6.01.2018

Tu não tens instinto maternal!

Quando acabámos de ser mães e parece que tudo uma montanha russa na qual andamos por pressão dos amigos: quando metemos os cintos pensamos "o que é que estamos a fazer aqui?". E, da mesma maneira que ninguém tem grande lata para dizer ao senhor da montanha russa "ahhhh estou cheia de medo, posso sair?", depois também temos muita vergonha e medo de lidar com os nossos sentimentos. 

"Eu afinal não queria isto!", "Não consigo voltar atrás", "E agora?", "Eu não sirvo para isto, "Só faço merda". 

Claro que há outras mães. Claro que nem todas sentem isto, mas essas não precisam que lhes digam o contrário do que dizem a elas mesmas. 

Uma das piores coisas que poderá acontecer é termos à nossa volta um ambiente que não seja 100% de apoio. Alguém que, mesmo bem intencionado, em vez de pensar na segurança da mãe, está mais interessante em validar as opções que tenha feito no passado. Ou alguém que, com um papel menos activo, diga "eu não faria assim, não percebo porque hás de fazer isso". 

Isso não quer dizer que não tenhamos que ser contrariadas ou confrontadas com outra forma de vermos as coisas. Convém que a criança e a mãe estejam ambas confortáveis e felizes dentro do possível para que tudo corra da melhor forma. Isso consegue-se levando sopa. Lavando roupa e passando. Aspirando a casa enquanto a mãe vai com o bebé algures. Fazendo almoços e jantares. Enchendo o frigorífico, estar sempre pronto para ir à farmácia, etc. 

Há muita coisa envolvida. A nossa cabeça grita. Grita tanto. Não precisamos de mais barulho, precisamos de amor.

E acho que acima de tudo, quando questionamos se "fomos ou não feitas para sermos mães" e já temos o bebé nos braços, não queremos quem nos diga "tu não tens instinto maternal". 

Precisamos mesmo que nos digam "tu sabes o que é melhor para ele". 

Porque sabemos. 

E assim que tudo acalma, sabemos que sabemos. Precisamos de tempo, calma e apoio.




E não pensem que por uma "fase" ou por uma coisa que tenham feito que achem que tenha sido mal feita que faz de vocês "péssimas mães" e da vida uma oportunidade demasiado longa para compensarem as vossas falhas. 

Se sentem amor é amor que há. Não aquele amor de "se é meu filho, claro que gosto dele", mas um amor de gratidão e de sentir que é um privilégio poder ter, educar e amar uma criança. 

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2 comentários:

  1. Tenho uma reguila, daquelas que não para um segundo, e penso muitas vezes "Se calhar não fui feita para ser mãe..." Perco a paciência muitas vezes...
    Eu que antes de ser mãe, dizia de boca cheia "claro que eu fui feita para ser mãe!!"
    Lembro-me de um dia chegar a casa do trabalho, sem paciência,tudo por fazer em casa, e a miúda que só chamava por mim... E pensei "Para que é que me meti nisto??" Amo a minha filha mais que tudo, claro, e quando me fui deitar, chorei, chorei, chorei...mas eu não devia ter pensado aquilo, que raio de mãe sou eu???
    Parabéns pelo blog!

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  2. A cabeça grita. Isto é tão verdade! Grita e muito e depois quem opina ainda mais barulho faz.

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