Já sei que este vai ser mais um post sujeito a más interpretações não só pelas mães que já me pegaram de ponta por eu ser muito opinativa e, acima de tudo, sarcástica quando escrevo, mas também por profissionais desta área que vou mencionar que, apesar de esperar que não façam parte deste sub grupo que vou referir, vão, na mesma, desnecessariamente, dizer que não é o caso deles, blá blá.
Em vez disso, sugiro que me expliquem a razão pela qual acontece o que acontece e o que poderia ser feito para alterar isso, o que poderá estar ao nosso alcance. Acho mesmo que é um assunto sério. Não estou a escrever para ofender alguém, estou a constatar factos. Não digo que estas pessoas sejam a maioria ou a regra, mas que as existem, existem (são como as bruxas).
1 - Faço parte de vários grupos de amamentação no facebook, com mães de norte a sul do país e são demasiados (sendo que, neste caso, um já era em demasia) os casos em que enfermeiras (algumas, ok?) fazem comentários ignorantes e ridículos sobre o leite da mãe, o peso dos bebés, a forma de amamentar, a introdução da alimentação complementar, etc.
Como é que é possível não haver umas reuniõezinhas de pessoal para comunicar as novas recomendações e descobertas relativamente ao aleitamento materno e consequentes timings de alimentação e de aumento de peso? Isto, já para não falar do facto dos próprios profissionais não sentirem, por brio e profissionalismo, a necessidade de se actualizarem, dada a importância do seu trabalho. Nós confiamos nas enfermeiras. Se elas nos disserem que "o leite da mãe é fraco", vamos para casa e só veremos sinais no bebé de que está a morrer à fome (mesmo não estando) e vamos embuchá-lo de leite artificial e fazer pior, muito pior. Tudo por um comentário ignorante (já que, quanto à nossa insegurança não conseguimos fazer grande coisa, ainda para mais nestas fases) e falta de apoio. Isto põe em causa todo o nosso sistema de confiança. Se as enfermeiras (algumas, ok?) não sabem o que dizem, em quem podemos confiar?
No meu caso, apesar de ser sempre atendida por enfermeiras muito simpáticas, algumas (apesar de, lá está, serem todas umas queridas) me aconselharam coisas estúpidas (porque me informo) sobre o aleitamento materno: desde que o "leite gordo" sair logo no início e, portanto, não terem de ficar mais de 10 minutos à mama (!!!!!!!) a dar só de uma mama, para ter sempre a outra cheia (!!!).
(Existem duas fases no leite, a primeira mais centrada numa "injecção de defesas" e a segunda, mais nutritiva. Ambas são cruciais para o bebé. O bebé pode não querer beber das duas em todas as mamadas e mamar só por carinho ou sede, por exemplo. Tempos para mamar é coisa que não deve existir em "livre demanda" e as mamas não são garrafas, não se esvaziam.)
2 - Por que é que muitos pediatras não têm uma formação adequada sobre amamentação? E, se não a têm nos seus cursos (acho que são poucas horas), por que é que não procuram tê-la? Pode ser útil para descortinar comportamentos mais diferentes nos bebés ou, melhor, até para os ajudar a recuperar mais facilmente de um problema qualquer. Visto que, muitas vezes, têm de fazer o papel de psicólogos, se conseguirem dar o apoio que a mãe precisa, podem fazer bem a toda a uma família.
Li relatos inclusivé de uma mãe que foi ao pediatra e que o pediatra lhe apertou uma mama (!!!! como se houvesse algum motivo para um pediatra nos apalpar uma mama) e, como não saiu um esguicho que ele considerasse aceitável (vá-se lá saber porquê), disse à mãe que ela tinha pouco leite.
Outros pediatras, alegadamente, têm parcerias com marcas de leite artificial mas não quero mesmo acreditar nisso. A sério que não. Acho demasiado grave e far-me-ia sentir completamente à toa. Mais uma vez, se não podemos confiar nos médicos (alguns, ok?), em quem vamos confiar?
Pelo menos, se não têm essa formação ou vontade de a complementar, saibam reencaminhar as pacientes (ou clientes, como até me faz alergia dizer) para quem as possa ajudar.
Como podemos mudar isto? Já passaram por alguma destas situações?
Para mães que estejam a passar por alguma coisa menos boa na amamentação aconselho-vos vivamente a aderirem a grupos de amamentação no facebook, a ligarem para o SOS Amamentação, consultarem Conselheiras de Aleitamento Materno.
Aqui e aqui podem também encontrar algumas das principais dúvidas esclarecidas por uma CAM. Estou a tentar fazer a minha parte. :)
*Imagem do site We Heart It.
No meu caso, apesar de ser sempre atendida por enfermeiras muito simpáticas, algumas (apesar de, lá está, serem todas umas queridas) me aconselharam coisas estúpidas (porque me informo) sobre o aleitamento materno: desde que o "leite gordo" sair logo no início e, portanto, não terem de ficar mais de 10 minutos à mama (!!!!!!!) a dar só de uma mama, para ter sempre a outra cheia (!!!).
(Existem duas fases no leite, a primeira mais centrada numa "injecção de defesas" e a segunda, mais nutritiva. Ambas são cruciais para o bebé. O bebé pode não querer beber das duas em todas as mamadas e mamar só por carinho ou sede, por exemplo. Tempos para mamar é coisa que não deve existir em "livre demanda" e as mamas não são garrafas, não se esvaziam.)
2 - Por que é que muitos pediatras não têm uma formação adequada sobre amamentação? E, se não a têm nos seus cursos (acho que são poucas horas), por que é que não procuram tê-la? Pode ser útil para descortinar comportamentos mais diferentes nos bebés ou, melhor, até para os ajudar a recuperar mais facilmente de um problema qualquer. Visto que, muitas vezes, têm de fazer o papel de psicólogos, se conseguirem dar o apoio que a mãe precisa, podem fazer bem a toda a uma família.
Li relatos inclusivé de uma mãe que foi ao pediatra e que o pediatra lhe apertou uma mama (!!!! como se houvesse algum motivo para um pediatra nos apalpar uma mama) e, como não saiu um esguicho que ele considerasse aceitável (vá-se lá saber porquê), disse à mãe que ela tinha pouco leite.
Outros pediatras, alegadamente, têm parcerias com marcas de leite artificial mas não quero mesmo acreditar nisso. A sério que não. Acho demasiado grave e far-me-ia sentir completamente à toa. Mais uma vez, se não podemos confiar nos médicos (alguns, ok?), em quem vamos confiar?
Pelo menos, se não têm essa formação ou vontade de a complementar, saibam reencaminhar as pacientes (ou clientes, como até me faz alergia dizer) para quem as possa ajudar.
Como podemos mudar isto? Já passaram por alguma destas situações?
Para mães que estejam a passar por alguma coisa menos boa na amamentação aconselho-vos vivamente a aderirem a grupos de amamentação no facebook, a ligarem para o SOS Amamentação, consultarem Conselheiras de Aleitamento Materno.
Aqui e aqui podem também encontrar algumas das principais dúvidas esclarecidas por uma CAM. Estou a tentar fazer a minha parte. :)
*Imagem do site We Heart It.