3.20.2015

A Mãe dá (#14) - Vencedor Laços Little I

Cá está o resultado do passatempo mais girly deste estaminé!



Do azul bebé ao rosa salmão, do rosa velho ao bordeaux... a vencedora vai poder escolher 5 LAÇOS, porque a Mãe dá!

E a touca que deixa a Isabel "um amooooor" também vai parar a uma caixa do correio. Quer dizer, não é esta, que esta não sai cá de casa! É uma parecida.



E a vencedora é... 

Ana Filipa Santos! 

Parabéns!!!

A todas as que participaram, obrigada!

(E, em vez de ficarem tristes, saquem o cartão de multibanco ao vosso mais-que-tudo e façam umas encomendas na Little i que vão ficar muito bem servidas!)

a Mãe dá (#15) - Esperança (peça com César Mourão)

Não vou tecer grandes comentários à qualidade do espectáculo porque, por ser esposa de um dos autores (o outro é o próprio César), acho que não me levariam a sério. Mesmo que não fosse esposa dele, já não me levariam na mesma, não é? 

Posso dizer-vos o que senti ao ver a peça. Senti que estava a ver um daqueles filmes que, mesmo com sono, não iríamos para a cama sem ver o final. Mesmo que estivesse gravado na box. Mesmo que tivéssemos tido uma daquelas noites, por causa dos nossos filhos, em que acordámos 41 vezes. 

Ficamos a gostar da velha Esperança. Costumemos dar ouvidos aos nossos velhotes ou não, temos muito gosto em ouvir esta Esperança que tanto desconversa mas, afinal de contas, vai conversando durante toda a peça. É uma velha que está muito viva apesar de estar num hospital. Apesar de só ter sido "o que a deixaram ser". É uma velha à portuguesa, que se vai queixando de estar cansada, mas que manda as suas larachas para fazer rir, aproveitando as histórias dos outros. Nós conhecemos esta velha que, segundo César Mourão, é a junção de muitas velhas que ele já conheceu e observou. 

Sugiro que conheçam a Esperança. Que vejam o César a dar corpo (que, estranhamente até lhe assenta bem) a esta velha e também que oiçam o coração que foi posto neste texto. 





19 março a 5 abril

4ª a sábado - 21h30 | domingo 18h | M16

3 abril não há espetáculo

autoria CÉSAR MOURÃO E FREDERICO POMBARES

interpretação CÉSAR MOURÃO

encenação ANDRÉ PAES LEME

produção H2N


Temos, claro, um bilhete duplo para vos oferecer. 

Condições:
O vencedor será anunciado no dia 21 de março de 2015, sendo aceites inscrições até às 23h59 do dia anterior.
O vencedor será escolhido aleatoriamente através de random.org.
Só é válida uma participação por endereço de e-mail.
O bilhete duplo atribuído é para domingo, dia 22 de Março às 18h.






3.19.2015

o meu pai

Lembro-me de muitas coisas boas do meu pai. Começo por me lembrar das mais de 6h por semana no bowling do Colombo quando era o fim-de-semana dele ou a sexta-feira. Estava sempre ansiosa para que ele me fosse buscar à escola para irmos jogar. Tínhamos o nosso cumprimento especial quando fazíamos strikes. Era foleiro, mas eu adorava e não tinha vergonha. O meu pai dá um saltinho quando vai a correr pela pista para fazer o lançamento. Acho que é de ter feito ginástica e não consegue deixar de fazer a chamada. Ia pedindo imperiais e eu pepsis à medida que os jogos iam passando. Já conhecíamos toda a gente de lá. Pelo nome. Tínhamos a nossa própria bola de bowling, saco, sapatos e luvas. Ainda hoje temos. Os sapatos já apodreceram. Já não vamos jogar há demasiado tempo. Será que o velhote ainda consegue lançar uma bola de 14oz sem se partir todo? Ou será que a filha já não consegue lançar uma de 13 e finger por já ter sido mãe e sentir que irá estar no pós parto para sempre?

Lembro-me de muitas coisas boas do meu pai. Lembro-me de ser sempre ele o centro das atenções de todos os sítios onde íamos. Jantares de amigos dele. Eventos. Convívios. O meu pai era sempre quem falava mais alto, quem fazia rir toda a gente, quem falava mais, quem esclarecia quem não soubesse algo sobre fosse o que fosse. Ele sabe muito de muita coisa. Muita coisa que não me interessa, mas que, na altura, adorei saber. Ainda hoje não faço a mínima ideia de saber os tipos de gases (nem sei bem o que é isto) com uma mnemónica. ManteigaÉparaBarrarPão: Metano, Etano, Propano, Bentano e Pentano.  O meu pai tinha um rol de 15 anedotas, todas alinhadas para o "momento das anedotas" nos convívios. Eu também. Às vezes até já tínhamos um número juntos. 

Passámos muitos jantares a comer a minha comida preferida (na altura): bife na pedra. Íamos sempre jantar fora à sexta. Comi muitas picanhas, muitos bifes na pedra e nunca faltava o  Sumol de Ananás que o meu pai me dizia sempre que era o que a minha mãe bebia com caracóis. A mim ou a quem estivesse connosco: "a Sílvia era capaz de comer caracóis a beber um sumol de Ananás". Passámos mais de metade desses jantares com o meu pai a tentar explicar-me a diferença entre memória RAM e a memória do disco rígido. Olhando para trás, como é que eu não conseguia perceber? 

Lembro-me de quando morava com a minha mãe em Santiago do Cacém ou Santo André e de ter ido ao colo do meu pai, num dos fins de semana em que ele lá foi ter, a segurar o volante numa estrada que me parecia perigosa. Lembro-me de dois microscópios que o meu pai me deu, porque era o que ele gostava e sabia ensinar. Examinávamos as águas das poças da chuva. 

O meu pai tentava ensinar-me inglês. E brincava comigo. Sempre gostei de inglês por causa dele. Sempre gostei de ciências por causa dele. Não tanto como ele, claro. Pedir-lhe ajuda era um martírio. Perguntar-lhe sobre ciências do 7ºano era pedir uma ensaboadela de Química do 3º ano da faculdade. Sempre gostei que o meu pai me levasse a sério. Que ouvisse as minhas opiniões como se elas quisessem dizer alguma coisa. Lembro-me de ter tantas conversas com ele nos nossos lanches no Marajá, ao pé da casa do Avô Alfredo onde depois ele veio a morar, sobre religião, eutanásia, filosofia, casamento, adopção, etc. Tinha o quê? 10 anos? 10 anos e já sabia quem eram os Genesis, Doors, Pink Floyd, Marillion, Skunk Anansie, Pretenders, 4 Non Blondes e, sim, já tinha ouvido o "Viagens" do Pedro Abrunhosa muitas vezes. 

O meu pai brincava comigo e fazia batatas fritas das congeladas, as minhas preferidas. O meu  pai cozinhava muito bem. Gostava de por chouriço em tudo ou bacon. Comia sempre as gorduras dos meus bifes porque eu punha na beira do prato. Antes disso, refilava comigo a dizer que eu estava a desperdiçar comida e, com os talheres, preparava-me a comida e dizia "vês? olha tanta carne! tanta carne!". Fazia um arroz que eu adorava. Não gostava de fazer sopa ou, pelo menos, marchavam sempre instantâneas. Tínhamos um aquário de 60 litros, com um limpa fundos. Tenho fobia de peixes mas adorava o nosso aquário. Ainda hoje tenho pesadelos com ele, que os peixes estão mortos, a boiar. Comprou-me periquitos. Agora que penso nisso, ele tinha de os aguentar a semana toda para depois eu só os ver ao fim-de-semana. Desapareceram um dia. Acho que os deu à senhora que tomava conta do meu avô. Ele vivia em casa do meu avô que estava acamado. 

Lembro-me de estar sempre à espera de sexta-feira. Sempre por volta das 4 quando o meu pai me ia buscar ao colégio. Na quinta-feira já adormecia a pensar nisso. Passava sexta-feira toda aos saltinhos a esperar que o meu pai me fosse buscar. Lembro-me dele me ter oferecido um bip do Portugal Radical e eu estar louca para que dissesse que vinha a caminho. Só ele tinha o número do meu bip. Estava sempre ansiosa pelo bowling, pelo lanche com leite Ucal "ligeiramente aquecido" que era como ele pedia sempre o meu leite e ainda agora quando peço um leite Ucal, o peço assim. 

O meu pai chora a ouvir música. E nem é por se lembrar de nada. "Choro porque é bonito, não sentes?". O meu pai deu-me a liberdade de ter alma de artista. De não achar que é estúpido sentir coisas a mais, por coisas que não vemos os outros a sentir. 

Odiava o Domingo. Tinhamos hora de recolha. Ele tinha que me deixar em casa da minha mãe às 21h30. Nunca queria ir. Tinha acabado o fim-de-semana ou a sexta-feira e a vida ia voltar à normalidade. Ia voltar às aulas, aos jantares a horas, a ter hora de deitar, a não ter ninguém para jogar computador comigo. 

O meu pai conduz muito nervosamente. É daqueles que se cola ao carro da frente se ele vai devagar na faixa da esquerda. Só quando comecei a crescer é que tinha medo. Fazíamos Amadora-Oeiras em 10 minutos. Sempre a ouvir música. Ele deixava-me cantar. Não dizia que cantava bem, mas aturava-me tanto, sem me mandar calar....

Houve uma altura, que me pareceu uma década, que deixei de ter sextas-feiras, deixei de ter fins-de-semana e todos os dias eram iguais. Já não havia nada por que ansiar. Tinha-se acabado o bowling, os jantares fora, o jogar computador juntos, o ir buscar-me à escola, tudo. O meu pai foi para Moçambique dar aulas. Moçambique, onde nasceu. Falava muito de ser "Africano" e de ter nascido em Moçambique. Sempre falou muito do passado, fosse o passado mais passado ou o passado mais médio mal passado. Foi. 

Adorou Moçambique. Adoraram, ele e a Bibi, minha madrasta, mãe do meu irmãozinho Tiago. É uma história que ninguém tira a meu pai. Aposto que adora sempre que o tema é África para poder falar tudo o que sabe sobre Moçambique. Se eu que já fui passar lá férias, sinto o mesmo, imagino ele. Quero dizer que sei a moeda, o nome de bebidas, algumas palavras no dialecto deles, imagino o meu pai que adora o seu Maputo "que dantes não era, eu nasci em Lourenço Marques". 

Choro como se ele não estivesse cá, mas está. Mora ali, a menos de 10km de mim. Raramente nos vemos. Raramente falamos. Toda a gente brinca a dizer que os "Gama Freire" são assim. E são mesmo. Acho que ninguém sente a obrigatoriedade de falar com alguém nesta família  mas que se sente sempre terrivelmente culpado por isso, quanto mais apertado for o laço familiar. Gosto quando o meu pai comenta o que ponho no Facebook, gosto quando faz like. 

Sei que a vida dele não muda muito ao ponto de ter que saber novidades dele frequentemente. Sei como é a rotina dele desde que ele se levanta até que vai para a faculdade e sei como ele é quando chega a casa até se ir deitar. 

Sei que o conheço tão, mas tão bem. Posso não ter vivido os dias da semana com ele desde sempre. Só todas as sextas e fins-de-semana alternados, mas lembro-me de tantas coisas boas do meu pai. Sou tanto dele. 

Sou a que fala alto. A que ri alto. A que faz rir toda a gente. A que finge que percebe de tudo ou que, pelo menos, a que percebe mais de temas que não interessam a ninguém. Sou quem chora sem vergonha. Tenho um lado artístico que julgo vir do professor de Química que é o meu pai. Parece estúpido, mas é o que é. 

Lembro-me de tantas coisas boas. Lembro-me de estar calor e do meu pai me dizer "vai ver a pequena Sereia que te imaginas logo a tomar banho no mar e ficas com menos calor". Funciona. Lembro-me dos scones com batido de banana no moinho de Linda-a-Velha. Lembro-me de termos acampado uma tarde na mata de lá. 

Vou ser como o meu pai para a Irene. Parva, brincalhona, dar-lhe instrumentos musicais para ela ter tão bom ouvido para a música, vou deixá-la sentir, vou ouvir sempre as opiniões dela, mesmo que tenha 10 anos. Vou explicar 40 vezes a mesma coisa. Vou falar sempre apaixonada por tudo, sempre com a esperança de que ela se apaixone também. Vou andar de baloiço com ela e não ficar a vê-la a andar sozinha. 

Vou ser mãe muito também como o meu Pai.



Espero ser sempre aos olhos dele, a menina que no infantário de uma terra qualquer das 40 em que morei estava a pisar as uvas com os pés cheia de afinco para dar uma garrafa de vinho ao pai no dia do pai apesar de saber que o pai nem gostava muito de vinho. E que ele nunca bebeu. Eu não percebia porquê. Agora percebo. 

3.18.2015

Partilhar é tão bonito (mas custa).

Ontem foi a primeira vez que a Irene esteve sem nenhum de nós os dois. Quando fui trabalhar, ela ficou com o Frederico que tratou dela tão bem quanto eu ou, se calhar, até melhor visto que não é tão ansioso.

Ontem foi a primeira vez. O Frederico tem uma peça no Trindade e eu tive mesmo que ir espreitar o ensaio para não perder mais uma coisa que ele fez. À noite não gosto mesmo de sair porque gosto que ela mantenha a rotina do sono dela e não quero que ela acorde e a mãe não esteja em casa. 

Sei que, para muita gente, deixar o filho com alguém só quando ele já tem um ano parece absurdo, mas foi quando me senti preparada. Além disso, acho que tenho muita sorte em não ter precisado antes.  O não estar a trabalhar e o Frederico ser freelancer, faz com que ambos tenhamos conseguido estar sempre com ela ou, em excepções, sempre um de nós. 

Fui eu quem sugeriu que ontem ela ficasse com a Avó Doce (como lhe chamamos porque é como ela trata a Irene) e o avô Virgílio (ainda não arranjámos alguma mas, se ele deixar, ficará vivi só por não ter nada que ver com ele - depois digo que foi a neta quem inventou e pronto).

Chegaram quando ela estava a dormir. Óptimo timing. Depois era só acordar, dar a papa, brincar e esperar por nós para o jantar. Claro que a minha sogra chegou com dois sacos da Zara cheios de roupa (voltei a dar-lhe luz verde para comprar, depois de me ter enchido os armários quando a Irene era recém-nascida) e roupa linda. Sempre que se compra na Zara é seguro. 

Saímos, fomos ao ensaio de imprensa da peça e acabei por ficar mais tempo do que era suposto para conseguir assistir ao ensaio geral e, assim, poder ver o trabalho do Frederico (e do César Mourão e do resto da equipa, claro), na íntegra. Não estava nervosa. Estrava mesmo tranquila. Senão teria vindo assim que acabaram as entrevistas. Decidi ficar mais tempo.

De notar que não nos sentimos diferentes. Não nos sentimos mais felizes ou menos felizes. Senti-me apenas com ainda mais saudades da Irene por nenhum de nós estar com ela.  Ela está todas as semanas com os avós, iria ficar em casa com eles, por isso era tudo mais do que familiar. 

A única diferença e que fez muita diferença foi termos andado de mãos dadas. Já não andávamos de mãos dadas desde que fui para o hospital com contracções. Em casa seria estúpido andarmos de mãos dadas e na rua, anda sempre um com a Irene e o outro "à vontade".  Gostei de lhe dar as mãos. Senti borboletas (sinto todos os dias mas, desta vez, foi por lhe ter dado as mãos).  Tinha saudades de vê-lo um bocadinho mais como Frederico.  :)



Pelo que os avós me foram dizendo pelo WhatsApp (simmmmmmmm!!! Não andamos aqui a brincar!!! Avós super postos a par do que se passa!!! Só não descarregam o Tinder porque estão bem casados um com o outro) estava tudo a correr mais do que bem. Irene super bem disposta, a dançar, cantar, a fazer como faz o urso. A ser palhacinha como os genes da mãe lhe dizem para ser, no fundo. 

Eu estava muito feliz e relaxada. Nunca pensei. Realmente fazer as coisas só quando já estamos preparadas tem outro impacto. Oiço e leio relatos de mães que tentam afastar-se antes dos filhos, antes de terem a certeza e é sempre muito penoso para elas. Divertem-se mas tão menos do que se adiassem esse momento para mais tarde. Se me tivesse afastado da Irene antes (que me afastei, estou a dizer... partilhá-la com os avós, sem nem eu nem o Frederico estarmos presentes, deixá-la "sozinha"), acho que não iria ser saudável para ninguém. Eu iria estar ansiosa (senti-a muito muito dependente de mim - acho que é normal um bebé precisar da mãe, independências só quando forem maiorzinhos, no caso da Irene quando tiver 55) e, por estar ansiosa, o Frederico não iria gostar tanto da minha companhia, chatearia muito os avós a todos os segundos, etc. 

Foi perfeito.

Tirando o facto de termos apanhado imenso trânsito e não termos chegado a tempo de fazer o jantar da Irene. Enfardou meio litro de sopa que era o que havia (e já comeu muito mais do que era costume). 



Cheguei e claro que chorei. Chorei porque senti a minha filha muito mais longe de mim por nenhum de nós ter estado com ela. Roubei-a logo a toda a gente e fui dar-lhe banho para me por a par das novidades. Segundo o que a Irene disse: "bfdjksfs,dbfhskldjrnfljksbldf". Inacreditável. Depois voltei e estava toda orgulhosa de mais este marco na vida de todos. A Irene tomou conta dos avós, os avós dela, os pais foram namorar e estiveram bem e, acima de tudo, fomos todos muito felizes ontem à tarde, apesar de não termos estado todos juntos. 

Tenho muita sorte com esta minha nova família. Tanta sorte que até escolhi o apelido para meu.

Tanta sorte que até os deixei tomar conta da minha filha, ficando eu descansada.

No final, estava tão contente pela minha sogra, por ter podido ser avó sem me ter sempre a olhar-lhe por cima do ombro. Ela é um anjo. Mesmo. 

A Irene é de todos. Devagarinho para a mãe não ter um AVC, mas é.

Obrigada avó Doce e Vivi.

Casting para Pediatra

Está aberto o casting. Durante este mês não vou a um, mas a três pediatras diferentes com a Isabel.

1. Vou dar uma nova oportunidade à pediatra da Isabel. É como um coming back, para ter uma última oportunidade de mostrar aquilo que vale (isto depois de, com a bebé internada com pneumonia, em dezembro, ter enviado uma SMS a desejar APENAS as melhoras).

2. Vamos a uma consulta no público, com a pediatra que a acompanhou durante e após a pneumonia.

3. Vamos a uma consulta numa nova pediatra que me aconselharam, que está no privado e no público.


Claro que se a minha filha tivesse médico de família, ficava mais descansadinha e não andava nestas andanças, mas como não lhe atribuem médico no centro de saúde, sinto-me mais aliviada assim, tendo um acompanhamento próximo.

Gosto da pediatra da minha filha, palavra que gosto, mas naquela hora de maior aperto, em que estava a ver a Isabel sem conseguir mamar, a respirar mal, com tubos nas mãos e naquele quarto de hospital, precisei de mais do que um "as melhoras". Precisei de mais qualquer coisa, de uma mensagem no dia seguinte ou na semana seguinte ou no mês seguinte a perguntar se estava tudo bem, se precisávamos de alguma coisa, a perguntar como tinha corrido, a interessar-se verdadeiramente. Não queria que nos tivesse ido visitar ao hospital com um bolo rei no dia de Natal, mas gostava de me ter sentido mais apoiada.


De resto, sempre me respondeu às SMS e sempre me senti segura nas consultas com ela. É pró-amamentação, nunca se preocupou com a descida suave dos percentis e não me mandou dar leite de fórmula quando ela não engordou "o esperado". Sempre a achei atenta, a vigiar tudo, com tempo para nós e para as minhas dúvidas e até me chegou a receber para acompanhar o peso da bebé, sem cobrar consulta. Concordo com ela em quase tudo e parece-me gostar daquilo que faz e ser uma pessoa bastante informada.


Agora, será que esperamos dos pediatras o mesmo que esperamos de um namorado? Que seja o primeiro a ligar? Que não demore muito a responder? Que nos ame tanto como nós o amamamos a ele?

Será que a pediatra da minha filha teria mesmo de ter dito mais alguma coisa? Teria de ter enviado mensagens ou ligado? Ou esperou que eu a procurasse, caso fosse preciso, como faço sempre? Será que sou demasiado exigente?

Até podia dar-se o caso de já não me poder ver à frente, mas acho que só recorro a ela quando acho realmente importante. Fui contar, 14 SMS em 12 meses. Nunca lhe liguei.

Serei assim tão chata? Será que ela estava só a dar um tempo? A verdade é que para mim aquilo foi como se o meu namorado se tivesse desinteressado de mim, logo na altura em que mais precisava dele. Abalou ali qualquer coisa na nossa relação de confiança, talvez por me sentir tão fragilizada naquela altura.

Agora, há distância de 3 meses e com a Isabel super saudável, esta sensação de abandono já amenizou um pouco e estou disposta a dar-lhe uma nova oportunidade. Mas, primeiro, vou fazer um casting para perceber se não posso ter um novo amor à primeira vista.

3.17.2015

As nossas melhores amigas.


O coração só funciona se estiver cheio. 





Ter uma melhor amiga é como ter mais um coração. 

Um coração que ajuda a que o nosso funcione melhor e mais um coração para nos bombearmos mais sangue, mais amor. 

Da mesma maneira que fantasiamos com um amor para toda a vida, um apenas, desde sempre e para sempre...

... acredito que nós, mulheres, também fantasiemos com uma melhor amiga para sempre. 

  • Uma que saiba tudo de nós. 

  • Que se vá servir da nossa roupa sem nos perguntar. 

  • Que saiba o código do nosso telemóvel e do nosso cartão.

  • Que saiba aquilo que queremos pedir no McDonalds e, portanto, não tenha que nos perguntar. 

  • Que tome conta dos nossos gatos quando vamos de férias. 

  • Que responda à nossa mensagem primeiro que a das outras pessoas.

  • Que saiba qual é o nosso gelado preferido.

  • Que saiba por-nos bem em 30 segundos quando estamos tristes. Nem que seja por fazer um barulho esquisito com o corpo.

  • Que saiba como dizer-nos que aquelas calças nos fazem parecer uma vaca gorda.

  • Que goste de fazer as mesmas coisas que nós e, mesmo que não goste, vá. Afinal, depois não quer ir sozinha ao concerto dos Backstreet Boys e quem mais para ir com ela? 

  • Que nos diga quando temos bigode.

  • A única pessoa com quem conseguimos ter coragem ir à praia ou à piscina com virilhas por fazer. 

  • Que saiba ajudar-nos sem sabermos, falando de nós e sobre nós a quem pergunte como lidar connosco.


Sonho que a Irene e a Isabel sejam assim um dia.

Mas, se possível, sempre com as virilhas em bom. 





Fui a uma especialista do sono por causa da Irene.

Acenaram-me com noites perfeitas... 

... e eu não resisti!

Quem de nós (que não durma impecavelmente) não tem o sonho de começar a dormir uma noite inteira? 

Eu, apesar de não ter de fazer o malabarismo incrível que as mães trabalhadoras têm de fazer entre a sua sanidade mental e serem mães bem-dispostas, estou louca para que isso aconteça - estou em casa durante o primeiro ano e meio da Irene.

Apesar de não dormir bem, não deixei de ser a Joana que adorava dormir 12 horas seguidas ao fim-de-semana.  Sinto saudades minhas, de como era antes. Sempre com energia.

A Verina Fernandes, especialista do sono, começou por comentar uns posts aqui na página quando me queixei sobre isso e a conversa evoluiu. Não, com isto não quero dizer que nos tenhamos enrolado loucamente num sítio qualquer.




A Verina é de longe (lá de cima) e, portanto, tivemos umas consultas por Skype. Gostei imenso dela. É mãe. É mãe que se preocupa, que sente, que percebe.

Apesar de não ter seguido uma parte do plano proposto, visto que me falta motivação/desespero para querer tirar as mamadas de mimo à noite à Irene (acho que, se estou em casa, é para a servir, seja qual for o motivo e de que maneira for e, se calhar, mesmo que não estivesse em casa pensaria da mesma forma - coisas minhas), tudo o resto que a Verina recomendou ajudou e muito. Aos poucos estou a ter uma Irene mais regulada (e não estou a falar do intestino). 

A ajuda que a Verina dá vem, realmente, de uma vontade genuína de o fazer e acho que isso conta muito.  Passou muito por sugerir horários em que a Irene estará mais disposta a adormecer sem birras. Não há cá choros. A mãe sempre presente.


Deixem-lhe aqui algumas perguntas para, em breve, fazer novo post com as respostas. :)

Alguém tem de o fazer



Já que a minha mãe me faz umas comidas de bosta e o meu pai só sabe ir buscar sushi, alguém tem de cozinhar nesta casa.

Mesmo que seja vestida à dançarina de can-can e com um laço maior que a minha cabeça - a minha mãe ainda não percebeu que é por causa do peso do laço que eu vou tantas vezes com a cara ao chão e até já entortei um dente - eu tenho muito estilo a cozinhar e dispenso aventais. Ouvi a minha mãe dizer que só me pôs estas meias até ao joelho aqui em casa porque temos o aquecimento ligado, espero bem que ela não se ponha a inventar e não me leve para a rua nestes preparos.
Das duas uma: ou eu me transformo numa Liliane Marise e vou adorar estes folhos e laços ou então nunca mais a vou perdoar por me vestir assim. Vou andar de calças largas e pullover até aos meus 80 anos, que ela vai ver.




Apetecia-me esconder-me dentro da gaveta, mas não estou a conseguir.









Este foi o presente do meu primeiro aniversário e finalmente vou passar a alimentar-me decentemente nesta casa, mas terem-me dado esta cozinha ou um penico era quase igual. No entanto, a minha mãe não resiste em encher o meu quarto de tralha cor-de-rosa e tenho a certeza de que estava já a pensar nestas fotos quando a comprou.

Vaidosona ela? Nãaaaao, que ideia!

Como as bloggers à séria fazem 
(que, ao contrário da minha mãe, são espertas e pinga na conta bancária delas): 
cozinha Imaginarium
 tapa-fraldas INNY - Kids Wear
laço Little i

3.16.2015

Ter a criança como fundo do telemóvel significa que...

Confesso que, antes de ser mãe, achava um pouco bimbo e parvinho ter a fotografia das crianças como fundo do telemóvel (achava mais esquisito quem põe as suas próprias fotografias, uma selfie qualquer em frente ao Padrão dos Descobrimentos, por exemplo, mas isso continuo a achar). 

Agora, claro que penso ao contrário (não sobre as selfies como wallpaper).  Assim que tiro uma fotografia bonita à Irene, vai logo para o fundo do telemóvel. Acho que quer dizer que não nos queremos nunca separar deles. Que são o que mais gostamos na vida. É como se estivéssemos grávidas outra vez e, assim, eles andassem sempre connosco. E também, sejamos sinceras, é uma espécie de "fotografia da carteira": quando for preciso mostrar o bicho, está logo ali à mão.

Tem só o inconveniente de às vezes levarem com o icon do Facebook e do Whatsapp na testa, mas às vezes até lhes pode ficar bem. A Irene como tem uma testa enorme, até dá para pensar numas tatuagens giras para fazer. 

Já no Whatsapp não consigo usar a foto dela como fundo porque mal se vê com tanto texto por cima e, por isso, aproveito esse pequeno espacinho para fazer um make-over à Querido Mudei a Casa (mas sem o tipo que agora é muito coach da vida, por ter tido uma epifania qualquer depois, claramente, de ter feito parte da boyband) ao telemóvel. 

Andei à caça e encontrei estes. Dá para guardarem no telemóvel (se tudo correr bem) e porem logo a seguir ;) 

Depois digam o que escolheram!













O meu nosso dia 16.



Dia 16 de março. O dia que marca para sempre a minha vida. O dia em que te ouvi chorar pela primeira vez. Em que senti o teu corpo quente junto ao meu. Em que te ofereci mama e ficámos ali, juntas, unidas para sempre. Tu e eu. As duas, a olhar uma para a outra. O som da minha voz a acalmar-te. Nada pode ser mais perfeito. Nada. É algo que me ultrapassa, que me leva para outra dimensão. Chamar-lhe magia é pouco. É amor. Um amor que faz engolir em seco quando não temos a certeza de que estamos a fazer bem. Um amor que acelera o bater do coração e que nos faz estar alerta dia após dia. As minhas noites nunca mais vão ser iguais. Porque tu existes, Isabel, e basta um esgar diferente que o meu coração dispara. Quero sorver tudo. Quero decorar cada linha do teu rosto, cada expressão, cada som. És a minha filha. Filha. Filha. Tenho de repetir para acreditar. Filha.


Dia 16. O dia em que chorei assim que te vi pela primeira vez no colo do teu pai. Isabel, tens muita sorte. Temos muita sorte. O teu pai ama-te tanto! Chama-te filhota, diz-te que és a melhor coisa da vida dele. Foi ele quem te deu o primeiro banho, mudou a primeira fralda e todas as outras! Tanto mimo, tanto amor... e só agora começou!...


Dia 16. O dia em que fui mãe. Já o era, mas agora sinto-o nas entranhas. O papel mais difícil da minha vida começou. As dores da amamentação, as dores da recuperação, as dores de não conseguir descortinar logo as tuas dores. A recompensa no teu ar sereno, a dormir aninhada e a sentir o bater do meu coração. A recompensa no som que fazes enquanto te alimento. É música para os meus ouvidos!

Dia 16. O dia em que trouxeste a felicidade contigo. Pai, mãe, avós, bisavó, tios: todos a terem mais uma razão para sorrir e para viver. Uma família que se torna ainda mais família, unida pelo amor a um ser tão pequenino. Um ser que nos ensina tanta coisa!

Dia 16. Uma vida a três. Melhor do que a dois.

[texto escrito a 22 de março de 2014, 6 dias depois da Isabel nascer]

A Isabel já tem 1 ano!!!

Sim, isto só lá vai com exclamações! Muitas, muitas! Hoje é um dia mágico, emocionante. Já andava lamechas e chorona desde sábado, a comprar a prenda de anos e a preparar alguns detalhes da festa de anos, mas hoje é O DIA!

Para marcar esta data, fiz sessão fotográfica com a Rita Ferro Alvim, um ano depois da sessão da gravidez (Nunca estive tão bonita).

 O resultado foi este:









Um sonho de fotografias e uma recordação fantástica!
O bolinho foi aqui a mãe quem fez, para a menina fazer gato sapato dele, mas qual quê. A minha filha é uma lady, não há cá mãos e cara cheias de bolo. Cada vez que punha lá a mão, era um choro sem fim. Desistimos, claro.



As fotografias ficariam lindas só com ela, mas os penetras entraram em acção.


A filha não quis besuntar-se de bolo, os pais, que não têm juízo nenhum, fizeram-no por ela.


Obrigada, Rita! Adorámos o resultado. Para o ano, há mais!


3.15.2015

13 coisas que ADOREI na gravidez

Vá, para que as grávidas não fiquem só assustadas com as nossas queixas. ;)


1 - Adorei ter umas mamas tipo silicone 

nada estrábicas, nada caídas, sempre todas rijas que mais pareciam o rabo de uma ginasta, mais diferentes das dos meu marido.

2 - Adorei ter cabelo de princesa da Disney

impecável! Sempre todo farfalhudo e parecia que se mexia em uníssono como, lá está, essas pindéricas da Disney que têm sempre um cabelo maravilhoso.




3 - Adorei não ter que encolher a barriga nas fotografias 

esquecer-me de um hábito que tive durante 27 anos é maravilhoso. Estar a borrifar-me e poder sorrir genuinamente para a fotografia em vez de ter ar de quem quer dar um pum por me estar a encolher toda foi óptimo.

4 - Adorei não ter que me baixar para fazer nada 

nunca mais tive de ser eu a ligar para o senhores do MEO e ser eu a "ir ver lá atrás se os fios estavam ligados" ou nunca mais tive de apanhar coisas do chão, mesmo que não me fizesse diferença.




5 - Adorei nunca mais ter que levar sacos das compras para cima

0! 0 de levar sacos! Só tinha de ajudar a pôr as coisas dentro deles na caixa do supermercado e, mesmo assim, não tinha de o fazer porque o meu marido gosta de organizar tudo por categorias nos sacos e eu juntava os cotonetes com a picanha (terá sido de propósito?)

6 - Adorei não ter peso na consciência por não andar no ginásio

Não convém fazer grande exercício no princípio da gravidez, depois não nos apetece porque não sei quê e, no final, tal e tal. Esquecermo-nos das nossas obrigações desportivas é das melhores coisas de sempre. 

7 - Adorei poder usar roupas justas ao corpo

sem ser claro o bikini ou o fato de banho. Tão bom andar tranquilamente com aquelas camisolas justas à barriga e até usar riscas horizontais sem parecermos uma cadeira de piscina.




8 - Adorei ter mais apetites...

sim, principalmente esse, mas também andei a comer maçãs e tangerinas que nem uma estúpida.

9 - Adorei sentir-me merecedora do meu marido sair de casa para me ir comprar batatas ao McDonalds.

quase que não me senti mal por pedir. 



10 - Adorei nunca me sentir sozinha

sentia que tinha sempre um segredo comigo e que falava com ela nos meus pensamentos. 

11 - Adorei ganhar o dom da relativização

por não me poder irritar, aprendi a não me irritar tanto



 12 - Adorei que as pessoas achassem que a minha pele oleosa era o "brilho da gravidez". 

época aurea, minhas amigas, aproveitem. 

13 - Adorei nunca mais ter que tratar da areia dos gatos.

quero ter um segundo filho só por causa disso. 9 meses santos sem cocós de felinos. E, vá, outros três depois da miúda nascer.