6.21.2016

Ouve lá a tua mãe.

Irene, estive para aqui a pensar e há algumas coisas que gostaria de te dizer. Não revires os olhos, anda lá cá à tua mãe, vá. 




- Se queres que algo seja segredo, não contes a ninguém. 

Sei que vai ser muito difícil e que temos aquela melhor amiga na qual podemos sempre confiar. Se for um segredo do tipo "dei um linguadão ao Jorge", podes contar. Agora, se for um segredo daqueles grandes, que não queres que ninguém saiba, CONTA À TUA MÃE imediatamente. 

- Não andes para aí a fazer a depilação às escondidas com a gillette da mãe. 

Até porque a mãe podia ser um bocadinho mais lavadinha e limpar melhor aquilo e não mereces tamanha bicheza. Além de que há outras soluções para disfarçar essas penugens que não andares a ceifar virilhas com 13 anos. 

- Não precisas de ter tanta roupa nova como a menina rica da turma. 

Vai sempre haver meninas que tenham mais roupa nova, mais relógios, telemóveis melhores, mães com mais classe. Porém, tu brilhas nas tuas calças mais antigas. A menina rica precisa dessas roupas todas porque não tem tanta piada como tu, nem consegue arrotar tão alto - o que é um dom. 



- A única coisa que perdes em sair à noite tão cedo é a tua virgindade. 

Deixa-te estar em casa a ver o Love on Top com a mãe. Diz que aquilo cria uma espécie de alergia pela espécie humana e, portanto, quando tiveres idade para sair à noite, optas menos pelos rapazes que tenham mais mamas que tu. 

- Afasta-me essas mamas!

Filha, não cedas à pressão das tuas mamas terem de parecer um rabo de um bebé. Elas são lindas cada uma para seu lado. Pensa que, se esconderes os mamilos nas axilas, até poderás um dia não precisar de usar soutien. 

- Borrifa-te para os crop tops!

Tens barriguinha e não ficas tão bem de crop tops como as tuas coleguinhas de turma? Diz à mãe que a mãe começa a deixar-te levar um pacotinho de leite gordo para lhes dares ao lanche, Ficam logo mais inchadinhas. Levas também um frasco só de glúten (qualquer dia já há à parte para por a gosto) e começas a polvilhar por cima da comida delas. 

- O rapaz mais giro da turma é gay.

Não desesperes. Se o rapaz mais giro da turma não te ligar nenhuma é porque é gay. Se não for, passa a ser. Se se enrolar com uma colega tua, é gay na mesma mas está a disfarçar. Se se enrolar com duas é para disfarçar ainda melhor porque é ainda mais gay. 

- Não sejas daquelas que pedem carregadores.

Anda com um carregador atrás, mas sem dizer a ninguém. O mundo tem de perceber que, se quer carregar o telemóvel, tem de arranjar maneira de o fazer. Já estamos a conseguir acabar com os "crava nights" agora é com os crava carregadores. 



- Ri-te das tuas próprias piadas. 

Que parvoíce esta mania de não nos podermos rir daquilo que nós próprios dizemos. Tem mais graça se parecer que estamos a falar a sério e que fomos apanhados desprevenidos com os risos dos outros? Nada é mais bonito que uma mulher a rir. Se for uma mulher a rir das suas próprias piadas ainda mais giro, quer dizer que disse umas quantas. 

- No ginásio não sejas púdica.

Todas nós dizemos que não queremos ver as vaginas umas das outras no ginásio (bem, nem todas), mas essas afirmações creio que esconderão sempre uma certa admiração pela liberdade que elas têm de andar com elas de um lado para o outro como se fizessem parte do seu corpo. A tua vagina faz parte do teu corpo e as mamas também. A não ser que tenhas uma vagina na testa e que não seja tua. 

- Não cedas à pressão de ser um conguito. 

Chegou o Verão e ainda não tens as pernas bronzeadas? Usa saias na mesma, usa vestidos na mesma. Quem disse que só quando temos outra cor que não a NOSSA é que podemos usar roupa? Tens as pernas brancas? Usa vestidos pretos, vermelhos, o que for que te vão ficar ainda melhor. 




- Usa o cotovelo no autocarro. 

Se andares num autocarro mais cheio e sentires uns quantos senhores de mais idade a aproveitarem-se disso, usa a táctica do cotovelo na anca para os afastar. Senão, tens a autorização da mãe para dizer em voz alta "Olhe, desculpe lá, será que tem mesmo que se roçar no meu rabo?". Verifica primeiro se há realmente mais algum espaço disponível para não fazeres figura de ursa.

Vá, agora vai lá à tua vida, A mãe depois diz-te mais coisas. 

Gosto muito de ti, está bem? 



6.20.2016

Faltei à festa de aniversário da Joana.

A Joana fez 30 anos no domingo. E, parece inadmissível - para muitas de vocês será - mas não fui. Não fui por nenhum motivo em particular de "força maior". Ninguém estava doente, não me faltava gasolina no carro, nada disso. 

Como é que vos hei de explicar sendo que nem me perguntaram nada? Quem me conhece mesmo (as pessoas mais próximas de mim, sendo que a Joana é uma delas) sabe que eu não vibro com momentos de festa e ocasiões do género. Não me agrada particularmente o convívio em grupo em festas (já no resto... haha brincadeira). Vou por ser importante para quem me convida, mas o que eu quero mesmo é estar com a Joana e com a Luisinha e com a Isabel, sem ruído. Se iria gostar de emborcar os pães de leite e a festinha boa a nível alimentar que aquela família produziu? De certeza que sim.

Porém, não me apetecia ir a Santarém. Devia ter ido como amiga da Joana? Vocês vão dizer que sim, mas eu sinto que, ao ser honesta com ela, dizendo que não me apetecia e que irei noutra ocasião, em breve, para desfrutar da companhia real das duas e ela dizendo honestamente que compreende, porque me conhece, que houve aqui um momento especial.

Se calhar a Joana não me disse a verdade, na volta está super magoada comigo ou, na volta, fui uma daquelas convidadas que o pessoal "tem" de convidar, mas não por a querer na festa. Eu quero acreditar que somos mesmo amigas ao ponto de não termos de fazer fretes uma pela outra e que, sendo que ela me jurou que não ficaria magoada nem perto disso, fortalecemos a nossa amizade com base na confiança mútua. 

Se ela morasse ainda em Caxias, obviamente que tinha ido. É um facto.

Assim e sem vergonhas, mostro o que andei a fazer em vez de ir ao aniversário da minha amiga e co-autora Joana Paixão Brás, porque posso. Porque disse que não me apetecia e não porque inventei uma desculpa manhosa qualquer que depois me impede de fazer publicações nas redes sociais para ninguém desconfiar. 

Obrigada, Joana, por saberes que gosto de ti na mesma apesar de não ter ido à tua festa. 

Fui ter com a minha família, a minha mãe, padrasto e irmão. Não houve pães de leite, mas foi bonito na mesma. 





 O meu irmão Pedro que tem menos 10 anos que eu - 19. Era o meu "filho" antes da Irene. Agora é tio da minha filha. Está a fazer músculo? Está. 

 Aqui bem que pode estar a apertar o nalguedo que não se vê.

 Eu também estou a fazer músculo, mas não resulta muito não sei porquê.



 As duas pessoas mais importantes da minha vida e para sempre (a não ser quando tiver outro filho). O amor por um irmão mais novo e por um filho é... tão semelhante.

Devolvam o boneco à Irene, please!

Fiquei eu mais triste que ela. A Irene tem o seu coelhinho de dormir que temos conseguido que se mantenha só em casa. Agora, cada vez mais, vai tendo um boneco preferido que não larga durante 4 ou 5 dias seguidos e até tem dormido com eles. Já foi o Timon e agora era um mocho da Playmobil. Um mocho muito pequenino que até eu engracei com ele de tão querido que era. Dormia com ele, acordava com ele na mão. Durante a noite dizia "onde 'tá o mocho, mãe?". 

Levou-o a passear quando fomos à Ludopólis e, às tantas, desapareceu. Fiquei eu em pânico, ela nem reparou...  Fiquei mesmo muito triste. 

Fico sempre a pensar quem estará por baixo destes fatos. Se terá bigode ou não ou óculos de lentes amarelas... hmm... 


Quando reparamos que ele tinha "desaparecido", perguntei-lhe: 

- Onde está o mocho, Necas? 

- Na relva. 

- Na relva, onde, Necas? 

- Aí. 

- Não está, Irene. A Necas perdeu o mocho? 

- Sim. 



Fartou-se de tocar tambores com os crescidos. Quer dizer, não se fartou, tive de a tirar de lá. Eu é que me fartei.

Há de estar algures entre o outro lado da estrada e ali no meio da relva. A Irene continua a perguntar por ele - embora reaja tranquilamente - e nós dizemos que está na relva lá do jardim. 

Felizmente no outro dia fomos às compras e comprei-lhe um chupa para ela andar a passear na mão e consegui que trocasse o entusiasmo pelo mocho pelo chupa (aliás, na primeira foto já o tem na mão e tudo). E sim, dormiu com o chupa. 



Se alguém vir um destes mochos ou se tiver um em casa que não lhe ligue muito, pode ajudar aqui uma mãe cheia de pena da Necas? Embora ela já se esteja a borrifar? 

6.19.2016

Enroladinha

Já vos tinha falado do swaddling (aqui). Usei pouco esta técnica com a Isabel e agora uso e abuso com a Luisinha. Não terá só a ver com isso, claro, mas chega a fazer 7 horas de sono seguidas durante a noite (e mais faria, se não a acordasse). Fica muito tranquila ali aninhada e é um prazer vê-la assim.








Este swaddling deixou muito a desejar (não a enrolei como devia), porque a mão dela conseguiu escapar desta espécie de colete de forças fofinho, mas ela não se atrapalhou e ainda conseguimos tirar estas fotos amorosas.






Tinha 1 semana aqui. 


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30 anos: Agradeço.




Agradecida. É assim que me sinto. Tenho tudo, aos 30. Uma família de quatro que faz de mim a pessoa mais feliz do mundo, uma avó que nos adoça a boca com as melhores comidinhas do mundo, uma família maravilhosa e amigos do coração que são família... saúde, alegria e muito amor. É talvez a frase mais pirosa de sempre, mas sou feita de amor. E agradeço. Agradeço ser como sou, agradeço a sorte que tenho, agradeço ser por vezes uma drama queen e viver tudo intensamente. Agradeço não ter medo do ridículo, agradeço ser de abraços e de beijos, agradeço ter as prioridades que tenho. 

E a vida tem sido boa comigo. Dou e recebo, tanto, mas tanto...

Obrigada a todos. Aos amigos de há quase 20 anos, aos amigos mais recentes, aos que estiveram e aos que estão, mesmo que longe. À família que se uniu para me dar a melhor festa de anos de sempre.

Entro nos "intas" de coração cheio e com a certeza de que esta década vai ser a melhor de todas. Com a paz e a serenidade, que tenho vindo a conquistar, e com a loucura, as gargalhadas e os disparates que permanecem.














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6.17.2016

Livro lindo + autocolantes = perdição total!

Se há coisa que abunda cá em casa são livros. Há-os espalhados por todo o lado e até na casa de banho já há uma pequena biblioteca. Não somos de encher a Isabel de brinquedos (aliás, ainda tem alguns por abrir do Natal, preferimos que vá abrindo ao longo do ano para ir explorando ao máximo os que tem). Livros, sim, abusamos, desde que nasceu. Todos os meses, no dia 16, lhe oferecia um. Depois do primeiro aniversário, quebrámos a regularidade das datas e passou a ser sempre que podíamos ou nos apetecia. Depressa a família entrou no esquema e já sabe que uma das melhores surpresas que a Isabel pode ter são livros. Contamos-lhe histórias religiosamente antes de dormir, é um daqueles hábitos que começou logo por volta dos 6 meses, quando já se sentava no nosso colo. Claro que não entendia patavina do que lhe dizíamos, mas foi-se habituando à cantilena e a rotina ficou. Até hoje ir para a cama é tentador, porque são dos nossos momentos preferidos em família. 

Há uns meses veio a loucura dos autocolantes, que começou com aqueles das maçãs e das bananas. Foi então que procurámos livros que aliassem as duas paixões dela. Nenhuns lhe encheram mais as medidas do que estes, da Princesa Poppy. que a minha mãe comprou na Feira do Livro. São maravilhosos: adoro as ilustrações muito vintage, que parecem aguarela, e sinto-me a regressar à infância.














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Já andamos na rua!

Bem diziam que com o segundo tudo é gerido de maneira diferente. Os receios são menores, temos outra prática, levamos tudo mais com uma perna às costas e o período de quarentena dilui-se. Além disso, não queremos perder momentos da filha mais velha e vamos tentando acompanhar tudinho. 

Por aqui, temos a sorte de ter jardim, de ter piscina, e logo na segunda semana de vida da Luisinha, fomos até à rua, ao final do dia. Alcofa em cima da mesa, maminhas à disposição, uma aragem muito suave e soube-me(nos) lindamente. Ainda consegui ir molhar os pés à piscina e fazer companhia aos meus dois amores mais velhos. 

















Momentos preciosos estes das manas, de uma doçura sem igual!
[mas não pensem que é sempre tudo assim, cor-de-rosa, a ouvir o som dos passarinhos: isto é propaganda enganosa! hehe].


Alcofa que, além de linda, tem dado um jeitaço: Egg

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