6.14.2015

Post com pilinhas e pipis. Mesmo.

Confesso que a primeira vez que vi isto fiquei chocada. A segunda parti-me a rir. A terceira comecei a sentir que até faz sentido explicar as coisas assim.

É um livro para crianças que explica "de onde vêm os bebés", sem lhes mentir, sem pudores.

Vi aqui.


É de 1975 e chama-se "How a baby is made".





Acho amoroso. Diz que se amam muito mutuamente e que se "ajudaram mutuamente" a ter um bebé. 


Acho bem que se ensine o nome das coisas. Mas não quero depois andar a dizer à Irene depois da natação para limpar bem a vagina à toalha. Algo me parece errado nisto. Até porque não se limpa a vagina a não ser que levemos um daqueles coisos para os biberões. 


A verdade é que é isto que acontece. Não necessariamente nesta posição, claro. Não sei por que há de se parar por aqui e não por umas fotografias de outras posições para também já começar a dar ideias aos mais novos. Estou a brincar, claramente. Não chamem a protecção de menores. 


Acho amoroso que ponham os pais a dar beijinhos depois de fazerem amor e não que o pai e a mãe tenham adormecido. Se são tão realistas em tudo, também deviam ser nesta parte. Ou que a mãe tem de fazer xixi a seguir. +


Também não ficamos à espera que a criança nasça, todos nus. 





O bebé não sai a sorrir. As vezes nem sai por aí.


Muito menos a pedir um abracinho a quem o está a ver de frente. Quanto ao olhar do pai nesta situação acredito que sim. Que seja mais ou menos essa a expressão. 



Vá, vamos fazer uma contagem: quem é a favor e quem está contra? Se houver mercado para isto, eu própria penso em fazer um livro para bebés sobre isto. Prometo.




Quero que a minha filha seja aquilo que ela for.

Princesa ou super-herói. Frágil ou implacável. Que gosta de desporto ou que prefere ler. Que se veste de cor-de-rosa e plumas e pinta as unhas. Ou que prefere andar de ténis ou Dr. Martens. Até se se quiser vestir à rapaz, e ser tratada como tal, como a filha da Angelina Jolie e do Brad Pitt (aqui). Apesar da minha panca por roupas femininas e pelo quarto cor-de-rosa, cá em casa há carrinhos e há bolas, que ela adora.

Não escrevo isto para ficar bem na fotografia. É mesmo, mesmo o que eu sinto. Quero que a minha filha seja a minha filha. Que não seja feita à minha imagem. Que não faça escolhas para me agradar. A vida é a dela. Eu já fiz as minhas escolhas. Já me deram margem para ser aquilo que sou. Deixaram-me ser chorona, sensível, meiga. Deixaram-me gostar de princesas, de ginástica, de danças de salão. Deixaram-me andar de poupa com gel no cabelo e com saias rodadas. Depois deixaram-me vestir calças de veludo e Dr. Martens. Um dia apareci em casa com um brinco no nariz e não criticaram a minha escolha. Deixaram-me experimentar o Cardio Kick Boxing, as aulas de guitarra e o basquetebol. Deram-me margens para eu ser o que eu quisesse. 

Tento, mas não consigo imaginá-la, daqui a uns anos, de maneira nenhuma. Só sei que vai ter olhos grandes e pestanudos, cabelos escorridos, provavelmente será alta. De resto, está tudo indefinido. Acho que é por não ter grandes expectativas em relação aos detalhes da personalidade dela, dos gostos pessoais, da profissão. Só a imagino com um grande sorriso. Quero-a feliz. Todos os pais o desejam. Vou educá-la para gostar dos animais, para gostar da natureza e da rua, para gostar de música. Vou ensiná-la a dançar para afastar as neuras e a tristeza. Vou educá-la para que goste de abraços e de pessoas, para saber pedir desculpa e para ser trabalhadora e esforçada. Poderá vir a ser tudo isto. Poderá não vir a ser nada disto. Será ela. Tímida ou extrovertida. A preferir ficar em casa ou a gostar de rua. A ser cientista ou dançarina. Vou estar a assistir, da primeira fila. A dar-lhe conselhos, mas a deixá-la ir. Se quiser voltar à estaca zero e recomeçar, cá estarei para apoiá-la.



Fotografia -  The Love Project Fotografia

Não quero cá princesas.

Não sei bem explicar porquê, tal como a maioria das opiniões estúpidas que tenho. 

Não gostava nada que a Irene fosse uma daquelas raparigas das "princesas" e dos "brilhantes". Claro que, se for, não vou não lhe dar as coisas só porque eu não goste delas. Até se ela quiser brincar com carros eu dou, não tenho medo de lhe dar e que ela fique machona por causa disso. 

Aliás, ela já vai ficar um bocado machona só por ser minha filha. Espero. Se não ficar, claro que é bem aceite, mas preferia ficasse mais machona que "florzinha". 

Gosto das meninas que fazem imenso desporto, que se dão bem com rapazes e que não têm problemas com raparigas. 

Gosto das meninas que se esfolem num jogo de basquete (nunca hei de gostar de ver isto em português) e queiram retomar o jogo minutos depois, em vez de ficarem o resto do jogo a fungar com algo nos joelhos que já nem lhes dói. 

Claro que tudo isto é baseado em estereótipos imbecis para os quais não tenho fundamentação, mas é algo que sinto. 

Talvez até por eu ter receio de não conseguir partilhar o mesmo entusiasmo pelas coisas que ela poderá gostar. 

Associo as meninas dos brilhantes e dos cor-de-rosa àqueles cães pequeninos. Muito dependentes. 



Claro que todas as meninas são queridas, mesmo as mais delicadas, as mais frágeis, as mais mimosas. 

Seja a minha filha como for, vou amá-la da mesma maneira. Posso é precisar de treinar o meu sorriso amarelo sempre que ela quiser andar de tule. :)

6.13.2015

Furar as orelhas de bebés: Sim ou Não?

Uma petição no Reino Unido quer impedir os pais de furarem as orelhas de bebés e crianças pequenas, uma "forma de crueldade e abuso infantil", segundo o documento.

"Dor severa e medo são infligidos às crianças desnecessariamente para satisfazer a uma vaidade dos pais. Outras formas de danos físicos às crianças são ilegais - então não deveria ser diferente".
Se quiserem ler mais sobre esta petição, a informação está aqui, na revista Crescer, da Globo.

Muitos dos pais que optam por furar as orelhas das filhas, em bebé, fazem-no por acharem que dói menos, uma vez que o lóbulo da orelha é mais fino. Outros por considerarem que, mesmo que doa, se vão esquecer mais facilmente da dor. 


Até ter sido mãe, nunca tinha pensado muito nisto. Sou daquelas que até achava graça e não me chocava minimamente. Agora ainda não choca, não fico exaltada, mas quero dar essa escolha à Isabel. Ela até pode não querer nunca usar brincos. Já faço tantas escolhas por ela, sem saber se têm a ver com a futura personalidade, que acho que não tenho de fazer mais uma. Ela pode não se identificar. Não lhe quero impingir mais nada.

Além de não me imaginar a fazer-lhe furos (feridas por cicatrizar), que lhe possam causar dor (eu acredito que dói, durante e depois, por experiência própria), por razão nenhuma que eu considere forte o suficiente. É capricho, é vaidade.

Vi estes vídeos (e mais alguns...) que só reforçaram mais a minha postura neste assunto:




Seja por dor, por susto com o barulho, pelo aparato, as crianças choram. Não gostei de ouvir os risos dos adultos, confesso. Nem o "vai ficar linda!". Nem o "tadinha", num tom de pena, misturado com risinhos, nervosos, presumo. No fundo, sabemos que não está ali nada de bom, mas são "males que vêm por bem", para evitar dores maiores no futuro.


Claro que há outros assuntos que nos deveriam inspirar maior preocupação e não sei sequer se faz sentido esta petição. Mas pensar sobre as coisas nunca fez mal a ninguém, não é verdade?

Qual a vossa sensibilidade sobre este assunto? Faz-vos confusão, acham normal, ou nim? O que dizem os pediatras sobre isto?


Começaste há seis anos, Isabel

Faz hoje seis anos. Seis anos desde que comecei a namorar com o teu pai, Isabel. Somos amantes de Santo António. O nosso amor é fácil, é leve, calmo. Nem sempre, quase sempre.

Desde que chegaste, a nossa história mudou. Já não somos só nós dois. Somos três, para sempre. Vamos ser sempre três, por mais voltas que a vida dê. Os laços que nos unem atam em ti e não desatam. Vamos ser sempre os teus pais.

Hoje celebramos este dia pela primeira vez a três. No ano passado, o pai estava a trabalhar no Brasil. Ficámos só as duas, enamoradas, agarradinhas, cheias de saudades. Este ano, acordaste e brincámos os três na cama. Dançaste agarrada às minhas pernas e deste gargalhadas que se ouviram pelo prédio todo com as cócegas do pai. Brincaste na tua cozinha e fizeste-me olhinhos bonitos.

A noite não foi fácil, como eu previa. Acordaste muitas vezes. Durante a noite, eu e o teu pai discutimos. É a única altura do dia em que isso acontece. Ficamos vulneráveis, estamos cansados, batemos com o punho cerrado na cama, assim que te ouvimos chorar. "Vai lá tu". "Não, não, vais tu". Parecemos crianças. Mas sabemos que, de manhã, vai estar tudo bem. O amor é mais forte. O nosso amor é mais forte. E começou há seis anos atrás. Começaste há seis anos atrás, Isabel.












Vestido e bolero - PetitAmour

6.12.2015

E almoçar fora com eles? É muita giro é..

Hã? Hã? Hã?

Vamos lá a ver quais são as dificuldades.




Pelo menos para mim (e, atenção, para vocês isto pode não ser nada, mas para mim que sofro de ansiedade, parece o final do mundo, embora não saiba explicar bem porquê):

- Ir numa boa altura de acordo com o sono dela. Ela ainda faz, maioritariamente duas sestas. Quando não faz, a única sesta calha em cima do almoço.

- Dar-lhe o almoço em casa é desperdiçar tempo dela num bom intervalo de sono. Quando chegar ao restaurante já pouco tempo de vigília com boa disposição lhe resta.

- Dar-lhe o almoço enquanto almoço no restaurante é uma chatice, porque queria estar a comer em paz.

- Ela não fica quieta e embuchá-la de pão não serve para aguentar o almoço todo.

- Até já cedi aos vídeos no youtube e também não. O meu rico telefone já está rachado ao meio.

- Ela querer mama e para não impressionar as pessoas mais sensíveis, ter que me ausentar e ir para a casa de banho (até prefiro para lhe dar maior atenção e estar tudo mais calmo, sinceramente).

- Ela estar sempre a pedir-nos para ir andar e não se calar até um de nós se levantar da mesa e ir com ela passear à porta e voltar, passear à porta e voltar.

- Já não fica confortável na cadeira do Ikea que os restaurantes têm e não adora ficar parada no carrinho.



Isto vai ser assim para sempre? Preciso de truques e de apoio, sinceramente. Não só porque não estou a usar soutien neste momento, mas acima de tudo palavras de apoio, vá.

Não me digam para me borrifar para a questão do sono porque já tentei e foram os piores almoços da minha vida.

Tem mais sapatos do que eu!

A minha filha tem mais sapatos do que eu. O facto de eu calçar o 41 forma grande também deve explicar esta equação. 

Não lhe comprei um único par de sapatos nos primeiros - quê? oito? - meses da vida dela, para agora me perder. Só não me perdi muito porque a avó ofereceu uns, uma amiga outros, e há ali alguns que custaram 6 euros, outros 8 e outros com 50% de desconto em cartão. Até sou poupadinha, afinal. Hehe Também é verdade que não me ando a preocupar muito com a ergonomia da coisa, mas não a deixo mais de uma hora por dia calçada, se tanto. Anda descalça ou com meias antiderrapantes o dia todo. Os sapatos, no fundo, são só para fazer número nos bocadinhos que vamos à rua e tirar umas fotos todas bimbas, como já estão habituadas a ver por aqui. Acho que ela anda mesmo, mesmo confortável é descalça, em casa e na creche.

Mas vamos ao que interessa, o mega closet a la Carrie Bradshaw?











Claro que a arrumação nesta casa só dura uns segundos. Vocês sabem como é, não preciso de vos fazer um desenho, pois não?

6.11.2015

É muito cedo para lhe dar um telemóvel?

É que ela já tem um.



É cedo, claro. Até porque não estou a trabalhar e não teria dinheiro para lhe pagar a conta do telefone. Quer um telefone, tem de ir trabalhar. 

Lembro-me que tive um telemóvel bastante cedo, pelo menos para o que seria desejável para a minha mãe. Os meus pais divorciaram-se quando eu tinha 6 anos, nunca mais se falaram decentemente desde aí e, portanto, o meu pai para evitar intermediários e falar directamente comigo quando me ligasse (ao contrário do que aconteceria se ligasse para o fixo), deu-me um telemóvel. Tive de o esconder. Escondia-o no armário por baixo das almofadas extra. Ainda consegui escondê-lo um bom tempo. Não sei como achamos que iria ser possível que eu falasse ao telefone sem que alguém notasse algo esquisito lá em casa, especialmente porque ainda não se usavam os sms, mas pronto. Houve uma explicação. 

Levava-o para a escola, escondia-o dentro de umas capas enormes que havia tipo ursinho de peluche. Depois continuei a ter telemóvel mas tinha de entregá-lo lá em baixo (vivia num duplex com a minha mãe, padrasto e irmão Pedro) às 21h. Houve um aniversário em que fiz muita questão (ou seja... uma birra enorme ou armei grande discussão) porque queria ver quem se lembraria de mim à meia-noite e a minha mãe não deixou. 

Ainda é cedo para pensar sobre estas coisas, mas lembrei-me disto. Se todas as amigas da Irene já tiverem telemóvel não vou privá-la de ter também. Quero que ela faça parte da cusquice de toda a gente e não tenham que a por a par no dia seguinte sobre o que foi dito na noite anterior. Se ela puder passar imenso tempo a falar com o namorado, melhor. 

O meu problema é que não sei em que idades é que isto acontece. 

Não vejo motivo para a minha filha não ter telemóvel...

Ai, esperem! E a internet?!

Os telemóveis agora têm internet... A primeira frase que me veio à cabeça foi: "só se vê o que se procura". Por isso, se a Irene se puser a procurar coisas malandras, o problema não está na internet, certo? E deve haver boas aplicações para bloquear isso. Senão de certeza que até há telefones todos castradores desse tipo de actividades e "próprios" para crianças, certo?

Eu sofro de ansiedade e só de pensar nisto tudo... caramba! Que decisões difíceis vou ter que enfrentar. 

Vou tentar manter a minha promessa: nunca farei nada que não seja devidamente justificável. Nunca será "porque sim". Isso cria raiva, ódio e distanciamento. É o contrário do que quero para nós. 

O que pensam vocês de tudo isto? 

Perdi o pio!

Este é um daqueles momentos em que mais vale ficar calada. Recebi as fotos da sessão que fiz com a talentosíssima (e queridíssima e todas as "íssimas" que houver, mas convém moderar os adjectivos, não vá ser chamada de bajuladora) Joana Sepulveda Bandeira, do Love Lab e foi mesmo muito, muito difícil escolher só algumas. Tenho fotos tão bonitas que daria para ilustrar posts até 2016.

Sei que muitas de vocês às vezes andam à procura de fotógrafo para um momento especial, para captar aqueles momentos inesquecíveis e que querem ver emoldurados e espalhados pela vossa casa e a com a Joana ficam muito bem servidos.

Além dos sítios ajudarem muito, claro (não sou grande fã de fotografias de estúdio), era sexta-feira ao final da tarde e estávamos, mãe e filha, com muito bom humor. A Joaninha teve uma paciência do caraças e c'um caraças! é que estão mesmo giras, o raio das fotos!














Pensavam que ficávamos por aqui? Não, não. Há mais.












E para terminar...











Não estão qualquer coisa? Não tenho álbuns suficientes para tantas fotos bonitas.


Roupas da Isabel (três looks a la top model, hein?): Laranjinha

(em breve, "a mãe dá" com a Laranjinha, p'ro menino e p'ro menina!)