1.09.2015

Restaurantes onde ir com os filhos #3 - Claro!

Vamos a isso, vamos a mais um restaurante onde os nossos filhos são muito bem recebidos e onde nos dê gozo ir com eles (e até sem eles, neste caso). 

Este restaurante é, para mim e para o meu rapaz (o que tem bigode farfalhudo, o pai da miúda, pronto), muito importante. Além de o termos conhecido juntos (não há cá histórias de já lá ter ido com uma ex qualquer), foi onde ele (depois de uns copinhos) me pediu em casamento (um dia conto como foi, mesmo que não vos interesse, é a vantagem de um blogue hehe). Foi também onde lancei o meu livro também ("Estou toda grávida", é giro hehe). 




É mesmo na marginal, por isso a vista é o que nós sabemos. Tem parque de estacionamento próprio, mesmo à entrada do hotel. Ah! É num hotel (Solar Palmeiras). Por isso, se forem lá numa de festarola com malta que depois não deva conduzir, há sempre um sítio onde possam ficar sem ser no vosso sofá.



A comida? Excepcional. O Chef Claro (ele chama-se Vitor Claro, daí o nome do restaurante) gosta tanto do que faz que até no nosso primeiro jantar (há 2 anos, acho), já fazia as coisas assim: vai servindo sem dizer o que é e, depois de tentarmos adivinhar é que ele se descose (e nem sempre, gosta de guardar o seu segredinho). É também apaixonado por vinhos, pelo que no restaurante tem sempre escolhas curiosas e que, geralmente, dá a conhecer a quem lá vá, incluindo o seu próprio "Dominó".


Tem desde coscorões de alheira (cujo cestinho, por termos gostado tanto, foi o sítio onde levámos as alianças do nosso casamento), ravioli de fois gras com amendoins e caldo de castanha, carpaccio de novilho com dobradinha, etc. Não divulgo mais que o homem pode cobrar direitos de autor. 



O pão é feito por ele, a focaccia também... só para terem uma noção do amor à comida. 
Para restaurante de cozinha de autor, o preço é mesmo muito em conta. Para a qualidade da vista? Nem preciso de dizer mais nada... 





Aquisição recente de cadeiras do Ikea para os bebés se sentirem crescidos connosco à mesa. A Irene estava a delirar e portou-se bem durante uma hora (!!!). 




Aqui está ele, o homem "da hora", Chef Vitor Claro! Refiro-me ao senhor da esquerda, a pessoa da direita é a minha filha.




 Vista: Excepcional.

 Estacionamento: parque privativo.

 Comida: cozinha de autor, com amor.

 Preço: para cozinha de autor: preço muito em conta.

 Crianças: bem recebidas com cadeiras e espaço para correrem.

✔ ✔ Serviço: óptimo, somos recebidos como habitués e ficámos amigos do chef. 

A minha filha diz a verdade.





Já somos quantas?

A mãe sabe há 2 meses! (festejamos com mamas)

O estaminé das Joanas faz hoje dois meses. Parabéns a nós! 

Para celebrar este grande acontecimento digno de um queque com uma vela dos chineses, começamos por relembrar o primeiro post escrito pela Joana Paixão Brás (que por acaso calha a ser esta que vos escreve e, por isso, sinto-me um CR7 a falar na terceira pessoa).

Ora o texto era uma Ode às Mamas (sim, sem til) e fez-me corar bastante porque até o meu chefe teve conhecimento do post. O meu pai comentou: "Valha-me Deus".

Vai-se a ver e não tem absolutamente nada de mal, não sejam púdicos. É só uma reflexão sobre a vida das mamas, no meu caso uma vida curta. De repente, vi-me com mamas e a confirmar que "a gravidez são os implantes mamários dos pobres", lá dizia o RAP. Depois, fiquei com cada uma de uma nação. E para terminar, uns autênticos saquinhos de chá.

Bem, pareço aqueles spoilers que relevam que o ator morre no fim. 

Vá, se chegaram há pouco tempo ao blogue, vão lá ler a Ode e depois digam-me: isto com um segundo (ou terceiro) filho ainda piora? Podemos pô-los às costas e mandar-lhes a mama para eles mamarem? 


1.08.2015

Glossário de Roupas Betas - PARTE 2

Depois do enorme sucesso do Glossário de Roupas Betas, cá está a sequela. Sim, ainda há muito a dizer sobre as roupas coquetes que vestimos aos nossos filhos. Têm de andar sempre em bom, como se a vida fosse uma festa constante e se estivéssemos a ser fotografados para a Caras.

Calma, acérrimas defensoras da roupa beta (ou clássica, vá, porque já da outra vez ia havendo mães a terem um amoque com esta nomenclatura), eu adoro este estilo de roupa clássico. A Isabel veste-se quase sempre com tudo o que é folhareco e golinhas, mas de vez em quando lá calha uma roupa mais descontraída. 

Cá em casa também há babygrows e fatos de treino.

Aqui a única coisa betinha é o laço e adorei vê-la cheia de estilo.


Neste dia (e em muitos outros), ele foi o responsável pela indumentária. 
-"Riscas e bolas?", perguntei-lhe.
-"O laço da Minnie tem bolas!" 
E com esta me calou. Afinal o pai é que sabe.

Até tenho medo de dizer que não sou muito fã de roupa da Hello Kitty e dos Mickeys que já da outra vez me caíram em cima. Afinal o terreno dos estilos de roupa de criança é pantanoso e há quem se chateie à conta disto! Tentem desta vez não andar à batatada umas com as outras e a dizer que umas têm falta de classe e que as outras são bregas. Que os filhos são betos e os das outras parolos. Calma, senhoras.

Vamos então ao que interessa: a lista para ajudar as futuras mães e os pais a saberem o que é o quê. Aqui a mãe ajuda. 

Merceditas
Podiam ser um nome betinho, mas são sapatos de miúda, que tanto podem ser de tecido, verniz, camurça ou veludo e terem fivela, botão, velcro ou laço.
Pisamonas
Menorquinas
A princesa Leonor e a infanta Sofia sempre nos habituaram a estas sandálias nas revistas cor-de-rosa. Dão pró menino e prá menina, mas não estou a ver o meu mais-que-tudo a alinhar nessa, se viermos a ter um menino. Gosto, mas nunca percebi muito bem o buraquinho à frente, nem tapa nem destapa os dedinhos.

Carapins
Sinceramente, algumas leitoras sugeriram-me os carapins, mas não me parece exclusivo das roupas betinhas. Mesmo as mães que vestem fatos de treino também gostam deste género de sapatinho para os recém-nascidos e bebés de poucos meses. Ou estarei enganada? De qualquer forma se tiverem uma avó prendada, peçam-lhe para fazer porque são caros, caros!
Calções à Espanhola ou de peitilho
Não sou fã. Se não for para um casamento ou para um evento ultra chique não se justifica vestir os miúdos com estes calções de peitilho. No fundo, as tiras substituem os suspensórios, mas deve ter também uma questão estética que me escapa.


Tartan
Quantas fotografias viram no Natal com criancinhas super aperaltadas com grandes laços encarnados, preferencialmente de veludo, e com um fofo, vestido ou calções com este padrão? Nem contam pelos dedos das mãos, não é? No próximo Natal, querida Isabelinha, vai ter de ser!


Meias com pompons e laços
Até aos joelhos, estejamos no pico do inverno ou na primavera, o que interessa é compôr o fofo ou o vestido com umas meias todas pipis. Como algumas mães disseram, quando questionei o facto deles terem frio, "eles não se constipam pelas pernas". Okay...




Bordado inglês 
Seja nas toucas, nas golas, nos vestidos, o bordado inglês fica sempre bem.

Laranjinha
Mães e pais, ainda falta muitos tecidos e peças de roupa para a lista das roupas betas? Conto convosco para ajudar pessoas como o meu marido, que ainda hoje lhe vestiu um bolero por cima de um pullover...



Parágrafo final com frases cliché - ler como se fossem as recomendações rápidas no fim dos anúncios a medicamentos: o que importa são os valores que passamos aos nossos filhos e tanto faz terem bodies de gola ou t-shirts do batman. O que importa é eles andarem a brincar nas poças de água, a subirem às árvores e a lambuzarem-se com chocolate. E que ainda bem que há diversidade e que nem todos gostam de amarelo. Aquelas verdades de La Palice.
Só para acalmar as mentes preocupadas com os estereótipos, com o bullying e o diabo a quatro: estamos só a falar de roupas, ok? Vá, respirem fundo e divirtam-se!

Shhhhhh! Mais baixo!

Antes de começar para aqui a revelar um pouco mais da minha insanidade mental, deixem-me só por-vos a par do contexto: tanto eu, como o meu marido, há mais de um ano que estamos 24 horas por dia em casa 7 dias por semana. Por isso, o que vocês devem sentir ao final do dia ou aos fins-de-semana, é o que eu sinto vezes mil (dado este contexto) e vezes mil outra vez por ser um bocadão ansiosa e maluquinha.

Há várias coisas que me enervam nisto do barulho: 

1º Por que é que é quando eles adormecem que acontecem os acidentes mais estúpidos cá em casa ou na casa dos vizinhos, para eles acordarem?

2º Por que é que é sempre quando ela está a dormir que chegam as compras que mandámos vir online e fazem um chiqueiro enorme com a porcaria dos tupperwares gigantes aos quais eles chamam de "caixas"? 

3º Por que é que parece que os pais não percebem que lá por não terem acordado uma vez com o estrilho de fechar a porcaria do microondas, não quer dizer que, para a próxima, não acordem se estiverem na fase de sono mais leve?

Nota-se? Nota-se que isto tem sido a fonte de muitas discussões cá em casa? Estou tão enervadinha que até já me doem os maxilares de estar a fazer tanta força com os dentes involuntariamente. 

O meu marido queixava-se muito de que sentia que nos andávamos a portar que nem maluquinhos por eu ser uma exagerada. Eu? Nãaaaaaao. Coisas que fazíamos: 

- evitar puxar o autoclismo (fosse nº1 ou nº2, nojento, eu sei), não fosse bicho acordar;

- deixar a loiça para tirar ou arrumar no dia seguinte;

- falar baixo no geral;

- encostar a porta sempre que estivéssemos na cozinha ou fechar (principalmente quando sabíamos que iamos usar a porcaria do microondas);

- baixar o volume da televisão sempre que era algo com volumes assimétricos (jogos de futebol, a voz da Teresa Guilherme, etc.);

- fechar ou encostar sempre a porta do quarto dela...

Enfim, acabei por ceder. Estou a curar-me aos poucos e a nossa sanita já está mais higiénica. Sempre que o meu marido faz um barulho qualquer, já não o chamo a atenção dizendo "a miúda está a dormir, pá!". Se continuo a sentir, por dentro, um ódio tremendo durante 3 ou 4 segundos por achar sempre que "não custava teres encostado a merd* da porta"? Sim, mas tal como todas as obsessões, creio que há de passar. Senão, vou continuar a fingir para manter o nosso casamento. 

Custa-me muito aceitar o "eles têm que se habituar aos barulhos normais da casa". Têm? Também têm de se habituar a que lhes partam o coração enquanto são novos para depois não lhes custar tanto quando forem adultos?

Isto é o tipo de exemplos que dou durante as nossas discussões e que deixam o meu marido com vontade de me esganar. Percebo. Estou a curar-me aos poucos. 


A porra da falta de tempo

Será que é tudo uma questão de organização? Ou há por aí muitas mães a ficarem maluquinhas com a falta de tempo?

Ontem nem eu nem o David podíamos ir buscar a Isabel à creche porque tínhamos trabalho para acabar. Não tendo avós por perto que possam fazer o favor, um de nós teve de adiar o trabalho e terminá-lo à noite. Esse alguém fui eu. 

Não me posso queixar do meu trabalho, nuns dias trabalho muitas horas, mas noutros tenho a sorte de poder acabar muitas coisas em casa. Só que há dias em que não sei para onde me virar e só me apetece chamar pela mãezinha!

Do que prescindir? Da filha, nunca! Se bem que às vezes dou por mim a rezar para ela adormecer depressa e sem birras para eu poder ir trabalhar. Depois fico a sentir-me uma péssima mãe. Só tenho uma filha e moro a 10 minutos do trabalho e da creche e há dias em que não dou conta do recado.

Como gerem tudo, mães que têm dois trabalhos, moram no cu de Judas, têm mais do que um filho, cão, periquito, jantar para fazer e marido, com quem querem ter umas horinhas para namorar? Já nem falo em ver filmes, séries ou ler, isso devem ter reduzido a um evento por semestre, não?

Ou acordam às 06h da manhã e deitam-se às 01h para conseguir ter tempo para tudo? Fazem a comida para a semana toda logo no domingo? Ou varrem para debaixo do tapete só para disfarçar a porcaria das vossas casas?

Ajuda, aceita-se!


1.07.2015

Quero voltar a fumar! Já!

Fumava tanto que parecia sempre que tinha acabado de entrar em palco no Chuva de Estrelas e que tinham posto aquele efeito de fumo manhoso. 

Fumava tanto que o meu cheiro servia de fumo passivo para os meus colegas de trabalho.

Fumava tanto que parecia que usava verniz amarelo, mas só no dedo indicador da mão direita (e nos dentes). 

Fumava tanto que media o meu tempo em cigarros. 

Fumava desde os meus treze quando, nas Olimpíadas dos Maristas, levei um maço de tabaco da minha mãe (SG Filtro) para fingir que já fumava e acabei por ter de "provar" que era uma fumadora experiente (dizia aos meus amigos que já tinha fumado, mas que tinha deixado para não ter que o fazer) nas casas de banho do colégio. Lá fumei e fingi que travei, porque saberia que iam estar atentos, os sacaninhas.

No liceu, comia as repetições das minhas colegas no refeitório, para usar o dinheiro da minha semanada para comprar Camel ou LM. 

Quando não tinha tabaco, roubava cigarros a um maço de Gauloises sem filtro (hardcore, pior que "mata ratos") que a minha madrasta tinha na sala, mesmo quando não estavam em casa.

Fumava sempre que entrava no carro. Fumava sempre a caminho do trabalho às 6 da manhã. No liceu, fumava enquanto comia uma maçã, quando ia para o autocarro. 

Pronto. Isto para dizer que me esfumaçava toda. E, a meu ver, ainda me esfumaço, mas psicologicamente.

As saudades que tenho de discutir (calma, não tenho saudades de discutir) e poder acender cigarros e fumar para pontuar as conversas. As saudades de um bom cigarrinho depois de ter enchido o bandulho ao jantar. As saudades de escrever com duas mãos enquanto uma segura o cigarro e tira a cinza.

Bom, vou parar com isto, devo estar a minar os neurotransmissores das mães ex-fumadoras e aposto que as fumadoras já estão a programar o próximo cigarrinho (sacanas!). 




Serve este post para dizer que sou a maior. Ou que, pelo menos, me sinto a maior. É verdade que fumei até saber que estava grávida (um maço de Camel por semana - no carro, para fumar a sério - e o resto do dia Smuky - cigarros electrónicos quando, na altura, se dizia que eram quase tão pouco maus que quase que curavam escorbuto e faziam máquinas de roupa).

Quando soube que estava grávida, tentei fumar um cigarro para "comemorar", sabendo que tentaria que fosse o último, com tudo o que o verbo "tentar" implica (só as fumadoras e ex-fumadoras é que percebem o raciocínio estúpido de fumar um cigarro para comemorar uma gravidez). 

Esse cigarro soube-me mal,  soube-me a culpa e a fracasso.

Acho que foi a minha primeira culpa de mãe (a segunda foi saber que o chá verde era abortivo e que andava a beber Tisanas à vontadinha o dia todo - apesar daquilo ser só 0,00001 de extracto de chá verde e de saber, racionalmente, que não ia fazer mal). 

Como é que eu estava a ser capaz de fazer algo que não me traz nada de bom a todos os níveis, decidindo que, ainda antes do meu bebé nascer, iria fazer-lhe mal?

Tive sorte porque o cigarro me soube mesmo mal, enjoou-me, senão cada cigarro que eu fosse fumar, iria ser, de longe, o momento mais triste do meu dia. Fumar grávida, a meu ver, deve ser o equivalente a darmos socos na barriga e não conseguirmos parar. Não gostarmos disso, mas continuarmos na mesma. Claro que há aquela questão de "não deixar de fumar bruscamente, senão a mãe fica ansiosa". Acredito. Se eu não tivesse deixado de fumar, refugiar-me-ia nesse argumento para me sentir menos mal. Tive sorte e, assim, sinto-me a maior.

Não fumei um único cigarro ao longo dos 9 meses de gravidez, mesmo mantendo todas as minhas rotinas (vocês sabem o quanto isso custa, porra), mesmo tendo um marido em casa com um maço de Marlboro sempre à mão, mesmo sabendo que ficava muito gira a fumar (ahah, é parvo, eu sei). 

O que me ajudou? Ter enjoado, a culpa (que acho que está cá mais para nos ajudar a ser boas mães que outra coisa) e ter pensado: "assim que parir a miúda, vou fumar-me como se não houvesse amanhã. 

Lixei-me.

E dar mama? Ah pois. Afinal seriam 9 meses, mais 6 meses por causa da treta de ser o melhor para a bebé o aleitamento exclusivo até essa idade. Que nervos. Além disso, tinham dito nas aulas de preparação para o parto que o cheiro do tabaco nas mãos também conta como fumo passivo para o bebé, que o pai e mãe deviam sempre lavar as mãos (o que o meu marido teve de aturar nos primeiros meses... ainda hoje fuma na cozinha, de porta fechada, debaixo do exaustor, com ele no máximo e é só porque ele passa o dia inteiro em casa). 

E agora que já passaram os 6 meses de mama e descobri que o melhor para a bebé é amamentar o máximo possível e que ela desmame naturalmente? Que nervos. Houve alturas (quando tinha feito um stock de três meses de leite materno para a bebé e tinha guardado no congelador, para ir trabalhar) que pensei: agora damos o que estiver ali, para eu me fumar toda. Não fui capaz. Gosto mais de dar de mamar do que de fumar, acho eu. Ou então é a sra. dona culpa.

Já não fumo há 19 meses. Em condições já não fumo há mais de 23 meses. Esperem, isto devia ser tipo AA: 

"Olá, sou a Joana e já não fumo em condições há mais de 23 meses. E logo eu que fumava tão bem e ficava tão bem a fumar". 

Estou louca para voltar a fumar. Digo isto a toda a gente, em jeito de piada, para chocar, é verdade, mas também porque assim sinto que tenho a liberdade de me vingar de todo este sacrifício. Não sei se vou voltar a fumar. Para quê se depois tenciono parir outra vez?

Aguento-me dia após dia graças às minhas maminhas (isto, fora do contexto deste blogue, era só estúpido) e a pensar que, depois, vou fumar tanto que vou ser confundida com o La Féria no escuro. 

Se vou voltar a fumar? Não sei. Prefiro pensar que sim, para depois me sentir a maior todos os dias em que não fumar ou então por me sentir a maior por saber que ia voltar a fumar e voltei. 

Como foi convosco?

Eu sei, vocês vêm ao blog à procura de uma leitura agradável e rápida e depois calham-vos estes bacalhaus de texto. Acho que este blog tem sido o meu maço de Camel. 

*imagem do site We Heart It. 

Medo de atrasos

Enquanto que, com os cães, achamos sempre que os nossos são mais espertos que os dos outros, com os filhos, temos sempre medo que as coisas não estejam a ir na direcção certa. Tememos as piores doenças cerebrais possíveis, os piores atrasos de desenvolvimento conhecidos e imaginários e que, pior ainda (como se houvesse): que seja tudo por nossa culpa, por culpa de algo que comemos ou de não os estimularmos correctamente.

Até chegamos a conspirar contra os nossos pediatras, como se eles soubessem ou suspeitassem que o nosso filho tem um problema qualquer, mas que não nos queira dizer por ser inevitável e para não nos stressar. 

A Isabel, da Joana Paixão Brás, "está à frente do desenvolvimento" (cabra). A Irene ainda não gatinha e já tem praticamente 10 meses. A Isabel já fica em pé agarrada a móveis do Ikea lá em casa. A Irene arrasta-se de rabo como se tivesse parasitas, como os cães. Enfim.

Até confiar na Irene, demorou. Principalmente quando somos constantemente confrontadas com sites, aplicações e livros que nos dizem "a idade normal" para começarem a fazer determinado tipo de coisas.

Na brincadeira, chamava à Irene de foca, por a única coisa com piada que ela fazia ser eu por-lhe uma chucha no nariz (how sad).

A verdade é que, apesar de ter começado a sorrir mais tarde que a Isabel, a gargalhar bem mais tarde que a Isabel (só, para aí, há um mês é que gargalha sem que eu tenha de espancar com cócegas), ela descobre tudo sozinha, a seu tempo.

Lembro-me que, quando ela se abanava, tivemos medo, durante uns dois minutos que pudesse ser autista (por causa daquela imagem estereótipo), mas descobrimos que, afinal, estava a dançar. A Irene não gargalhava, não gatinhava, mas dançava (coisa que a Isabel não faz, toma!).

Os bebés não têm curiosidades com a mesma intensidade ao mesmo tempo, podem não sentir as mesmas necessidades de deslocação ao mesmo tempo. Há bebés que passam directamente do sentar ao andar e tudo (isto deixou-me descansada muitas vezes).

Confiemos nos nossos bebés. Se houver algo mesmo brutalmente esquisito, os pediatras vão reparar nas consultas de rotina. Eles não ganham à comissão por segredos escondidos e até perderiam pacientes, além de ir contra tudo aquilo que representa ser médico, digo eu.


Mães que tudo sabem (#03) - Cláudia Borges

Cláudia Borges apareceu nos nossos ecrãs no Disney Kids, em 2002. A brincar a brincar já lá vão 13 aninhos e a apresentadora da SIC já tem um filho de 4 anos, o Rodrigo, o futuro namorado da Isabel (ele não sabe, nem a mãe dele, mas já andei a conspirar com os astros).

Numa conversa divertida, Cláudia fala-nos da gravidez, da maternidade e das saudades que tem do filhote em bebé.


Como soubeste que estavas preparada para ser mãe?
Desde muito cedo que queria ser mãe. Quando aos 21 anos me juntei com o Samuel, queria logo ter um filho. Ainda bem que ele era mais ajuizado do que eu ;) porque não sei se por essa altura teria maturidade suficiente, ou se a mesma chega quando o bebé nasce.

Como descobriste?
Já andava desconfiada, mas não queria pensar muito nisso, assim evitava desilusões.
A 26 de Março de 2010, entre reportagens, fui ter com a minha médica aos Lusíadas. Queria ter a certeza pois a 28 ia para Andorra em trabalho. Fiz a análise ao sangue e fui-me embora pois tinha de gravar. A Dra Linda ficou de me ligar e, umas horinhas depois, no meio da dita reportagem o telefone tocou. Do outro lado: "minha querida, vais para a neve, mas não te quero em aventuras..." Conseguem imaginar o ar de parva durante as entrevistas?

Quem foi a primeira pessoa a quem contaste que estavas grávida?
Só à noite, depois do trabalho todo feito é que fui ter com a Samuel a estúdio e foi aí que lhe contei que iamos ser pais.


Lembras-te da primeira coisa que compraste para o bebé?
Comprei um babygrow em tons beje. Assim, fosse menino ou menina dava.

Tinhas preferência por menino ou menina?
Não tinha preferência, mas a verdade é que estava convencida de que iria ter uma menina. Na família do Samuel, a maioria são rapazes, e todos diziam que era eu que ia ter uma menina.
Quando o médico disse que era um menino, fiquei super feliz, mas ao mesmo tempo em choque. Mas passou rápido!


Como correu a tua gravidez?
Lindamente! Foi aquilo a que se chama "uma gravidez santa". À parte dos enjoos matinais durante 16 semanas seguidas, não houve sustos, nem desejos doidos nem nada que que travasse a nossa felicidade.
 
Quantos kgs ganhaste?
Ganhei 16kg, o que não foi muito preocupante porque antes de engravidar tinha 53kg.

Comeste a dobrar ou tiveste alguns cuidados?
Cuidados... que vergonha... não tive mesmo. Usava o facto de ser magra para comer de tudo. A Coca-Cola sabia-me pela vida!


Ias com medo para o parto ou calma?
Sabes do que tinha medo? Da epidural! De resto, nada! Queria muito que fosse um parto normal e assim foi. Estava super tranquila e, mesmo com 12h de trabalho de parto, com dores que só nós sabemos, nunca entrei em pânico.

Como recuperaste o teu peso? Era uma preocupação voltar à tua forma o mais depressa possível?
Sinceramente não estava muito preocupada. Passados 22 dias fiz um direto num especial de Natal da SIC, mas de preto ;) tinha barriguinha como seria de esperar. E quando regressei em Março, estava a baixo do peso. Magra de mais! Cheguei aos 49kg, mas não foi propositado! Só quando o Rodrigo foi para a escolinha aos 12 meses é que comecei a treinar.


Custou-te muito regressar ao trabalho depois da licença de maternidade ou nem por isso? 
Tinha tanta vontade de voltar ao trabalho, como de ficar agarrada ao meu "Barriguitas" para sempre.
O Rodrigo ficava com a avó, por isso só estava longe dele o tempo que o trabalho levasse. Mas ia ligando ao longo do dia. Aos 12 meses, quando foi para a escola, é que tudo mudou... os primeiros dias foram uma choradeira pegada! Ele e eu!

O que é mais difícil na maternidade?
Tento não me stressar muito com nada. E aos 4 anos já não há grandes dramas. Mas o Rodrigo teve uma fase péssima... não queria comer nada e confesso que aí achei que ia ficar maluca. Olha que não sei se não fiquei (eheh).

És uma mãe control freak ou mais descontraída?
Nem control freak nem descontraída! Se sou chatinha e exigente, sim, sou!

És das mães que aproveitam todos os silêncios para falar do Rodrigo ou consegues controlar-te?
Quase todas as minhas amigas já têm filhos, por isso acabamos sempre por falar dos pequenotes. Mas controlo-me, há mais temas. Mas vá, prefiro falar do Rodrigo do que do tempo (risos).




O que é que mais gostas no teu filho?
O que mais gosto? Difícil!!! Mas vou tentar... a alegria contagiante, a gargalhada fácil, o facto de não ser preciso muito para ficar entusiasmado e super feliz, as saídas que me deixam de boca aberta, muitas vezes quando estou a ralhar e acabo a rir. E até a teimosia típica de um escorpião.

Qual é a coisa que o Rodrigo te diz que mais gostas de ouvir?
O meu filho, como sabes, tem umas saídas engraçadas, não é fácil! Mas de há umas semanas para cá, dá-me um abraço bem apertadinho e diz "mãe eu gosto tanto de ti! Adoro-te!!".

O teu filho já percebe que a mãe é famosa? 
Não dou grande ênfase a essa questão. A mãe trabalha na SIC, como a mãe de um amiguinho trabalha numa loja ou é professora ou médica.
No outro dia na rua pediram-me para tirar uma foto e o Rodrigo perguntou porquê. Só lhe disse que a senhora me conhecia da TV e ele não fez mais perguntas.



Gravaste o Disney Kids para lhe mostrar?
Ainda não lhe mostrei o Disney, mas já viu vezes sem conta "Uma aventura na casa assombrada" e adora.

Tens saudades de quando ele era bebé?
Tenho!!! Tenho tantas! E por tua culpa, porque andei às voltas com as fotos, fiquei ainda com mais (ahah).


Aprendeste algo novo sobre ti, assim que te tornaste mãe?
Aprendi que uma mãe aguenta tudo! Se doer nós aguentamos, se estamos cansadas, sem dormir, mas é preciso acordar cedo, nós aguentamos! Aprendi o que é sentir dois corações num só! Se ele sofre, eu sofro!

Pergunta da praxe: para quando o próximo?
Quero muito voltar a ser mãe! Sou filha única e não é uma experiência pela qual queira que o meu filho passe. Quando as condições estiverem reunidas, se é que isso existe, vai acontecer!


Da próxima vez vais fazer alguma coisa diferente? 
As pequenas coisas que me deixavam cheia de dúvidas já não me vão stressar. Costumo perguntar ao Rodrigo se me ajuda quando tivermos um bebé – sim, porque ele diz que vamos ter um bebé - e a resposta é rápida e direta: "não lhe mudo a fralda!". Com esta ajuda extra,vai ser ainda melhor

Algum conselho para as futuras mamãs?
Não vale de nada dizer para não stressarem quando eles não quiserem comer, dormir ou quando caírem, porque vão sempre entrar em stress! Mas há um truque que pusemos em prática e que sempre deu resultado! Bebés a dormir a sesta depois das 18h30/19h é quase proibido! Vão ver que o sono chega mais cedo e que a noite será mais tranquila.

A mãe é que sabe?
A mãe é que sabe! Ah pois sabe!!! E se não sabe, desconfia! Não há instinto mais apurado do que o de uma mãe atenta.

Obrigada, Cláudia! 

1.06.2015

Socorro! O meu bebé está em stress!

Isto foi o que pensei quando, às 20 e tal semanas, senti pela primeira vez pontapés ritmados na minha barriga. Pum, pum, pum, pum, num ritmo constante e assustador.
Imaginei logo a Isabel em stress a bater com a cabeça na minha barriga, com espasmos ou em sufoco. Achei que ela estava mal. Eram umas 4h da manhã e ela estava assim há uns bons minutos. Sei que nestas alturas se deve perguntar a toda a gente menos ao Sr. Google, mas eu não resisti.

Afinal eram soluços, minha gente! Que parva! Que drama queen!

Agora o que eu não percebo é por que é que ninguém nos avisa que isto pode acontecer e que é normal? 
Pronto, lá fui eu descobrir de coração a mil que os bebés podem ter soluços no útero e que até é um bom sinal: estão a treinar os movimentos respiratórios. E podem estar naquilo horas.

Pronto, futuras mães avisadinhas. Quem é amiga, quem é? A Mãe é que sabe a evitar ataques cardíacos desde 2014.

Força, suas leiteiras (#01)

Estarmos informadas sobre a amamentação serve para podermos sermos uma fonte de apoio para as mães que optem por amamentar e que possam passar por algumas dificuldades (nem sempre há problemas).

É também muito importante para não sermos repetidoras de informação incorrecta, porque tal pode ser o factor decisivo para a desistência de algumas mães.

A OMS recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos 6 meses. Além de estarem provados os benefícios da amamentação prolongada (com desmame natural), a OMS também sugere a amamentação até, pelos menos, os dois anos de idade.

A questão é: serão as possíveis dificuldades na amamentação que provocam tantas desistências ou será a falta de informação?

Para tentar ser mais produtiva neste assunto e com a ajuda de uma amiga (Patrícia Paiva, co-fundadora do projecto Mamar ao Peito cujo site está cheio de informação útil), pensei nalgumas perguntas para fazer a uma CAM. Se calhar, começando, pelo princípio:

1 - O que é uma CAM?

Uma CAM é uma pessoa, profissional de saúde ou não, que fez um curso de formação em aconselhamento sobre aleitamento materno. O curso é certificado pela Organização Mundial de Saúde e consiste em adquirir conhecimentos técnicos de amamentação. Normalmente é feito por pessoas que querem ajudar mães a amamentar ou para complementar uma profissão relacionada com mães e bebés.

2 - O que te fez querer ser uma? 

Tudo começou no fórum PinkBlue que comecei a frequentar quando o meu filho tinha cerca de quatro meses. Na altura, amamentava o meu filho em exclusivo e ajudava outras mães com dúvidas iniciais, achando eu que era uma expert no assunto… Sempre foi um tema que me interessou e felizmente comigo sempre correu tudo bem, mas li muito sobre amamentação e no fórum comecei a dar conselhos com base naquilo que lia. Quando o meu filho tinha 5 meses e meio fui mal aconselhada por uma médica, procurei a ajuda do SOS Amamentação pela primeira vez, porque não queria ir contra a opinião da médica sem me informar primeiro. A médica queria que eu desse papas ao meu filho, porque não estava a engordar o suficiente e por ter um percentil baixo. Mesmo depois de ouvir os conselhos sábios da CAM que me atendeu, não consegui ter força suficiente e cedi à pressão, não correu nada bem e não foi por ter iniciado as papas 15 dias antes que ele engordou mais ou subiu no percentil. Acho que foi nessa altura que decidi que queria saber mais sobre o assunto, mas apenas fui fazer o curso quando ele já tinha 8 meses, juntamente com a minha amiga Bárbara Correia, que conheci no fórum também, através do interesse comum pela amamentação e que também me incentivou a fazer o curso.

3 - Por que é que há cada vez mais CAMs? 

Quando fiz o curso, em 2008, quase ninguém sabia o que era uma CAM, mas aos poucos fui assistindo à divulgação desta actividade através de fóruns, sites, artigos em revistas e até na televisão. Hoje em dia, com o facebook, penso que já é um serviço bastante divulgado e quando uma mãe num grupo diz que tem problemas na amamentação, alguém aparece e sugere uma CAM, explicando o que é e dando contactos. Com o aumento da procura foi havendo uma maior oferta de CAMs e, felizmente, hoje já somos umas quantas espalhadas por todo o país.

4 - Quando te pedem ajuda, que meios utilizam?

Sou contactada de várias formas, através do chat ou grupos no facebook, emails, telefonemas… O meus contactos estão no site do Mamar ao Peito que criei em conjunto com a Bárbara. Por isso, muitas mães chegam a nós por aí, ou porque são recomendadas por uma amiga. Se for algo que se consiga resolver por telefone ou chat, o contacto fica por aí, mas em alguns casos mais complicados pode ser necessário um acompanhamento presencial e nesses casos vou ter com elas, se for dentro da minha área, ou encaminho para outra CAM, se ficar fora de mão, ou se ultrapassar as minhas capacidades.

5 - Haveria a necessidade de haver CAMs se os médicos tivessem uma formação adequada sobre amamentação?

Penso que sim, porque não acho que este seja um assunto de médicos, normalmente é um assunto de mães! E o ideal seria que fosse como antigamente, em que a sabedoria da amamentação era passado de mãe para filha e a ajuda vinha das mães, tias ou irmãs que tinham amamentado também.

6 - Existe leite fraco?

Não, não existe leite fraco, o leite que cada mãe produz é adaptado ao seu bebé e, para que este não tenha as propriedades suficientes, seria necessário a mãe estar num estado grave de desnutrição, e aí viam-se primeiro os sinais na mãe e só depois no bebé. O que pode acontecer é haver uma baixa na produção de leite, ou o bebé não estar a conseguir receber leite suficiente e, para se resolver esse problema, é preciso perceber o motivo que o provoca e é normalmente isso que fazemos com as mães.

7 - Por que é que existe uma preocupação enorme em torno do aumento de peso do bebé nos primeiros dias de vida? Por que é que a primeira solução é sempre a sugestão do suplemento e não a correcção da pega?

A preocupação relativamente ao aumento de peso dos bebés faz sentido, porque é um dos sinais de que tudo está bem, uma perda de peso sem motivo aparente ou dificuldade em recuperar o peso pode ser um indicador de que algo deve ser visto e um dos motivos pode ser realmente a amamentação. Mas, normalmente, há motivos que justificam essas dificuldade em recuperar o peso, como um início complicado, um bebé sonolento, uma má pega, amamentação com horários estipulados… As possibilidades são muitas e essas devem ser avaliadas antes de se passar para outra solução.

A solução mais rápida e eficaz é, realmente, o suplemento, porque o bebé ingere mais leite e rapidamente começa a recuperar o peso. Mas antes de se sugerir a suplementação com leite artificial, devem avaliar-se outras questões e apoiar a mãe se a opção dela é amamentar. Compreendo que, por vezes, no hospital ou no centro de saúde, não haja disponibilidade para estar mais de uma hora a falar com uma mãe para tentar perceber o motivo por trás do pouco ou nenhum aumento de peso, mas se não há essa disponibilidade deveria haver um cartão com contactos de CAMs ou um grupo de apoio para dar às mães nessa situação em vez da prescrição do suplemento, se isso acontecesse tenho a certeza que se evitariam muitos desmames precoces.

8 - Existe o vício de mama?

Normalmente associamos a palavra vício a algo prejudicial, por isso não o consigo associar à mama. Há bebés que mamam muitas vezes, porque precisam ou simplesmente porque sim, vai depender da idade do bebé e do tempo em que tem a mama disponível, mas se não lhes faz mal nenhum, antes pelo contrário, não vejo porquê limitar essas mamadas. O que as mães têm de perceber é que o bebé não procura a mama apenas quando tem fome, mas sim por que precisa de contacto, calor, carinho, de nutrição emocional e o fantástico é que a mama consegue dar-lhes tudo isso.

9 - Quais são as vantagens da mama em relação ao biberão?

Além das vantagens nutricionais e de saúde, porque nenhum leite artificial consegue ter todos os nutrientes, nem os anti-corpos do leite materno, há muitas outras vantagens. O leite materno é o único alimento que se adapta ao nosso bebé, modifica-se ao longo da mamada e de mamada para mamada. A ciência ainda não consegue explicar bem como funciona mas a verdade é que o nosso corpo recebe a informação do que o bebé precisa, e vai produzir o leite consoante essas necessidades. Tem também vantagens para mãe, a nível de saúde também e acho que não vale a pena enumerar essas porque são muitas e estão disponíveis na maioria dos sites sobre o assunto. Além das vantagens de saúde, há outras: é mais económico e mais prático e o leite materno é um produto sustentável que não prejudica o ambiente.

10 - É possível uma mãe não ter leite?

Sim, efectivamente existe uma doença que pode afectar algumas mulheres, chama-se hipogalactia, que significa escassez de leite, e tal como várias outras doenças afectam algumas mulheres, esta também pode afectar. A questão é que é uma doença muito rara, apesar de muitas mulheres se queixarem de falta de leite. No entanto, a maioria dessas queixas dependem de outros factores e não de uma questão patológica. E tal como indiquei, muitas vezes é essa a função das CAMs, identificar o problema e ajudar a mãe a ultrapassá-lo.


(mais perguntas e respostas em breve)

O pânico da porcaria da mala da maternidade (#02)

A Joana lançou o pânico aqui. Ela tem razão, a verdade é que não temos de levar a casa às costas. Não vamos para o Big Brother, vamos continuar a ter contacto com o exterior e continuar a ter cérebro (apesar de parecer mirrar substancialmente).

A par de preparar o quartinho da Isabel, fazer a mala para a maternidade foi das coisas que mais gozo me deu fazer. Sou mega romântica, gosto de detalhes, sou apegada a coisas como a primeira fralda de pano, o primeiro conjunto, o primeiro babygrow. Sou muito de memórias visuais. 
Andei a namorar as roupinhas e o que eu adorava dobrá-las, fazer os conjuntos, definir qual a primeira roupa, a segunda e a terceira e ainda levar um conjunto extra. Um babygrow querido e quentinho (com golinha, óbvio) caso nascesse durante a noite, e foi o que aconteceu. As roupas (cueiros e respetivas collants, bodies e casaquinhos, pelo sim, pelo não) iam separadas por "envelopes" de fraldas de pano, fechadas com alfinetes de dama cor-de-rosa.

Para mim, uma mala normal de viagem com três camisas de dormir, um robe fininho e bonito, chinelos e pouco mais. Levei kit de banho, claro, cremes e - não gozem! - maquilhagem para a saída (sim, tipo estrela de cinema, pronta a ser fotografada pelos paparazzi).

Como ia para um hospital privado (Hospital da Luz), também não tinha de levar muita coisa. Mesmo assim, não dispensei:

- Spray de água termal da Vichy - Naquelas longas horas de espera em trabalho de parto em que não se pode comer nem beber, borrifar-me foi o que me safou, palavra! Sentia a cara e os lábios sempre hidratados.
- Purelan, da Medela - Pomada para os mamilos - os primeiros tempos da amamentação podem não ser a coisa mais maravilhosa do mundo, porque nem sempre a pega está a ser bem feita, por isso usar purelan ajudou-me bastante.
- Tena Pants - Ah, pois é, minhas amigas, também eu pensava que me ia guardar lá para os 70 anos, mas segui o conselho, experimentei e não quis outra coisa (quer dizer, quis, quis outra coisa, mas enfim, teve de ser). Ainda experimentei uma vez um penso numa daquelas cuecas de rede que nos dão no hospital e não tem nada a ver. Com estas cuecas (ou fraldas, chamemos as coisas pelos nomes) não há risco de nada sair de sítio, ajustam-se bem e estamos sempre confortáveis. Recomendo, sem dúvida!

OUTRAS DICAS:

- Fraldas de recém-nascido não vale a pena levar, fazem parte do "pacote"

- Sei que parece óbvio, mas quando (se) vos rebentarem as águas não se vão lembrar disto: elástico para o cabelo.

- Se forem esquisitinhas aqui como eu, levem máquina fotográfica "à séria" porque, mesmo que não seja para emoldurar ou partilhar no Facebook, vão adorar rever fotografias como deve ser do vosso bebé acabadinho de sair, ainda ensaguentado no vosso colo ou a mamar, com minutos de vida (ainda hoje me comovo a ver essas imagens).

VISITAS:

- Como podem chegar a ter lá 40 macacos enfiados no quarto na hora das visitas, umas 23 horas por dia (não é tanto, mas é essa a sensação), decidam já como querem fazer e vão pedindo - sem vergonhas, porque o momento é VOSSO! - a algumas pessoas para vos visitarem depois em casa. Aquilo já é quente, então com muita gente, não se torna nada confortável.
Para decidir quem vos pode visitar, aconselho a usarem um medidor de décibeis - acreditem que não vão querer a tia surda a perguntar-vos 5 vezes o peso da criança.

Respirem fundo e lembrem-se: é mais fácil do que parece!


1.05.2015

A Isabel foi (FINALMENTE) à rua!

Depois de longos 15 dias de hospital e de casa, a Isabel voltou a respirar ar puro. Estava sol, 16 graus e não estava vento, condições perfeitas para ir ver o mar. 

Não chorou nem um segundo. Podem dizer-me que eles ainda não fazem a distinção entre casa e rua e que lhes é igual, mas eu acho que a Isabel é feliz lá fora. Adora andar de carro (canta, bate palminhas e adormece quase sempre) e adora andar no carrinho a ver o Mundo. Desde cedo que vejo nela um olhar atento a tudo e até franze o sobrolho, como que a reflectir profundamente sobre tudo o que vê. Ou então está só incomodada de levar com o sol na cara, se calhar é mais isso.




No fim-de-semana fomos felizes. E o Pai Natal voltou a descer da chaminé. Então não é que depois do meu pedido de ajuda para escolher um carrinho neste post, a Greentom resolveu oferecer este carrinho 100% reciclado à Isabel?

Fiquei logo rendida ao conceito. Com 5,6 kg de plástico reciclado fazem o chassis e o assento é feito de 62 garrafas PET. Quando a Isabel e os irmãos da Isabel (que hão-de vir, mas só daqui a uns 20 anos - tenho de dar este timing para ninguém se assustar) já não usarem o carrinho, podemos devolvê-lo à marca para esta reutilizar os materiais em novos produtos.

Depois é giro que se farta: linhas e design simples e bonito e super fácil de conduzir. Escolhi a base branca e o tecido menta e acho que a combinação ficou linda. 
É super fácil de fechar e abrir, de reclinar e - tchan tchan tchan - cabe na bagageira!!! Yeah! Cabe e ainda sobra imenso espaço.

E agora o mais espetacular: é reversível! A Isabel tanto pode ir a ver a paisagem, como pode ir virada para os pais!








Obrigada, Greentom! Ficámos radiantes com este presente e, amantes da rua como somos, vamos dar-lhe muito uso!


Saibam mais na página oficial da Greentom ou na Página de Facebook portuguesa