Enquanto que, com os cães, achamos sempre que os nossos são mais espertos que os dos outros, com os filhos, temos sempre medo que as coisas não estejam a ir na direcção certa. Tememos as piores doenças cerebrais possíveis, os piores atrasos de desenvolvimento conhecidos e imaginários e que, pior ainda (como se houvesse): que seja tudo por nossa culpa, por culpa de algo que comemos ou de não os estimularmos correctamente.
Até chegamos a conspirar contra os nossos pediatras, como se eles soubessem ou suspeitassem que o nosso filho tem um problema qualquer, mas que não nos queira dizer por ser inevitável e para não nos stressar.
A Isabel, da Joana Paixão Brás, "está à frente do desenvolvimento" (cabra). A Irene ainda não gatinha e já tem praticamente 10 meses. A Isabel já fica em pé agarrada a móveis do Ikea lá em casa. A Irene arrasta-se de rabo como se tivesse parasitas, como os cães. Enfim.
Até confiar na Irene, demorou. Principalmente quando somos constantemente confrontadas com sites, aplicações e livros que nos dizem "a idade normal" para começarem a fazer determinado tipo de coisas.
Na brincadeira, chamava à Irene de foca, por a única coisa com piada que ela fazia ser eu por-lhe uma chucha no nariz (how sad).
A verdade é que, apesar de ter começado a sorrir mais tarde que a Isabel, a gargalhar bem mais tarde que a Isabel (só, para aí, há um mês é que gargalha sem que eu tenha de espancar com cócegas), ela descobre tudo sozinha, a seu tempo.
Lembro-me que, quando ela se abanava, tivemos medo, durante uns dois minutos que pudesse ser autista (por causa daquela imagem estereótipo), mas descobrimos que, afinal, estava a dançar. A Irene não gargalhava, não gatinhava, mas dançava (coisa que a Isabel não faz, toma!).
Os bebés não têm curiosidades com a mesma intensidade ao mesmo tempo, podem não sentir as mesmas necessidades de deslocação ao mesmo tempo. Há bebés que passam directamente do sentar ao andar e tudo (isto deixou-me descansada muitas vezes).
Confiemos nos nossos bebés. Se houver algo mesmo brutalmente esquisito, os pediatras vão reparar nas consultas de rotina. Eles não ganham à comissão por segredos escondidos e até perderiam pacientes, além de ir contra tudo aquilo que representa ser médico, digo eu.
Até confiar na Irene, demorou. Principalmente quando somos constantemente confrontadas com sites, aplicações e livros que nos dizem "a idade normal" para começarem a fazer determinado tipo de coisas.
Na brincadeira, chamava à Irene de foca, por a única coisa com piada que ela fazia ser eu por-lhe uma chucha no nariz (how sad).
A verdade é que, apesar de ter começado a sorrir mais tarde que a Isabel, a gargalhar bem mais tarde que a Isabel (só, para aí, há um mês é que gargalha sem que eu tenha de espancar com cócegas), ela descobre tudo sozinha, a seu tempo.
Lembro-me que, quando ela se abanava, tivemos medo, durante uns dois minutos que pudesse ser autista (por causa daquela imagem estereótipo), mas descobrimos que, afinal, estava a dançar. A Irene não gargalhava, não gatinhava, mas dançava (coisa que a Isabel não faz, toma!).
Os bebés não têm curiosidades com a mesma intensidade ao mesmo tempo, podem não sentir as mesmas necessidades de deslocação ao mesmo tempo. Há bebés que passam directamente do sentar ao andar e tudo (isto deixou-me descansada muitas vezes).
Confiemos nos nossos bebés. Se houver algo mesmo brutalmente esquisito, os pediatras vão reparar nas consultas de rotina. Eles não ganham à comissão por segredos escondidos e até perderiam pacientes, além de ir contra tudo aquilo que representa ser médico, digo eu.