A minha miúda (adoro esta expressão, quase tanto quanto a catraia ou a 'nha Isabel) tem uma grande pancada. Não nos pode ver descalços. No outro dia, quase fiz xixi a rir com a figura do meu rapaz só de boxers e ténis calçados a andar pela casa. A Isabel não se calou até ele se calçar. Se nos vê descalços na sala, faz o percurso até ao nosso quarto e traz-nos sapatos, maiores do que o antebraço dela. Já nos trouxe desemparelhados, mas se lhe explicarmos que não são iguais, surpreende-nos com o mesmo par passado um minuto. Na piscina, no outro dia, era vê-la a distribuir os chinelos pelos seus progenitores, quando queríamos estar descalços para ir à água.
Onde é que ela foi buscar isto é que eu não sei, até porque sempre a habituámos a andar descalça pela casa e nós andamos quase sempre descalços, ao ponto de ser um perigo ir ao quarto dela, com os pés a colarem ao chão, durante a noite.
Eles têm com cada coisa, não têm? (Silêncio constrangedor em que vocês não reagem e me deixam sozinha a achar que a Isabel não joga com o baralho todo.)
Assim de repente não me consigo lembrar de nenhuma pancada que eu tenha tido, mas lembro-me bem de uma do meu irmão (agora que já te fiz ficar meio comovido com o texto de ontem, toma lá para aprenderes!) que tinha de cheirar tudo o que lhe aparecia à frente. E tudo é tudo: uma parede, uma bola, um poste na rua, a toalha da mesa do restaurante, o copo. Tudo. Ah! E outra, a atravessar a estrada, na passadeira, tinha a mania de coçar com um pé a outra perna, o que dava um jeito enorme, como devem imaginar, e deixava a minha mãe de cabelos em pé. Já era maiorzinho, mas não sei com que idade ganhou todos estes tiques e manias. Passaram.
Afinal, ao pé disto, ainda não tenho de chamar um colete de forças cá para casa.
Onde é que ela foi buscar isto é que eu não sei, até porque sempre a habituámos a andar descalça pela casa e nós andamos quase sempre descalços, ao ponto de ser um perigo ir ao quarto dela, com os pés a colarem ao chão, durante a noite.
Eles têm com cada coisa, não têm? (Silêncio constrangedor em que vocês não reagem e me deixam sozinha a achar que a Isabel não joga com o baralho todo.)
Assim de repente não me consigo lembrar de nenhuma pancada que eu tenha tido, mas lembro-me bem de uma do meu irmão (agora que já te fiz ficar meio comovido com o texto de ontem, toma lá para aprenderes!) que tinha de cheirar tudo o que lhe aparecia à frente. E tudo é tudo: uma parede, uma bola, um poste na rua, a toalha da mesa do restaurante, o copo. Tudo. Ah! E outra, a atravessar a estrada, na passadeira, tinha a mania de coçar com um pé a outra perna, o que dava um jeito enorme, como devem imaginar, e deixava a minha mãe de cabelos em pé. Já era maiorzinho, mas não sei com que idade ganhou todos estes tiques e manias. Passaram.
Afinal, ao pé disto, ainda não tenho de chamar um colete de forças cá para casa.