7.20.2016

Adeus, culpa.

Ontem emocionei-me a sério. Tive daqueles momentos mágicos, cúmplices, de perfeita simbiose com a Isabel. Nem todos os dias consigo ter disponibilidade mental para contemplá-la, para senti-la, para ouvi-la, para curti-la, para cheirá-la, para fazer narizinho à esquimó ou olhinhos de borboleta. Estou a adorar os dois anos. São os mais desafiantes até agora, sem dúvida, mas é também a fase mais divertida e aquela em que mais sinto o amor e a admiração da minha filha. Chegámos à altura em que ela tanto me parece esgrouviada e faz birra pelas mais pequenas coisas, fazendo stressar até um morto, como me retribui, a toda a hora, o amor que lhe dou, seja num olhar, numa frase, numa festinha ou abraço caloroso. Sou a pessoa preferida dela, aquela em quem mais confia, aquela com quem mais se ri. 

Ontem conversámos muito antes dela adormecer. Tinha saudades de não ter pressa (consegui adormecer a Luísa antes, o que é raro). Como sempre, revimos o dia, o que mais gostou e o que menos gostou, como se portou e como se sentiu. Como eu me senti. Tento que ela verbalize o que sente até para ajudá-la a ir compreendendo o que se está a passar com ela, quando tem aquelas crises de raiva e frustração. Dar nomes às coisas. Depois perguntou-me pelo pai, abraçou-me e disse que tinha saudades. Confirmou que gostava muito dele. E depois disse: "goto da mamã, muito, enorme, gigante". Senti, nesse momento, que estava a fazer tudo certo, senti que estava ali, naquele amor desmedido por mim, o resultado de tanta dedicação. Tranquilizou-me: mesmo não estando sempre, mesmo não estando tanto, ela sabe que estou. A culpa tem de se ir embora, não faz cá falta nenhuma. Eu sou e serei sempre o melhor que posso para ela. Para elas.








A túnica (que é fofo mas tenho gostado mais de ver com calções) é da RubyOwl.
 
 
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19 comentários:

  1. Que lindo :) o meu está quase a chegar aos 2 anos e já começo a perceber o que é isso de birras por nada.. Ficamos sem saber o que fazer, porque querem ajuda mas não querem colo, nem abraços nem beijinhos, nem maminha (que antes curava tudo!!), mas também não querem ficar sem nós.. E então ficamos naquele sufoco, a vê-los sofrer, com o cérebro a mirrar de tanto grito desalmado, a sentir a paciência a esgotar-se a cada segundo, sabendo que ainda faltam muitos segundos para que acalme, para que algo faça click e os tire daquele estado de tragedia. E depois a culpa, sim.. Pesada.. Porque o nosso filho precisa de nós, porque não tivemos paciência suficiente, porque não os conseguimos ajudar a não se sentirem esmagados por todos aqueles sentimentos avassaladores.. Nota-se que estou praqui a desabafar!???! Ehehehe, e só tenho um!!! Força nisso Joana!

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    1. Ehehe desabafe à vontade! Força também por aí! Acredite que vai correr bem ou pelo menos, no meio de momentos de caos, vai haver dos bons, que compensam, juro! Hehe

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  2. Entendo tão bem. O meu é pouco mais velho que a Isabel e anda muito "paizeiro", é o pai para tudo. Entristece-me às vezes porque sei que tenho de me dividir mais entre ele e o mano bebé, mas sei que são fases e sempre que consigo tenho momentos só com ele e ele dá festinhas e diz a mamã é muito quisa! Não vale a pena deixar a culpa instalar-se. São dois filhos e uma mãe, temos que nos dividir!

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  3. Muito lindo, deu para sentir a emoção nas palavras e sem dúvida que a culpa não faz falta :-)

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  4. Por isso sou da opinião de esperar mais ummou dois anos antes de ter um segundo, sinto q quero aproveitar ao maximo estas fases em q tb precisam mt de nós para depois n sentir essa culpa... na minha opinião.Pq quer queiramos quer não, até podemos negar e dzr (nao acreditando no q dzmos) q cobaeguimos dar atenção igual aos dois,é mentira,um recem nascido tem sempre muita mais atenção pk na realidade precisa.conscientemente n damos tanta atenção ao 1° filho mas acreditamos q damos.Para n sentir culpa,pk sei q ia sentir (é inevitavel) prefiro esperar e aproveitar,precisam muito de nos nesta fase e n acho justo dividi la, novas descobertas, novas etapas, todos os dias faz ou diz algo de novo,se a minha atenção estivesse virada p outro irmao iria perder isso tudo.:) é só a minha opinião pessoal e o q faria (e vou fazer)

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    1. Olá! Eles têm fases a vida toda e precisam de atenção, sempre, seja em que fase estejam. Tenho um filhote e uma filhota com cinco anos de diferença é hoje não teria esperado tanto. Na minha opinião, quanto maior a diferença pior, pois o mais velho ressente-se mais e cobra a atenção. Mas é só a minha opinião é experiência. Todas as outras também são válidas. Cada caso é um caso. Beijinhos

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    2. A primeira gravidez foi de gémeos nasceram logo a dividir e passados 20 meses mais um irmão. Tem corrido bem, também acho que quanto maior a diferença mais "difícil".

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    3. Ola! Não concordo. Os meus filhos têm 17 meses de diferença. O maia velho tem agora 20 meses. Ainda é um bebé. E não dei menos atenção,pelo contrário. Com o nascimento da irmã ele foi solicitando ainda mais atenção e correspondi sempre o melhor que pude. Acredito mesmo que o amor se multiplica quando temos o segundo filho. O tempo é que não se multiplica...e por isso é taaaao difícil. Mas se sentir culpa não é por dar menos atenção ao mais velho,mas sim por não conseguir ser para a mais nova inteira,como fui para o maia velho quando era Bebezinho...

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    4. Mais vale esperar até aos 18 anos então, porque eles vão demandar sempre atenção. Coitadas das famílias de 3 e 4 filhos... Se acha que aos 4/5 anos eles de ressentem menos, digo-lhe já que está enganada. A minha filha que até então era uma santa, ficou super frustrada e começou nessa idade as birras, fazia tudo para nos chamar a atenção. Faz parte! Depois passa e eles são os melhores amigos agora, com as duas birras e zangas, mas inseparáveis.

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    5. Acho que não há idades "perfeitas", talvez 8/10 anos de diferença seja bom porque já têm uma capacidade de percepção do que vai acontecer boa, mas por outro lado talvez já não tenham os mesmos interesses e não partilhem as mesmas brincadeiras. Eu adorei ter dois anos de diferença do meu irmão, apesar de todas as guerras :)

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    6. Eu também sou da opinião que prefiro esperar, principalmente pela minha experiência pessoal de irmã mais velha. Lembro-me muito bem de pedir uma mana, lembro-me do dia que a mana chegou a casa, lembro-me de lhe querer pegar e brincar com ela e depois de nos tornarmos inseparáveis e as melhores amigas. Temos 4 anos e oito meses de diferença.
      Acho que 4 anos é um bom intervalo. O mais velho já tem alguma consciência e já lhe conseguimos às vezes falar racionalmente e pode participar em todas as atividades relacionadas com o mais novo. Mais anos de intervalo e é como a Joana diz, os interesses passam a ser diferentes, os grupos de amigos também... Menos anos e, para mim, parece-me mais complicado, gerindo dois "bebés".
      No entanto, também concordo que não existem idades ideais. Cada família adapta à sua realidade e, acima de tudo, às circunstâncias da vida.

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    7. A minha sobrinha com 7 anos regrediu imenso perdeu toda a autonomia. Não quer fazer nada sozinha e é só birras.

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    8. Com todas estas respostas, acredito que dependa das crianças :) obrigada pela partilha.
      Concerteza aos 18 é muito tarde.
      Tendo em conta q a Leonor so tem um ano e meio,qnd me refiro a esperar mais um.pouco ,iria ter no máximo 3 e meio... :) mas tudo a seu tempo :) acredito que não vão deixar de ser adultos ativos na sociedade (sem traumas de infância ) só porque tem um irmao com mais ou menos tempo entre eles :)
      JPB essa culpa vai desaparecer e tudo vai correr bem.
      Ass.1° anónimo q por sinal tem nome :p Ana Luisa

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  5. "Fazendo stresar até um morto"!! Completamente! E depoia grita e chora e se eu a ignoro (é o que resulta melhor aqui em casa) 2minutos depois não se passa nada com ela! Tem 23meses e eu só penso que me trocaram a miuda. Até aos 12meses foi o maior anjinho! Comia e dormia e sempre bem disposta! Agora é ve la fica em modo diabo!! Quando é que voltam ao normal????

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  6. Joana achei fantástica essa questão de eles se habituarem a verbalizar o que sentem. Nunca tinha pensado nisso ainda (por aqui só tem ainda 4 meses) mas acho fundamental que comecemos desde cedo a habituá-los a isso.
    Obrigada pela partilha e esqueça lá a culpa. Disseram-me que num parto nascem 3 coisas: um bebé, uma mãe e a culpa. Eu acredito, mas acho que temos de lhe dar menos atenção e ela acaba por murchar.

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