8.30.2018

As coisas que mais me irritam em mim

Eu sei que sou para lá de espectacular (é esse exercício de amor-próprio que faço todos os dias) mas há coisas super irritantes na minha pessoa. Super não, calma. Um bocadinho, vá. Passo a enumerar:

- digo a toda a gente que entra no meu carro que tenho de o lavar (ando há meses - 1 ano? - a dizer o mesmo e a repetir até para algumas pessoas. Aquilo está uma pocilga. Protelo, protelo, protelo).

- estou sempre a mexer na cara. Queixo-me que tenho borbulhas, mas estou sempre a mexer e a espalhar a infecção por todo o lado. É involuntário, acontece-me a ver um filme, a trabalhar em frente ao computador, "apanho-me" e lá está a minha mãozinha marota

- faço resoluções várias vezes e nunca cumpro tipo: "Depois das férias, acabou-se o açúcar, os fritos, o vinho". Sim, sim. Zero disciplinada neste momento (nuns dias cumpro, noutros não); vou ler um livro por mês; vou fazer assim e assado.

- esqueço-me de coisas com muita frequência. Hoje vesti um macacão que me fica lindamente. Só que hoje estou com o período e não é nada boa ideia estar de macacão quando tenho de ir mil vezes à casa de banho. E eu já sabia disso. Mas esqueci-me.

- adoro petiscar. Devo causar uma péssima impressão, mas eu aceito tudo o que me oferecem: seja bolachas, seja cenouras, seja um bocado de hambúrguer seco. Eu simplesmente não resisto e não consigo dizer que "não". 

Tenho mais umas quantas, mas estas são as que me recordo para já. Vou ali adormecer as miúdas e já volto (se não adormecer por lá, um clássico). Comentem lá os vossos pontos fracos, não me deixem na mão :)


Fotografia: Susana Cabaço

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8.29.2018

Estou a usar um copo menstrual neste momento.

Ahahah. Não vejo posts mais pessoais do que estes em que falo das minhas entranhas. É o que se passa: estou a usar um copo menstrual neste momento. Tenho ouvido falar muito do assunto por colegas minhas no trabalho, vejo anunciado nos sítios onde faço compras ou encomendas (compro muito coisas orgâncias e bio), mas a verdade é que não tinha período! Usava DIU e tal, antes com a frequência com que amamentava a Irene também não tinha período e, por isso... ainda não tinha tido oportunidade. Agora não quero mais hormonas e não preciso do Diu... como escrevi aqui, se quiserem ler. 

É muito tempo a falar da minha vagina, não é? Pronto. Aqui vai mais um bocaidnho.

Então... no outro dia quando estava no Algarve, vi que havia lá no supermercado uns copinhos menstruais e que tinha de comprar o tamanho maior por já ter parido (que desgraça, não queria assumir que tinha um canal de banda larga, hahahaha) e experimentei.



Ora, não é como um tampão. Claro que cada uma tem a sua, mas nunca sofri muito a usar tampões. Até me esquecia que estava com ele. E não, não sou daquele grupo de pessoas para quem se escreveu aquela mítica frase do folheto que diz: "antes de colocar um novo tampão, não se esqueça de tirar o anterior". Mas não dava muito por eles. Sou abençoada por não ter grandes dores de período e, por isso, sempre foi mais ou menos tranquilo para mim...

Portanto, voltado.. à "vagina fria"... Isto sente-se a por. Tem que se dobrar para por. Não é como um anel vaginal (contraceptivo), é mais duro e mais robusto. Calculo que talvez também estivesse um pouco tensa por ser a primeira vez. Lá pus e assim foi. Depois não se sente, tal como idealmente com um tampão. Para tirar faz um bocadinho de vácuo e é preciso fazer força (não convém), então aconselho pressionar-se um pouco com o dedo para sair o vácuo e depois puxar. 

Do que me apercebi até agora, o ideal será fazer as trocas no banho ou na casa de banho em casa. Na casa de banho no trabalho ainda não arranjei uma técnica para estar 100% confortável, mas também escrevo-vos no meu primeiro dia e primeira troca. 

Gosto disto porque é mais ecológico, porque é melhor para o meu corpo e porque é mais barato. Não fazia questão de ver o meu próprio sangue e de o despejar e tal, mas calculo que, de alguma forma, isto fará parte. Terá sido mais uma coisa nossa, enquanto mulheres que "escolhemos" negar por algum motivo, quando isto é natural e faz parte de nós. 

Estou fã. 

Nenhuma marca em particular. Nem reparei. 

Vocês? 



Já consigo ter um antes e depois para vocês!!

Meninas, a minha sensibilidade, medo, vontade e necessidade de auto-controlo reflecte-se muito na maneira como como e, por isso, desde que me lembre (não ajuda ter uma família que fala muito do "peso" e aponta muito o dedo a isso e sem grandes tactos), que lido com algum descontentamento com a minha imagem (não façamos isto com os nossos filhos, pff). 

Passei por uma fase de amealhamento de gordura e estou pronta para a perder. E hoje, quando vesti as mesmas calças que usei em Junho, reparei a diferença. Querem ver? 


Ai garotas, para celebrar, hoje vou à Brasserie (não ponho o link que apesar de ser a minha amiga Renata quem me vai pagar o bife, não é a Brasserie a oferecer), mas vou só cheirar as batatas. O que faço agora é cheirar o que não quero comer... (ou que quero muito, vá, depende da perspectiva), esta é a minha relação actual com pizza:




Claro que não tenho feito isto sozinha (apesar de me saber muito focada e determinada quando quero muito alguma coisa - resvalo para fundamentalismos, infelizmente, tenho de ter cuidado), tenho tido ajuda da Carina e da Mahima do Chama a Sofia (professora de Pilates e PT e professora de Yoga, respectivamente). 


Estão aqui os meus valores e objectivos... estão comigo? 


Olhem para aqui eu a rebentar o instagram com a minha sensualidade toooooda!. Nope. Not true. Isto é a vida “instagram“ (que by the way, decidi passar a vê-lo no máximo duas vezes por dia e escrevi sobre isso hoje no blog, este post foi agendado. Buuuuuu! ). A vida real está na fotografia a seguir onde vos mostro as minhas medidas e peso actuais. Hoje começo a levar isto mais a sério. Tenho feito tudo devagarinho para não serem mudanças mais bruscas, mas chegou a altura de definir objectivos. Tudo isto por ter chamado a Sofia (conhecem? @chama_a_sofia ) e por ter conhecido não só a incrível @carinacarvalhogoncalves mas também a Mahima ( @ganapatiyogamahima ). Torçam por mim porque vou fazer medições de mês a mês (ou mês e meio) e o objectivo é chegar a Novembro mais perto daquilo que desejo para mim. 💪 Atenção que o peso poderá ser indicador de excesso de gordura, mas já viram a quantidade de coisas que se mede no corpo? O peso é apenas uma delas e nele junta-se o peso dos nossos órgãos, ossos, músculos, água... Guiem-se por medições mais exactas, até para terem maior satisfação com os resultados, mesmo que a balança vos dê a entender que não fizeram nada. Eu já tenho notado diferenças impressionantes em mim, mas agora vou ter a certeeeeeza 😎
Uma publicação partilhada por Joana Gama Freire (@joanagama) a

Estou a fazer isto de uma maneira muito calma e saudável. Estou a comer bem, a reeducar-me a comer e tentar separar a tristeza e a ansiedade da comida, lidando com elas de outra forma... 

Também acho que tenho de aceitar que o meu equílibrio é feito de momentos de desequilíbrio, não tem mal. Cansa é mais, acho eu :)

8.28.2018

Tenho o relógio biológico todo atrofiado

Só pode. Eu culpo as hormonas. Eu não posso estar com bebés filhos de amigas sem sentir esta sensação. Hoje o Facebook mostrou-me esta publicação de há dois anos e eu fiquei: "oinnnnnnnnn que lindas, que coisa boa, quero mais". Esqueço-me logo do trabalho que dá, de quando uma morde na outra e a outra responde com um pontapé, de quando se desafiam para fazer disparates juntas e quando não se sincronizam nas birras e parece um espectáculo de variedades. Parece fácil. Não é.

Calma gente, tenho DIU que é para não haver cá surpresas. O David não quer ir ao terceiro, eu, pelo menos por enquanto também não - se for a pensar de forma racional. Mas é mais um quer-não-quer, uma coisa sem explicação. Daí culpar as hormonas, só pode ser disso.

Em conversa com uma amiga que já tem três e que ainda ia ao quarto (e não é a divisão da casa), chegámos à conclusão que só podemos bater mal da mona. Queixamo-nos da falta de tempo, dos gastos, de estarmos, devagarinho e finalmente a recuperar alguns dias só com os maridos (e ainda vai melhorar) e depois, no fundo, até nos atirávamos de cabeça, se fossemos a obedecer ao diabinho que paira ali no ombro esquerdo. 

O que é que se passa connosco? Há acumuladores compulsivos de lixo e depois há potenciais acumuladoras de filhos? Só pode...

Mais alguém que padeça desta espécie de doença?



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8.27.2018

Uma semana sem ela... vou sobreviver?

Tenho estado sem ela um pouco aqui e outro ali, mas nunca uma semana. Há abertura para que seja menos tempo da parte do pai, mas acho importante que ela passe a semana inteira com o pai, para que tenham contacto continuado  nas rotinas durante uma semana, mesmo que de férias. 

Eu tenho a custódia da Irene, não é o cenário mais frequente actualmente (do que dizem), mas é o que se adequa melhor ao nosso cenário. 

Esta semana vai-me custar tanto como, provavelmente saber bem, mas... tenho o coração apertado. Ainda para mais, depois de termos passado tantas férias juntas agora no Verão, o meu corpo parece ainda mais colado ao dela para adormecer, para tudo. 

Ela tem de crescer, ser de mais mundo e, neste caso, nem é "mundo", é o Pai. Vai para uma casa fantástica com o Pai e com os avós, vai ser só fabuloso. A mãe também vai aproveitar o fim-de-semana ali pelo meio e esticar a perninha na praia, mas... ahhh...

Quando ela voltar já vem mais crescida e não vi! 

Alguém que me perceba? Ou vou só receber comentários de mães a dizer que sou isto e aquilo porque não se quê?




Já agora, tudo o que tenho escrito sobre divórcio, aqui e aqui


Vocês deixam que eles ganhem?

Andei a ler sobre isto. Calma, andei a ler porque tenho um blog e porque, vá, sempre me interessei por questões de ordem "psicológica" (vá se lá saber porquê...). No outro dia, fomos passear a Monsanto - amo, amo - e a Irene quis fazer uns sprints comigo (para quem não saiba, neste caso, fazer "sprints" é por a mãe a suar das axilas e a ficar assada entre as coxas para correr muito rápido). 

Aceitei porque ando a dizer muitos mais "sins" que "nãos" (parece os sins melhoram muito o dia das duas, desde que com razoabilidade e não por preguiça de sentir um pouco de desconforto) e também porque sempre gastava mais umas calorias extra. Ela corre rápido, mas ainda corro mais do que ela. Sublinhe-se o ainda, porque tenho noção da vida.

Na altura tive de me perguntar se a deixaria ganhar ou não. Porque a verdade é que eu ganharia sempre que quisesse, mas também não me pareceu útil. Então, instintivamente, o que fiz (depois de dois ou três sprints em que o soutien desceu demasiado e fiquei com as malfadadas quatro mamas) foi combinar com ela um avanço por ela ser mais nova. A Irene nem sempre lida bem com o facto de ser ela a criança e de eu ser adulta e achei que este reforço seria justo. Por ser mais pequena, ter pernas mais curtas, leva um avanço (um bom avanço que torne e competição quase renhida). 


Agora vou ler sobre o assunto, para ver se tenho de pensar mais um pouco nisto ou se tenho algum útil para vos apresentar, volto já. 

um artigo giro que diz que o  "que importa não é se ganha ou se perde, mas como". 

- É útil que os nossos filhos assistam a como lidamos com as derrotas e com as vitórias para terem um bom exemplo; 

Tento muito não me esquecer disto. Mais do que "conversa", é o exemplo que se dá. Quero que ela tenha bom ganhar e bom perder, até para que se foque nas coisas mais interessantes da vida e não fique frustrada ou motivada com coisas pequenas (como... a mãe muitas vezes, hahah, mas xiiiuu). E, já agora, aproveitar o exemplo para gerar empatia pelas pessoas que não ganharam. Claro que isto não é tudo aos 4 anos, mas a mãe assim já aprendeu - nem que seja também um bocadinho pela internet. 

Quando os deixamos ganhar (este artigo começa assim), temos de ter noção se eles se estão a aperceber que lhes estamos a fazer um favor e que estamos a alterar as regras, ensinando, então, que as regras não são assim tão importantes... E esta das "regras" tem-me dado jeito para acabar várias conversas e perguntas. Convém mante-las intocáveis qb... ;)

Este artigo, diz uma coisa gira: quando os miúdos estiverem a fazer uma birra, tentemos afastar-nos um pouco e imaginar que é o filho de outra pessoa, para tentarmos responder menos emocionalmente e de forma mais objectiva para lhes ensinar algo. O que acham disto? Por acaso, faço-o. Já via estas oportunidades como pseudo-didáticas e tento (ocasionalmente, porque raramente estou descansada ao ponto de querer provocar birras, confesso) deixá-la perder.

Quis partilhar convosco, agora nas férias (quem ainda as tenha), quem tiver mais tempo livre para jogar e brincar com eles... fica com umas ideias para pensar e decidir o que acha por si :)

Como têm feito? 








Os sonhos, a faxina e a sorte

Sábado. Hora de almoço. Faxina feita. Não adoro (sei que há pessoas que gostam de limpar e arrumar a casa, not me), mas não nasci com o rabo virado na totalidade para a lua [para as coisas mais importantes na vida, sim]. E não me posso queixar. Tenho a minha Dulce que vai 4 horas por semana e dá um jeito à minha vida (e que jeito). A única coisa de que gosto enquanto limpo a casa é a mesma que me acontece enquanto conduzo (que é coisa que também não adoro): organizo a cabeça, faço check lists e sonho. Sonho com o grande dia que se aproxima e imagino os nossos melhores amigos e as nossas famílias a brindar, a dançar, imagino as juras - desajeitadas - de amor, imagino as miúdas com aqueles vestidos brancos já todos sujos e sorrisos rasgados. Imagino a lua-de-mel, onde iremos os dois, pela primeira vez, para um destino de praia. Com água turquesa e areia branca, ver mantas e tubarões, respirar fundo ao pôr-do-sol e ler livros. Caraças, os sonhos concretizam-se. E a faxina, mesmo que nos pareça uma perda de tempo, faz parte da vida, das vidas das pessoas com sonhos. E, depois, esses sonhos até sabem melhor quando são concretizados. Sejam eles quais forem. Tenho muita, muita sorte. Espero que vocês também tenham.

Falta 1 mês e 12 dias para isto.






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8.24.2018

“Menti no trabalho: disse que o meu filho não tinha sido planeado”


Uma amiga confessou-me um dia destes que quando anunciou que estava grávida no trabalho e perante a questão das colegas se o filho estava nos planos, ela não conseguiu ter coragem para dizer que sim. “Foi um disparate, mas fiquei com vergonha e até receio de ficar mal vista”.

Acredito que, apesar de parecer um disparate, isto aconteça muitas vezes, perante colegas e principalmente perante as chefias. Engravidar nosso país é, infelizmente, visto como ir ali fazer umas férias (intermináveis) ou que a partir desse momento não podem contar connosco como até ali tinham feito. É como se houvesse um antes e um depois da profissional. Primeiro são as consultas, os exames, as baixas, depois a licença, depois a assistência e as doenças, a redução de horário, as reuniões nas escolas, as idas ao médico e ao centro de saúde, as viroses que se espalham por todos os membros da família e lá se vão as reuniões marcadas para as 18h30 da tarde, que pena, e lá se vai a disponibilidade que até ali era de 100%, a responder a chamadas à hora de jantar e a trabalhar madrugada dentro, todos os dias. As mulheres passam a ser vistas, e vezes até por mulheres, como alguém que arranja muitas desculpas para não trabalhar. Acham que nunca mais encarará o trabalho da mesma forma. Chegam a achar injustas as “benesses” (os direitos) que essas mulheres têm (ou os filhos delas). É incrível como nem a baixa taxa de natalidade no país, que está a deixar de assegurar a continuidade, é motivo de encorajamento das mulheres a terem filhos. E o facto de ganharem mundo e de ganharem uma flexibilidade gigante, de se redobrarem e chegarem a todo o lado – mesmo muitas vezes privadas de sono – nem o facto de darem tudo por tudo para continuarem a assegurar o seu trabalho para pôr comida na mesa parece suficiente.

Não vou ser hipócrita. Eu, infelizmente – não me orgulho mesmo nada – lembro-me de, uns aninhos depois de ter começado a trabalhar – ficar meia revoltada (nunca o expressei para com essa pessoa, menos), quando ela tinha redução de horário e tinha de ser eu a ir fazer todas as reportagens a 400 kms, às vezes em dias seguidos – uma vez calhou Porto e no dia seguinte Algarve. Custava-me. Mas com quem eu devia ter ficado chateada era com a minha chefia, que deveria ter arranjado outra solução ou posto mais uma pessoa na equipa, para que nos fôssemos alternando. Não era aquela mãe. Depois fui mãe e apercebi-me disso.

Termos um filho, termos dois filhos e até três deveria ser encorajado, caso seja essa a nossa vontade (e ainda melhor caso seja, de facto, planeado, desejado e sonhado). Deveria haver mais formas de gestão de equipas, mais possibilidade de trabalhar a partir de casa, mais possibilidade de fazer trabalho a tempo parcial. Deveria haver também mais equidade na distribuição de tarefas domésticas, as enfermeiras no centro de saúde não deveriam ficar ainda espantadas com o facto de ser um pai a acompanhar as consultas, as reuniões não podem continuar a ser agendadas para as 18h30 (independentemente de ser com homens ou mulheres).

Há muito caminho a fazer para que ter um filho não seja visto como um empecilho para uma empresa. Há muito caminho a fazer para que não haja medo de assumir: eu escolhi ter este filho.

 

Mais alguém teve medo de assumir?
(comentem em anónimo caso tenham receio de represálias, etc)
imagem pixabay.com/pt

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Quero ser mais feliz que isto! (#2) - Quero um frigorífico vazio!

Estou mesmo numa onda de resoluções, mas começo a achar que só por acaso coincidem com Setembro. Acho que estou mesmo numa fase de ter percebido coisas e de as estar a pôr em prática. Depois de, no primeiro post, vos ter falado que acabei com a minha relação sôfrega com o instagram (leiam aqui em: "Quero ser mais feliz que isto! (#1) - Adeus Instagram!"), agora quero falar-vos do que decidi quanto ao meu frigorífico.


Tinha de por uma foto para que aparecesse no thumbnail, achei que como estou girinha nesta e como isto fala de mim, sei lá! Não tenho fotos do meu frigorífico em condições, ainda! haha AINDA! Claro que está cortadinha na zona do pneu... hahah achavam! 

Há uns tempos li um documentário sobre minimalismo aplicado ao quotidiano por uma dupla de rapazes (The Minimalists) e isso tem-me inspirado a olhar para as coisas à minha volta com um maior filtro do que preciso e não preciso.

- Ter muitas coisas faz-me não conseguir usar nada porque nem sequer ver o que tenho

- Ter muitas coisas dá sempre aquela sensação de que "não tenho espaço para nada"

- Ter muitas coisas dá sempre aquela sensação de que "está tudo desarrumado" porque... guess what... é capaz de estar ;)


E, no caso do frigorífico, o que eu notava era: 

- Desperdiçava muita comida por não conseguir usar toda a tempo antes de se estragar. 

- Muito tempo de indecisão a escolher o que iria comer ou não comer.

- Frigorífico pouco limpo.


Agora tenho o mínimo indispensável


- Em vez de encomendar sempre 20€ do BioCabaz (é de onde mando vir todos os nossos legumes - biológicos - e de entrega gratuita), encomendo aquilo que precisar para AQUELA semana. Sem planear muito, mas não comprar tudo o que gosto, só porque sim. Comprar o suficiente para uma sopa e alguns snacks ao longo da manhã e tarde. 

- Vou mais vezes às compras num supermercado do bairro (esta semana já brindei um MiniPreço ali praticamente na Cova da Moura com a minha presença porque quero conhecer o que me rodeia - não estou a brincar) para as coisas pequenas que me faltem. Não leva assim tanto tempo e, na prática, isto resume-se a duas vezes por semana no máximo, vá. Que sempre que me falta alguma coisa, não tenho de ir a correr comprar, não é? 

- Sinto que estou a poupar dinheiro porque não tenho "fúrias de compras". Agora é para fazer as COMPRA TODAS do mês e acaba-se sempre por comprar coisas que não se precisa. 

- Tenho feito muita mais comida fresca para a Irene (e para mim, by the way), usando de forma inteligente as porções que faço num dia para darem para o jantar do dia seguinte, tentando cozinhar as coisas em separado para poder fazer mais combinações. Por exemplo: cozinhei as ervilhas fora do arroz. No dia seguinte pude só comer as ervilhas... 

- Tenho um frigorífico tão lindo, arrumado e limpinho... Sempre que o abro tenho aquela pica de "ahhhhhh a vida está toda arrumadinha, é isto mesmo". E, tendo em conta as vezes que abrimos o frigorífico por dia, é uma boa coisa para se sentir. 


Só vejo vantagens, mais uma vez, nesta resolução. Estou contente! :) Isto vem acompanhado de outras resoluções que depois vos falo. Como funcionam com os vossos? 


Se quiserem ver um vídeo (cheio de comédia e humor porque sou muito engraçada) que fiz sobre isto, fica aqui:





8.23.2018

A pressão do corpo perfeito no pós-parto


Há três meses tive o meu primeiro filho. Foi uma gravidez francamente fácil (apesar das peripécias que sempre há) e engordei apenas 12 quilos.
Uma semana depois de ter o Dinis, acho que também devido a todo o stress da amamentação (que não correu nada bem até às 7 semanas), perdi 10 quilos dos 12 que tinha ganho. Até aqui tudo bem e provavelmente esta afirmação até é capaz de criar alguma inveja em algumas mulheres.
Mas calma! No entretanto, já ganhei mais 4 quilos. E a verdade é que me sinto e estou gordinha do alto dos meus 81 quilos em 1.68m de altura.

Para o comprovar no outro dia fui a uma loja de roupa de maternidade procurar um vestido para ir a um casamento que desse para amamentar. Como digo, fui mãe há três meses e continuo gordinha (que já o estava antes de engravidar) e com barriguinha (repito, são três meses depois, mega normal). Fiz uma pergunta em relação a um vestido, e a senhora da loja (muito querida) disse que o vestido até era ótimo porque iria servir durante a gravidez e no pós parto, pensando que eu estava de uns quantos meses. Isto quando um pouco mais atrás estava o carrinho e o bebé pendurado no marido dentro do sling. Acho que se não estivesse tão relaxada comigo mesma, isso me teria ofendido. Mas obviamente, a senhora não fez por mal, foi com toda a boa vontade do mundo e a verdade é que, sim, passaria por grávida ainda. É absolutamente normal. Neste preciso momento não há nada a fazer.

Não sei se o passar os dias maioritariamente em casa apenas com o meu bebé e marido, faça com que não me sinta assim tão mal. Para além disso quando saio e estando a amamentar, a roupa que tenho está de qualquer forma limitada. E como as peças em que me sinto confortável para amamentar me servem acho que também ajuda.
Mas pelas internets da vida, em conversas com amigas que também foram mães este ano (acho que metade de Portugal foi mãe este ano) e dois casamentos em agosto, obviamente que também sinto a pressão que nos pomos a nós mesmas para "voltar ao que éramos antes". Isto apesar de eu querer que o antes seja o antes de há 9 anos atrás e não o antes de há 9 meses atrás. Mega irrealista, portanto.

E apesar disto tudo, acho que nunca estive tão sem stress em relação ao meu corpo como estou agora.

"Então mas como é que estás tão relaxada em relação a isso? Ainda por cima vem aí o verão!" - poderão perguntar algumas de vocês (e sim, estou com a esperança que o verão chegue a Portugal antes de eu ir de férias!).

Há coisas que ajudam.
1.º (e o mais importante) - acabei de ter um filho. O meu corpo esteve a modificar-se durante 9 meses para criar um humano. Tenho tempo e tenho de dar-lhe tempo para emagrecer (ao corpo! O filho é bom que só engorde!).

2.º - estou a amamentar. Por isso não posso cá fazer dietas malucas que me afetem o "líquido maravilha". Com um início tão díficil como o que tive, pelo bem da minha saúde mental, é a última coisa que preciso.

3.º - o espelho de corpo inteiro cá de casa partiu-se enquanto estava no hospital. O meu Roomba deve ter pressentido que era uma boa ideia livrar-se do espelho no pós-parto. Não acho que tenha sido coincidência mas sim obra de um divino qualquer. E como foi o Roomba a parti-lo escapei-me aos sete anos de azar. #sortuda

4.º - não tenho ido às compras. Já me apercebi antes de engravidar que ir às compras e experimentar roupa nova que ainda não se moldou ao corpo, ou cujos tamanhos variam de peça para peça e de modelo para modelo e de loja para loja é uma tortura a que nos submetemos sem uma real necessidade. Vamos ser sinceras: nós não precisamos de 20 t-shirts nem 30 pares de calças de ganga. Eu ainda visto roupa que me serve desde os meus 15 anos (felizmente alguma roupa vai-se mantendo ao longo do tempo, vai-se moldando ao nosso corpo e é óbvio que são peças que na altura eram mais pro larguitas)!

5.º - e por último, aprendi a não querer saber.

Não sei se foi dos 30's, mas simplesmente aprendi a não querer saber. O corpo que tenho é o que tenho, está como está neste momento, e não é uma dieta maluca que me vai fazer bem à saúde nem me dar resultados a tempo de ir para a praia amanhã. O que tenho de fazer é aceitá-lo tal como está neste momento e, não estando satisfeita (que não estou, principalmente porque sei que preciso de ter um aspecto e estilo de vida mais saudável), vou trabalhá-lo quando puder para o moldar ao ritmo que for possível. Sem pressões estúpidas impostas por mim mesma. Às vezes mais vale uma coisa feita bem e com tempo do que à pressão. Todas sabemos (e há provas disso) que dietas malucas não resultam!

"Ah, mas a sociedade impinge-nos a pressão de sermos todas esbeltas, maquilhadas, penteadas e sem defeitos."

A verdade é só uma: podemos queixar-nos que é a sociedade que nos faz pressão para que nós sejamos mais assim ou mais assado, mas quem aceita essa pressão somos nós.

A culpa de não estarmos bem com os nossos corpos não é das Carolinas Patrocínios, Ritas Pereiras ou Cláudias Vieiras desta vida. Nem sequer é das vizinhas codrilheiras que nos dizem que parecemos umas lontras e muito menos da Barbie! A culpa é nossa por deixar que isso nos afete. Porque não tem de afetar! E quem deixa que isso nos afete não são os outros, somos nós!

Eu não sou, nem nunca devo vir a ser uma Carolina Patrocínio ou uma Rita Pereira. Eu não tenho pachorra para fazer aquela quantidade de exercício físico. Por muito que até goste de fazer alguma coisa (apesar da minha posição favorita ser a de deitada #preguiçosa) eu não tenho aquele vício nem aquela determinação. E por muito que elas mostrem que comeram uma pizza ontem à noite, a maioria das refeições delas são demasiado controladas e saudáveis para a minha paciência e papilas gustativas. Por isso eu não posso olhar para elas e querer ter aquele corpo! Eu não faço por isso! E honestamente não tenho intenções de fazer. Posso até vir a mudar de ideias, mas para já, não.

Se elas são uma amostra real das mulheres? São. Para o quanto elas trabalham o corpo delas, elas são mulheres reais em que mulheres que trabalham tanto o corpo como elas podem e devem se inspirar. Não são é representativas da média das mulheres. Os sacrifícios que elas fazem e aquilo que eu considero ser uma pressão ligeiramente "doentia" (no sentido do vício que têm) da parte delas mesmas com elas mesmas, tudo isso é real. E acreditem que apesar de nos mostrarem que têm corpos fabulosos (que os têm) de certeza que tal como nós se olham todos os dias ao espelho e dizem "estou gorda aqui, tenho celulite ali, não gosto deste braço, tenho duplo queixo". Daí que no dia seguinte lá estejam elas às 7 da manhã a suar que nem atletas de alta competição.

Agora, o que não é real é eu passar 1 ano sentada no sofá e querer ficar como elas uma semana depois de ter tido um filho.

Nós (mulheres no geral) temos de aprender a fazer duas coisas:
- Deixarmos de nos comparar com pessoas que  não têm o mesmo metabolismo que nós, nem fazem o mesmo nível de actividade física que nós, nem têm o mesmo tipo de corpo, nem passaram pela mesma experiência de gravidez que nós (apesar de eu saber que se fosse uma "louca dos ginásios" seria uma Rita Pereira. #sóquenão - e sim, eu sei que ela não é mãe) e têm todo um outro apoio de nutrição e tratamentos a que a maioria de nós não tem acesso
- E acima de tudo temos de começar a ter mais auto-estima seja em que fase da vida estivermos e tratarmo-nos a nós mesmas com mais carinho.

Houve uma coisa que li uma vez que mudou muito a forma como eu me tratava no geral: se não o dirias dessa forma a uma melhor amiga, não o digas a ti mesma.

Porque pensem comigo: se fosse a nossa melhor amiga a estar mais gordinha ou em baixo de forma (principalmente durante ou depois da gravidez), o que lhe diríamos e de que forma? E como é que a veríamos? Dávamos importância à gordura dela, às cicatrizes, à celulite? Deixávamos de ser queridas com elas? Olhávamos para ela e criticaríamos constantemente as suas pernas, os braços, a barriga? Não. Então porque é que o fazemos a nós mesmas? Porque é que não somos as nossas melhores amigas?

A sociedade pode fazer a pressão que quiser, mas o problema é nós cedermos e deixarmo-nos afetar por isso. O problema é não sermos as nossas melhores amigas. Só nos afeta o que nós deixamos. Nós temos mesmo de passar a ser mais amigas de nós mesmas. As melhores de todas.

E não nos podemos esquecer que apesar de experimentarmos todas os mesmos modelos de calças nós somos todas muito diferentes! A mesma coisa não nos serve a todas da mesma forma, apesar de vestirmos os mesmos números. Eu, por exemplo, fico patética com roupas dos anos 80.

O nosso formato é o que é e o nosso metabolismo é o que é. Há coisas que não podemos mudar (algumas coisas nem com cirurgia) e a única forma de sermos felizes é aprendermos a gostar das coisas como elas são.

Principalmente depois das gravidezes. O nosso corpo criou um ser humano! Temos de dar tempo ao tempo, mudar o que quisermos e pudermos no ritmo que a vida nos permitir. Sem pressões nem objectivos parvos.

E acima de tudo temos de deixar de querer um "antes" quando já somos um "depois".
Até porque no "antes" o nosso amor maior não existia nem nós éramos "mães".
E eu não sei quanto a vocês mas com ou sem peso a mais, sou muito mais feliz neste "depois".





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