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9.11.2017

Gritei com ela e não me arrependo.

A quantidade de coisas que juramos a pés juntos que nunca iremos fazer quando somos mães, quando acabamos de ser mães ou até mesmo quando julgamos que já somos mães há tempo suficiente para nos conhecermos enquanto mães... 

Já mudei mais vezes de opinião do que de roupa interior (é uma forma de dizer - mudo de roupa interior diariamente, não se "preocupem") e o que tenho aprendido é que isso não tem problema algum. Cada vez menos fecho portas a novos ensinamentos ou a novos pontos de vista. Não estou sempre certa, ninguém está. Raramente se está. Não há um sempre. Bem, adiante que isto não é um teste de filosofia. 

Cresci a ter a certeza que se algum dia tivesse filhos que não iria gritar com eles. Durante estes três anos praticamente que não usei outro tom de voz com a Irene a não ser um calmo e, às vezes, um calmo que roçava um calmo altamente mamado em comprimidos que, se falassem assim comigo, iria ficar ainda mais passada da cabeça. 

Sei que há as mães que gritam e que vão ler este post e pensar: 

"Ahhhh eu já sabia! Ninguém consegue/deve não gritar em determinadas situações. Eles têm de perceber quem manda! Isso da parentalidade positiva é muito giro, mas é deve ser para quem tem filhos atordoados"

Também sei que há as mães que não gritam e que vão pensar: 

"Está já passou para o lado do demónio. Como lhe gritou uma vez e não se quer sentir culpada, cá está ela a inventar coisas."

Mas também existem as mães como eu: 

As mães que juraram a si mesmas que nunca iriam gritar por já terem sentido medo, por já terem chorado e por não se sentirem compreendidas. 

As mães que querem muito que os filhos se sintam ouvidos, amados e olhados nos olhos quando estão mais vulneráveis e não se conseguem expressar.

As mães que já gritaram aqui e acolá (ou, se calhar, nem gritaram, mas acham que sim) e que se comeram vivas com culpa por estarem a fazer o que juraram que nunca o iriam fazer.

Ontem gritei com a Irene e não me arrependo. 

Ela quer dormir com o ar condicionado ligado (desligo depois de sair) e desconfio que seja para ter a luz dele acesa (daquelas azuis tipo a Wii, sabem?). Não me deixa confortável porque sei que se dispersa mais facilmente e prefiro que estejamos no escuro. E, então, avisei-a que se fizesse mais barulho (depois de alguns minutos de muita paciência) que iria desligar o ar condicionado e que não havia volta a dar. 

Chorou. Chorou e gritou tanto que parecia um episódio da American Horror Story como se (últimoa season) a Condessa (Lady Gaga, by the way) se tivesse envolvido numa luta louca com aquele monstro gosmoso que tem um cone de aço na pélvis (tudo vocabulário que sempre esperei escrever num blog de maternidade #not). A janela estava aberta (sim, viva ao efeito do AC) e pensei que talvez até chamassem a polícia por acharem que estava a tratar dela como se fosse um leitãozinho da bairrada para jantar. 

Deixei espernear um bocadinho. Afinal de contas ela estava muito triste e zangada e fazia sentido, juntando ainda a questão de ser final de dia e de ter sono. Reparei que sozinha não iria parar, que já estava num ciclo. Reparei que a Irene estava a ficar exausta. Lembrei-me do Cesar Milan, um tipo mexicano que é especialista em cães (apesar de dizerem que os mal trata fisicamente, parte do que ele diz parece fazer algum sentido) e usei a técnica dele, a "snap out of it". Como não achei fixe dar-lhe com um calcanhar enquanto ela andava (daí a parte dos maus tratos físicos aos cães, calculo) enchi o peito (era bom que isto fosse literal... haha), engrossei a voz e saiu-me: "IRENE, JÁ CHEGA, IRENE!"). 



Fiquei à espera que ela chorasse mais e que ficasse magoada comigo, mas não. Embrulhou-se em mim, ainda a soluçar, mas um soluçar de quem tinha sido distraída. Expliquei que desliguei o AC para lhe ensinar uma lição e que ela agora sabia que quando a mãe diz que vai fazer é porque vai fazer. 

Ainda pediu várias vezes o AC, mas fui insistente na lição (e com uma vontade enorme de lhe fazer a vontade, mas não podia tê-la feito passar por todo este carrossel de emoções para não servirem para nada) e resultou. No dia seguinte, quando disse "a mãe desliga o AC", depois de lhe dar os minutinhos habituais para ela se passar na cama (a Irene antes de adormecer parece que tem de descomprimir imensa energia, parece ligada à corrente), compreendeu e soube que eu estava a falar a sério. 

Este grito não foi porque eu estava num dia mau. Este grito não foi para ela ter medo de mim ou "para saber quem manda" por eu não conseguir ser criativa por estar cansada ou zangada o que for, foi um grito para a ajudar. Já fiz com bater palmas, mas sinto que a assustei mais com as palmas do que com a voz grossa e mais alta. 

Há de haver dias para os outros gritos e lidarei/lidaremos com isso. 

Nada é certo em todas as situações. Aquela frase que sempre me enervou é verdade: cada caso é um caso. 

Desta vez não me senti culpada por gritar.

Nunca me esquecerei, porém, do que senti sempre que gritavam comigo e do que ainda sinto por "uma vez" terem gritado tanto. Não é sistema, é sintoma.

Não vou activar um sistema auto-carnívoro da minha filha em que ela grite sozinha com ela o resto da vida. Não vou activar um sistema auto-carnívoro da minha filha em que ela grite sozinha com ela o resto da vida. Não vou activar um sistema auto-carnívoro da minha filha em que ela grite sozinha com ela o resto da vida. 




Fotografia: The Love Project 
Pulseira: Portugal Jewels
Smartwatch: Fóssil 


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9.07.2017

A outra Joana não me vai perdoar...

Só podem andar a dormir! Só podem, mesmo!!


Têm visto as fotografias da Joana Paixão Brás? As que ela tem tirado às filhas? Desde sempre que teve muito jeito para isto, mas parece que o segundo parto fez com que se tornasse profissional. Há quem diga que nasceu para ser mãe, eu acho que a Joana nasceu para ser fotógrafa. 

Ela não me vai perdoar, mas c*guei! 

Peçam-lhe para vos fotografar as filhas, eu fico a agente dela! :) Enviem e-mails para mim joanagamafreire@gmail.com que eu trato disso só para que ela não aceite fazer tudo de graça por ser boa pessoa. 

Eu espero que ela se torne famosa para lhe sacar uma de graça! 


(eu não estou a brincar!)

Ai só agora reparei que estão vestidas de igual, Meu Deuuuus!

Epá que coisa linda... 

Quase que oiço uma música nesta fotografia.

Sim, a Joana leva adereços deste calibre para as sessões certamente. 




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Algo que me ajudou muito quando a Irene foi para a escola.

A Irene foi para a escola - sortuda - pela primeira vez aos dois anos e meio. Já era "tão crescida" que conseguimos explicar o que ia acontecer e até esteve uma semana a gostar de ir. Depois percebeu que, mesmo quando não queria que iria e as coisas complicaram-se. 

Na altura fantasiei com uma espécie de Bipper (lembram-se?) com o qual ela me poderia enviar um boneco e eu responder com outro ou algo do género. Fica para alguma de vocês - mães empreendedoras a nadar em dinheiro - seguir com isso. Como acho que ainda não há, inventei um smile na mão dela a esferográfica e um smile na minha. Disse-lhe: sempre que precisares de miminho tens aqui o smile que te lembra da mamã e do papá que estão a penar em ti, sempre. Funcionou para mim também. Ao longo do dia lembrava-me que ela poderia ver a mão e sentir-se acarinhada. 

Pensei em tatuar o smile na minha mão e tudo, pelo significado que tem para mim e que teve para ela, mas fui aconselhada a não tatuar a mão pela tinta não aguentar "em ordem" muito tempo. 

Este ano, no primeiro fim-de-semana em que foi para o pai levou uma pulseira especial. Tanto ela como eu temos no pulso uma pulseira muito simples - foi ela a escolher no site - com uma borboleta (engraçado o significado, já que falamos de um afastamento natural do crescimento dela e meu). Disse-lhe o mesmo: vais estar muito feliz com o pai e com os avós, sempre que olhares para a pulseira, a mamã estará a pensar em ti e, se calhar, a olhar para a dela. 


Deve haver outros sistemas giros, vocês podem ou já devem ter criado o vosso, mas gosto muito destes dois. Eu tenho, porém, a tendência de tornar físicos os meus sentimentos com piercings e tatuagens e colares e...  Não sei como será convosco.

Sei que a Irene gosta. E que, pelo menos, o momento em que o fazemos é especial. Se depois funciona, não sei. Mas, por exemplo, com os smiles era já ela a pedir que os fizesse de manhã.


Só quero que ela saiba e sinta que a amo mais do que tudo no mundo. A minha missão é que ela tenha uma grande fasquia do que é ser amada para saber o que é bom para ela e o que é mau.

Fotografia: The Love Project 
Pulseira: Portugal Jewels
Smartwatch: Fóssil 


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9.05.2017

Não tenho uma barriga em condições e a culpa (também) é disto!

Já estão a par da minha aventura no fitness? Deviam. Passei de pessoa normal e que sentia que o seu melhor amigo eram os cereais açucarados no sofá à noite para alguém que além de saber o que é quinoa, também já ouviu falar em bulgur e sabe que açái se escreve assim. Essa pessoa passou a treinar quatro vezes por semana no ginásio (duas delas com #omelhorptdomundo) e está tudo a ficar em melhores condições: estou com um rabiosque que parecem os nossos miúdos quando têm a fralda cheia homogeneamente, umas pernocas que parecem de um halterofilista razoável, mas uma barriga que varia muito de dia para dia.

Apesar da minha história de infância, diz a minha mãe que teve que me dar um leite especial sem lactose por eu o digerir mal (e, na altura, era um filme horrível mandar vir esses leites), rapidamente voltei à rotina das pessoas “normais” (aka: “pessoas que não se preocupam com a digestão da lactose”) e a ter lacticínios na minha alimentação.

Nunca associei nenhuns sintomas do meu corpo a uma eventual intolerância à lactose, por não estar particularmente atenta a isso, mas agora que ando mais atenta a mim, a ouvir mais o meu corpo, reparo que os meus problemas com os lacticínios (e não só, sou intolerante ao porco também) se mantêm: aumenta a minha rosácea e borbulhas no rosto, e inchaço abdominal, além de toda a questão digestiva ser atípica (eufemismo para não falar de cocó, apesar de todas dizermos isso diariamente com eles hehe).

Não faz sentido continuar a comer coisas que me causem mal-estar, pelo menos, não agora que já conheço boas alternativas sem lactose. Descobri os novos Activia sem lactose mas que, apesar dessa “pequena” diferença, continuam a saber tão bem! Há o sabor natural (importantíssimo para quem goste de acrescentar e inventar coisas, tendo o iogurte como base), kiwi e pêssego. Além de que também somos brindadas com a preocupação da textura e, por isso, temos pedacinhos óptimos de fruta para entreter (e enganar a sensação de fome)





Estes novos Activia sem lactose são maravilhosos porque além de não me obrigarem a renunciar ao sabor, não me dão a sensação de inchaço (e, portanto, de falta de progresso na minha aventura do fitness) e porque também não me sabotam os treinos já que têm 0% de matéria gorda. 





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*post escrito em parceria com a agência de comunicação.

9.03.2017

Temos que nos borrifar para isto!

Isto de ser mãe, do que me parece até agora, é saber aceitar a "tentativa e erro". Fazermos um esforço activo para sabermos relativizar os nossos erros e para aplaudirmos os nossos sucessos, o nosso trabalho em progresso - que o será sempre. 

A Irene andou numa escola que parecia bater certo. Diziam as palavras certas ao ponto de mesmo as coisas que me davam vontade de me coçar fazerem-me equacionar se não seria apenas mais um caminho diferente para os mesmos resultados. 

Pareciam saber do que falavam e, melhor pareciam gostar do que falavam. Cedi. A escola parecia bater certo, é verdade, mas eu não gostava da escola. Nunca gostei. Não interessa porquê agora. Interessa que senti que estava a emprestar a minha coisa mais preciosa a alguém que não iria cuidar dela com o mesmo cuidado e respeito que eu. Emprestei. 

Sempre de coração apertado. Sempre a empurrar-me para baixo: 

"É a primeira vez que a tua filha vai para a escola, é normal que sintas tudo isso. Toda a gente diz que és muito apegada. Até as leitoras do blog dizem que és obcecada, se calhar até és. Tens de confiar. Olha tantas mães a deixarem aqui os filhos. Olha como eles ficam calmos - ou parecem - quando saem e os miúdos ficam a chorar. Eles confiam nesta escola. Todos os pais confiam nesta escola. Para quê é que estás aqui a tentar destruir isto? Eles estão bem. Estão todos bem. É tudo tão simpático. Está tudo a funcionar. Quem és tu para dizeres que não gostas disto? Tu és só uma mãe-galinha, ansiosa. Deixa as coisas correrem. Tens de deixar ir. Ela está a crescer. Isto é natural. O que tu sentes é normal, guarda-o para ti". 

Vi coisas que não gostei. Com as quais não concordo. A Irene mudou de comportamento em casa e foi-se tornando cada vez mais difícil empurrrar-me. 

Já tinha a minha filha a gritar comigo. A mandar-me dormir. A fazer-me ameaças caso eu não comesse que me ia buscar outra sopa. A dizer que "não queria mais um piu".  Estavam a riscar a minha coisa mais preciosa. 

Falei sempre a medo ou "com educação" - enganava-me eu - dizendo que não queria isto para a Irene, se podiam dizer-lhe as coisas de outra maneira, se podiam explicar-lhe as coisas porque ela já percebe muito. Sempre a medo. Sempre com educação. Sempre com uns sorrisos pelo meio para não me acharem antipática. Ainda por cima, gostava mesmo das pessoas. Apesar. Apesar de me estarem a riscar a minha coisa mais preciosa sei que não o faziam por mal. Sei que o faziam apenas por não terem mais ferramentas ou por cansaço ou por automatismo. Não consigo encontrar nada mais cansativo que cuidar de tantas crianças e naquela fase, mas a mim faltam-me decididamente ferramentas. 

Não consegui mais. Vi. Eu vi. Da primeira vez vi e fiquei enjoada, enojada e zangada, mas calei-me (calei-me, empurrei-me) e foi com ela. Da segunda vez não foi com ela mas foi horrível (para mim). Não conseguia mais ir trabalhar sabendo que as feridas da minha filha que não se viam estavam a ser feitas eu não saber falar comigo. 

Fiz as coisas desastradamente e aflita. Sabendo que há escolas para todos os gostos e eu não gostava daquela. Ou, pelo menos, da escola que a Irene estava a ter - tenho uma amiga que é uma mãe maravilhosa e que está a ter uma experiência perfeitamente diferente naquela escola.

Da próxima - errarei muitas mais vezes e provavelmente para sempre - não me vou calar com medos imbecis de ser vista como mãe galinha, mãe ansiosa, mãe o que for. 

Dá para conversar? Perfeito. Dá para ouvir? Maravilhoso. As coisas mudam? 

Da próxima vez que sentir (e, pior, que eu vir) que me estou a riscar a minha coisa mais preciosa, não vou esperar tanto. Vou resolver. 

Resolvi. 

Temos que nos borrifar para o que vão pensar de nós por seguirmos a nossa intuição. 

Por eles. 





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Primeiro fim-de-semana sem a minha filha.

Estou neste momento a escrever este post com uma vista soberba, a ouvir uma banda que me diz muito depois de ter visto dois vídeos que o Frederico me enviou com a Irene na casa onde estão a passar este fim-de-semana com os avós. A minha filha nua. Nua nos braços do pai, na piscina, a brincarem ao "golfinho do meco". 

Apesar de termos acordado que a Irene passaria "fim-de-semana sim", "fim-de-semana não" com cada um, temos feito as coisas devagar e podia dizer que era só para o "bem da Irene", mas acho que é para o bem de todos. 

A primeira vez em que ela dormiu na casa do pai foi a primeira vez que não dormi com ela. Este foi o primeiro fim-de-semana, as primeiras três noites sem ela. Aliás, ainda está a ser.


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Ela está fabulosa. Está feliz, irrequieta e numa nova fase: está tanto a querer ser um bebé como "mais velha". Tanto quer maminhas, como diz "não quero maminha, para ser diferente". Está a crescer, com tudo o que isso quer dizer.

Este tempo sem ela entusiasmou-me. Vai ter muito pai, um pai que dança, que mergulha, que vai cuidar dela que a vai estrafegar e partir os ossinhos. Vai ter a avó que a alimenta, que a estrafega, que lhe mostra a beleza das pequenas coisas, que a faz gostar de pedrinhas e ervinhas e que lhe diz coisas como "Necas, já viste a cor do céu?". Consigo ouvi-las daqui: os risinhos e os inícios de birra. O avô sempre um passo mais atrás para controlar a retaguarda, para ver a big picture, sempre com um olho em tudo e o outro no resto.

A Irene a ser e a ser a maestrina dos corações de todos. 

Não sinto saudades. Sinto uma contemplação distante. Sinto que daqui consigo ver a Irene que temos. A Irene que é muito feliz, sem "apesar".  Estou genuinamente feliz por esta ordem das coisas que não só permite que todos nós a amemos sem merdas como também me permite desenterrar ou redescobrir a Joana que é profunda e extensa. Os meus braços servem para me segurar a uma cama de rede ou para dançar na piscina se estiver a dar uma boa música (ou tão má que dê a volta). Os meus olhos servem para me comover com uma vista lindíssima. As minhas pernas servem para ficar dormentes de estar tanto tempo à conversa sentada à mesa de jantar. As minhas mãos podem trabalhar levando-me o vinho à boca nos momentos em que ouço.  Os meus pés podem percorrer riscas direitas no chão sem ter que olhar para os lados ou para a frente com preocupações. Posso dizer asneiras, posso cantar no carro aos berros, posso falar sobre o meu passado, posso falar sobre o que me possui e começo a sentir-me. Posso adormecer e não saber onde pus o telefone. Não tenho relógio de pulso, sequer. O pôr de sol não significa nada que eu tenha que fazer. Posso ver. Só. 

Enquanto isto está a minha filha no colo de quem lhe quer o melhor. Enquanto isso a minha filha está a fazer o "golfinho do meco" nos braços do pai que a absorve ao milímetro com os seus olhos e que tenta reproduzir a beleza dela por palavras mas que nunca conseguirá, apesar de ser dono de palavras e de as saber fazer dançar. 

O primeiro fim-de-semana sem a minha filha é o primeiro de muitos fins-de-semana comigo.

Eu sou a mãe da Irene, mas tenho um nome.



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9.02.2017

Onde anda a vossa melhor amiga?

É parte de nós. É nossa família. Esteja em que fase estivermos.

Com a Susana já tive fases de tristeza (poucas, mas intensas), fases de euforia (quase sempre) e fases de calma em que "estamos só" - como ela diz. 

Na gravidez, houve um timing em que nos afastámos. Ou terá sido quando conheci o Frederico? Cheguei a ficar zangada por a minha "irmã" não me ter visto no processo de vir a ser mãe. Queria-a comigo, mas nenhuma das duas estava pronta ou "no ponto" para isso. Bons tempos depois (faltava estarmos juntas), a zanga passou a compreensão e o amor veio ao de cima (não que alguma vez tivesse desaparecido).

A nossa química mantém-se. Temos crescido as duas, mesmo que nalguns anos (meses), tenhamos estado menos perto. Ninguém mais do que nós sabe do que a outra é feita e do caminho que fizemos. Creio que nunca tenhamos sido tão transparentes com ninguém como somos connosco. Sendo que este "connosco" somos nós e nós mesmas. 

Agora já nos encaixamos de novo. De outra maneira. Uma maneira adulta que fez com que levássemos uma caipirinha e uma piña colada no outro dia para o quarto de hotel às 10h da noite enquanto a Irene dormia, mas a maneira adulta de quem já balança entre o momento e outras coisas que o enriquecem. 

Ela esteve sempre aqui, só que na vida dela. Tal como eu na minha. 

Fomos passar 4 dias de férias ao Vila Galé Clube de Campo com a Irene. Houve alguns momentos, há uns meses, em que senti tristeza por passarmos a ter estas idas de férias sem a família completa, isto é: a Irene ter férias de Verão com a mãe e depois com o pai. Mas acabaram por ser algo... fenomenal. 

Nós as três temos algo que se chama "O Clube das Amigas". Já não sei como surgiu. Começou com um hi-five por estarmos as três contentes por estarmos juntas e passou para fazermos voz grossa, afastando as pernas tipo lutadoras de sumo, fingindo que temos um bigode com o indicador. 

A Tia Susana não é daquelas Tias que se chama assim não sei porquê. É mesmo Tia. A Irene gosta quando a Tia lhe lava os dentes, quando dá a sopa, quando tomou banho com ela, quando fica horas com a Tia na piscina (mesmo que eu desapareça - tão bom) e já quis que a Tia lhe abanasse o rabo para adormecer. 


Fotografia que a Irene tirou à Susana enquanto ela nos fotografava.


Sinto que a Irene me ensinou a amar melhor. O meu peito é dela (literalmente), mas ensinou-me uma linguagem que, quando transposta para a "vida real", torna tudo muito mais lento, denso, simples e adorável. 

Ter estes sentimentos tridimensionais pelas pessoas que mais amamos faz com que uma meia semana em Beja se tenha transformado numa espécie de Natal, naquilo que sempre quis que o Natal fosse. 

Uma parte de mim feita em mim e uma parte de mim que encontrei no liceu. 

Onde anda a vossa melhor amiga? Em que fase estão?


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9.01.2017

8 Coisas Inesquecíveis

Ah que isto me soube pela vida. Até à minha amiga Susana que, pelo que viu no telemóvel, o stress dela desceu ao ponto de até se esquecer de ver o stress no telemóvel outra vez - há um sistema de medir isso e outras coisas nalguns telemóveis com o dedo e tal. 

Até a minha rosácea foi recuando aos poucos, com calma, fazendo com que eu voltasse a parecer os 16 anos que tenho. Isto sim, foram umas férias como deve ser, mesmo com filha. Se levar a Tia Susana  fez com que não me tivesse de esmifrar 65% das vezes na piscina nem que tivesse de ser eu a contar 34878423 histórias de baratas porque a Irene teve esse apetite? Yup. Mas não foi só a companhia que fez destas férias das melhores de sempre. 

Eis o que fizémos de inesquecível no Vila Galé Clube de Campo e em Beja (se escrever Braga lá mais para a frente ignorem que tenho uma pequena disléxai - de propósito que sou muito divertida): 


Dar "o comer" aos animais

Não há melhor do que ouvir esta expressão. Vem normalmente de alguém que gosta de dar "o comer" aos outros. No próprio Clube de Campo tínhamos uma quinta pedagógica onde a Irene pôde dar pêras Rocha (da herdade) aos animais e também algumas folhagens à socapa. Imaginam o que é terem uma quinta ali à mão para irem sempre que vos apetecer com os miúdos? Nestas fotos que vêem foi ali "um bocadinho" antes do jantar. Que privilégio. 







Vá, já espeto isto num grupo de amamentação no facebook (esse mesmo), mas vocês levam com esta fotografia na mesma que está adorável.


Passear e tirar fotografias do camandro ao pôr-do-sol 



Parecem fotografias de gente profissional, apesar de a Susana ter tanto jeito para a fotografia como eu tenho para fazer embrulhos de embalagens não rectangulares.

Manhãs passadas no Jacuzzi a intimidar pessoas com este olhar da Irene para ficarmos à vontade. 


Adoro esta "Who farted?" face.


Tirar fotografias do camandro ao pôr do sol mas em cenários que davam para a capa da Pais e Filhos 



Isto se ela não estivesse a usar 85% de roupa de hipermercados ou equivalente. 

Escusado será dizer que renovei os wallpapers todos aqui da menina...


 Segundo consta, fui jantar "ao melhor restaurante da minha cidade". 

Apaixonámo-nos por esta Vovó Joaquina. Foi o Google quem sugeriu, a Susana e eu achámos que era instagram friendly, vimos que tinha comida para mim (sou muito esquisita, tenho um paladar alargado ao nível do de um puto americano) e fomos. Além da decoração ter sido no ponto (fez-me lembrar um pouco o Fábulas no Chiado), a simpatia dos empregados deu-me quase vontade de pedir o número de telefone a um ahah. Além disso, a comida estava maravilhosa, a carne estava bem selada e tenra, tudo optimamente bem temperado e pensado ao nível das texturas também. Uma boa forma de servir comida portuguesa, regional, sem reinventar ao ponto de parecer totó, mas tratando-a com carinho e amor - mais ou menos o que o empregado me sugeria ahah. Recomendo vivamente. Ah! Deu Doors. 







Bem em frente à Vovó havia esta casa criativa tão bonita, cheia de Origamis ou de filhotes da não-queimada.




Depois voltei para o restaurante que estava com medo que a Irene marchasse o pão quentinho todo. Raio da miúda.




Passeámos de Jipe com o Rúben 


Inscrevemo-nos no balcão da Emotion lá no Vila Galé Clube de Campo e como não havia bom tempo para vôos de balão (yyyyyuuuppppp), contentámo-nos (e bem) com uma viagem de Jipe com o Rúben. Um bom moço que nos presenteou com imenso conhecimento sobre as aves dali e outros animais, além de umas pêras acabadas de apanhar. 

Ora, sobre aves: 

Há a Poupa que é muito bonita mas que todo o ninho dela é feito com cocó. Até há a expressão "poupa, poupa, mas o ninho é feito de merda". São muito bonitas, apesar de porquinhas - que é o que penso de algumas miúdas com 20 anos que por aí andam (ressabiamento puro haha). 

Há outro pássaro que, quando quer impressionar, faz uma dança esquisita, arranca penas do peito e as lança no ar tipo "make it rain". Acho que elas ficam doidas e depois é ir aviando o aviário todo. 

Sobre cavalos: 

Eles têm um garanhão que se chama Ruby da Broa que passa alguns meses de fomeca de amor à séria. Depois possuem várias fêmeas que já não sabem o que hão de fazer mais à sua vida. Quando o garanhão chega ao grupo está todo peitinho para fora e cheio de saúde, mas quando volta está esmifradinho, magrinho e a ter que repousar. Como um stripper malandro numa despedida de solteira de uma cinquentona (não sei o que quero dizer com isto). 

Fomos à capela pelo que se poderão casar por lá se acreditarem no amor e na "igreja". É gira e fresca - comentário mais extenso possível haha. 

O Rúben disse imensa coisa, mas o resto não teve tanta piada. Rúben, foste o funcionário destacado no questionário do hotel. Espero que pingue qualquer coisa. 








A Irene andou no Colombo em Beja.

É o nome do burrito querido que fez com que a Irene sorrisse desta forma. Inscrevi-me no balcão da Emotion também (fica logo na recepção, para quem for). 






Tivémos tempo para ter tempo.

Ler a apanhar um solzinho, ali enquanto não chegam as sopas ou enquanto se seca da piscina. Tão simples. Só ler. Levei os livros que a Irene escolheu no site da Maria Minho, todos portugueses e confesso que me entusiasmo com capas (além do conteúdo) e a maior parte é lindíssima. 




Ela estava a fotografar a Susana que nos estava a fotografar. 
Não me lembrei da útima vez que me sentei com ela no chão só porque sim, para estar ali um bocadinho à sombra. Viva Alentejo. 


Houve ainda mais coisas boas destas férias em Beja que vos irei contando. Estas foram aquelas que vocês poderão repetir, tranquilamente, a menos de duas horas de Lisboa (por exemplo) e, por isso, mesmo que já tenham queimado as férias todas, têm sempre os fins-de-semana. É Beja, vai estar calor até Dezembro ;) 




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