Não ter o pijama que ela queria lavado. O bebé dela ter ficado no carro do pai, que vem mais tarde. 
As birras são o mais difícil de suportar. Ainda não sei lidar bem com elas. Afligem-me. Menos agora, mas ainda fazem mossa. As no carro já não. Já conto com elas, já sei que há ali uns dois, três minutos de choro, de descompressão. Depois passa. Agora todas as outras, mais imprevisíveis, ainda me desgastam. Mas acabam quase sempre a bem, com abraços, com beijos, com conversas enormes na cama, depois da história. Tudo se resolve. 
E depois há coisas que me comovem. A relação delas que, em cinco meses, já significa tanto.
A Luísa muda de expressão quando a vê e todo o corpo se movimenta, qual explosão de foguetes e fogo de artifício demorado.
A Isabel já sabe que é para sempre. Mas mais do que o carinho, os beijos e as festinhas, o que me emociona verdadeiramente é a preocupação com a Luísa. Não a pode ver chorar.
Ontem, foi para o pé dela, que estava de barriga para baixo no tapete, conversar e acalmá-la: "Luísa, a mana está aqui. Não chora. A mana está ali a desenhar, mas já vem." Assim que se afastava, a Luísa choramingava. A Isabel voltou, decidida a fazê-la rir. "Salta, salta, salta!". Descobriu que esta palavra, repetida três vezes, fá-la dar gargalhadas. E deu.
Se há coisa mais deliciosa do que esta ligação, do que esta preocupação com dois anos e meio, não conheço!
É nestes momentos que confirmo que está tudo bem. Que estou a fazer algo bem. Que foi no tempo certo. Que tudo faz sentido.
Por isso, se me perguntarem, respondo. Isto de ter duas filhas com idades próximas foi a melhor coisa que me aconteceu. Foi a nossa melhor decisão. Mesmo que haja momentos caóticos, eu só tenho de respirar fundo e lembrar-me da maravilha que são aquelas conversas entre dois seres tão pequeninos, mas já com tanto amor dentro deles.





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8.05.2016

A Luísa é parecida com quem afinal?

Estamos naquela fase em que todos tentam dar palpites: cara do pai, cara da mãe, muito parecida com a mana, nada a ver com a mana, igual ao primo do tetravô.

Eu não faço a mínima ideia. Já a achei parecida com o David (queixo e boquinha igual, assim como as entradas e o remoinho), já a achei muito parecida com o meu irmão quando ele era bebé (estão a ver, não estão? eheh), tem coisas da irmã, mas não a consigo achar uma cópia. Meu? O nariz de batatinha.
















Tirei-lhes estas fotografias quando estávamos de férias nas Casas de Campo Vila Marim, no Douro. Até o parque dos baloiços tem uma vista linda, em Mesão Frio. Modéstia à parte, ficaram bem giras. Vá, não é mérito da fotógrafa, a lente da máquina é boa. ;)

O que acham, são parecidas?



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Ciumeira a dar tréguas!

Sinto-a mais calma. A calma da Isabel é inversamente proporcional à correria do dia a dia e ao nosso stress. Parece-me um raciocínio um bocado óbvio e não sei por que é que não nos lembramos disto mais vezes. 

Quando temos mais tempo para eles, quando lhes damos mais tempo até para se calçarem sozinhos, para comerem sozinhos e sujarem tudo, quando dedicamos tempo a ouvi-los e os despachamos menos para os tablets, estamos a dizer-lhes que eles conseguem, estamos a dar-lhes mais segurança.

Acho que já percebeu que a Luísa faz parte das nossas vidas e que precisa muito da mamã. Parece-me mais conformada e as conversas que vamos tendo parecem ter ajudado. Os ciúmes estão a dar tréguas. Não acredito que desapareçam nunca, e é normal que assim seja, mas está a começar a lidar melhor com tudo. Acho que também foi importante não nos termos tornado agressivos (mesmo que algumas birras e "chapadinhas de amor" na mana às vezes estivessem mesmo, mesmo a pedi-las, que ninguém é de ferro...), mas também não nos termos tornado sido demasiado permissivos e "nhonhós", para compensar. Andámos um bocado às avessas, mas acho que encontrámos um meio termo "saudável". Principalmente agora nas férias, com a Luísa mais calma, consigo encontrar mais tempo para a Isabel e para as nossas patetices. Brincamos muito, fazemos muitas bombas e damos mergulhos, damos muitos abraços e beijos. Dormimos juntas. Que estes momentos se prolonguem pelos dias, pelos meses, pelos anos fora.







Descubra as bóias salva-vidas nesta imagem. :):):)


Podem ver as outras fotografias nas Casas de Campo Vila Marim neste post: Diário das férias - o início. E neste: Diário das férias - #lovedouro.


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8.03.2016

Irmãs mais fofas

A Isabel pede, todos os dias, para pegar na mana ao colo. Quer estar por perto, beijá-la, abraçá-la, falar com ela. Mostra-lhe coisas, faz-lhe perguntas, quer que agarre nos bonecos para brincar. Já lhe consegue arrancar sorrisos. Só não gosta muito que a Luísa durma tanto e adora ir dar-lhe festinhas e abraços quando o anjinho está calminho... Mas depois não gosta nada de a ouvir chorar. Fica preocupada e avisa-nos que a bebé tem "doidoi na barriga" ou "precisa de maminha". "Papa e arroz não, não tem dentes."
Coisas boas da mãe. ❤️









Estamos de férias nas Casas de Campo Vila Marim.


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7.19.2016

Respirar fundo, todos os dias.

Não tem sido fácil gerir duas bebés, já tinha desabafado aqui e aqui. No fundo, este blogue acaba por ser o meu psicólogo e ouvir as vossas histórias faz com que não me sinta tão desamparada. Aquela coisa do "o que não nos mata, torna-nos mais fortes" deve ser mesmo verdade, mas até nos sentirmos mais fortes, vai-nos saindo do couro. Acho que se soubesse meditar e se conseguisse ver tudo de fora, custaria menos, mas infelizmente não tenho (ainda) esse poder. Ainda só consegui fazê-lo uma vez. 

No outro dia, ao final do dia (chamo-lhe a "hora do fim do mundo"), era este o cenário: Luísa a chorar baba e ranho, agitada, e eu a tentar dar-lhe mama em pé e Isabel a jantar numa mesinha da sala, com a bisavó Rosel a ajudar, a levantar-se a cada minuto e a andar debaixo das minhas saias, dizendo "bebé não, mana não". Como me prendeu uma das pernas, tentei sacudi-la para que não caíssemos, ela desequilibrou-se e, com um pé, derrubou o prato da comida. Arroz, carne, cenoura aos bocadinhos espalhados pelo tapete, Isabel num pranto que só visto, a apanhar cada bago de arroz e a comer, eu a dizer-lhe que havia mais comida na cozinha, a pedir-lhe que parasse de chorar, a Luísa a chorar e eu, curiosamente, em vez de chorar, desatei a rir-me. E nem sequer era de nervoso, achei mesmo piada à situação. Só tive pena que não estivesse a ser filmado. Disse logo: "a avó é minha testemunha!" Nesse dia, a Luísa ainda não tinha feito nenhuma sesta de jeito, andou a chorar todo o santo dia e a Isabel tinha acordado com os pés de fora. Nessa noite, contrariamente à boa disposição com que encarei aquele episódio, chorei muito. Depois de as ter adormecido, nem jantei, fui para a cama desabar um bocadinho. No outro dia, acordei bem-disposta, valha-nos isso e a partir daí, tenho tentado fazer esse exercício: respirar fundo, todos os dias. Tentar ver tudo de fora. Perspectivar, relativizar, acreditar que melhores dias virão. E vêm, vêm mesmo. Já os tive. Vão-se intercalando, para que não criemos falsas expectativas e para que também não nos apeteça ir ali falecer um bocadinho.

Ficámos as três em Évora estes dias, em casa dos sogros. Vou publicando uma ou outra fotografia no meu Instagram


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